Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
09/03/2019
Reflectindo
Grandes problemas – Grandes soluções
No
dia-a-dia aparecem-nos – não poucas vezes – problemas e questões de difícil solução
ou que pelo menos, não descortinamos como proceder.
E
damos voltas e mais voltas ao assunto, pomos hipóteses, arquitectamos esquemas
que nos permitam resolver a coisa.
Vamos,
sucessivamente, abandonando as hipóteses porque não são – talvez longe disso –
a solução.
E,
inspirados - obviamente – resolvemos por o assunto, por inteiro tal qual é, nas
mãos do nosso Anjo da Guarda.
Ficamos
– digo-o por mim – com a situação resolvida!
O
que temos de dar?
Nada
mais que a nossa disponibilidade confiança absolutas.
(AMA,
reflexões, Dez 2018)
Reflexões ao Sábado
Mãe
de Jesus!
Quando me dou conta –
verdadeiramente – da extraordinária grandeza desta Senhora fico abismado sem
palavras nem – quase – reacção.
Como pode ser que uma
jovem tenha tido tal incumbência, eu diria crucial – na história da humanidade!
Uma jovem simples,
modesta, desconhecida que, por Vontade Soberana de Deus foi escolhida num tempo
e numas circunstâncias que só Ele sabe porquê.
E, no entanto, com todo o
Seu Poder Absoluto respeita a vontade, o querer da jovem esperando o seu
“FIAT”.
Admirável criatura!
Que beleza tão
extraordinária quanto mais rodeada de simplicidade!
(AMA,
reflexões, Dez 2018)
Formação humana e cristã – 131
Quando falei
sobre meditação está implícita a oração, já que meditar é orar.
Mas não de
trata apenas de meditar, mas de rezar com perseverança e assiduidade.
Perseverança
porque por vezes somos levados a "deixar para mais tarde" os minutos
de oração que tínhamos previsto - daqui a importância de ter um calendário bem
ordenado - e sem nenhuma razão importante podemos perder esse ensejo.
Assiduidade porque não rezemos "de vez em quando", mas regularmente, diariamente, várias vezes por dia.
A oração ocorre com facilidade nos momentos difíceis, de aflição, precisamos de ajuda e então rezamos.
Mas quando tudo
corre bem devemos rezar também porque Deus não está à nossa espera apenas
quando dele necessitamos - e necessitamos sempre - mas também quando estamos
felizes que é exactamente o que o Senhor mais deseja: a felicidade dos Seus
filhos.
Mas há de facto
um perigo que é fundamental evitar: a rotina!
Tal ocorre muitas vezes quando nos socorremos de ajudas, orações escritas por nós próprios e que habitualmente usamos.
É muito bom que
assim seja, mas de facto na ausência dessas ajudas podemos ficar como que
paralisados sem saber o que dizer.
Ora bem,
tenhamos presente que o Senhor não precisa que Lhe digamos nada mas com um
simples elevar de coração Lhe digamos com simplicidade o que nos vai dentro.
(cont)
AMA, reflexões
Evangelho e comentário
TEMPO DE CINZAS
Evangelho: Lc 5, 27-32
27 Depois disto,
Jesus saiu e viu um cobrador de impostos, chamado Levi, sentado no posto de
cobrança. Disse-lhe: «Segue-me.» 28 E ele, deixando tudo, levantou-se e seguiu-o.
29 Levi ofereceu-lhe, em sua casa, um grande banquete; e encontravam-se com
eles, à mesa, grande número de cobradores de impostos e de outras pessoas. 30 Os
fariseus e os doutores da Lei murmuravam, dizendo aos discípulos: «Porque
comeis e bebeis com os cobradores de impostos e com os pecadores?» 31 Jesus
tomou a palavra e disse-lhes: «Não são os que têm saúde que precisam de médico,
mas os que estão doentes. 32 Não foram os justos que Eu vim chamar ao arrependimento,
mas os pecadores.»
