A recta intenção.
A quem podem
interessar as boas obras que fazemos?
Em primeiro lugar, a
Deus Nosso Senhor que, de facto, não espera outra coisa de nós para nos dar o
justo prémio. E, depois, aos outros para que lhes sirvam de exemplo. Qual será
a nossa escolha? Na verdade, devemos escolher as duas porque se precisamos de
agradar a Deus também é nosso dever dar bom exemplo. O que interessa é a
intenção: obter um prémio divino ou uma consolação terrena?
Este tema abordado
por Jesus Cristo é de enorme importância como regra de conduta para todos os
cristãos. As nossas boas obras devem ter como primeiro objectivo agradar a
Deus, mas, têm de ser exemplo para os outros. A naturalidade e contenção com
que as praticamos deverão, por isso mesmo, estar em evidência de tal forma que
outros sejam levados a imitar-nos.
Na sequência do discurso anterior - «ser
sal da terra e luz do mundo»
- Jesus vem, de certo modo completar o que disse. Não há, nem podia haver,
nenhuma contradição, tão só uma vigorosa chamada de atenção para o são critério
e rectidão de intenção dos nossos actos. Ser visto pelos outros como exemplo a
seguir é muito diferente que desejar ser visto pelos outros para ser admirado e
louvado. Nunca
será demais lembrarmos que e o que fazemos tem como que dois “espectadores: Os
homens: nossos iguais, e Deus Nosso Senhor e Criador. Sendo assim, a quem
pretendemos agradar com os nossos actos? Quem procuramos que nos aceite o que
fazemos como algo válido e com recta intenção? Parece que a resposta é simples:
o “espectador” que nos interessa é Deus Nosso Senhor porque só dEle virá o
prémio que pode servir para a nossa salvação. Dos homens, podemos, talvez,
esperar admiração, mas isso… de que nos servirá?
A hipocrisia é um defeito terrível que Jesus Cristo veementemente condena
como com frequência os Evangelhos referem. Pretender que nos tomem por alguém
que não somos, aparentar virtudes que não possuímos, dizer que não sabemos o
que realmente conhecemos… enfim, deturpar, enganar, fingir são próprios de alguém
detestável em quem não se pode confiar o que for. Amiúde somos levados a julgar, ou pelo
menos, avaliar, as atitudes e comportamentos dos outros. Seria muito útil para
nós pensar que esses outros terão a mesma atitude connosco e tal deveria levar-nos
a uma conduta irrepreensível. O são critério deve estar sempre presente quando se
trata de falar de Deus aos outros. É contraproducente falar de Deus e de coisas
santas - «as vossas pérolas» - a pessoas que ou não sabem ou não têm
qualquer interesse em saber e, nalguns casos – bastantes infelizmente – as
perguntas que possam fazer têm como intenção encontrar argumentos de discussão
e desafio. Porque que, se de facto quer ouvir para entender e saber deve estar
disposto desde logo a assumir as dificuldades, obstáculos e eventuais renúncias
que o seguimento de Cristo implica.
Transportar a cruz de
cada dia será sempre difícil pela «porta estreita» por isso mesmo muitos
preferem usar o caminho largo e fácil onde não são necessários nem esforços ou
sacrifícios.
A prudência é uma
virtude que devemos pedir com insistência sobretudo quando se trata de
responder a questões que, de algum modo, tenham a ver com a nossa Santa
Religião Cristã. Já referimos algumas vezes que nem todas as perguntas merecem
resposta porque feitas com espírito malévolo e intencionalmente crítico. Ser
prudentes no que dizemos e também no que escrevemos e, em caso de dúvida, pedir
conselho. Sim, algumas vezes o que escrevemos pode ou não ser adequado ou pela
forma poderá ser deficientemente interpretado. Nós, cristãos, não somos mestres em coisa
nenhuma, «um só é o Nosso Mestre» como
bem frisou Jesus Cristo. Faz parte da
condição humana o exercer quase que de forma automática pensamentos, obras e
opiniões sobre os outros que se cruzam na nossa vida. Nem sempre,
evidentemente, sob o aspecto da crítica e reprovação, também o fazemos para
louvar e de alguma forma sublinhar algo que achamos bem e até invejamos. Pois
seja qual for a intenção devemos abster-nos porque em caso algum fomos
constituídos juízes..
