02/05/2013

SOBRE RESUMOS DA FÉ CRISTÃ


TEMA 15. A Igreja e o Estado 11

4. Laicidade e laicismo

Um tema de grande actualidade é a distinção entre laicidade e laicismo. Entende-se por laicidade que o Estado é autónomo em relação às leis eclesiásticas. Enquanto o laicismo pretende a autonomia da política em relação à ordem moral e ao próprio desígnio divino, tendendo a encerrar a religião na esfera puramente privada. Deste modo, é espezinhado o direito à liberdade religiosa e prejudica-se a ordem social (cf. Compêndio, 572). A laicidade autêntica evita dois extremos: a imposição duma teoria moral que transforme a sociedade civil num Estado ético 20, e a recusa a priori dos valores morais que provêm de âmbitos culturais, religiosos, etc., que são de livre pertença e não devem ser geridos a partir do poder 21.
Além disso, deve sublinhar-se que é ilusório e injusto pedir aos fiéis que actuem na política “como se Deus não existisse”. É ilusório, porque todas as pessoas actuam apoiadas nas suas convicções culturais (religiosas, filosóficas, políticas, etc.), que derivam ou não de uma fé religiosa, e são convicções que influem no comportamento social dos cidadãos. É injusta, porque os não católicos também actuam de acordo com as suas próprias doutrinas ou ideologias, independentemente de qual tenha sido a sua origem.
Actuar na política de acordo com a própria fé, se é coerente com a dignidade das pessoas, não significa que a política esteja submetida à religião; significa que a política está ao serviço da pessoa e, portanto, deve respeitar as exigências morais, o que equivale a dizer que deve respeitar e favorecer a dignidade do ser humano. Do mesmo modo, viver o empenho político por um motivo transcendente ajusta-se perfeitamente à natureza humana e, por isso, estimula esse empenho e produz melhores resultados.

enrique colom

Bibliografia básica:
Catecismo da Igreja Católica, 2104-2109; 2244-2246; 2419-2425.
Concílio Vaticano II, Const. Gaudium et spes, 74-76; e Decl. Dignitatis Humanae, 1-8; 13-14.
João Paulo II, Ex. ap. Christifideles Laici, 30-XII-88, 36-44.

Leituras recomendadas:
São Josemaria, Homilia «Amar o mundo apaixonadamente», em Temas actuais do Cristianismo, 113-123.
Congregação para a Doutrina da Fé, Nota doutrinal sobre algumas questões relativas ao compromisso e à conduta dos católicos na vida política, 24-XI-2002.
Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 49-55; 60-71; 189-191; 238-243; 377-427.

(Resumos da Fé cristã: © 2013, Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet)
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Notas:
20 Cf. Paulo VI, Carta Ap. Octogesima Adveniens, 14-V-1971, 25; João Paulo II, Enc. Centesimus Annus, 25.
21 Cf. Congregação para a Doutrina da Fé, Nota doutrinal sobre algumas questões relativas ao compromisso e à conduta dos católicos na vida política, 24-XI-2002, 6; Compêndio, 571.

Evangelho do dia e comentário


Tempo de Páscoa
V Semana

Santo Atanásio – Doutor da Igreja

Evangelho: Jo 15, 9-11

9 Como o Pai Me amou, assim Eu vos amei. Permanecei no Meu amor. 10 Se observardes os Meus preceitos, permanecereis no Meu amor, como Eu observei os preceitos de Meu Pai e permaneço no Seu amor. 11 Disse-vos estas coisas, para que a Minha alegria esteja em vós e para que a vossa alegria seja completa.

Comentário:

É de facto extraordinário poder ter a certeza que o amor que Jesus nos tem é exactamente o mesmo que O une ao Pai.
Se o amor entre o Pai e o Filho é tão imenso que gera uma Terceira Pessoa Divina, como podemos nós, pobres mortais, sentirmo-nos dignos de tal amor!
Por isso temos de ter bem presente de quão curta é a vida para retribuir esse amor.
Nunca será possível, é certo, mas temos, apesar dos pesares, que tentar com toda a nossa alma, todo o nosso coração... com  todas as nossas forças.