Comentário:
Já
estamos como que habituados ao chamamento de Jesus Cristo mas, nem por isso
deixa de nos impressionar a simplicidade do desafio: «Segue-me»
Claro
que não conhecemos a entoação ou enfâse com que o Senhor diria este «Segue-me» mas, a verdade, é que é
convidado aceitas sem mais o convite deixando umas redes de pesca, um posto de
cobrança de impostos, o que for.
Pensemos
um pouco se, acaso, este «Segue-me»
nos fosse dirigido a nós; o que faríamos?
(AMA,
comentário sobre Lc 5, 27-32. 12.12.2018)
Vazio de todo o meu eu, enche-o de Ti
Pede ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, e à tua Mãe, que te
façam conhecer-te e chorar por esse montão de coisas sujas que passaram por ti,
deixando – ai! – tanto depósito... E ao mesmo tempo, sem quereres afastar-te
dessa consideração, diz-lhe: – Dá-me, Jesus, um Amor como fogueira de
purificação, onde a minha pobre carne, o meu pobre coração, a minha pobre alma,
o meu pobre corpo se consumam, limpando-se de todas as misérias terrenas... E,
já vazio de todo o meu eu, enche-o de Ti: que não...
...e apegue a nada daqui de baixo; que sempre me sustente o Amor. (Forja, 41)
É a hora de clamar: lembra-Te das promessas que me fizeste, para
me encher de esperança; isto consola-me no meu nada e enche o meu viver de
fortaleza. Nosso Senhor quer que contemos com Ele para tudo: vemos com
evidência que sem Ele nada podemos e que com Ele podemos tudo. E confirma-se a
nossa decisão de andar sempre na Sua presença.
Com a claridade de Deus no entendimento, que parece inactivo,
torna-se-nos indubitável que, se o Criador cuida de todos – mesmo dos inimigos
–, quanto mais cuidará dos amigos! Convencemo-nos que não há mal nem
contradição que não venham por bem: assim assentam com mais firmeza, no nosso
espírito, a alegria e a paz que nenhum motivo humano poderá arrancar-nos,
porque estas visitas deixam sempre em nós algo de Seu, algo divino. Louvaremos
o Senhor Nosso Deus que efectuou em nós coisas admiráveis e compreenderemos que
fomos criados com capacidade de possuir um tesouro infinito.
Tínhamos começado com orações vocais, simples, encantadoras, que
aprendemos na nossa meninice e que gostaríamos de não perder jamais. A oração,
que começou com essa ingenuidade pueril, desenvolve-se agora em caudal largo,
manso e seguro, porque acompanha a nossa amizade com Aquele que afirmou: Eu sou
o caminho. Se amarmos Cristo assim, se com divino atrevimento nos refugiarmos
na abertura que a lança deixou no Seu peito, cumprir-se-á a promessa do Mestre:
qualquer que me ame observará a minha doutrina e meu Pai o amará e viremos a
ele e nele faremos morada. (Amigos
de Deus, nn. 305–306)
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.
A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.
Lembrar-me:
Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.
Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
Leitura espiritual
EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL
AMORIS LÆTITIA
DO SANTO PADRE FRANCISCO
AOS BISPOS AOS PRESBÍTEROS E AOS DIÁCONOS
ÀS PESSOAS CONSAGRADAS AOS ESPOSOS CRISTÃOS E A TODOS OS FIÉIS LEIGOS SOBRE O AMOR NA FAMÍLIA
CAPÍTULO II
A REALIDADE E OS DESAFIOS DAS
FAMÍLIAS.
Alguns desafios
54.
