16/10/2010

Bom Dia! Outubro 16, 2010



Argumenta-se, com escassas razões e falsos motivos, que a Confissão frequente acaba por criar um hábito que retira à mesma a sua importância ou eficácia.

“Vamos andando que depois logo me confessarei”…

Estão absolutamente errados os que assim argumentam porque se esquecem de duas coisas muito importantes: a primeira é que a Confissão – frequente ou não – pressupõe sempre o arrependimento sincero do mal praticado e, depois, o desejo ou propósito de não voltar a pratica-lo e, a argumentação de que, assim, não há qualquer problema em pecar, já que o perdão, está ali, à disposição, ou que, se sabe que se voltará a cair na mesma falta, talvez, vezes sem conto, e, portanto, a confissão frequente não passará de uma mera hipocrisia mais ou menos disfarçada, também não colhe porque, o contrário, ou seja, o não se confessar, não só imediatamente quando necessário, mas a sua prática regular, levam a um adiamento sine die de uma satisfação que se deve a Deus, da eventual perda de uma oportunidade que nada nem ninguém pode garantir venha a repetir-se.

O Sacerdote que nos ouve em confissão está investido do poder de Cristo e, é sempre, em nome da Santíssima Trindade, que nos dá absolvição. Que pode ser um pecador, talvez até um notório e conhecido grande pecador, não invalida, desde que tenha os poderes legitimamente concedidos pela hierarquia, o valor real e intrínseco da absolvição.

O médico que sofre de uma doença grave não está inibido de receitar a outrem os medicamentos que considere adequados ao quadro clínico que lhe é exposto e nem pelo facto de estar doente podemos concluir que o que nos aconselha não tem valor ou não é aplicável.

Interessa, no entanto, convir que, quem se dispõe a ter uma prática de Confissão regular deve escolher como confessor um sacerdote que, ao longo do tempo, o vá conhecendo intimamente para melhor poder orientar a sua alma e ajudar nos seus desejos de melhoria pessoal. Além do mais, deve compreender-se que, ao sacerdote, não lhe interessam, humanamente, os nossos pecados por mais graves ou aberrantes que possam ser – normalmente já terá ouvido a confissão de pecados que nem imaginamos serem possíveis de cometer – mas, isso sim, está interessadíssimo em aconselhar os meios e práticas que nos levem a corrigi-los, sobretudo, os pecados habituais.

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Textos de Reflexão para 16 de Outubro

Evangelho: Lc 12, 8-12

8 Digo-vos: Todo aquele que Me confessar diante dos homens, também o Filho do Homem o confessará diante dos anjos de Deus. 9 Mas quem Me negar diante dos homens, será negado diante dos anjos de Deus. 10 «Todo aquele que falar contra o Filho do Homem, ser-lhe-á perdoado; mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado. 11 Quando vos levarem às sinagogas e perante os magistrados e autoridades, não estejais com cuidado de que modo respondereis, ou que direis, 12 porque o Espírito Santo vos ensinará, naquele mesmo momento, o que deveis dizer».

Comentário:

Porque é que Jesus afirma que, Deus Omnipotente e Misericordioso, está disposto a perdoar todas as faltas dos homens, mesmo as mais graves e abjectas mas que, as blasfémias contra o Espírito Santo ficarão, irremediavelmente sem perdão?
Na verdade, o que me parece é que não se trata da Vontade soberana de Deus, mas sim do livre arbítrio do homem.
Os pecados contra o Espírito Santo, opõem o homem à salvação porque são a própria declaração deste de não querer salvar-se.
Como se dissesse: o assunto não me interessa, não quero ser salvo.
Neste caso, Deus que respeita a liberdade humana, mesmo quando aberrante, nada pode fazer e, consequentemente, não faz a Sua vontade que seria salvar o homem, mas sim a vontade deste que é perder-se.

(ama, comentário sobre Lc 12, 8-12, Maio 2009)

Tema: Virtudes – Paciência 7

Assim como somos salvos na esperança, assim também na esperança somos bem-aventurados; e, tal como a bem-aventurança, assim também a salvação não a possuímos como presente, mas aguardamo-la como futura, e isto graças à paciência; porque estamos no meio de males que devemos suportar com paciência até alcançar-mos aqueles bens onde tudo haverá para nos deleitarmos de uma forma inefável e onde já nada haverá que sejamos obrigados ainda a suportar. 

(Stº Agostinho, A Cidade de Deus, Fundação C. Gulbenkian, Vol. III, Livro XIX, Cap. IV, nr. 1889)

Doutrina: CCIC – 431: Qual a finalidade dos preceitos da Igreja?
                  CIC – 2041 - 2048

Os cinco preceitos da Igreja têm por fim garantir aos fiéis o mínimo indispensável do espírito de oração, da vida sacramental, do empenho moral e do crescimento do amor de Deus e do próximo.

Tema para breve reflexão - 2010.10.16

Virtudes – Fortaleza 2

A fortaleza mede-se em primeiro lugar pela consistência das ideias.

(Rafael Llano Cifuentes, Fortaleza, Quadrante, S. Paulo, 1991, pg. 12)