Quinta-Feira
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito: Participar na Santa Missa.
Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria,
confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei
esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me
fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou
digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me
dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens,
Senhor. Convidaste-me e eu vim.
Lembrar-me: Comunhões espirituais.
Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.
Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?
LEITURA ESPIRITUAL
Lc I, 1-20
Prólogo
1 Visto que muitos
empreenderam compor uma narração dos factos que entre nós se consumaram, 2 como
no-los transmitiram os que desde o princípio foram testemunhas oculares e se
tornaram "Servidores da Palavra", 3 resolvi eu também, depois de tudo
ter investigado cuidadosamente desde a origem, expô-los a ti por escrito e pela
sua ordem, caríssimo Teófilo, 4 a fim de reconheceres a solidez da doutrina em
que foste instruído.
Promessa e
concepção do Percursor
5 No tempo de Herodes, rei
da Judeia, havia um sacerdote chamado Zacarias, da classe de Abias, cuja esposa
era da descendência de Aarão e se chamava Isabel. 6 Ambos eram justos diante de
Deus, cumprindo irrepreensivelmente todos os mandamentos e preceitos do Senhor.
7 Não tinham filhos, pois Isabel era estéril, e os dois eram de idade avançada.
8 Ora, estando Zacarias no exercício das funções sacerdotais diante de Deus, na
ordem da sua classe, 9 coube-lhe, segundo o costume sacerdotal, entrar no
santuário do Senhor para queimar o incenso. 10 Todo o povo estava da parte de
fora em oração, à hora do incenso. 11 Então, apareceu-lhe o anjo do Senhor, de
pé, à direita do altar do incenso. 12 Ao vê-lo, Zacarias ficou perturbado e
encheu-se de temor. 13 Mas o anjo disse-lhe: «Não temas, Zacarias: a tua
súplica foi atendida. Isabel, tua esposa, vai dar-te um filho e tu vais
chamar-lhe João. 14 Será para ti motivo de regozijo e de júbilo, e muitos se
alegrarão com o seu nascimento. 15 Pois ele será grande diante do Senhor e não
beberá vinho nem bebida alcoólica; será cheio do Espírito Santo já desde o
ventre da sua mãe 16 e reconduzirá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu
Deus. 17 Irá à frente, diante do Senhor, com o espírito e o poder de Elias,
para fazer voltar os corações dos pais a seus filhos e os rebeldes à sabedoria
dos justos, a fim de proporcionar ao Senhor um povo com boas disposições.» 18 Zacarias
disse ao anjo: «Como hei-de verificar isso, se estou velho e a minha esposa é
de idade avançada?» 19 O anjo respondeu: «Eu sou Gabriel, aquele que está
diante de Deus, e fui enviado para te falar e anunciar esta Boa-Nova. 20 Vais
ficar mudo, sem poder falar, até ao dia em que tudo isto acontecer, por não
teres acreditado nas minhas palavras, que se cumprirão na altura própria.»
Comentário
No
início da história da salvação da humanidade os Santos Anjos têm três missões
de suma importância: Revelar a José a maternidade de Maria; Anunciar a Zacarias
o nascimento de João Baptista e, finalmente, o anúncio à Santíssima Virgem que
iria ser Mãe do Salvador. O primeiro não faz qualquer pergunta depois do sonho
em que o Anjo lhe transmitiu a vontade de Deus. Faz imediatamente como lhe é
ordenado. O segundo faz perguntas, fica surpreendido, não tem a certeza se deve
ou não acreditar. O terceiro anúncio também provoca perguntas naturais, simples
que, uma vez esclarecidas resolvem qualquer hesitação. De certo modo fica bem
claro que os corações puros e as almas simples – que não quer dizer ingénuas –
estão predispostos a receber e aceitar o que Deus manda.
