28/05/2020

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Magnificat anima mea Dominum!


Como seria o olhar alegre de Jesus! O mesmo que brilharia nos olhos de sua Mãe, que não pôde conter a alegria: "Magnificat anima mea Dominum!", a sua alma glorifica o Senhor, desde que O traz dentro de si e a seu lado. Ó Mãe!: que a nossa alegria seja como a tua, a de estar com Ele e de O possuir! (Sulco, 95)

A nossa fé não é uma carga, nem uma limitação. Que pobre ideia da verdade cristã manifestaria quem assim pensasse! Ao decidirmo-nos por Deus não perdemos nada; ganhamos tudo. Quem, à custa da sua alma, conserva a sua vida, perdê-la-á; e quem perder a sua vida por amor de Mim, voltará a achá-la .

Tirámos a carta que ganha, conseguimos o primeiro prémio. Quando alguma coisa nos impedir de ver isto com clareza, examinemos o interior da nossa alma. Talvez haja pouca fé, pouca intimidade pessoal com Deus, pouca vida de oração. Temos de pedir a Nosso Senhor - através de sua Mãe e nossa Mãe - que aumente em nós o seu amor, que nos conceda saborear a doçura da sua presença; porque só quando se ama se chega à mais plena liberdade: a de jamais querer abandonar, por toda a eternidade, o objecto dos nossos amores. (Amigos de Deus, 38)

SANTO ROSÁRIO rezar com São João Paulo II


Rezar com São João Paulo II: 

SANTO ROSÁRIO Ladainha de Nossa Senhora

PAPA SÃO JOÃO PAULO II



Notas: 
1 - Em Latim
2 - Publicação diária durante Maio

Orações de Maio


AVE MARIA!


Assim te saudou Gabriel há dois mil anos na pacata aldeia de Nazaré.

Assim, também, expectantes na tua resposta, hoje te saúdam os teus filhos que vivemos no conturbado mundo de agora.

(AMA, meditação sobre a Ave Maria, 2010)

As minhas memórias de Fátima

Mãe, do lado direito

O que me liga a Fátima - bb

A minha querida Mãe foi das primeiras servitas de Fátima.

O primeiro registo fotográfico que possuo data de 13 Outubro de 1932.

A Minha Mãe, tinha vinte dois anos!



(AMA, Memórias de Fátima)

