12/06/2016

Verdades que o egoísmo esconde - 6

Resultado de imagem para egoísmo

Não podemos desejar ter o mesmo sucesso dos outros sem esforço nenhum, porque as conquistas pessoais precisam ser alcançadas mediante um saudável desejo de superação de si mesmo.


Fonte: REVISTA SER PERSONA

(Revisão da versão portuguesa por ama)

Leitura espiritual

Leitura Espiritual


INTRODUÇÃO AO CRISTIANISMO

"Creio em Deus" – Hoje

SEGUNDA PARTE

JESUS CRISTO

CAPÍTULO SEGUNDO

Desenvolvimento da Fé em Cristo nos Artigos Cristológicos do Símbolo

2. Padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado.

a)   Essência do culto cristão.

Concluímos que a essência do culto cristão não se encontra no sacrifício das coisas, nem em alguma substituição qualquer, como se lê repetidamente nas teorias sobre a Missa, a partir do século XVI – segundo as quais, deste modo, seria reconhecido o supremo domínio de Deus sobre tudo. Todas estas considerações são ultrapassadas pelo acontecimento de Cristo e pela sua interpretação bíblica. O culto cristão consiste no absoluto do amor, tal como podia oferecê-lo somente alguém no qual o amor divino se tornou amor humano; consiste na nova forma da representação incluída neste amor, a saber, que ele ocupou o nosso lugar e nós nos deixamos tomar por ele. Portanto, significa que nos cumpre deixar de lado as nossas tentativas de justificação que, no fundo, não passam de desculpas, colocando-nos uns contra os outros – como a tentativa de Adão em desculpar-se foi uma escusa e um atirar a culpa sobre o outro, finalmente uma tentativa de acusar o próprio Deus: "A mulher que pusestes ao meu lado, foi quem me deu daquela árvore, e eu comi" (Gen 3,12). Este culto exige que, ao invés de opor afirmação destrutiva, da auto-justificação, aceitemos a dádiva do amor de Jesus Cristo por nós, que nos deixemos unir nele, tornando-nos adoradores com ele e nele. Agora será possível responder a algumas perguntas que ainda se apresentam.

1. Face à mensagem de amor do Novo Testamento, hoje impõe-se cada vez mais uma tendência de identificar completamente o culto cristão com o amor fraterno, não se querendo admitir mais nenhum amor directo a Deus, nenhuma veneração de Deus: reconhece-se exclusivamente o horizontal, negando-se o vertical ou seja a relação imediata com Deus. Depois do que se disse, não será difícil perceber por que uma tal concepção – à primeira vista – de aparência tão simpática, falha na questão do Cristianismo, e com ela, no problema do autêntico humanismo. Um amor fraterno auto-suficiente descambaria em egoísmo extremado de auto-afirmação. Um tal amor recusa a sua abertura última, a sua tranquilidade, o seu desprendimento, não aceitando a necessidade da salvação deste amor por intermédio do único que realmente amou bastante. Finalmente, um tal amor, apesar de toda a bem-querença, presta injustiça a si mesmo e ao outro, porque o homem não se realiza apenas na simpatia mútua do co-humanismo, mas somente na reciprocidade daquele amor desinteressado que glorifica o próprio Deus. O desinteresse da simples adoração representa a suprema possibilidade do humanismo e <sua verdadeira e definitiva libertação.

2. Sobretudo das devoções tradicionais à paixão nasce, frequentes vezes, a pergunta: de que modo, sacrifício (= adoração) e dor estão interligados? De acordo com as considerações anteriores, o sacrifício cristão nada mais é do que o êxodo do "para", a abandonar-se a si; realizado substancialmente no homem que é totalmente êxodo, auto-superação do amor. Por conseguinte, o princípio constitutivo do culto cristão é este movimento do êxodo, com o seu rumo duplo a Deus e ao próximo. Levando o ser-homem a Deus, Cristo introdu-lo no seio da sua salvação. Por isso, o acontecimento da cruz é pão de vida "para os muitos" (Lc 22,19), porque o crucificado refundiu o corpo da humanidade no "sim" da adoração. Este acontecimento tornou-se, assim, totalmente "antropocêntrico", por ter sido teocentrismo radical, entrega do "eu" e, com ela, da essência do homem a Deus. Esse êxodo do amor é o "êxtase" do homem para fora de si, no qual, colocado infinitamente acima de si, é, como que, despedaçado, muito além das suas aparentes possibilidades de distensão; na mesma medida, adoração (sacrifício) conota simultaneamente cruz, sofrimento em ser esfacelado, morte do grão de trigo, que, somente na morte pode frutificar. Mas assim também se torna claro que é secundário o elemento doloroso que flui de um elemento primeiro, anterior, somente dele recebendo o sentido. O princípio constitutivo do sacrifício não é a destruição, mas o amor. E somente na medida em que o amor rompe, abre, crucifica, rasga, estas actividades integram o sacrifício: como forma do amor num mundo marcado pela morte e pelo egoísmo.