Não
podemos comparar as duas “anunciações”: a Nossa Senhora e a Zacarias. Ambas
contêm notícias de suma importância enviadas por Deus por meio dos Seus Anjos
mas, as pessoas que as recebem são diferentes. A Santíssima Virgem está
admirada e surpreendida e, por isso, faz uma pergunta. A resposta é concludente
para ela porque sabe muito bem o que consta nas Escrituras. Por isso,
humildemente, se declara a “escrava do Senhor” e se dispõe a aceitar sem mais o
que lhe é anunciado. Zacarias não tem – não pode ter – a mesma candura e pureza
de coração da Virgem Maria e por isso “se fica” num abismo de incredulidade
talvez por não se considerar digno de tal anúncio que lhe é feito. Os Santos
Anjos são muitas vezes encarregados por Deus de fazer chegar às criaturas os
desígnios da Sua Vontade. Nomeadamente os da guarda de cada um com insinuações
inspiradas e simples. Nós não temos que pôr à prova coisa nenhuma, sabemos com
segurança que estes excelentes seres têm por missão proteger-nos, guiar-nos e
assistir-nos.
Quem é esta «escrava do Senhor»? Nada
menos que a verdadeira Mãe de Deus! À maior dignidade corresponde a maior
humildade! Como se pode entender tal coisa? Temos de fazer um verdadeiro
esforço para tentar compreender em toda a sua magnitude esta extraordinária
verdade e, mesmo assim, ficaremos sempre muito longe. É que a humildade da
Santíssima Virgem não colide com a sua magnífica maternidade, bem ao contrário,
quanto mais humilde mais próximo de Deus e, portanto, à maior proximidade - que
a maternidade implica - corresponderá a mais absoluta humildade. Porque «achou
graça diante de Deus» a humilde virgem foi elevada à mais alta posição de
mulher!
Com
este acontecimento extraordinário, que São Lucas relata-nos com os detalhes que
deverá ter ouvido da própria Santíssima Virgem, começa, verdadeiramente, a
História da Salvação da Humanidade. Sentimos um misterioso clima de grandiosa
simplicidade – se assim se pode dizer – em que se envolvem uma jovem rapariga e
um Enviado de Deus, num diálogo intenso, de perguntas e respostas, de
estranheza e segurança, de incompreensão e acatamento. Nada falta! Tudo é
completo, grandioso e simples ao mesmo tempo como é sempre o momento em que a
Vontade de Deus é aceite e, naturalmente, se cumpre. Virgem e Mãe! Mãe sempre
Virgem! A Nossa Senhora! A nossa Mãe! «Dum
steteris in conspecto Domine, loquaris pro nobis bona!» [i]
Como num filme cujo realizador é o próprio Deus
Todo Poderoso, uma novel actriz
desempenha um papel inesquecível! A cena é entranhável de simplicidade
grandiosa e de extraordinária dignidade. O que é dito pelos intervenientes é o
essencial, o que verdadeiramente importa para a esta primeira cena do filme da
Salvação humana.
Este é um trecho do Evangelho escrito por
São Lucas que sabemos – todos os cristãos – praticamente de cor. E é bom que
assim seja porque se trata do relato do maior e mais importante acontecimento
para a humanidade. Deus, Nosso Senhor, resolve que é chegado o momento de
cumprir o prometido e dar início à salvação dos Seus filhos, os homens e, de
maneira completa e definitiva, como que pôr um “ponto final” nas relações
perturbadas pelo pecado dos nossos primeiros Pais. Aquela que, desde o
princípio dos tempos, determinara que seria a Mãe do Salvador está disposta e
disponível para aceitar a Sua Vontade com a simples humildade de uma escrava
que não tem outra vontade que a do seu Senhor. O diálogo breve e intenso
travado entre o Seu mensageiro e a Virgem é profunda e totalmente esclarecedor,
nada fica por dizer, nenhuma dúvida por colocar. Este é o início da “nossa
história” de filhos de Deus; gravemo-la de forma indelével no nosso coração
considerando a grandeza e honra que, sem qualquer mérito da nossa parte, nos
foram concedidas.
