03/06/2020

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Não ponhas o coração em nada caduco


Não ponhas o coração em nada caduco: imita Cristo, que se fez pobre por nós e não tinha onde reclinar a cabeça. Pede-lhe que te conceda, no meio do mundo, um desprendimento efectivo, sem atenuantes. (Forja, 523)


Somos homens da rua, cristãos correntes, metidos na corrente circulatória da sociedade e o Senhor quer-nos santos, apostólicos, precisamente no nosso trabalho profissional, isto é, santificando-nos nesse trabalho, santificando esse trabalho e ajudando os outros a santificarem-se com esse trabalho. Convencei-vos de que Deus vos espera nesse ambiente, com solicitude de Pai, de Amigo. Pensai que com a vossa actividade profissional realizada com responsabilidade, além de vos sustentardes economicamente, prestais um serviço directíssimo ao desenvolvimento da sociedade, aliviais as cargas dos outros e ajudais a manter muitas obras assistenciais – a nível local e universal – em prol dos indivíduos e dos povos mais desfavorecidos.

Ao comportarmo-nos com normalidade – como os nossos semelhantes – e com sentido sobrenatural, não fazemos mais que seguir o exemplo de Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Reparai que toda a sua vida está cheia de naturalidade. Passa trinta anos oculto, sem chamar a atenção, como qualquer outro trabalhador e conhecem-no na sua aldeia como o filho do carpinteiro. Ao longo da sua vida pública, também não se nota nada que destoe, que pareça estranho ou excêntrico. Rodeava-se de amigos, como qualquer dos seus concidadãos, e no seu porte não se diferenciava deles. De tal maneira que Judas, para o denunciar, precisa de combinar um sinal: aquele a quem eu beijar, é esse. Não havia em Jesus nenhum indício extravagante. A mim, emociona-me esta norma de conduta do nosso Mestre, que passa como mais um entre os homens. (Amigos de Deus, nn. 120–121)

Perfeição

Ânsia de Perfeição 1

A ânsia de perfeição pode ser má? Pode, realmente, pode.
Até pode ser uma tentação. Quando nos deixamos absorver e dominar por esse anseio ficamos como que tolhidos para fazer o que devemos quando devemos.
Aparecem as distracções ou falta de concentração - por exemplo - na oração o que nos incomoda sobremaneira, um desejo quase absorvente de estabelecer prioridades, devaneios, sonhos.
Está bem, Jesus recomendou a luta pela perfeição e é o que devemos fazer a todo o custo porque é a única forma de progredir na nossa vida como cristãos.
O que acontece algumas vezes - talvez bastantes vezes é que em vez de encarar esta luta com calma e ponderação nos "atiramos" como que num frenesim atabalhoado de numa ilusão pateta de concluir.
Tal comportamento é - seguramente - a cedência pura e simples à tentação do demónio, nada interessado no nosso progresso na vida interior. Por isso, contemos que se encarniçará, usando como principal alvo a nossa imaginação: a "louca da casa" como lhe chamava Santa Teresa de Jesus.
Há que pedir com insistência ao Divino Espírito Santo que nos ilumine e nos outorgue os Seus Dons, nomeadamente, de Paciência, Entendimento e Sabedoria.
Só poderemos progredir se os nossos passos forem determinados, seguros, por um campo recto sem desvios,  com um objectivo nítido no horizonte próximo. Sim, refiro horizonte próximo porque é o que nos deve interessar.  O que está longe num futuro que não sabemos, terá o seu tempo... se lá chegarmos.
Temos de ter claríssimo que o que convém é o "hoje" e o "agora: - NUNC COEPI - principalmente porque não sabemos se o amanhã chegará para nós.
Claro está  que este modo de proceder envolve luta e, por vezes, renhida já que o comodismo e a impaciência nos levam à negligência e à precipitação.
Voltamos à pergunta com que iniciei esta reflexão: A ânsia de perfeição pode ser má? Parece-me que sim, que pode ser se a deixarmos dominar o nosso espírito e condicionar as nossas acções.