A hipocrisia merece
de Jesus Cristo veemente repúdio e, os Evangelhos, relatam várias ocasiões em
que esse repúdio constitui uma acusação claríssima. De facto, o hipócrita age
como um actor, fingindo o que não é, oferecendo o que não tem, aconselhando o
que não pratica. A hipocrisia pode espalhar-se como uma praga sobretudo quando
se quer alguma coisa ou atingir um fim seja de que maneira for. Ninguém pode
dar o que não tem ou aconselhar o que não sabe. Ser verdadeiro e honesto quer
no procedimento quer nas intenções é o que deve caracterizar o cristão. Este,
além de merecer crédito no que diz, tem de convencer pelo exemplo do que faz.
Solidez da Fé
Temos de encarar -
seriamente - a solidez da nossa fé.
Acreditamos porque é
nossa convicção, séria, intelectualmente honesta, ou "porque sim", é
tradição de família, algo que consideramos desde crianças? Não há alternativa:
ou se verifica a primeira ou, então, a fé que julgamos ter não resistirá aos
embates e vicissitudes que a vida nos trará. Pedir, pedir... parece ser esta a
atitude da criatura em relação ao seu Criador. E não é nem demais nem ousadia
porque foi O próprio Jesus Cristo Quem nos instruiu para que o fizéssemos e,
mais, pedíssemos perseverantemente, sem descanso. De que precisamos? De tudo, absolutamente
porque por nós mesmos não podemos nada. Não tenhamos medo de pedir ou receio de
pedirmos demais. O Senhor sabe muito bem o que realmente nos faz falta e, na
Sua Infinita Sabedoria nos dará o que entender que realmente precisamos.
Por vezes na nossa
vida surgem momentos em que as palavras de Jesus Cristo nos levantam algumas
dúvidas.
Com efeito aquilo que
vimos pedindo há tanto tempo parece não ser atendido como se o Senhor estivesse
desinteressado. Pensemos bem: será que na verdade não nos concede o que
pedimos? Talvez o faça de outra forma e não exactamente como pedimos como, por
exemplo, a cura de uma doença persistente que nos aflige. Podemos, é verdade,
continuar na mesma situação e essa cura não surgir, mas, consideremos, se não
recebemos graça para suportar a doença, se os méritos que possamos obter com o
nosso sofrimento não serão “aplicados” onde ou em quem esteja mais necessitado,
se, no fim e ao cabo, a nossa doença não é caminho da nossa salvação?
Construir, construir…
É a tarefa de todos os homens que foi dada pelo Criador.
O quê e como? Pois, com critério e empenho para que a construção seja não
só estável como duradoura. É verdade, estamos de passagem, mas as nossas obras
ficarão como testemunho dessa passagem. O Senhor contemplará o que construirmos
e, se achar digno, habitará na nossa morada.
Guardar a fé como um Tesouro, Pérolas Preciosas, é um dever de qualquer
cristão, como guardião fiel e Depósito Seguro das verdades reveladas por Cristo
Nosso Senhor. A nossa Santa religião
tem de ser preservada dos que a combatem usando por vezes as próprias fraquezas
dos que deviam protegê-la e actuando, por isso mesmo, com eficácia. Tenhamos a
coragem e desassombro necessários para mantermos com firmeza as nossas
convicções alicerçadas nas verdades da nossa Santa Fé. O poder da Fé converte
quem a possui em alguém indestrutível, como que imune às vicissitudes e perigos
que podem deparar-se nesta vida. Com a confiança em Deus que a Fé consolida, o
homem nunca será vencido no seu caminhar para Deus. Passamos pela vida
curta ou longa em permanente actividade de construtores. Fazemos pontes entre
uns e outros tentando unir o que por qualquer motivo se separou, pomos de pé
leis e regras para reger a sociedade; fazemos o que muitos recusam por apatia
vergonha ou outro motivo qualquer e sobretudo construímos passo a passo uma
vida que desejamos exemplar não nos poupando a esforços ou por vezes
sacrifícios. Bom... tudo isto é, deve
ser o ideal da vida de um cristão. Mas se não nos apoiarmos na oração constante
e perseverante tudo isso carecerá da solidez indispensável para resistir aos
vendavais e tormentas que constantemente o demónio levanta contra nós. O poder da Fé converte quem a possui em alguém indestrutível, como que
imune às vicissitudes e perigos que podem deparar-se nesta vida. Com a
confiança em Deus que a Fé consolida, o homem nunca será vencido no seu
caminhar para Deus. Com a sua vida bem assente nas bases da verdadeira fé, pode
estar seguro que cumpre o necessário para alcançar a vida eterna, ou seja, como
o Senhor afirma: «entrará no Reino do
Céu, (…) aquele que faz a vontade de meu Pai que está no Céu».
Links
sugeridos:
Evangelho/Biblia
Santa Sé