Relativamente a este assunto existe um texto de Jean Daniélou, referente a outro problema, mas que me parece muito apto para aclarar mais o pensamento que aqui nos ocupa: "Entre o mundo pagão e o Deus trino existe uma única ligação, a saber, a cruz de Cristo. Se nos colocamos nesta terra de ninguém tentando reatar os laços entre o mundo pagão e o Deus trino, como ainda nos admiraríamos de somente poder fazê-lo na cruz de Cristo? Devemos tornar-nos semelhantes a essa cruz, levá-la em nós e, como diz S. Paulo a respeito do mensageiro da fé, "levar sempre no corpo os sofrimentos de Jesus" (2Cor 4,10). Essa dilaceração que é para nós a cruz, essa impossibilidade do coração de abrigar ao mesmo tempo o amor à SS. Trindade e o amor a um mundo alienado da trindade, eis em que consiste a agonia do Filho Unigénito, a cuja participação somos convidados. Ele, que carregou em si essa separação com o fim de eliminá-la e que a eliminou exclusivamente por havê-la levado em si anteriormente, ele envolve tudo de um extremo a outro. Sem abandonar o seio da Trindade, Cristo estende-se ao limite extremo da miséria humana, preenchendo todo o espaço. Esse estender-se de Cristo simbolizado pelas quatro direcções da cruz, é a misteriosa expressão da nossa própria dilaceração e torna-nos semelhantes a ele". Em última análise, a dor é resultado e expressão da dilaceração de Jesus Cristo, desde a sua existência em Deus até ao inferno do "Meu Deus, por que me abandonaste?" Quem tiver a existência assim distendida a ponto de encontrar-se simultaneamente mergulhado em Deus e abismado nas profundezas da criatura abandonada por Deus, deve, por assim dizer, esfacelar-se – este estará realmente "crucificado". Ora, esse dilaceração é idêntica ao amor: é sua realização até o fim (Jo 13,1) e expressão concreta da amplidão que o amor cria.

A partir deste ponto de vista poderia tornar-se claro o verdadeiro fundo de uma devoção à paixão, que tenha sentido, e tornar-se evidente como se entrosam devoção à paixão e espiritualidade apostólica. Poderia tornar-se evidente que o fervor apostólico, o serviço em prol do homem e do mundo se interpenetraram com o cerne da mística cristã e da devoção cristã à paixão. As duas coisas não se aniquilam mas uma vive no âmago da outra. Assim também deveria ter-se tornado claro que na cruz não se trata de alguma adição de sofrimentos físicos, como se o seu valor redentor consistisse na maior soma possível de torturas. Como poderia Deus alegrar-se com o sofrimento da sua criatura, ou até do seu Filho, ou mesmo ver ai a moeda com que se devesse comprar dele a reconciliacção? Bíblia e fé cristã estão muito distanciadas de tais ideias. Não é a dor como tal que conta, mas a vastidão do amor, desdobrando a existência de modo tal que une o distante e o próximo, pondo em contato com Deus o homem abandonado por Deus. Só o amor confere rumo e sentido ao sofrimento. Fosse outro o caso, e os algozes do Calvário teriam sido verdadeiros sacerdotes; e os que provocaram a dor teriam oferecido o sacrifício. Mas, como não dependia disto, mas daquele núcleo que o sustenta e realiza, não foram os carrascos e sim Jesus o sacerdote a unir em seu corpo os dois extremos separados do mundo (Ef 2,13 s).