(AMA, reflexões, 2019)

LEITURA ESPIRITUAL


São Marcos

Cap. XII




1 Jesus começou a falar-lhes em parábolas: «Um homem plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar e construiu uma torre. Depois, arrendou-a a uns vinhateiros e partiu para longe. 2 A seu tempo enviou aos vinhateiros um servo, para receber deles parte do fruto da vinha. 3 Eles, porém, prenderam-no, bateram-lhe e mandaram-no embora de mãos vazias. 4 Enviou-lhes, novamente, outro servo. Também a este partiram a cabeça e cobriram de vexames. 5Enviou outro, e a este mataram-no; mandou ainda muitos outros, e bateram nuns e mataram outros. 6 Já só lhe restava um filho muito amado. Enviou-o por último, pensando: ‘Hão-de respeitar o meu filho’. 7 Mas aqueles vinhateiros disseram uns aos outros: ‘Este é o herdeiro. Vamos matá-lo e a herança será nossa’. 8 Apoderaram-se dele, mataram-no e lançaram-no fora da vinha. 9 Que fará o dono da vinha? Regressará e exterminará os vinhateiros e entregará a vinha a outros. 10 Não lestes esta passagem da Escritura: A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se pedra angular. 11 Tudo isto é obra do Senhor e é admirável aos nossos olhos?» 12 Eles procuravam prendê-lo, mas temiam a multidão; tinham percebido bem que a parábola era para eles. E deixando-o, retiraram-se. 13 Em seguida, enviaram-lhe alguns fariseus e partidários de Herodes, a fim de o apanharem em alguma palavra. 14 Aproximando-se, disseram-lhe: «Mestre, sabemos que és sincero, que não te deixas influenciar por ninguém, porque não olhas à condição das pessoas, mas ensinas o caminho de Deus, segundo a verdade. Diz-nos, pois: é lícito ou não pagar tributo a César? Devemos pagar ou não?» 15 Jesus, conhecendo-lhes a hipocrisia, respondeu: «Porque me tentais? Trazei-me um denário para Eu ver.» 16 Trouxeram-lho e Ele perguntou: «De quem é esta imagem e a inscrição?» Responderam: «De César.» 17 Jesus disse: «Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.» E ficaram admirados com Ele. 18 Vieram ter com Ele os saduceus, que negam a ressurreição, e interrogaram-no: 19«Mestre, Moisés prescreveu-nos que se morrer o irmão de alguém, deixando a mulher e não deixando filhos, seu irmão terá de casar com a viúva para dar descendência ao irmão. 20 Ora havia sete irmãos, e o primeiro casou e morreu sem deixar filhos. 21 O segundo casou com a viúva e morreu também sem deixar descendência, e o mesmo aconteceu ao terceiro; 22 e todos os sete morreram sem deixar descendência. Finalmente, morreu a mulher. 23 Na ressurreição, de qual deles será ela mulher? Porque os sete a tiveram por mulher.» 24 Disse Jesus: «Não andareis enganados por desconhecer as Escrituras e o poder de Deus? 25 Quando ressuscitarem de entre os mortos, nem eles se casarão, nem elas serão dadas em casamento, mas serão como anjos no Céu. 26 E acerca de os mortos ressuscitarem, não lestes no livro de Moisés, no episódio da sarça, como Deus lhe falou, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob? 27 Não é um Deus de mortos, mas de vivos. Andais muito enganados.» 28 Aproximou-se dele um escriba que os tinha ouvido discutir e, vendo que Jesus lhes tinha respondido bem, perguntou-lhe: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?» 29 Jesus respondeu: «O primeiro é: Escuta, Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor; 30 amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças. 31 O segundo é este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior que estes.» 32 O escriba disse-lhe: «Muito bem, Mestre, com razão disseste que Ele é o único e não existe outro além dele; 33 e amá-lo com todo o coração, com todo o entendimento, com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo vale mais do que todos os holocaustos e todos os sacrifícios.» 34 Vendo que ele respondera com sabedoria, Jesus disse: «Não estás longe do Reino de Deus.» E ninguém mais ousava interrogá-lo. 35 Ensinando no templo, Jesus tomou a palavra e perguntou: «Como dizem os doutores da Lei que o Messias é filho de David? 36 O próprio David afirmou, inspirado pelo Espírito Santo: Disse o Senhor ao meu Senhor: ‘Senta-te à minha direita, até que ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés’. 37 O próprio David chama-lhe Senhor; como é Ele seu filho?» E a numerosa multidão ouvia-o com agrado. 38 Continuando o seu ensinamento, Jesus dizia: «Tomai cuidado com os doutores da Lei, que gostam de exibir longas vestes, de ser cumprimentados nas praças, 39 de ocupar os primeiros lugares nas sinagogas e nos banquetes; 40 eles devoram as casas das viúvas a pretexto de longas orações. Esses receberão uma sentença mais severa.» 41 Estando sentado em frente do tesouro, observava como a multidão deitava moedas. Muitos ricos deitavam muitas. 42 Mas veio uma viúva pobre e deitou duas moedinhas, uns tostões. 43 Chamando os discípulos, disse: «Em verdade vos digo que esta viúva pobre deitou no tesouro mais do que todos os outros; 44 porque todos deitaram do que lhes sobrava, mas ela, da sua penúria, deitou tudo quanto possuía, todo o seu sustento.»

