23/07/2017

Publicações em 23 Julho

Serenidade. – Por que te zangas?

Serenidade. – Por que te zangas, se zangando-te ofendes a Deus, incomodas os outros, passas tu mesmo um mau bocado... e por fim tens de te acalmar? (Caminho, 8)

Isso mesmo que disseste, di-lo noutro tom, sem ira, e ganhará força o teu raciocínio e, sobretudo não ofenderás a Deus. (Caminho, 9)

Não repreendas quando sentes a indignação pela falta cometida. – Espera pelo dia seguinte, ou mais tempo ainda. – E depois, tranquilo e com a intenção purificada, não deixes de repreender. – Conseguirás mais com uma palavra afectuosa, do que ralhando três horas. – Modera o teu génio. (Caminho, 10)

Quando realmente te abandonares no Senhor, aprenderás a contentar-te com o que suceder, e a não perder a serenidade, se as tarefas – apesar de teres posto todo o teu empenho e empregado os meios convenientes – não saem a teu gosto... Porque terão "saído" como convém a Deus que saiam. (Sulco, 860)


Sendo para bem do próximo, não te cales, mas fala de modo amável, sem destemperança nem aborrecimento. (Forja, 960)

Evangelho e comentário

Tempo Comum


Evangelho: Mt 13, 24-43

24 Jesus propôs-lhes outra parábola: «O Reino do Céu é comparável a um homem que semeou boa semente no seu campo. 25 Ora, enquanto os seus homens dormiam, veio o inimigo, semeou joio no meio do trigo e afastou-se. 26 Quando a haste cresceu e deu fruto, apareceu também o joio. 27 Os servos do dono da casa foram ter com ele e disseram-lhe: ‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem, pois, o joio?’ 28 ‘Foi algum inimigo meu que fez isto’ - respondeu ele. Disseram-lhe os servos: ‘Queres que vamos arrancá-lo?’ 29 Ele respondeu: ‘Não, para que não suceda que, ao apanhardes o joio, arranqueis o trigo ao mesmo tempo. 30 Deixai um e outro crescer juntos, até à ceifa; e, na altura da ceifa, direi aos ceifeiros: Apanhai primeiro o joio e atai-o em feixes para ser queimado; e recolhei o trigo no meu celeiro.’» 31 Jesus propôs-lhes outra parábola: «O Reino do Céu é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo. 32 É a mais pequena de todas as sementes; mas, depois de crescer, torna-se a maior planta do horto e transforma-se numa árvore, a ponto de virem as aves do céu abrigar-se nos seus ramos.» 33 Jesus disse-lhes outra parábola: «O Reino do Céu é semelhante ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha, até que tudo fique fermentado.» 34 Tudo isto disse Jesus, em parábolas, à multidão, e nada lhes dizia sem ser em parábolas. 35 Deste modo cumpria-se o que fora anunciado pelo profeta: Abrirei a minha boca em parábolas e proclamarei coisas ocultas desde a criação do mundo. 36 Afastando-se, então, das multidões, Jesus foi para casa. E os seus discípulos, aproximando-se dele, disseram-lhe: «Explica-nos a parábola do joio no campo.» 37 Ele, respondendo, disse-lhes: «Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem; 38 o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do Reino; o joio são os filhos do maligno; 39 o inimigo que a semeou é o diabo; a ceifa é o fim do mundo e os ceifeiros são os anjos. 40 Assim, pois, como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será no fim do mundo: 41 o Filho do Homem enviará os seus anjos, que hão-de tirar do seu Reino todos os escandalosos e todos quantos praticam a iniquidade, 42 e lançá-los na fornalha ardente; ali haverá choro e ranger de dentes. 43 Então os justos resplandecerão como o Sol, no Reino de seu Pai. Aquele que tem ouvidos, oiça!»

Comentário:

Acontece na vida espiritual o que sucede na vida corrente, o trigo e o joio, o bem e o mal, andam muitas vezes der tal forma juntos que quase não se distinguem.


Isso tem a ver sobretudo com as disposições da alma e com a vida que se vive.



No primeiro caso, quando se abranda a vigilância facilmente se cai na tibieza e o valor real das coisas transforma-se e acaba confundindo-se.