Neste relance sobre a realidade, desejo salientar que, apesar das melhorias
notáveis registadas no reconhecimento dos direitos da mulher e na sua
participação no espaço público, ainda há muito que avançar nalguns países. Não
se acabou ainda de erradicar costumes inaceitáveis; destaco a violência
vergonhosa que, às vezes, se exerce sobre as mulheres, os maus-tratos
familiares e várias formas de escravidão, que não constituem um sinal de força
masculina, mas uma covarde degradação. A violência verbal, física e sexual,
perpetrada contra as mulheres nalguns casais, contradiz a própria natureza da
união conjugal. Penso na grave mutilação genital da mulher nalgumas culturas,
mas também na desigualdade de acesso a postos de trabalho dignos e aos lugares
onde as decisões são tomadas. A história carrega os vestígios dos excessos das
culturas patriarcais, onde a mulher era considerada um ser de segunda classe,
mas recordemos também o «aluguer de
ventres» ou «a instrumentalização e comercialização do corpo feminino na
cultura mediática contemporânea».[i] Alguns consideram que muitos dos problemas actuais
ocorreram a partir da emancipação da mulher. Mas este argumento não é válido, «é falso, não é verdade! Trata-se de uma
forma de machismo».
43
A idêntica dignidade entre o homem e a mulher impele a alegrar-nos com a
superação de velhas formas de discriminação e o desenvolvimento dum estilo de
reciprocidade dentro das famílias. Se aparecem formas de feminismo que não
podemos considerar adequadas, de igual modo admiramos a obra do Espírito no
reconhecimento mais claro da dignidade da mulher e dos seus direitos.
55.
O homem «desempenha um papel igualmente
decisivo na vida da família, especialmente na protecção e sustentamento da
esposa e dos filhos. (...) Muitos homens estão conscientes da importância do
seu papel na família e vivem-no com as qualidades peculiares da índole
masculina. A ausência do pai penaliza gravemente a vida familiar, a educação
dos filhos e a sua integração na sociedade. Tal ausência pode ser física,
afectiva, cognitiva e espiritual. Esta carência priva os filhos dum modelo
adequado do comportamento paterno».[ii],[iii] Outro desafio surge de várias formas duma ideologia
genericamente chamada gender, que «nega a diferença e a reciprocidade natural
de homem e mulher. Prevê uma sociedade sem diferenças de sexo, e esvazia a base
antropológica da família. Esta ideologia leva a projectos educativos e
directrizes legislativas que promovem uma identidade pessoal e uma intimidade
afectiva radicalmente desvinculadas da diversidade biológica entre homem e
mulher. A identidade humana é determinada por uma opção individualista, que
também muda com o tempo». [iv] Preocupa o facto de algumas ideologias deste tipo, que
pretendem dar resposta a certas aspirações por vezes compreensíveis, procurarem
impor-se como pensamento único que determina até mesmo a educação das crianças.
É preciso não esquecer que «sexo
biológico (sex) e função sociocultural do sexo (gender) podem-se distinguir,
mas não separar».[v] Por outro lado, «a
revolução biotecnológica no campo da procriação humana introduziu a possibilidade
de manipular o acto generativo, tornando-o independente da relação sexual entre
homem e mulher. Assim, a vida humana bem como a paternidade e a maternidade
tornaram-se realidades componíveis e decomponíveis, sujeitas de modo
prevalecente aos desejos dos indivíduos ou dos casais».[vi] Uma coisa é compreender a fragilidade humana ou a
complexidade da vida, e outra é aceitar ideologias que pretendem dividir em
dois os aspectos inseparáveis da realidade. Não caiamos no pecado de pretender
substituir-nos ao Criador. Somos criaturas, não somos omnipotentes. A criação
precede-nos e deve ser recebida como um dom. Ao mesmo tempo somos chamados a
guardar a nossa humanidade, e isto significa, antes de tudo, aceitá-la e respeitá-la
como ela foi criada.
57.