(ama, comentário sobre Jo 15, 9-11, 2012.05.10)

Pequena agenda do cristão



Quinta-Feira

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)

Propósito: Participar na Santa Missa.

Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse.Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.

Lembrar-me: Comunhões espirituais.

Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos

Pequeno exame: Cumpri o propósito e lembrei-me do que me propus ontem?


Uma Mãe que nunca nos abandona


Não estás sozinho. Nem tu nem eu podemos encontrar-nos sozinhos. E, menos ainda, se vamos a Jesus por Maria, pois é uma Mãe que nunca nos abandona. (Forja, 249)

É a hora de recorreres à tua Mãe bendita do Céu, para que te acolha nos seus braços e te consiga do seu Filho um olhar de misericórdia. E procura depois fazer propósitos concretos: corta de uma vez, ainda que custe, esse pormenor que estorva e que é bem conhecido de Deus e de ti. A soberba, a sensualidade, a falta de sentido sobrenatural aliar-se-ão para te sussurrarem: isso? Mas se se trata de uma circunstância tonta, insignificante! Tu responde, sem dialogar mais com a tentação: entregar-me-ei também nessa exigência divina! E não te faltará razão: o amor demonstra-se especialmente em coisas pequenas. Normalmente, os sacrifícios que o Senhor nos pede, os mais árduos, são minúsculos, mas tão contínuos e valiosos como o bater do coração.

Quantas mães conheceste como protagonistas de um acto heróico, extraordinário? Poucas, muito poucas. E contudo, mães heróicas, verdadeiramente heróicas, que não aparecem como figuras de nada espectacular, que nunca serão notícia – como se diz – tu e eu conhecemos muitas: vivem sacrificando-se a toda a hora, renunciando com alegria aos seus gostos e passatempos pessoais, ao seu tempo, às suas possibilidades de afirmação ou de êxito, para encher de felicidade os dias dos seus filhos. (Amigos de Deus, nn 134–135)

O mal e a suspeita sobre Deus (I) 2


Aqui o grande tema é a liberdade. Deus quis-nos realmente livres face a Ele, mais livres que face ao resto dos homens, que hão-de defender-se desses males através de leis. Deus assinalou-nos um caminho com a lei natural, mas não coage, quer que a história de cada um seja uma história verdadeira. Por certo, em muitas ocasiões, queixamo-nos de falta de liberdade porque a Igreja, sem mais coacção que o amor, nos recorda os dez mandamentos. Mas também deitamos a culpa a Deus quando a liberdade humana é capaz das tropelias enunciadas previamente ao “saltar” a lei natural, inclusive e não poucas vezes, de forma legal.
Não obstante, permanece o problema, sobretudo se se pensa nas doenças das crianças dos débeis não originadas pela força do homem, nas catástrofes naturais, mas também no mal moral. O mal físico e o mal moral continuam perturbando muitos porque nenhuma filosofia está em condições de dar razão a esse problema. E a teologia - afirma Fabro -, se não quer irritar, só pode ajudar uma fé escorreita, ao abandono em Deus, que sabe mais. Mas nem todos têm esse valor ao seu alcance. Este abandono é precisamente a prova do nosso amor por Ele e o selo da fé. Para o cristão que deseja pertencer a Cristo a receita é crer, amar e abandonar-se em Deus. Mas, insisto, nem toda a gente tem essa atitude, nem todos utilizam tão amplamente a sua liberdade, porque deixar-se levar por Deus exige o seu profundo e comprometido exercício.

Paulo cabellos llorente, [i] trad ama



[i] Doutor em Direito Canónico, e Ciências da Educação

Tratado das paixões da alma 14


Art. 3 ― Se qualquer paixão sempre diminui a bondade do acto moral.


(De Verit., q. 26, a. 7, De Malo, q. 3, a. 11, q. 12, a. 1).



O terceiro discute-se assim. ― Parece que toda paixão diminui sempre a bondade do acto moral.