No segundo, as companhias, o ambiente, arrastam para onde não queremos ir e acabamos misturados numa mesma massa cujos valores, preocupações e objectivos não nos convém.



Trigo e, ao mesmo tempo joio!



Cientes desta realidade, peçamos ao Senhor que nos envie ceifeiros competentes para que não aconteça ir-mos parar à fogueira do demónio em lugar de recolhidos no celeiro divino.




(AMA, comentário sobre Mt 13, 24-30, 27.07.2013)

Fátima: Centenário - Oração diária


Senhora de Fátima:

Neste ano do Centenário da tua vinda ao nosso País, cheios de confiança vimos pedir-te que continues a olhar com maternal cuidado por todos os portugueses.
No íntimo dos nossos corações instala-se alguma apreensão e incerteza em relação a este nosso País.

Sabes bem que nos referimos às diferenças de opinião que se transformam em desavenças, desunião e afastamento; aos casais desfeitos com todas as graves consequências; à falta de fé e de prática da fé; ao excessivo apego a coisas passageiras deixando de lado o essencial; aos respeitos humanos que se traduzem em indiferença e falta de coragem para arrepiar caminho; às doenças graves que se arrastam e causam tanto sofrimento.
Faz com que todos, sem excepção, nos comportemos como autênticos filhos teus e com a sinceridade, o espírito de compreensão e a humildade necessárias para, com respeito de uns pelos outros, sermos, de facto, unidos na Fé, santos e exemplo para o mundo.

Que nenhum de nós se perca para a salvação eterna.

Como Paulo VI, aqui mesmo em 1967, te repetimos:

Monstra te esse Matrem”, Mostra que és Mãe.

Isto te pedimos, invocando, uma vez mais, ao teu Dulcíssimo Coração, a tua protecção e amparo.


AMA, Fevereiro, 2017

Tratado da vida de Cristo 170

Questão 55: Da manifestação da ressurreição


Art. 6 — Se as provas aduzidas por Cristo manifestaram suficientemente a verdade da sua ressurreição.

O sexto discute-se assim. — Parece que as provas aduzidas por Cristo não manifestaram suficientemente a verdade da sua ressurreição. 

1. — Pois, Cristo não manifestou nada aos discípulos depois da sua ressurreição, que também não pudessem os anjos manifestar ou deixar de o fazer, quando aparecem aos homens. Assim, os anjos frequentemente se mostravam aos homens em forma humana, com eles falavam conviviam e comiam como se verdadeiramente fossem homens. Tal o lemos na Escritura quando refere que Abraão deu hospitalidade a anjos; e que um anjo levou e reconduziu a Tobias. E, contudo, não tem corpo real a que estejam unidos naturalmente. o que é necessário para a ressurreição. Logo, os sinais que Cristo mostrou aos discípulos não eram suficientes para manifestar-lhe a ressurreição.

2. Demais. — Cristo ressurgiu glorioso, isto é, tendo a natureza humana, mas simultaneamente gloriosa. Ora, Cristo fez certas manifestações aos discípulos, contrárias à natureza humana; tal o se lhes desvanecer aos olhos e o entrar a ter com eles através de portas fechadas. E também eram contrárias à glória certas outras, como o comer e beber e o conservar as cicatrizes das chagas. Logo, parece que as referidas provas não eram suficientes nem convenientes a despertar a fé na ressurreição.

3. Demais. — O corpo de Cristo depois da ressurreição não era tal que pudesse se tocado pelos mortais; por isso ele próprio disse a Madalena: Não me toques porque ainda não subi a meu Pai. Logo, não era conveniente que, para manifestar a verdade da sua ressurreição, se deixasse tocar pelos discípulos.

4. Demais. — Dentre os dotes do corpo glorioso o mais importante é a claridade. Ora, desse não tem Cristo, na ressurreição, nenhuma prova. Logo, parece que insuficientes eram as referidas provas para manifestar a qualidade da sua ressurreição.

5. Demais. — Os anjos apresentados como testemunhas da ressurreição, a própria dissonância entre os Evangelistas, mostra que eram insuficientes. Assim, Mateus nos mostra o anjo sobre a pedra revolvida e Marcos, no interior do monumento, quando as mulheres nele entraram. Além disso, esses dois evangelistas falam-nos de um só anjo; ao passo que João, de dois, sentados; e Lucas, de dois também, mas de pé. Logo, parecem inconvenientes os testemunhos da ressurreição.

