Dentro
do Evangelho – (cfr:
São Josemaria, Sulco 253)
(Re Lc II)
Personagem
Sou
um pastor e passo muitos dias e noites nos campos com o meu rebanho conduzindo-o
para onde sei que os pastos são mais viçosos e abundantes. Sei muito bem que do
meu cuidado e dedicação dependerá muito a saúde das ovelhas que me estão
confiadas.
Hoje afastei-me um pouco do rebanho porque uns Anjos apareceram no Céu rodeados
de luz iridiscente dizendo: Nasceu-vos um Salvador! E descreviam os sinais com
que haveríamos de encontrá-Lo. Eu e outros pastores fomos em busca desse
Salvador e encontramos tudo como eles nos anunciaram.
Juntamente
com outros que já lá estavam, ajoelhei-me aos pés de uma manjedoura onde um
recém-nascido, envolto em panos, agitava os braços e sorria em redor. A Mãe
estava ao lado, debruçada sobre o Filho; um sorriso lindo iluminava o seu belo
rosto; mais atrás um homem, seria o Pai, contemplava embevecido a Mãe e o Filho;
percebia-se que o estábulo tinha sido limpo, a palha renovada, uma candeia
acesa. Na verdade, a candeia não era necessária porque a estrela por cima do
estábulo emitia uma luz que tudo iluminava. Eu sou um pobre homem sem grande
instrução estava misturado com outras pessoas que,aliás, não cessavam de
chegar, cujo aspecto e trajar diziam bem
ser de condição social muito superior à minha. A simplicidade do quadro que
todos contemplavamos induzia-nos ao silêncio contemplativo.
Compreendo
que o silêncio, a ausência de palavras, é necessário para que o coração e a
alma possam contemplar melhor o que os olhos vêm. No silêncio interior as
imagens surgem mais nítidas e compreendemos melhor, muito melhor, o que vemos.
Reflexão
Olhar e reparar
São duas atitudes
diferentes.
Olhar pode ser um acto
automático que não tem que ser nem mau nem bom. Faz parte da nossa condição
humana, dos nossos sentidos, da forma como percorremos a vida de todos os dias.
Reparar é diferente. É deter
o olhar em algo que nos desperta a curiosidade e pretendemos avaliar – ou ver
mais detidamente – os pormenores, os detalhes. E isto pode ser mau porque, de
certa forma alia-se ao reparar a curiosidade e, esta, é sempre má.
Trata-se, pois, de guardar a
vista e não se pense que é fácil porque não é. Constantemente, somos
confrontados com autênticas “agressões visuais” e há que ter a prontidão de
seguir em frente e deixar o assunto.
A vista é a porta da alma!
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