Comentários:

Na vinha que o Senhor nos entrega existe quanto precisamos para que trabalhando consigamos bons e abundante frutos. Podemos utilizar-nos deles, mas não podemos esquecer que o Senhor, que é o dono tem direito a uma parte. Também não podemos esquecer que a vinha não nos pertence, mas nos foi entregue em confiança para que possamos dizer com inteira verdade: O Senhor olha por mim, nada me faltará.
Quem aduz que Jesus Cristo tinha um discurso pouco claro, enigmático, difícil de entender tem aqui a resposta: «tinham percebido bem que a parábola era para eles». Pouco há a acrescentar além da confirmação - que todos os cristãos reconhecemos – que mesmo os corações empedernidos e os espíritos preconceituosos e malévolos entendem muito bem a mensagem de Cristo. A diferença, o mal, estão em não aceitar e proceder de acordo com o que se entende e compreende.
O Senhor não nos entrega uma simples vinha para que cuidemos dela. Tem todos os cuidados, um lagar, uma torre de vigia… A única coisa que temos de fazer é tratar dela, fazer as podas em devido tempo, vindimar na época própria. E… depois? Não é de justiça devolver ao Dono da vinha parte do fruto colhido? Aquilo que terá sido ajustado tem de ser cumprido porque não fomos obrigados a nada, bem ao contrário, fizemos um acordo que, naturalmente, seria vantajoso para nós, quando não, não o faríamos. Mas, na parábola, não há só uma falha – grave – da confiança subjacente ao acordo feito, existem tentativas repetidas de se tomar posse de algo que tem um dono. Infelizmente, vai sempre assim ao longo dos tempos, os homens hão-de tentar fazer seu aquilo que Deus lhes entrega em plena confiança.
Deus nosso senhor confia-nos inúmeros bens para que trabalhando com eles não só os façamos render para nosso sustento como para os valorizar e com essas mais-valias possamos devolver ao seu legítimo dono o que lhe pertence. Infelizmente há cada vez mais quem considere esses bens como definitivamente seus e os use unicamente em proveito próprio. Como confiar pouco que seja a gente desta? Tarde ou cedo terão de prestar contas. E que apertadas serão!
Para sempre ficou esta resposta de Jesus. «Dar a César o que é de César e, a Deus o que é de Deus». Revela uma sabedoria tal que nos espanta pela simplicidade lógica e irrefutável. A lição a tirar é bem clara: sabermos exactamente o que fazer – o que devemos fazer e como – em relação às nossas obrigações e deveres como membros da sociedade humana. Falamos muito dos nossos direitos, dos valores que dizemos nos são absolutamente próprios e indiscutíveis, mas, talvez, em muitos casos nos esquecemos o que da nossa parte temos de fazer para merecer esses mesmos direitos. Como poderemos exigir o que nos é devido quando nos eximimos a cumprir o que devemos?
Eximir-se de pagar os impostos parece ser uma prática comum e, até, para alguns, sinal de “esperteza”. Fica claro pelas palavras de Jesus que pagar o que está legislado que se pague é um dever que não se pode escamotear. Uma coisa é discutir ou aclarar se o que nos querem cobrar é justo e corresponde ao que deveras devemos, outra coisa é inventar subterfúgios ou tentar iludir a autoridade legítima.
Julgo não haver muito a comentar sobre este trecho de São Marcos. É por demais conhecida a resposta lapidar de Jesus sobre o assunto. O que é devido deve pagar-se mesmo que possamos considerar que haja engano, exagero, erro. Não pagar não é solução, esta reside em aclarar as coisas com quem de direito, tentar perceber a razão, o motivo o porquê. Isto, sim, é honesto e recomendável. Não pagar porque não estou de acordo ou porque, na minha opinião, o assunto não está correcto, nem será solução – bem ao contrário, trará inexoravelmente incómodos de toda a ordem – e não nos é permitida tal decisão. Quem manda pode mandar mal, mas nem por isso a nossa obrigação de obedecer – desde que não vá contra a nossa consciência – é indeclinável. Os nossos “meios de defesa” não estão no incumprimento, mas no esclarecimento.
