12/06/2019

Evangelho e comentário


TEMPO COMUM


Evangelho: Lc 12, 49-53

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu vim trazer o fogo à terra e que quero Eu senão que ele se acenda? Tenho de receber um baptismo e estou ansioso até que ele se realize. Pensais que Eu vim estabelecer a paz na terra? Não. Eu vos digo que vim trazer a divisão. A partir de agora, estarão cinco divididos numa casa: três contra dois e dois contra três. Estarão divididos o pai contra o filho e o filho contra o pai, a mãe contra a filha e a filha contra a mãe, a sogra contra a nora e a nora contra a sogra».

Comentário:

Muitos apelidaram Jesus Cristo de revolucionário.

Sem dúvida que têm razão porque a mudança na humanidade operada pelo Senhor não tem paralelo.

O fogo do Seu imenso amor tudo abrasa transformando todas as criaturas em Filhos de Deus com direito à Vida Eterna no gozo da visão beatífica da Santíssima Trindade.


(AMA, comentário sobre, Lc 12, 49-53, 22.10.2015)



El Reto del Amor






por El Reto Del Amor

Evangelho e comentário


TEMPO COMUM


Evangelho: Mt 5, 17-19

17 «Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas. Não vim revogá-los, mas levá-los à perfeição. 18 Porque em verdade vos digo: Até que passem o céu e a terra, não passará um só jota ou um só ápice da Lei, sem que tudo se cumpra. 19 Portanto, se alguém violar um destes preceitos mais pequenos, e ensinar assim aos homens, será o menor no Reino do Céu. Mas aquele que os praticar e ensinar, esse será grande no Reino do Céu.

Comentário:

Pelas palavras de Jesus podemos concluir que, na Vida Eterna, não haverá como que uma “nivelação” de todos.

Haverá “grandes” e “pequenos”, o Senhor afirma-o.

Isto tem importância?

Penso que sim, embora considere que, na Vida Eterna, o Supremo Bem é a visão beatífica da Face de Deus.

Tem a ver, sim, com a obrigação de fazermos o melhor que pudermos e não nos contentarmos com os “mínimos”, como que “ir andando”, não fazendo muitos disparates, não pecando com gravidade e… pronto!

Quem assim procede corre um perigo enorme, porque quanto mais baixo se voa maior é a possibilidade de chocar com um obstáculo que trave o “voo” e, a queda, pode ser grave.


(AMA, comentário sobre Mt 5, 17-19, 2016.03.02)

Temas para refelctir e meditar

Caridade

A caridade é o laço que une os irmãos, o cimento da paz, a trave que dá firmeza à unidade... 

Tira-Lhe, todavia, a paciência, e ficará devastada, tira-lhe o jugo do sofrimento e da resignação, e perderá as raízes e o vigor.



(s. ciprianoDo bem da paciência, 15)

Pequena agenda do cristão

Quarta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)






Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?









É tempo de esperança, e eu vivo desse tesouro


‘É tempo de esperança, e eu vivo desse tesouro. Não é uma frase, Padre; é uma realidade’, dizes-me. Então... o mundo inteiro, todos os valores humanos que te atraem com uma força enorme (amizade, arte, ciência, filosofia, teologia, desporto, natureza, cultura, almas...), tudo isso, deposita-o na esperança – na esperança de Cristo. (Sulco, 293)

Onde quer que nos encontremos, esta é a exortação do Senhor: vigiai! Em face deste apelo de Deus, alimentemos nas nossas consciências os desejos esperançosos de santidade, com obras. Dá-me, meu filho, o teu coração, sugere-nos o senhor ao ouvido. Deixa-te de construir castelos com a fantasia, decide-te a abrir a tua alma a Deus, pois exclusivamente no Senhor acharás o fundamento real para a tua esperança e para fazer o bem aos outros. Quando não lutamos connosco mesmos, quando não rechaçamos terminantemente os inimigos que estão dentro da cidadela interior – o orgulho, a inveja, a concupiscência da carne e dos olhos, a auto-suficiência, a tresloucada avidez da libertinagem – quando não existe essa peleja interior, os mais nobres ideais definham como a flor do feno; ao romper o sol ardente, a erva seca, a flor cai e acaba a sua vistosa formosura. Depois, pela menor fenda brotarão o desalento e a tristeza, como plantas daninhas e invasoras.

Jesus não se conforma com um assentimento titubeante. Pretende, tem direito a que caminhemos com inteireza, sem concessões às dificuldades. Exige passos firmes concretos; pois, de ordinário, os propósitos gerais servem para pouco. Os propósitos pouco delineados parecem-me entusiasmos falazes que intentam calar as chamadas divinas percebidas pelo coração; fogos-fátuos, que não queimam nem dão calor e que desaparecem com a mesma fugacidade com que surgiram.