LEITURA ESPIRITUAL

COMENTANDO OS EVANGELHOS


São Marcos

Cap. VI




1 E partiu dali. Foi para a sua terra, e os discípulos seguiam-no. 2 Chegado o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Os numerosos ouvintes enchiam-se de espanto e diziam: «De onde é que isto lhe vem e que sabedoria é esta que lhe foi dada? Como se operam tão grandes milagres por suas mãos? 3 Não é Ele o carpinteiro, o filho de Maria e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E as suas irmãs não estão aqui entre nós?» E isto parecia-lhes escandaloso. 4 Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua pátria, entre os seus parentes e em sua casa.» 5 E não pôde fazer ali milagre algum. Apenas curou alguns enfermos, impondo-lhes as mãos. 6 Estava admirado com a falta de fé daquela gente. Jesus percorria as aldeias vizinhas a ensinar. 7 Chamou os Doze, começou a enviá-los dois a dois e deu-lhes poder sobre os espíritos malignos. 8 Ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, a não ser um cajado: nem pão, nem alforge, nem dinheiro no cinto; 9 que fossem calçados com sandálias e não levassem duas túnicas. 10 E disse-lhes também: «Em qualquer casa em que entrardes, ficai nela até partirdes dali. 11 E se não fordes recebidos numa localidade, se os seus habitantes não vos ouvirem, ao sair de lá, sacudi o pó dos vossos pés, em testemunho contra eles.» 12 Eles partiram e pregavam o arrependimento, 13 expulsavam numerosos demónios, ungiam com óleo muitos doentes e curavam-nos. 14 O rei Herodes ouviu falar de Jesus, pois o seu nome se tornara célebre; e dizia-se: «Este é João Baptista, que ressuscitou de entre os mortos e, por isso, manifesta-se nele o poder de fazer milagres»; 15 outros diziam: «É Elias»; outros afirmavam: «É um profeta como um dos outros profetas.» 16 Mas Herodes, ouvindo isto, dizia: «É João, a quem eu degolei, que ressuscitou.» 17 Na verdade, tinha sido Herodes quem mandara prender João e pô-lo a ferros na prisão, por causa de Herodíade, mulher de Filipe, seu irmão, que ele desposara. 18 Porque João dizia a Herodes: «Não te é lícito ter contigo a mulher do teu irmão.» 19 Herodíade tinha-lhe rancor e queria dar-lhe a morte, mas não podia, 20 porque Herodes temia João e, sabendo que era homem justo e santo, protegia-o; quando o ouvia, ficava muito perplexo, mas escutava-o com agrado. 21 Mas chegou o dia oportuno, quando Herodes, pelo seu aniversário, ofereceu um banquete aos grandes da corte, aos oficiais e aos principais da Galileia. 22 Tendo entrado e dançado, a filha de Herodíade agradou a Herodes e aos convidados. O rei disse à jovem: «Pede-me o que quiseres e eu to darei.» 23 E acrescentou, jurando: «Dar-te-ei tudo o que me pedires, nem que seja metade do meu reino.» 24 Ela saiu e perguntou à mãe: «Que hei-de pedir?» A mãe respondeu: «A cabeça de João Baptista.» 25 Voltando a entrar apressadamente, fez o seu pedido ao rei, dizendo: «Quero que me dês imediatamente, num prato, a cabeça de João Baptista.» 26 O rei ficou desolado; mas, por causa do juramento e dos convidados, não quis recusar. 27 Sem demora, mandou um guarda com a ordem de trazer a cabeça de João. O guarda foi e decapitou-o na prisão; 28 depois, trouxe a cabeça num prato e entregou-a à jovem, que a deu à mãe. 29 Tendo conhecimento disto, os discípulos de João foram buscar o seu corpo e depositaram-no num sepulcro. 30 Os Apóstolos reuniram-se a Jesus e contaram-lhe tudo o que tinham feito e ensinado. 31 Disse-lhes, então: «Vinde, retiremo-nos para um lugar deserto e descansai um pouco.» Porque eram tantos os que iam e vinham, que nem tinham tempo para comer. 32 Foram, pois, no barco, para um lugar isolado, sem mais ninguém. 33 Ao vê-los afastar, muitos perceberam para onde iam; e de todas as cidades acorreram, a pé, àquele lugar, e chegaram primeiro que eles. 34 Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e teve compaixão deles, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, então, a ensinar-lhes muitas coisas. 35 A hora já ia muito adiantada, quando os discípulos se aproximaram e disseram: «O lugar é deserto e a hora vai adiantada. 36 Manda-os embora, para irem aos campos e aldeias comprar de comer.» 37 Jesus respondeu: «Dai-lhes vós mesmos de comer.» Eles disseram-lhe: «Vamos comprar duzentos denários de pão para lhes dar de comer?» 38 Mas Ele perguntou: «Quantos pães tendes? Ide ver.» Depois de se informarem, responderam: «Cinco pães e dois peixes.» 39 Ordenou-lhes que os mandassem sentar por grupos na erva verde. 40 E sentaram-se, por grupos de cem e cinquenta. 41 Jesus tomou, então, os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e dava-os aos seus discípulos, para que eles os repartissem. Dividiu também os dois peixes por todos. 42 Comeram até ficarem saciados. 43 E havia ainda doze cestos com os bocados de pão e os restos de peixe. 44 Ora os que tinham comido daqueles pães eram cinco mil homens. 45 Jesus obrigou logo os seus discípulos a subirem para o barco e a irem à frente, para o outro lado, rumo a Betsaida, enquanto Ele próprio despedia a multidão. 46 Depois de os ter despedido, foi orar para o monte. 47 Era já noite, o barco estava no meio do mar e Ele sozinho em terra. 48 Vendo-os cansados de remar, porque o vento lhes era contrário, foi ter com eles de madrugada, andando sobre o mar; e fez menção de passar adiante. 49 Mas, vendo-o andar sobre o mar, julgaram que fosse um fantasma e começaram a gritar, 50 pois todos o viram e se assustaram. Mas Ele logo lhes falou: «Tranquilizai-vos, sou Eu: não temais!» 51 A seguir, subiu para o barco, para junto deles, e o vento amainou. E sentiram um enorme espanto, 52 pois ainda não tinham entendido o que se dera com os pães: tinham o coração endurecido. 53 Finda a travessia, aproximaram-se de Genesaré e aportaram. 54 Assim que saíram do barco, reconheceram-no. 55 Acorreram de toda aquela região e começaram a levar os doentes nos catres para o lugar onde sabiam que Ele se encontrava. 56 Nas aldeias, cidades ou campos, onde quer que entrasse, colocavam os doentes nas praças e rogavam-lhe que os deixasse tocar pelo menos as franjas das suas vestes. E quantos o tocavam ficavam curados.