É mais frequente que o que possamos julgar haver pessoas que negam a existência de Deus, ou se declaram ateus, emitirem opiniões sobre a Igreja, a Fé, a Doutrina. Como é possível discorrer sobre algo que se nega? Estamos perante verdadeiros casos de desonestidade intelectual que só encontram raiz na visão sectária e absolutamente despropositada. Como acontece com a pergunta dos Saduceus – patética, trocista, sem nenhum sentido – tais situações não devem preocupar-nos e nem devemos sequer, perder tempo com elas.  Livros que sabemos abordam assuntos que os autores desconhecem em profundidade, que apenas têm como motivo levantar suspeitas, troçar e, evidentemente, o lucro económico. Mas, dir-me-ão: como posso discutir sobre – por exemplo – um determinado livro se não o ler primeiro? Não discutindo, sendo claro e incisivo e corajoso: ‘Sobre esse livro não sei absolutamente nada!’
Devemos ter bem claro que nem todas as perguntas merecem resposta. Sobretudo se são capciosas e desonestas, apenas destinadas a confundir ou encontrar um tema de discussão, não devemos ceder à tentação de responder porque, na verdade, não somos nem mestres nem sabemos tudo. Mais, responder a tais perguntas poderá fazer descair a conversa para um nível que não nos interessa ou, pelo menos, admitir que o assunto sobre o qual nos questionam tem razão de ser.
A pergunta sobre o que espera – na vida eterna - os casais humanos, era de facto necessária? Sim, sem dúvida porque mereceu uma resposta de Cristo muito útil para os que O escutavam. Útil porque esclarece, um pouco, sobre o que é a vida futura, na eternidade. Somos, muitas vezes, levados a pensar que o ente querido que partiu, o voltaremos a encontrar na vida eterna e é verdade mas o que o amor e a saudade nos fazem supor de como que uma renovação da vida que tivemos nesta terra, com o carinho, o amor, a companhia não o será exactamente assim. Evidentemente que não sabemos como será, mas, segundo as palavras de Jesus, algo muito diferente nos espera. De facto, se pensarmos na suprema felicidade que viveremos por estar na contemplação do Rosto de Deus, na Sua companhia para sempre, tudo o resto fica como que em segundo plano. O nosso amor e felicidade ficarão totalmente preenchidos que não haverá lugar para mais nada.
Uma boa resposta, bem fundamentada e segura, produz sempre um efeito “em cadeia” sobre aqueles que a ouvem. Não importa a pergunta, note-se, mas a resposta porque, se esta começa, por exemplo com as palavras - ‘eu acho - parece-me - que’ – fica desde logo comprometida a credibilidade da mesma. Quando nos perguntam algo esperam de nós apenas dois tipos de resposta: ‘Não sei’ ou ‘é assim…’ (Alguém que nos pergunta que que estrada seguir para chegar a determinado local só lhe interessa saber o que pergunta e não o que nos parece.) Por isso, um cristão tem de estar bem informado sobre as verdades da sua Fé, da Doutrina para poder responder com segurança e credibilidade ao que lhe for perguntado.
Este trecho demonstra bem o que já alguma vez dissemos. Entre os chefes do povo havia quem acreditasse em Jesus ou, pelo menos, se dispunha a escutá-lo com boa intenção. Nunca devemos julgar ninguém e, muito menos, considerar toda uma classe ou grupo de pessoas pelo comportamento de alguns. Basta para tanto pensarmos nesta verdade: Todos os homens são filhos de Deus, logo, nossos irmãos, e, assim, "candidatos" à Vida Eterna que deseja que todos alcancemos.