Dou graças a Deus porque muitas famílias, que estão bem longe de se
considerarem perfeitas, vivem no amor, realizam a sua vocação e continuam para
diante embora caiam muitas vezes ao longo do caminho. Partindo das reflexões
sinodais, não se chega a um estereótipo da família ideal, mas um interpelante
mosaico formado por muitas realidades diferentes, cheias de alegrias, dramas e
sonhos. As realidades que nos preocupam, são desafios. Não caiamos na armadilha
de nos consumirmos em lamentações auto-defensivas, em vez de suscitar uma
criatividade missionária. Em todas as situações, «a Igreja sente a necessidade
de dizer uma palavra de verdade e de esperança. (...) Os grandes valores do
matrimónio e da família cristã correspondem à busca que atravessa a existência humana
[vii]». Se constatamos muitas dificuldades, estas são – como
disseram os bispos da Colômbia – um apelo para «libertar em nós as energias da
esperança, traduzindo-as em sonhos proféticos, acções transformadoras e imaginação
da caridade.[viii]
CAPÍTULO III
O OLHAR FIXO EM JESUS: A VOCAÇÃO DA
FAMÍLIA
58.
Diante das famílias e no meio delas, deve ressoar sempre de novo o primeiro
anúncio, que é o «mais belo, mais
importante, mais atraente e, ao mesmo tempo, mais necessário [ix] e «deve ocupar o centro da actividade evangelizadora».
[x] É o
anúncio principal, «aquele que sempre se
tem de voltar a ouvir de diferentes maneiras e aquele que sempre se tem de
voltar a anunciar, duma forma ou doutra».[xi] Porque «nada há
de mais sólido, mais profundo, mais seguro, mais consistente e mais sábio que
esse anúncio» e «toda a formação cristã é, primariamente, o aprofundamento do
querigma».[xii]
O
nosso ensinamento sobre o matrimónio e a família não pode deixar de se inspirar
e transfigurar à luz deste anúncio de amor e ternura, se não quiser tornar-se
mera defesa duma doutrina fria e sem vida. Com efeito, o próprio mistério da
família cristã só se pode compreender plenamente à luz do amor infinito do Pai,
que se manifestou em Cristo entregue até ao fim e vivo entre nós. Por isso, quero
contemplar Cristo vivo que está presente em tantas histórias de amor e invocar
o fogo do Espírito sobre todas as famílias do mundo. Dentro deste quadro, o
presente capítulo recolhe uma síntese da doutrina da Igreja sobre o matrimónio
e a família. Também aqui citarei várias contribuições prestadas pelos Padres
sinodais nas suas considerações acerca da luz que a fé nos oferece. Eles
partiram do olhar de Jesus, dizendo que Ele «olhou para as mulheres e os homens que encontrou com amor e ternura,
acompanhando os seus passos com verdade, paciência e misericórdia, ao anunciar
as exigências do Reino de Deus». De igual modo nos acompanha, hoje, o
Senhor no nosso compromisso de viver e transmitir o Evangelho da família. Jesus
recupera e realiza plenamente o projecto divino. Contrariamente àqueles que
proibiam o matrimónio, o Novo Testamento ensina que «tudo o que Deus criou é bom e nada deve ser rejeitado».[xiii] O matrimónio é um «dom» do Senhor[xiv]. Ao mesmo tempo que se dá esta avaliação positiva,
acentua-se fortemente a obrigação de cuidar deste dom divino: «Seja[xv] o matrimónio
honrado por todos e imaculado o leito conjugal»[xvi]. Este dom de Deus inclui a sexualidade: «Não vos recuseis um ao outro».[xvii]
(cont)
(revisão
da versão portuguesa por AMA)
[i] Francisco, Catequese
(22 de Abril de 2015): L’Osservatore Romano (ed. semanal portuguesa de
23/IV/2015), 16.
[ii] Idem, Catequese (29
de Abril de 2015): L’Osservatore Romano (ed. semanal portuguesa de 30/IV/2015),
16.
[viii] Conferência
Episcopal da Colômbia, A tiempos difíciles, colombianos nuevos (13 de Fevereiro
de 2003), 3.
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