Comentários:

1-6 -
Algumas pessoas têm por hábito – péssimo hábito – estabelecer como que valores e comportamentos a respeito dos outros. Filtram, medem, avaliam como investidos em “jurados” em julgamentos privados e públicos, como neste caso. Normalmente trata-se de gente que deseja estar sossegada “no seu cantinho”, não dando nas vistas, fazendo o mínimo que tem por obrigação fazer. Numa palavra, são pessoas egoístas, convencidas de uma importância própria e incapazes de reconhecer nos outros predicados, qualidades ou capacidades que excedam as que eles próprios julgam julgam possuir.
São Marcos diz expressamente que Jesus Se admirava com a incredulidade dos Seus conterrâneos, não obstante ter por certo que «um profeta não tem crédito na sua terra». As pessoas preconceituosas têm este costume reprovável: mais facilmente dão crédito a um estranho que a alguém conhecido! Porquê? Porque vêm nesse alguém incapaz de outra coisa que não seja a ideia que fazem dele: um carpinteiro, na sua opinião, só terá aptidões de carpinteiro...
É interessante verificar que a atitude de Herodes difere bastante da dos assistentes na sinagoga. Enquanto estes se “chocam” com as palavras de uma pessoa que conhecem desde sempre como alguém humilde e discreto, Herodes percebe que o discurso de Cristo contém bases e princípios que ele próprio se dera conta serem os mesmos de João Baptista. Daqui talvez se possa inferir que os preconceitos de uns os impedem de ver a verdade, já que outro, completamente despido de preconceitos ou escrúpulos não tem a mesma atitude.
A Sabedoria é um Dom do Espírito Santo e, por isso mesmo não tem que ver nem com a cultura ou o estatuto da pessoa a quem a concede. Este Dom traz consigo inúmeros outros dons e virtudes que convertem a pessoa em alguém excepcional, fora do comum. Salomão foi o que pediu e bem sabemos a grandeza que alcançou no governo de Israel: De todos os lados vinham pessoas de altíssima categoria só para o ouvir e presenciar as suas acções. Os conterrâneos de Jesus pura e simplesmente não aceitam que Jesus - como Ele próprio o dirá - seja maior que Salomão. Têm as mentes curtas, o juízo distorcido, o raciocínio embotado. Desta forma nem os numerosos milagres operados por Cristo os levam além dos seus preconceitos. Tal atitude é, pelo menos, desonesta.
Reconhecer a sabedoria de alguém quer dizer que há admiração e desejo de participar, ouvir, aprender. Não cabe, nem tem sentido admirar-se por ser esta ou aquela pessoa mas apenas aproveitar o ensejo para aprender.

7-13 -

São Marcos com o estilo preciso e detalhado que conhecemos, refere um pormenor que não concorda com São Mateus: o uso de sandálias por parte dos Apóstolos enviados em missão. Pode ser algo de importância menor mas, quanto a mim, não é. São Pedro que foi o "mentor " do Evangelista, é uma fonte absolutamente credível. Porque referirá este detalhe? Penso que Jesus quis que os Seus enviados se apresentassem com dignidade junto daqueles que os receberiam e, sobretudo naqueles tempos, o usar sandálias conferia essa dignidade. Sem luxos nem coisas supérfluas, mas com apresentação digna e cuidada. Assim nos quer o Senhor. 
Jesus envia os Seus discípulos dois a dois porque, tratando-se de uma primeira missão, melhor é estar acompanhado (duas cabeças pensam melhor que uma só) do que ter de tomar decisões sozinho. Além do mais, procura criar neles um sentido colegial, isto é, de partilha de tarefas e encargos, de responsabilidades e tarefas a desenvolver. Mais tarde, ver-se-á como é útil este “colégio de apóstolos” que, ainda hoje – na pessoa do Papa e os seus assistentes da cúria – tomam muitas das suas decisões em conjunto,  contribuindo cada um com o seu saber e conhecimentos e as qualidades particulares que uns terão, diferentes e mais próprias para tarefas específicas.