É bem patente, neste trecho do Evangelho, o que na verdade é o Reino de Deus: O Amor! Porque, Deus que é o Amor, não poderia ter um reino diferente. Para pertencer ao Reino há que amar, a sério, Deus e a principal obra da Sua Criação: os homens! Não há outro caminho! Amar, que é a capacidade que o homem tem de se dar a si mesmo, é, pois, a única “credencial” verdadeiramente válida para se ser, de pleno direito, súbdito desse Reino.
Como fica bem patente neste trecho de São Marcos, nunca se deve julgar toda uma classe de pessoas como um todo. Há sempre excepções. Como neste caso, embora a pergunta tenha sido feita para “pôr à prova” a seriedade de Jesus e dos Seus ensinamentos, a verdade á que o próprio Senhor aprecia elogiando o escriba pela sua sabedoria e boa doutrina. «Não estás longe do Reino de Deus.» É assim que Jesus Cristo termina a conversa como que dizendo aos circunstantes: ‘neste podeis acreditar e seguir as suas palavras’.
A atitude deste escriba é rara nos relatos evangélicos. Quase sempre esta classe, como os fariseus e doutores da Lei actuam sempre em confronto – aberto ou camuflado – quando se encontram com Jesus. Mas, como já se disse, não se pode nem deve tomar o todo pela parte e, como acabamos de ler, há gente pertencente a estas classes que é honesta intelectualmente, não actua por sectarismo ou “ideias feitas”, deseja conhecer a verdade tal qual é. Assim, connosco no apostolado. Todas as pessoas sejam quem forem nos devem merecer cuidado e atenção quando não actuaremos como aqueles cuja conduta reprovamos.
Para todo o sempre ficou esta frase lapidar de Jesus Cristo. «Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças. O segundo é este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Não há nenhum mandamento maior que estes». Encerra em si mesma a máxima sabedoria e justiça mais liminar. Assim pode - e deve - constituir todo um programa de vida para qualquer ser humano.
Todo este capítulo doze do Evangelho escrito por São Marcos é profundamente doutrinal. Jesus responde a perguntas – mesmo as capciosas e sem sentido – esclarece dúvidas, ensina. Por isso mesmo «a numerosa multidão ouvia-o com agrado» e, seguramente, não esqueceria jamais o que tinha sido dito. Jesus Cristo é, de facto, O Mestre por excelência e nenhum outro poderá igualar a Sua Sabedoria, bem como a forma tão simples e acessível de abordar assuntos – por vezes controversos ou, pelo menos de difícil compreensão – como Ele o faz. Como devemos agradecer aos Evangelistas terem-nos deixado este legado precioso para nós, cristãos de todos os tempos, podermos encontrar com segurança os fundamentos da nossa Fé!
Jesus serve-se da Lei e dos Doutores da Lei como prova do que afirma: Que, Ele mesmo, é o Filho de Deus. Os argumentos que usa são uma citação directa e indesmentível dos que, negando a Sua Divindade, não explicam o que ensinam como sendo a própria Lei. Não sabem… ou porque não querem? Por mim penso que, de facto não sabem como explicar a aparente contradição exposta por Jesus. São chamados “Doutores da Lei” mas não passam de “aplicadores” da Lei porque um verdadeiro “Doutor da Lei”, deveria, estudando esta em pormenor e em profundidade, atingir o conhecimento que lhes falta.
Evidentemente que o Senhor não aconselha a que dê nos peditórios nas Igrejas tudo quanto se possui. Não é disso que se trata mas sim de generosidade. Sabemos bem, os cristãos, quantas Paróquias vivem com enormíssimas dificuldades quando o seu único “provento” vem dos óbulos dos cristãos. Podemos – e devemos – rever o nosso critério dentro do razoável e, sobretudo, do justo. O Senhor disse clarissimamente que «nos deitarão no regaço uma medida cheia, bem calcada, a transbordar». E nós? Temos alguma medida ou limitamo-nos a procurar no fundo dos bolsos umas moeditas para lançar na bandeja que recolhe os óbulos?

El reto del amor

Pequena agenda do cristão

Quarta-Feira

PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)






Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?