E com isto respondemos substancialmente à pergunta da qual partimos: Não seria um conceito indigno de Deus representá-lo como um Deus a exigir a morte do Filho para aplacar a sua própria ira? A isto apenas se pode responder: De facto, não se pode pensar assim de Deus. Mas, uma tal ideia de Deus nada tem de comum com o conceito de Deus no Novo Testamento. Porquanto este trata exactamente de modo inverso, do Deus que, por si mesmo, queria ser, em Cristo, o ómega a última letra – do alfabecto da criação. Trata do Deus que é amor em acto, o puro "para" e que, por isto, penetra necessariamente no incógnito do último verme (Sl 22, 7). Trata do Deus que se identifica com a sua criatura, pondo no contineri a minimo, no ser apanhado e subjugado e envolvido pelo mínimo, aquela "super-abundância" que lhe confere credenciais de Deus.

A cruz é revelação. Não revela uma coisa qualquer, mas Deus e o homem. Descobre quem é Deus e como é o homem. Na filosofia grega existe um estranho pressentimento disto: a imagem do justo crucificado descrita por Platão. O grande filósofo pergunta qual seria a situação, neste mundo, de um homem totalmente justo. Chega ao resultado de que a justiça de um homem só se torna perfeita e comprovada, caso ele tome sobre si a aparência da injustiça, porque só então aparece que ele não segue a opinião dos homens, mas se coloca unicamente ao lado da justiça por ela própria. Portanto, de acordo com Platão, o justo autêntico há-de ser um incompreendido e perseguido; aliás, Platão não receia escrever: "Então hão-de dizer que o justo, nestas circunstâncias, será flagelado, torturado, amarrado, que os olhos lhe serão vazados a fogo e, finalmente, após todos estes maus tratos, será crucificado...". Este texto, escrito 400 anos antes de Cristo, sempre voltará a comover profundamente o cristão. Na seriedade da reflexão filosófica prevê-se que o justo perfeito no mundo deve ser o justo crucificado; pressentiu-se aí algo daquela revelação do homem que se realiza na cruz.

O justo perfeito, quando apareceu, tornou-se o crucificado, foi entregue à morte pela justiça; e isto diz-nos impiedosamente o que é o homem: És de tal modo, ó homem, que não podes suportar o justo, és de tal modo que o simplesmente amante se torna louco, espancado, rejeitado. Tu, como injusto, sempre precisas da injustiça do outro, para te sentires desculpado, não podendo, portanto, tirar proveito do justo que parece roubar-te essa desculpa. Eis o que és. João resumiu tudo isto no ecce homo! ("eis, isto é o homem!") de Pilatos, cujo sentido fundamental é: esta é a situação do homem. Este é o homem. A verdade do homem é sua ausência de verdade. O verso do salmista "todo homem é um mentiroso" (Sl 116 [115], 11) e vive alhures contra a verdade, já trai o que vem a ser o homem. A verdade do homem consiste em continuamente se chocar contra a verdade; o justo crucificado torna-se assim o espelho onde o homem se vê sem retoque. Mas, a cruz não revela o homem apenas, e sim também a Deus: eis quem é Deus, que se identifica com o homem até este abismo e que julga salvando. No abismo do fracasso humano descobre-se o abismo ainda mais inesgotável do amor divino. E assim a cruz realmente é o centro da revelação, de uma revelação que não comunica qualquer espécie de proposições, até então desconhecidas, mas que nos comunica e descobre a nós, revelando-nos perante Deus e revelando a Deus no nosso meio.

joseph ratzinger, Tübingen, verão de 1967.

(Revisão da versão portuguesa por ama)






Pequena agenda do cristão


DOMINGO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?



Doutrina – 172

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
SEGUNDA SECÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ
CAPÍTULO PRIMEIRO CREIO EM DEUS PAI

A queda

76. O que é o pecado original?

O pecado original, no qual todos os homens nascem, é o estado de privação da santidade e da justiça originais. É um pecado por nós «contraído» e não «cometido»; é uma condição de nascimento e não um acto pessoal. Por causa da unidade de origem de todos os homens, ele transmite-se aos descendentes de Adão com a natureza humana, «não por imitação mas por propagação». Esta transmissão permanece um mistério que não podemos compreender plenamente.