7-17 -
Fica aqui, neste texto de São Marcos, bem expressa a complexa – para dizer brevemente – personalidade de Herodes. A morte, por ele ordenada, do Baptista não o deixou indiferente. Ao mesmo tempo parece acreditar na ressurreição dos mortos. Toda a sua vida parece destinada a cruzar-se com o Salvador – logo desde o Seu Nascimento em Belém – numa espécie de mórbido temor pela sua pessoa e o seu estatuto de rei da Judeia. Já o dissemos, é um personagem sinistro que ficará célebre até ao final dos tempos, pelos piores e mais torpes actos.

10-14 -
Os primeiros Apóstolos – enviados por Cristo – partem numa primeira missão que se há-de repetir, sem descanso, até aos fins dos tempos. Vão anunciar algo grande, completamente novo e, talvez, inesperado: Um novo reino, o Reino de Deus que nunca mais terá fim. É o renascer da esperança naqueles povos que se sentiam perdidos, confusos, como «ovelhas sem pastor». Vai cumprir-se, finalmente, a promessa de Deus a Abraão a Isaac e Jacob e, o Criador enviará o Seu próprio Filho para salvar todos os homens e convertê-los em Seus filhos para sempre.

17-29 -
O Evangelista fala-nos de um personagem que ficou para sempre na história da humanidade como o paradigma do vício, da luxúria, dos piores defeitos que um ser humano pode ter, onde, avulta, o total e absoluto desprezo pela vida humana. Mas, o grave e horrendo problema, é que tem seguidores – também hoje em dia – que um pouco por todo o mundo espalham a sua maquiavélica acção, conspurcando a sociedade, violentando inocentes, sacrificando pessoas – populações inteiras – ao paroxismo que os domina. Muitos fazem-no abertamente, às claras, são notícia nos jornais e televisões, outros, actuam insidiosamente junto dos mais frágeis e desprotegidos, tornando-os escravos das suas ideias, teorias e práticas aberrantes em todos os sentidos.
Talvez que esta seja uma das páginas mais tristes do Evangelho, diria mesmo, macabras. Todo o contexto relatado com detalhe por São Marcos, deixa-nos um sentimento de repulsa que dificilmente podemos evitar. O personagem sinistro de Herodes, é o paradigma dos piores defeitos que o homem pode ter, desde a luxúria desenfreada, ao desprezo pela vida humana, ao orgulho, à mentira, à venalidade exacerbada. Que conste: Em todo o Evangelho, não consta outra pessoa a quem Jesus Cristo Se recusou a responder.
A promessa de Herodes e, mais, o cumprimento da mesma, está de acordo com o que deveria pensar sobre a dignidade da pessoa humana. Como Herodes, quem não se vê senão a si próprio, quem se entrega à auto-estima, ao culto da personalidade à defesa, a todo o custo, da própria pessoa e posição, não tem, pelos outros, a menor consideração. Os limites do seu critério são os próprios de uma mentalidade egoísta e de contornos definidos pelas paixões e prazeres. De uma pessoa assim pode esperar-se tudo, menos misericórdia, compreensão, amor. Mas também não se pode esperar que haja quem se apiede deles, os compreenda, os ame.
Este sinistro personagem – Herodes - ficou para sempre como paradigma da devassidão e absoluto desprezo pela vida humana. Não nos interessa falar sobre Herodes, nem eu consigo vencer a repulsa que me causa. Interessa sim falar do verdadeiro protagonista deste trecho que o Evangelista nos propõe: O Percussor! Este homem simples, austero e obediente não se deixa mover seja pelo que for, ou por quem quer que seja, em defesa da verdade. Deu a sua própria vida para servir a verdade, ele que foi o percursor da Própria Verdade, Jesus Cristo. Homem admirável de um carácter a toda a prova, um exemplo de coerência, humildade e entrega à missão que Deus lhe confiou.
Com a morte de João Baptista, podemos dizer que se encerra - definitivamente – o Antigo Testamento. Este “encerramento” que, simultâneamente é o começo do Novo Testamento, está marcado de forma sangrenta, de uma violência inaudita, por um desprezo absoluto da dignidade da vida humana. Também o começo do Reino de Deus é assim assinalado com o Sacrifício Supremo a que O Redentor Se submete na Cruz no Calvário. Não admira pois, que ao longo dos tempos – até aos dias de hoje – se sucedam os Mártires da Fé que regam com o seu sangue este Reino de Deus. Parece um pouco contraditório que um Reino de Amor tenha de ser alimentado com o sacrifício e o sangue de tantos e tantas  mas, a verdade, é que o ódio sempre há-de existir mas, no fim, o amor triunfará. Assim o afirmou Jesus Cristo e, como Ele é a Verdade, é no que firmemente que acreditamos.

