15/01/2021

Reflexão

 

Esse espaço de tempo que se ganha com a dilação (na resposta) deixa ampla margem à acção das forças obscuras do pecado, que podem pesar decisivamente na vitória da natureza sobre a graça e afogar ao nascer o fiat que ia decidir sobre a sorte futura da pessoa no sentido planeado por Deus.

 

(Federico Suarez, A Virgem Nossa Senhora, Éfeso, 4ª Ed. nr. 65)

Devemos santificar todas as realidades

A tua tarefa de apóstolo é grande e formosa. Estás no ponto de confluência da graça com a liberdade das almas; e assistes ao momento soleníssimo da vida de alguns homens: o seu encontro com Cristo. (Sulco, 219)

Estamos no Natal. Acodem-nos à memória os diversos factos e circunstâncias que rodearam o nascimento do Filho de Deus e o olhar detém-se na gruta de Belém, no lar de Nazaré. Maria, José, Jesus Menino ocupam de modo muito especial o centro do nosso coração. Que diz, que nos ensina a vida, simples e admirável ao mesmo tempo, dessa Sagrada Família? Entre as muitas considerações que poderíamos fazer, agora quero escolher sobretudo uma., Como refere a Escritura, o nascimento de Jesus significa o início da plenitude dos tempos, o momento escolhido por Deus para manifestar plenamente o seu amor aos homens, entregando-nos o seu próprio Filho. Essa vontade divina realiza-se no meio das circunstâncias mais normais e correntes: uma mulher que dá à luz, uma família, uma casa. A omnipotência divina, o esplendor de Deus passam através das coisas humanas, unem-se às coisas humanas. Desde esse momento, nós, os cristãos, sabemos que, com a graça do Senhor, podemos e devemos santificar todas as realidades sãs da nossa vida. Não há situação terrena, por mais pequena e vulgar que pareça, que não possa ser a ocasião de um encontro com Cristo e uma etapa da nossa caminhada para o Reino dos Céus. Por isso, não é de estranhar que a Igreja se alegre, que rejubile, contemplando a modesta morada de Jesus, Maria e José. (Cristo que passa, 22)

São José CARTA APOSTÓLICA PATRIS CORDE 9

 

CARTA APOSTÓLICA PATRIS CORDE

DO PAPA FRANCISCO

POR OCASIÃO DO 150º ANIVERSÁRIO DA DECLARAÇÃO DE SÃO JOSÉ COMO PADROEIRO UNIVERSAL DA IGREJA

 

«Levanta-te, toma o menino e sua mãe» (Mt 2, 13): diz o anjo da parte de Deus a são José.

 

O objetivo desta carta apostólica é aumentar o amor por este grande Santo, para nos sentirmos impelidos a implorar a sua intercessão e para imitarmos as suas virtudes e o seu desvelo.

 

Com efeito, a missão específica dos Santos não é apenas a de conceder milagres e graças, mas de interceder por nós diante de Deus, como fizeram Abraão (Cf. Génesis 18, 23-32)  e Moisés, (Cf. Êxodo17, 8-13; 32, 30-35.) como faz Jesus, «único mediador» (1 Tm 2, 5), que junto de Deus Pai é o nosso «advogado» (1 Jo 2, 1), «vivo para sempre, a fim de interceder por [nós]» (Heb 7, 25; cf. Rm 8, 34).

 

Os Santos ajudam todos os fiéis «a tender à santidade e perfeição do próprio estado». (Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. Lumen gentium, 42). A sua vida é uma prova concreta de que é possível viver o Evangelho.

 

À semelhança de Jesus que disse: «Aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração» (Mt 11, 29), também os Santos são exemplos de vida que havemos de imitar. A isto nos exorta explicitamente São Paulo: «Rogo-vos, pois, que sejais meus imitadores» (1 Cor 4, 16). (Cf. I Coríntios 11, 1; Filipenses 3, 17; I Tessalonicenses 1, 6). O mesmo nos diz São José através do seu silêncio eloquente.

