Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
Evangelho: Mc 8, 27-38; 9, 1-8
27 Saiu Jesus com os Seus discípulos pelas aldeias de Cesareia de Filipe. Pelo caminho, interrogou os discípulos: «Quem dizem os homens que Eu sou?». 28 Eles responderam-Lhe: «Uns dizem que João Baptista, outros que Elias, e outros que algum dos profetas». 29 Então perguntou-lhes: «E vós quem dizeis que Eu sou?». Pedro respondeu: «Tu és o Cristo». 30 Então Jesus ordenou-lhes severamente que não dissessem isto d'Ele a ninguém. 31 E começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do Homem padecesse muito, que fosse rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas, que fosse morto, e que ressuscitasse depois de três dias. 32 E falava destas coisas claramente. Pedro, tomando-O à parte, começou a repreendê-l'O. 33 Mas Jesus, voltando-Se e olhando para os Seus discípulos, repreendeu Pedro, dizendo: «Retira-te daqui, Satanás, que não aprecias as coisas de Deus, mas sim as dos homens». 34 Depois, chamando a Si o povo com os Seus discípulos, disse-lhes: «Se alguém quer seguir-Me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me. 35 Porque quem quiser salvar a sua vida, a perderá; mas quem perder a vida por amor de Mim e do Evangelho, salvá-la-á. 36 Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro se perder a sua alma? 37 Ou que dará o homem em troco da sua alma? 38 No meio desta geração adúltera e pecadora, quem se envergonhar de Mim e das Minhas palavras, também o Filho do Homem Se envergonhará dele, quando vier na glória de Seu Pai, com os santos anjos».
Talita Kum - Levanta-te
…/36
«As correctas disposições, são também as disposições de exame, de entrarmos dentro de nós mesmos e vermos com cuidadoso detalhe a seriedade da nossa conduta, do nosso comportamento. Algumas vezes, talvez, ao darmo-nos conta do pouco que somos, das nossas misérias e deficiências poderemos ser levados pensar que ‘não vale a pena’, que só um milagre nos poderá salvar. Efectivamente a nossa salvação é, em si mesma um milagre já que ela acontece, não por nosso mérito, que não o temos, mas unicamente pela soberana Vontade de Deus. Isto leva-nos a pensar na magnificência da misericórdia divina.
De facto, ao tomarmos consciência do pouco que somos, espantamo-nos que o Criador e Senhor de todas as coisas queira ‘perder tempo’ connosco, mesmo considerando que, Ele, nos quer como filhos. E não é só o cuidado e o carinho das coisas pequenas que se passam no íntimo do nosso coração, mas até aquelas grandes manifestações do poder e da bondade do Senhor.
E, no entanto, é verdade!
Como um Pai carinhoso Ele está sempre disponível para atender os nossos pedidos e, mesmo quando os não fazemos expressamente, dá-se conta das nossas necessidades mais humanas como a necessidade do alimento. Um exemplo – dos muitos – que consta no Evangelho é contado por São Marcos.» [1] [2]
«Pela segunda vez, assistimos a um milagre extraordinário de Jesus.
Não sei se as curas dos numerosos doentes: leprosos, surdos e mudos, paralíticos... têm a mesma dimensão de "espectáculo" que estes da multiplicação dos pães e dos peixes.
Enquanto aqueles pareciam uma resposta imediata da misericórdia do coração amantíssimo do Senhor para com os desgraçados, ou mais desfavorecidos, como que se fosse uma impossibilidade, da parte do Mestre, de contemplar a desgraça humana sem intervir de imediato, estes talvez dêem o real significado dessa mesma misericórdia do Senhor para com os homens. Desta forma se evidencia que as preocupações de Deus a nosso respeito vão bastante mais além da misericórdia ou simpatia pela desgraça, vão efectivamente, até ao pormenor da subsistência concreta.
Ao contemplarmos tantos cenários de miséria, desconforto, escassez e pobreza tão grandes, algumas vezes podemos ser levados a interrogar-nos sobre a atitude de Deus a este respeito: Mas onde estás Tu, Senhor? [3]
É muito difícil para o comum ser humano, para nós, portanto, entender bem estas coisas, pois somos sempre levados a pensar que, o nosso Criador e Senhor deveria estar sempre disposto a tratar dos Seus filhos de tal forma que, estas carências e misérias, fossem imediatamente sanadas. Assim, como que uma espécie de acto mágico, que com uma simples evocação, pudesse resolver todos esses casos difíceis ou extremos. O que acontece realmente, está bem patente no trecho do Evangelho que acabámos de ler e, ao determo-nos um pouco na sua apreciação cuidada, descobriremos a forma concreta como Deus actua no homem. Respeitando a nossa liberdade de forma total, porque é infinitamente justo, Deus não intervém de forma, diria, unilateral, na solução dos problemas dos seus filhos.
Para o fazer, e fá-lo sempre, exige uma participação nossa, por mínima que possa ser.
A vontade de intervir, demonstrada por Jesus, nasceu do facto daquela multidão andar com Ele há três dias, e, como sublinha o Evangelista, em jejum. Isto é, para ouvir e seguir o Mestre, aquela gente prescindiu das mais elementares necessidades: a alimentação e o descanso. Jesus quer intervir definitivamente, de tal forma que, por assim dizer, compense (ou recompense) a dedicação e empenho em segui-lo demonstrada por aquelas quatro mil pessoas. [4]
[5]…/
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