30-34 -
A solicitude do Senhor pelos que O seguem e, sobretudo os que trabalham para a expansão do Reino de Deus, fica aqui bem patente. É verdade, o trabalho apostólico intenso e dedicado cansa porque exige esforço e entrega. O descanso é pois merecido e necessário para recuperar forças e ânimo necessários para que seja contínuo e eficaz.

A nossa missão como cristãos é levar ao Pastor Divino todas essas ovelhas que andam pela vida perdidas ou sem norte. Muitas sabem muito bem o que têm a fazer para se incorporarem no rebanho ou para regressarem ao redil, mas, os respeitos humanos, a indecisão, a tibieza, o aburguesamento impede-nos e tolhe-nos. Outras, pura e simplesmente ignoram que existe um Pastor que anseia por os reunir no Seu rebanho para lhes dar abrigo e ensinar o caminho para as pastagens mais verdejantes e suculentas. A uns e a outros temos de ir, com urgência porque o tempo foge e levar-lhes doutrina segura, simples, mas concreta que é fundamental para se decidirem.
O trabalho apostólico não deve conhecer nem pausas nem descanso. São tantos os que precisam e tão poucos os que podem satisfazê-los. Esta situação inverter-se-ia se cada cristão cumprisse o Mandato de Cristo de evangelizar, levar o Seu Nome a todos os homens em lugares da terra. Pensemos, cada um de nós, nesta verdade e examinemos como procedemos.
Este trecho de São Marcos termina exactamente antes do grandioso milagre da multiplicação dos peixes e dos pães. Estas «ovelhas sem pastor», como o Senhor lhes chama, andam como que à deriva seguindo este e aquele que de vez em quando lhes aparece com ideias e soluções que não têm nem consistência nem verdade e, por isso mesmo, a partir do momento em que ouvem Jesus seguem-No sem hesitar porque reconhecem que as Suas palavras, jamais ouvidas, a Sua doutrina nunca escutada, é o que de facto lhes convém, orienta e dá esperança. Seria impossível escrever todos os discursos que o Senhor terá feito – não caberiam no mundo todos os livros que seria preciso escrever, comenta São João – e, a verdade, é que as palavras sempre repetidas não cansam quem as ouve, antes esperam com avidez por mais e mais. E, O Senhor, não se faz rogado e incansavelmente segue o Seu caminho sem se deter nem para descansar.
«Ovelhas sem pastor...». E nos dias de hoje quantas haverá? E quantas se deixam seduzir por falsos pastores que prometem o que não podem e oferecem o que não têm, explorando incautos e simples. E nós, cristãos que constatamos tudo isto o que fazemos? Se não podemos lutar activamente - somos pessoas de paz -, podemos rezar, aliás, devemos rezar pedindo ao Senhor que pode tudo, que ilumine e ao Espírito Santo que esclareça sobretudo com os Seus Dons de Entendimento e Conselho, todos esses que, como nós, são filhos de Deus.
O que Jesus vê naquela enorme multidão são «ovelhas sem pastor», pessoas de várias origens, homens e mulheres, todos em busca de alguém que lhes fale verdade, que os ensine, que os conduza por caminho seguro. De facto, a enorme confusão e rivalidade entre os que tinham por missão guiar, conduzir o povo nada mais fizera até então que sobrecarregá-lo com minuciosas interpretações da Lei que mudavam a cada passo consoante interesses e visões particulares ou de classe. O extraordinário milagre que o Senhor opera, deixará em todos uma certeza: vale a pena seguir este Homem, ouvi-lo e aceitar a Sua doutrina. A sua fome e sede de justiça são, de forma simbólica, saciadas pelo portentoso milagre. Podemos concluir que ninguém que participou naquela refeição gratuita, abundante, milagrosa esquecerá Aquele que lha proporcionou.
Os Evangelhos escritos por insignes Apóstolos inspirados pelo Espirito Santo, apresentaram-nos, cada um no seu estilo próprio, cenas e factos de inolvidável grandeza e, sobretudo, sinceridade. Isto é, não escondem de modo algum as fragilidades e – até – defeitos dos Apóstolos de Cristo. Neste texto de São Marcos podemos notar sem esforço uma fina ironia que demonstra bem isso mesmo e, mais, a intimidade que tinham com Jesus. É exactamente ao que me refiro na passagem «Vamos comprar duzentos denários de pão para lhes dar de comer?». Ora, duzentos denários corresponderiam à paga diária de 200 trabalhadores sendo eles - os Apóstolos 12 - quer dizer que cada um receberia, pelo menos 17 vezes mais por dia! Lembramos ainda que Pedro nem sequer tinha um estáter – uma pequeníssima quantia – para pagar o imposto. Donde que é lógico concluir que os Amigos de Jesus – porque o eram de facto – Lhe fazem notar a a Sua proposta: «Dai-lhes vós mesmos de comer». Como se Lhe dissessem: Estás a brincar connosco… não Te dás conta do disparate que propões… Evidentemente, Jesus não Se ofende, e a Sua “proposta” esconde a solução, como se de facto, dissesse: ‘Como vedes, vós não podeis nada mas, Eu, posso tudo’ e, o milagroso portento acontece - também – para confirmar na Fé Na Sua Pessoa dos Seus amigos mais íntimos.