Por isso, convencer-me-ei de que as tuas intenções de alcançar a meta são sinceras, se te vir caminhar com determinação. Faz o bem, revendo as tuas atitudes habituais quanto à ocupação de cada instante; pratica a justiça, precisamente nos ambientes que frequentas, ainda que a fadiga te vença; fomenta a felicidade dos que te rodeiam, servindo os outros com alegria no lugar do teu trabalho, com esforço para o acabar com a maior perfeição possível, com a tua compreensão, com o teu sorriso, com a tua atitude cristã. E tudo por Deus, com o pensamento na sua glória, com o olhar no alto, anelando a Pátria definitiva, pois só esse fim vale a pena. (Amigos de Deus, 211)

Leitura espiritual


CARTA ENCÍCLICA

HAURIETIS AQUAS

DO SUMO PONTÍFICE PAPA PIO XII
AOS VENERÁVEIS IRMÃOS PATRIARCAS, PRIMAZES,
ARCEBISPOS E BISPOS E OUTROS ORDINÁRIOS DO LUGAR
EM PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA

SOBRE O CULTO DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS



III

PARTICIPAÇÃO ACTIVA E PROFUNDA QUE TEVE
O SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS NA MISSÃO SALVADORA
DO REDENTOR


6) O culto ao coração sacratíssimo de Jesus é o culto da pessoa do Verbo encarnado


42. Nada, portanto, proíbe que adoremos o Coração Sacratíssimo de Jesus Cristo, enquanto é participante, símbolo natural e sumamente expressivo daquele amor inexaurível em que ainda hoje o divino Redentor arde para com os homens.

Mesmo quando já não está submetido às perturbações desta vida mortal, ainda então ele vive, palpita, e está unido de modo indissolúvel com a pessoa do Verbo divino, e, nela e por ela, com a sua divina vontade.
Superabundando o coração do Cristo de amor divino e humano, e sendo imensamente rico com os tesouros de todas as graças que o nosso Redentor adquiriu com sua vida, seus padecimentos e sua morte, ele é, sem dúvida, uma fonte perene daquela caridade que o seu Espírito infunde em todos os membros do seu corpo místico.

43. Assim, pois, o Coração do nosso Salvador reflecte de certo modo a imagem da divina pessoa do Verbo, e, igualmente, das Suas duas naturezas: humana e divina; e nele podemos considerar não só um símbolo, mas também como que um compêndio de todo o mistério da nossa redenção.

Quando adoramos o Coração de Jesus Cristo, nele e por ele adoramos tanto o amor incriado do Verbo divino como Seu amor humano e os seus demais afectos e virtudes, já que um e outro amor moveu o nosso Redentor a imolar-se por nós e por toda a Igreja, sua esposa, segundo a sentença do Apóstolo:

"Cristo amou a sua Igreja e sacrificou-se por ela para santificá-la, lavando-a no baptismo de água com a palavra de vida, a fim de fazê-la comparecer perante si cheia de glória, sem mancha, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e imaculada"

[1].

44. Assim como amou a Igreja, Cristo continua amando-a intensamente, com aquele tríplice amor de que falamos[2]; e esse amor é que o impele a fazer-se nosso advogado para nos obter do Pai graça e misericórdia, "estando sempre vivo para interceder por nós"[3].

As preces que brotam do seu inesgotável amor, dirigidas ao Pai, não sofrem interrupção alguma.

Como nos dias da sua carne"[4], também agora, que está triunfante no céu, Ele suplica o Pai com não menor eficácia; e aquele que "amou tanto o mundo que deu seu Filho unigénito, afim de que todos os que nele crêem não pereçam, mas vivam vida eterna"[5].

Ele mostra o Seu coração vivo e como ferido e inflamado de um amor mais ardente do que quando, já exânime, o feriu a lança do soldado romano: "Por isto foi ferido (o teu coração), para que pela ferida visível víssemos a ferida invisível do amor".[6]

45. Por conseguinte, não pode haver dúvida alguma de que, ante as súplicas de tão grande advogado, e feitas com tão veemente amor, o Pai celestial, "que não perdoou seu próprio filho, mas o entregou por todos nós"[7], por meio dele derramará incessantemente sobre todos os homens a abundância das suas graças divinas.


PIO PP. XII.


(Revisão da versão portuguesa por AMA)

Notas:



[1] Ef 5, 25-27
[2] cf. 1 Jo 2,1
[3] Hb 7, 25
[4] Hb 5,7
[5] Jo 3,16
[6] S. Boaventura, Opusc. X: Vitis mystica, c. III, n. 5: Opera Omnia, Ad Claras Aquas (Quaracchi), 1898, t. VIII, p. 164; cf, s. Tomás, Summa theol., III, q. 54, a. 4; ed. Leon., t. XI,1903, p. 513.
[7] Rm 8, 32