Na verdade o que falta em grande medida à sociedade é critério. ([i])
Se por critério entendemos, na filosofia, como uma regra que permite a fundamentação racional de uma escolha, decisão, deliberação, crença ou afirmação já vemos a grande carência desta regra na sociedade actual.
Ter um fundamento racional sólido para o que se faz, pensa ou diz, parece não ser importante para muitas pessoas que se comportam como simples reactores a estímulos ou oportunidades que a vida lhes vai proporcionando, sem nenhuma preocupação de – pelo menos tentar – saber se a acção que se propõem levar a cabo tem licitude, razão de ser e, sobretudo, se é a melhor em cada caso.
Afirmava, com actualidade impressionante, um conhecido autor e guia espiritual:
“O critério implica maturidade, firmeza de convicções, conhecimento suficiente da doutrina, delicadeza de espírito, educação da vontade.” (…) são necessárias (…) “criaturas carecidas de juízo próprio, que não se limitam a executar materialmente o que outrem lhe disse.” ([ii])
Evidentemente que, o critério, só pode ser emergente de uma educação com princípios sólidos e bem alicerçados em que, como já vimos, a formação do individuo foi progressivamente acompanhada por pessoas capazes – no seio da família ou na escola – dando as bases e os princípios pelos quais se deve reger qualquer membro activo da sociedade.
E como, voltamos a afirmar, ninguém pode dar o que não tem, é impossível pedir a quem não recebeu essa formação que actue de forma correctamente coerente.
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[ii] S. josemaria escrivá, Questões actuais do Cristianismo, 93