45-52 -
Na sequência dos versículos anteriores, São Marcos quer referir algo que, neste Evangelista, é muito comum: a fragilidade dos discípulos de Jesus. Naturalmente que o faz por inspiração do Espírito Santo – sem qualquer dúvida – mas, talvez também por influência de São Pedro de quem recolhe a maior parte do que escreve. Deseja que fique bem patente a sua fé ainda débil, a sua humanidade fraca e volúvel, enfim, que embora seguissem Jesus estavam ainda muito longe de compreender totalmente Aquele a Quem seguiam. De tal forma a humildade do Evangelista é patente que refere expressamente «ainda não tinham entendido o que se dera com os pães: tinham o coração endurecido».

53-56 -
Os doentes, as pessoas que padecem de qualquer mal físico, acorrem a Jesus para obter cura para os seus males. Anseiam por tocar-Lhe - fisicamente se possível - mas sabem que bastará a Sua presença para obterem o que procuram. Quando a nossa alma está "doente" também sabemos que bastará recorrer ao sacerdote em quem delegou o Seu poder para que recuperamos a relação que rompemos com o pecado consentido. E a alegria que sentimos é em tudo semelhante à que sentiriam aqueles que a Ele recorriam como relata o Evangelista.
A nossa imaginação fica-se curta ao desejar ter uma ideia do que seria a passagem de Jesus por entre as pessoas deitadas nos seus catres de dor e sofrimento. Tocar as franjas das Suas vestes era o suficiente para a cura dos seus males? Parece-me que, aqui, faltará algo que intuímos: quem Lhe tocava fazia-o com a fé e a esperança da cura. O que seria a vida futura destes homens e mulheres curados por Jesus nestas circunstâncias? Seguramente nunca mais esqueceriam aquela Figura de Cristo que Passa, sempre, onde é necessária a Sua presença. Olhemos para esse Senhor que Passa nas nossas vidas, uma e outra vez, e digamos-Lhe com toda a nossa alma: ‘Senhor… eu creio em Vós! Aumenta a minha fé!’.
O Senhor continua passar por nós nos caminhos da vida. Podemos não O ver fisicamente mas sabemos, pela Fé, que Ele está ali. Não podemos tocar as Suas vestes mas podemos “tocar” o Seu Coração amantíssimo com um breve pensamento, uma invocação, uma jaculatória. Ah! E podemos dizer-Lhe no segredo do nosso coração: ‘Senhor, preciso disto e daquilo, trata esta minha ferida, cura este meu mal, atende o meu pedido, aumenta a minha Fé.




Temas para meditar e reflectir

Começar e recomeçar

É de facto assim a vida de um cristão: começar e recomeçar.

Se por qualquer motivo se interrompe o plano de vida parece que nos falta algo insubstituível.

É fundamental combater este sentimento que pode levar ao derrotismo e inacção.

(se não posso fazer o que estava programado então, acabou-se, não faço nada!)

Não se pense que exagero! Não! Tenho experiência recente disto mesmo.

Claro que o plano de vida é de suma importância mas tem se ser adaptável às diversas circunstâncias, flexível suficientemente para na impossibilidade de o cumprir integralmente não se desmorone todo o edifício espiritual que fomos construindo.

Se assim não for então o plano de vida não passará de uma espécie de calendário formal e estático.

Aliás, se verificamos que o seu cumprimento não exige esforço ou empenho da nossa parte será melhor rever esse plano de vida e adaptá-lo, talvez colocando a 'fasquia' num patamar mais elevado que exija mais esforço e dedicação pessoais.

AMA, 20.05.2019

Pequena agenda do cristão

Quinta-Feira

PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?