Evangelho e comentário


Tempo Comum

Evangelho: Lc 7, 36-50

36 Um dos fariseus pediu-Lhe que fosse comer com ele. Tendo entrado em casa do fariseu, pôs-Se à mesa. 37 Uma mulher, que era pecadora na cidade, quando soube que Ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um frasco de alabastro cheio de perfume. 38 Colocando-se a Seus pés, por detrás d'Ele, começou a banhar-Lhe os pés com as lágrimas, e enxugava-os com os cabelos da sua cabeça, beijava-os, e ungia-os com o perfume. 39 Vendo isto, o fariseu que O tinha convidado, disse consigo: «Se este fosse profeta, com certeza saberia de que espécie é a mulher que O toca: uma pecadora». 40 Jesus então tomou a palavra e disse-lhe: «Simão, tenho uma coisa a dizer-te». Ele disse: «Mestre, fala». 41 «Um credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos denários, o outro cinquenta. 42 Não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos. Qual deles, pois, o amará mais?». 43 Simão respondeu: «Creio que aquele a quem perdoou mais». Jesus disse-lhe: «Julgaste bem». 44 Em seguida, voltando-Se para a mulher, disse a Simão: «Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não Me deste água para os pés; ela com as suas lágrimas banhou os Meus pés, e enxugou-os com os seus cabelos. 45 Não Me deste o ósculo; porém ela, desde que entrou, não cessou de beijar os Meus pés. 46 Não ungiste a Minha cabeça com óleo, porém esta ungiu com perfume os Meus pés. 47 Pelo que te digo: São-lhe perdoados os seus muitos pecados porque muito amou. Mas, aquele a quem menos se perdoa, menos ama».48 Depois disse à mulher: «São-te perdoados os pecados». 49 Os convidados começaram a dizer entre si: «Quem é Este que até perdoa pecados?». 50 Mas Jesus disse à mulher: «A tua fé te salvou; vai em paz!».

Comentário:

Quanto possamos fazer para honrar e louvar o Senhor ficará sempre muito aquém do que deveríamos.

Ele que é digno de todo o louvor não fica nunca indiferente às nossas acções concretas e sentidas de filhos gratos e desejosos de agradar ao seu Pai.

(ama, comentário sobre Lc 7, 36-50, Garrão, 2015.09.17)




É tempo de esperança, e eu vivo desse tesouro

‘É tempo de esperança, e eu vivo desse tesouro. Não é uma frase, Padre; é uma realidade’, dizes-me. Então... o mundo inteiro, todos os valores humanos que te atraem com uma força enorme (amizade, arte, ciência, filosofia, teologia, desporto, natureza, cultura, almas...), tudo isso, deposita-o na esperança – na esperança de Cristo. (Sulco, 293)

Onde quer que nos encontremos, esta é a exortação do Senhor: vigiai! Em face deste apelo de Deus, alimentemos nas nossas consciências os desejos esperançosos de santidade, com obras. Dá-me, meu filho, o teu coração, sugere-nos o senhor ao ouvido. Deixa-te de construir castelos com a fantasia, decide-te a abrir a tua alma a Deus, pois exclusivamente no Senhor acharás o fundamento real para a tua esperança e para fazer o bem aos outros. Quando não lutamos connosco mesmos, quando não rechaçamos terminantemente os inimigos que estão dentro da cidadela interior – o orgulho, a inveja, a concupiscência da carne e dos olhos, a auto-suficiência, a tresloucada avidez da libertinagem – quando não existe essa peleja interior, os mais nobres ideais definham como a flor do feno; ao romper o sol ardente, a erva seca, a flor cai e acaba a sua vistosa formosura. Depois, pela menor fenda brotarão o desalento e a tristeza, como plantas daninhas e invasoras.

Jesus não se conforma com um assentimento titubeante. Pretende, tem direito a que caminhemos com inteireza, sem concessões às dificuldades. Exige passos firmes concretos; pois, de ordinário, os propósitos gerais servem para pouco. Os propósitos pouco delineados parecem-me entusiasmos falazes que intentam calar as chamadas divinas percebidas pelo coração; fogos-fátuos, que não queimam nem dão calor e que desaparecem com a mesma fugacidade com que surgiram.


Por isso, convencer-me-ei de que as tuas intenções de alcançar a meta são sinceras, se te vir caminhar com determinação. Faz o bem, revendo as tuas atitudes habituais quanto à ocupação de cada instante; pratica a justiça, precisamente nos ambientes que frequentas, ainda que a fadiga te vença; fomenta a felicidade dos que te rodeiam, servindo os outros com alegria no lugar do teu trabalho, com esforço para o acabar com a maior perfeição possível, com a tua compreensão, com o teu sorriso, com a tua atitude cristã. E tudo por Deus, com o pensamento na sua glória, com o olhar no alto, anelando a Pátria definitiva, pois só esse fim vale a pena. (Amigos de Deus, 211)