Mas, em contrário, Cristo que é a Sabedoria de Deus, dispõe todas as coisas com suavidade e conveniência, na frase da Escritura.

Cristo manifestou de dois modos a sua ressurreição: pelo testemunho e por provas ou sinais. E ambas essas manifestações foram, no seu género, suficientes. Assim, serviu-se de duplo testemunho para manifestar a ressurreição aos discípulos, e nenhum deles pode ser recusado. — O primeiro foi o dos anjos, que anunciaram a ressurreição às mulheres, como o narram todos os evangelistas. Outro é o testemunho das Escrituras, que ele próprio aduziu para provar a sua ressurreição, como o relata o Evangelho. Quanto às provas, também foram suficientes para declarar a sua verdadeira ressurreição, mesmo enquanto gloriosa. Ora, que a sua ressurreição foi verdadeira ele o mostrou, primeiro, quanto ao seu corpo. Relativamente a esta manifestou três coisas. - Primeiro, que era um corpo verdadeiro e real, e não um corpo fantástico ou rarefeito, como o ar. E isso o mostrou deixando que o tocassem. Por isso, ele próprio o disse: Apalpai e vede, que um espírito não tem carne nem ossos, como vós vedes que eu tenho. — Segundo. mostrou que tinha um corpo humano. deixando os discípulos verem a sua verdadeira figura. que contemplavam com os olhos. — Terceiro, mostrou-lhes que era o corpo identicamente o mesmo que antes tinha, mostrando-lhes as cicatrizes das chagas. — Por isso diz, no Evangelho: Olha para as minhas mãos e pés, porque sou eu mesmo. De outro modo, mostrou-lhes a verdade da sua ressurreição quanto à alma, de novo unida ao corpo. E isso, pelas atividades de uma tríplice vida. — Primeiro, pela actividade da vida nutritiva, comendo e bebendo com os discípulos, como lemos no Evangelho. — Segundo. pela actividade da vida sensitiva, quando respondia às interrogações dos discípulos e saudava os presentes, mostrando assim que via e ouvia. - Terceiro, pela actividade da vida intelectiva, pelo que os discípulos com ele falavam e discorriam sobre as Escrituras. E para nada faltar a essa perfeita manifestação, revelou também a sua natureza divina pelo milagre feito na pesca maravilhosa e, além disso, por ter subido ao céu à vista dos discípulos. Pois, como diz o Evangelho, ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu, a saber, o Filho do homem, que está no céu. E também manifestou a glória da sua ressurreição aos discípulos por ter entrado onde eles estavam, estando as portas fechadas. Tal o que diz Gregório: O Senhor deu a tocar o seu corpo, que entrava estando as portas fechadas, para mostrar que, depois da ressurreição, tinha a mesma natureza, mas com uma glória diferente. - Semelhantemente, também foi por uma propriedade da glória, que de súbito desapareceu de diante dos seus olhos, na frase do Evangelho; pois, assim mostrava que tinha o poder de deixar-se ver ou não, e isso é uma propriedade do corpo glorioso, como dissemos.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — Embora cada uma das provas, em particular, não bastasse a manifestar a ressurreição de Cristo, contudo todas tomadas simultaneamente a manifestam de modo perfeito, sobretudo pelo testemunho da Escritura, pelas palavras dos anjos e também pela própria afirmação de Cristo confirmada por milagres. Quanto aos anjos que apareceram, não afirmavam que fossem homens como Cristo se afirmou verdadeiramente homem. — E, contudo, foi um o modo de comer de Cristo e outro o do anjo. Pois, por não serem os corpos assumidos pelos anjos vivos ou animados, não comeram eles verdadeiramente, embora na realidade triturassem os alimentos que iam ter à parte interior do corpo assumido. Por isso o anjo disse a Tobias: Quando eu estava convosco, a vós parecia-vos que eu comia e bebia convosco, mas eu sustento-me de um manjar invisível. Mas, como o corpo de Cristo era verdadeiramente animado, comeu verdadeiramente. Pois, no dizer de Agostinho, o corpo ressuscitado fica isento não do poder, mas da necessidade de comer. Donde o dizer Beda, Cristo comeu por poder e não por necessidade.