 

Estimulado com o exemplo de tantos Santos e Santas diante dos olhos, Santo Agostinho interrogava-se: «Então não poderás fazer o que estes e estas fizeram?» E, assim, chegou à conversão definitiva exclamando: «Tarde Vos amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei!» (Confissões, 8,11,17; 10,27,38: PL 32, 761; 795).

 

Só nos resta implorar, de São José, a graça das graças: a nossa conversão.

 

Dirijamos-lhe a nossa oração:

Salve, guardião do Redentor

e esposo da Virgem Maria!

A vós, Deus confiou o seu Filho;

em vós, Maria depositou a sua confiança;

convosco, Cristo tornou-Se homem.

 

Ó Bem-aventurado José, mostrai-vos pai também para nós

e guiai-nos no caminho da vida.

Alcançai-nos graça, misericórdia e coragem,

e defendei-nos de todo o mal. Amen.

 

Roma, em São João de Latrão, na Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria, 8 de dezembro do ano de 2020, oitavo do meu pontificado.

 

Francisco

 

© Copyright - Libreria Editrice Vaticana

 

 

 

© Copyright - Libreria Editrice Vaticana

LEITURA ESPIRITUAL Janeiro 15

 

Evangelho

 

Mt XXV 31 - 46

 

 

O Juízo Final

 

31 «Quando o Filho do Homem vier na sua glória, acompanhado por todos os seus anjos, há-de sentar-se no seu trono de glória. 32 Perante Ele, vão reunir-se todos os povos e Ele separará as pessoas umas das outras, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. 33 À sua direita porá as ovelhas e à sua esquerda, os cabritos. 34 O Rei dirá, então, aos da sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo. 35 Porque tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era peregrino e recolhestes-me, 36 estava nu e destes-me que vestir, adoeci e visitastes-me, estive na prisão e fostes ter comigo.’ 37 Então, os justos vão responder-lhe: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? 38 Quando te vimos peregrino e te recolhemos, ou nu e te vestimos? 39 E quando te vimos doente ou na prisão, e fomos visitar-te?’ 40 E o Rei vai dizer-lhes, em resposta: ‘Em verdade vos digo: Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes.’ 41 Em seguida dirá aos da esquerda: ‘Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, que está preparado para o diabo e para os seus anjos! 42 Porque tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber, 43 era peregrino e não me recolhestes, estava nu e não me vestistes, doente e na prisão e não fostes visitar-me.’ 44 Por sua vez, eles perguntarão: ‘Quando foi que te vimos com fome, ou com sede, ou peregrino, ou nu, ou doente, ou na prisão, e não te socorremos?’ 45 Ele responderá, então: ‘Em verdade vos digo: Sempre que deixastes de fazer isto a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer.’ 46 Estes irão para o suplício eterno, e os justos, para a vida eterna.»

 


Desejo de melhoria e bem comum

 

  A grande “chaga” dos tempos modernos, o capitalismo não passa da aplicação de uma visão cega e deformada do bem-estar da sociedade

  ‘A experiência mostra-nos, como regra geral, que um método deixa de ser qualquer coisa de puramente objectivo e inofensivo, e que necessariamente acaba por impor um carácter, uma determinada mentalidade a quem o utiliza: leva o homem a pensar como age. O exemplo mais claro a tal respeito é o do capitalismo. O capitalismo – se bem que inspirado na ideologia liberal – nunca se definiu como uma filosofia ou como um humanismo doutrinal, mas apenas como um método para produzir mais e melhor, um método cheio de boas intenções e promessas – porque, tornará ricos e felizes os homens – e que todos possam usar, independentemente da sua religião ou das suas ideologias. Todavia a história demonstrou, dolorosamente, até que ponto o uso deste simples meio de produção conseguiu impor a milhões de pessoas – digam-se elas teoricamente cristãs ou não – uma mesma mentalidade capitalista, ateia, anti-humana e manipuladora do homem e da sociedade, ao serviço do capital. Exactamente na mesma situação se encontram, em nosso parecer, aqueles que utilizam o método marxista de interpretação e acção histórica; isto é, encontram-se em sério perigo de chegar na prática – independentemente do que sugere a sua filosofia e o seu humanismo teórico – a uma visão igualmente economicista do homem e à consequente atitude manipuladora de quanto desta visão – queira-se ou não – deriva. [1]

  Na vida profissional de cada um, tem de existir o desejo de melhoria sob pena de que, o que se faz, não satisfaça nem o próprio nem os outros que têm direito a que faça o melhor que sabe.