O maior acontecimento da história humana
parece - narrado pelo génio literário de São Lucas -, uma história simples
desprovida de qualquer grandiosidade. E, de facto, assim é. Deus Nosso Senhor
é, Ele próprio, a simplicidade e a Santíssima Virgem não é mais que uma jovem e
simples rapariga da Galileia. Nós, homens, apreciamos os discursos elaborados,
a oratória grandiloquente sem as quais os acontecimentos não ganham relevância.
Perdemo-nos nas palavras e esquecemos a substância. Não nos esqueçamos nunca de
agradecer ao Senhor todas as maravilhas que Ele operou.
Santa Marta, Santa
Maria e São Lázaro
SACRAMENTOS
Confissão
Sacramental 3
Porquê
confessar-se?
3.
Confessar os pecados.
Uma
boa confissão é dizer os pecados ao sacerdote de forma clara, concreta, concisa
e completa.
A
confissão consiste na acusação dos pecados feita diante do sacerdote.
Costuma
dizer-se que uma boa confissão tem “4 C”:
3.1.
Clara: indicar qual foi a falta específica, sem acrescentar desculpas.
3.2.
Concreta: referir o acto ou pensamento preciso, não usar frases genéricas.
3.3.
Concisa: evitar dar explicações o descrições desnecessárias.
3.4.
Completa: sem calar nenhum pecado grave, vencendo a vergonha.
4.
Cumprir a penitência
O
sacerdote indica uma penitência para reparar o dano causado.
A
satisfação consiste no cumprimento de certos actos de penitência (orações,
alguma mortificação, etc.), que o confessor indica ao penitente para reparar o
dano causado pelo pecado.
É uma
ocasião também para dar graças a Deus pelo perdão recebido e renovar o
propósito de não voltar a pecar.
REFLEXÃO
O
melhor remédio para a secura de espírito, é pôr-mo-nos nós mesmos como pedintes
na presença de Deus e dos Santos, e como um pedinte, ir primeiro a um Santo,
depois a outro, para lhes pedir esmola espiritual com a mesma teimosia com que,
na rua, um pobre pedinte nos pede a esmola nós.
(São Filipe de Néri, Máximas, F.W.
Faber, Cromwell Press SN12 8PH, nr. 13-23)
SÃO JOSEMARIA – textos
Servir
o Senhor no mundo
Repara bem: há muitos homens
e mulheres no mundo, e nem a um só deles o Mestre deixa de chamar. Chama-os a
uma vida cristã, a uma vida de santidade, a uma vida de eleição, a uma vida
eterna. (Forja,
13)
Permiti-me que volte de novo
à naturalidade, à simplicidade da vida de Jesus, que já vos tenho feito
considerar tantas vezes. Esses anos ocultos do Senhor não são coisa sem
significado, nem uma simples preparação dos anos que viriam depois, os da sua
vida púbica. Desde 1928 compreendi claramente que Deus deseja que os cristãos
tomem exemplo de toda a vida do Senhor. Entendi especialmente a sua vida
escondida, a sua vida de trabalho corrente no meio dos homens: o Senhor quer
que muitas almas encontrem o seu caminho nos anos de vida calada e sem brilho.
Obedecer à vontade de Deus, portanto, é sempre sair do nosso egoísmo; mas não
tem por que se traduzir no afastamento das circunstâncias ordinárias da vida
dos homens, iguais a nós pelo seu estado, pela sua profissão, pela sua situação
na sociedade.
Sonho – e o sonho já se
tornou realidade – com multidões de filhos de Deus santificando-se na sua vida
de cidadãos correntes, compartilhando ideais, anseios e esforços com as outras
pessoas. Preciso de lhes gritar esta verdade divina: se permaneceis no meio do
mundo, não é porque Deus se tenha esquecido de vós; não é porque o Senhor vos
não tenha chamado; convidou-vos a permanecer nas actividades e nas ansiedades
da Terra, porque vos fez saber que a vossa vocação humana, a vossa profissão,
as vossas qualidades não só não são alheias aos seus desígnios divinos, mas que
Ele as santificou como oferenda gratíssima ao Pai! (Cristo
que passa, 20)