07/02/2012

Leitura Espiritual para 07 Fev 2012

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.



Para ver texto completo para hoje, clicar abaixo

Mozart piano concerto 23 2nd mov

Mozart piano concerto 23 2nd mov - Horowitz 

Selecção ALS

Pensamentos inspirados à procura de Deus

Quando me pedes que seja feita a minha vontade, ao rezares o Pai Nosso, é mesmo a minha vontade que queres que se faça, ou estás pensar na tua vontade.

jma

Evangelho do dia e comentário

 Cinco Chagas de Cristo












T. Comum – V Semana



Evangelho: Jo 20, 24-29

24 Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. 25 Os outros discípulos disseram-lhe: «Vimos o Senhor!». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas Suas mãos a abertura dos cravos, se não meter a minha mão no Seu lado, não acreditarei». 26 Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, colocou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». 27 Em seguida disse a Tomé: «Mete aqui o teu dedo e vê as Minhas mãos, aproxima também a tua mão e mete-a no Meu lado; e não sejas incrédulo, mas fiel!». 28 Respondeu-Lhe Tomé: «Meu Senhor e Meu Deus!». 29 Jesus disse-lhe: «Tu acreditaste, Tomé, porque Me viste; bem-aventurados os que acreditaram sem terem visto».

Comentário:

São uma enorme consolação, estas palavras de Jesus:

«bem-aventurados os que acreditaram sem terem visto».

É o meu caso porque eu não vi, de facto, com os olhos do corpo, mas, sim, vi com os olhos da minha alma e, por isso acredito, por isso, sou bem-aventurado.

Foi Ele quem afirmou e, Ele, que é a Verdade, não pode enganar nem enganar-se.

(ama, meditação sobre Jo 20, 24-29, 2009.07.03)

O Povo

Navegando pela minha cidade
Não preciso de me apoiar nas estatísticas tão bem trabalhadas, recolhidas e expostas no programa Pordata do António Barreto [i]; basta-me a memória da minha vida para saber como foi grande a evolução económica e social do nosso povo nos últimos trinta ou quarenta anos.
Se foi muito significativa a melhoria económica e social em trinta ou quarenta anos, maior o foi em mais de cento e cinquenta anos, embora o gráfico desta evolução tenha várias descidas abruptas e largos períodos de estagnação.
Dito isto, porque estamos a entrar num período de recessão (descida) colossal; porque tive de ir à Praça Sá Carneiro e - sem perceber como - a certa altura estava na Alameda Eça de Queiroz, lembrei-me de um artigo deste escritor; e porque a natureza do homem é exactamente a mesma, acho oportuno transcrever esse artigo intitulado O Povo que foi editado no Distrito de Évora há mais de cento e cinquenta anos.

Ei-lo: 
“Há no mundo uma raça de homens com instintos sagrados e luminosos, com divinas bondades do coração, com uma inteligência serene e lúcida, com dedicações profundas, cheias de amor pelo trabalho e de adoração pelo bem, que sofrem, que se lamentam em vão.
Estes homens, são o Povo.
Estes homens estão sob o peso do calor e do sol, transidos pelas chuvas, roídos do frio, descalços, mal nutridos; lavram a terra, revolvem-na, gastam a sua vida, a sua força, para criar o pão, o alimento de todos.
Estes são o Povo, e são os o que nos alimentam.
Estes homens vivem nas fábricas, pálidos, doentes, sem família, sem doces noites, sem um olhar amigo que os console, sem ter o repouso do corpo e a expansão da alma, e fabricam o linho, o pano, a seda, os estofos.
Estes homens são o Povo, e são os que nos vestem.
Estes homens vivem debaixo das minas, sem o sol e as doçuras consoladoras da Natureza, respirando mal, comendo pouco, sempre na véspera da morte, rotos, sujos, curvados, extraem o metal, o minério, o cobre, o ferro, e toda a matéria das indústrias.
Estes homens são o Povo e são os que nos enriquecem.
Estes homens, nos tempos de lutas e de crises, tomam as velhas armas da Pátria, e vão, dormindo mal, com marchas terríveis, à neve, à chuva, ao frio, nos calores pesados, combater e morrer longe dos filhos e das mães, sem ventura, esquecidos, para que nós conservemos o nosso descanso opulento.
Estes homens são o Povo, e são os que nos defendem.
Estes homens formam as equipagens dos navios, são lenhadores, guardadores de gado, servos mal retribuídos e desprezados.
Estes homens são os que nos servem.
E o mundo oficial, opulento, soberano, o que faz a estes homens que o vestem, que o alimentam, que o enriquecem, que do defendem, que o servem?
Primeiro, despreza-os; não pensa neles, não vela por eles, trata-os como se tratam os bois; deixa-lhes apenas uma pequena porção dos seus trabalhos dolorosos, não lhes melhora a sorte, cerca-os de obstáculos e de dificuldades, forma-lhes em redor uma servidão que os prende e uma miséria que os esmaga, não lhes dá protecção; e terrível coisa, não os instrui: deixa-lhes morrer a alma.
É por isso que os que têm coração e alma, e amam a Justiça, devem lutar e combater pelo Povo.
E ainda que não sejam escutados, têm na amizade dele uma consolação suprema."
É a falta desta dimensão humana e social; de verdadeiro interesse pelos mais fracos e mais pobres que muitos analistas têm considerado que está na génese da actual crise económica e financeira.


[i]Afonso Cabral

Tratado sobre a Obra dos Seis Dias 10

Questão 45: Do modo da emanação das coisas, do primeiro princípio.

Em seguida discute-se sobre o modo da emanação das coisas, do primeiro princípio, que se chama criação.

Sobre o que oito artigos se discutem:

Art. 1 – Se criar é fazer alguma coisa do nada.
Art. 2 – Se Deus pode criar alguma coisa.
Art. 3 – Se a criação é alguma coisa na criatura.
Art. 4 – Se ser criado é próprio dos seres compostos e subsistentes.
Art. 5 – Se só Deus pode criar.
Art. 6 – Se criar é próprio de uma das Pessoas.
Art. 7 – Se necessariamente se encontra nas criaturas o vestígio da Trindade.
Art. 8 – Se há criação nas obras da natureza e da arte.

Art. 1 – Se criar é fazer alguma coisa do nada.

(II Sent., dist. I, q. 1, a. 2).

O primeiro discute-se assim. – Parece que criar não é fazer alguma coisa do nada.

1. – Pois, diz Agostinho: fazer é produzir o que antes de nenhum modo existia; ao passo que criar é constituir alguma coisa, tirando-a do que já existia [1].

2. Demais. – A nobreza da acção e do movimento depende do seu termo. Por onde, mais nobre é a acção que parte de um bem para outro e de um para outro ser, do que a transitiva do nada para alguma coisa. Ora, a criação é a nobilíssima das acções e a primeira de entre todas. Logo, não é a passagem do nada para o ser, mas antes, de um ser para outro.

3. Demais. – Esta preposição – de (ex) – implica relação de alguma causa, e sobretudo da causa material, como quando falamos de uma estátua feita de bronze. Ora, não pode o nada ser matéria do ser, nem de nenhum modo causa dele. Logo, criar não é fazer alguma coisa, do nada.

Mas em contrário, àquilo da Escritura (Gn 1) – no princípio criou Deus o céu, etc. – diz a Glossa; criar é fazer alguma coisa, do nada.


Para ver a solução, clicar:

Soberba

Sentir-se incompreendido, 

julgar-se vítima, 
tem sempre 
uma grande 
soberba espiritual.

(Meditação, El talento de hablar, Abril 1972)