  E, como fará o melhor que sabe se, o que sabe, é pouco e desactualizado?

  E se não estuda, não se interessa por conhecer o que há de novo na sua profissão, como pode aspirar a um melhor desempenho da mesma?

  O conhecimento não seria possível se não houvesse esta atitude de procura constante do ser humano, orientado para a descoberta de novos métodos, meios e soluções para os variados problemas e situações da vida corrente.

  Nada surge por acaso, alguém teve de o descobrir, trabalhando, dedicando a suas capacidades à descoberta do novo.

  O primeiro computador era um monstro que ocupava vários andares de um prédio, de uma complexidade tal que só os seus criadores e muito poucas outras pessoas sabiam manejá-lo.

Hoje em dia, as crianças dedilham, com frenesim eficaz, pequenos aparelhos com muito mais potência e incontáveis capacidades que aquele primeiro, que consumiu décadas a ser imaginado e construído.

Mas, é evidente, se não tivesse sido descoberto o princípio “base” do computador seria impossível ter, hoje em dia, essas crianças – e adultos – usufruindo de máquinas que de tão vulgarizadas que estão já quase não passamos em elas.

  Que tem isto a ver com o carácter?

  Tem tudo a ver porque, uma vez mais, tem de se ter a noção de que tudo quanto hoje fazemos, terá um efeito no futuro, próximo ou longínquo, e que muitas pessoas – nunca saberemos quantas – serão beneficiadas com essa nossa preocupação em evoluir.

Também, é verdade, temos de ter a certeza que, se não fizermos o que nos compete, ninguém o fará por nós, prejudicando assim a sociedade inteira talvez hipotecando o futuro próximo por causa de um alheamento actual.

  Esta noção de que cada ser humano é individual e irrepetível tem de levar-nos a uma constante preocupação por ocupar o nosso lugar da forma correcta, cumprindo o nosso papel, desenvolvendo a nossa actividade com as capacidades e potências que temos e vamos desenvolvendo ao longo da vida, desde que nascemos até ao último momento.

 Como “ninguém nasce ensinado”, a formação do carácter assume uma importância fundamental no normal desenvolvimento da pessoa humana.

  Os Pais, em primeiríssimo lugar, os professores e demais formadores têm aqui um papel crucial a levar a cabo junto dos jovens que começam a dar os primeiros passos na vida consciente.

Tal como na história dos computadores, a criança que não recebeu desde o início as noções, por primárias e incipientes que sejam, de como caminhar na vida, dificilmente se adaptará à mesma vida.

Descobrirá, inevitavelmente, muitas coisas por si mesma, mas não saberá formatá-las como necessita porque lhe falta o “disco” original que não recebeu em tempo.

 

 



[1] episcopado chilenoEvangelho, Política e Socialismo, nr. 47, in Maestre della fede, nr. 43, Torino-Leuman, LDC, 1973

 

Perguntas e respostas

HOMOSSEXUALIDADE

C. PREGUNTAS FREQUENTES

1. São comparáveis a homossexualidade e o alcoolismo?

 

Em Espanha há uma pessoa que propõe esta comparação que só é válida em alguns aspectos: Tanto alcoólicos como homossexuais são seres humanos e merecem o respeito correspondente. Isto não significa que as bebedeiras e as relações homossexuais sejam corretas. Deve haver compreensão para com as pessoas, mas nem todas as ações humanas são boas.

Tanto o alcoolismo como a homossexualidade são tendências que devem ser dominadas.

Em ambos os casos, se alguém se deixar levar pela sua inclinação, é mais difícil controlar-se noutras ocasiões.

Pequena agenda do cristão

                          Sexta-Feira


Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?