RESPOSTA À SEGUNDA. — Como dissemos Cristo serviu-se de várias provas para manifestar a sua verdadeira natureza humana; e de algumas outras para mostrar a glória de ressuscitado. Ora, a condição da natureza humana, considerada em si mesma, no estado da vida presente, contraria à condição da glória, segundo o Apóstolo: Semeia-se em vileza, ressuscitará em glória. Donde, as provas para manifestar o estado glorioso estão em oposição à natureza, não considerada absolutamente, mas ao seu estado presente, e ao inverso. Por isso diz Gregório, que duas causas admiráveis o Senhor mostrou e muito contraditórias aos olhos da razão humana: conservar, depois da ressurreição, o seu corpo simultaneamente incorruptível e capaz de ser tocado.

RESPOSTA À TERCEIRA. — Como adverte Agostinho, o Senhor disse: Não me toques porque ainda não subi a meu Pai, para que essa mulher figurasse a Igreja formada pelos gentios, que só acreditou em Cristo quando ele subiu ao Pai. Ou quis Jesus que se acreditasse nele, isto é, que fosse tocado espiritualmente, de modo a ser considerado na sua unidade com o Pai. Porque, no seu senso íntimo, quem assim o considera, crê que de certo modo Cristo, subindo ao Pai, subiu a quem o reconhece como seu igual. Ao passo que a mulher, chorando-o como homem, só carnalmente cria nele. Quanto ao que se lê em outro lugar do Evangelho, que Maria o tocou, quando se lhe achegou, junto com outras mulheres, e lhes abraçou os pés, não encerra isso nenhuma dificuldade, diz Severiano. Porque no primeiro caso trata-se de uma figura e no segundo, do sexo; naquele da graça divina; neste, da natureza humana. — Ou como o explica Crisóstomo, essa mulher queria tratar ainda o Cristo como se fosse antes da Paixão. Invadida de atearia, esquecia-se da grandeza do seu Salvador; pois, o corpo de Cristo tinha-se, com efeito, revestido de uma glória incomparável, depois de ressuscitado. Por isso lhe disse: Ainda não subi a meu Pai, como se lhe dissesse: Não penses que ainda vivo uma vida mortal. Se ainda na terra me vês, é porque ainda não subi a meu Pai; mas dentro em pouco para ele subirei. E por isso acrescenta: Subo para meu Pai e vosso Pai.

RESPOSTA À QUARTA. — Como diz Agostinho, o Senhor ressuscitou com seu corpo glorificado; mas não quis aparecer assim glorioso aos discípulos, porque os olhos deles não podiam suportar a grande glória. Pois, antes de ter morrido por nós e ressuscitado, quando foi da transfiguração no monte, já os discípulos não no puderam contemplar; com maior razão não poderiam fitar o corpo do Senhor glorificado. - Devemos também considerar que depois da ressurreição o Senhor queria sobretudo mostrar que era o mesmo que tinha morrido. O que poderia ficar grandemente impedido se lhes manifestasse a glória do seu corpo. Pois, as mudanças de figura são as que sobretudo revelam a diversidade do que vemos; porque os sensíveis comuns, entre os quais se contam a unidade e a multiplicidade, ou a identidade e a diversidade, a vista é a que sobretudo julga deles. Mas antes da Paixão a fim de que os discípulos não o desprezassem pelas humilhações dela, quis Cristo mostrar-lhes a glória da sua majestade, revelada principalmente pela glória do corpo, Por isso, antes da Paixão, manifestou aos discípulos a sua glória refulgente; mas, depois da ressurreição, por outros indícios.

RESPOSTA À QUINTA. — Como diz Agostinho, podemos, com Mateus e Marcos, entender que as mulheres viram um anjo, supondo que o foi quando entraram no monumento, isto é, num certo espaço cercado por um muro de pedras, e aí viram o anjo sentado na pedra revolvida do sepulcro, como refere Mateus; isto é, sentado à direita, como requer Marcos. Em seguida, enquanto examinavam o lugar, onde tinha jazido o corpo do Senhor, viram os dois anjos, primeiro, sentados, no dizer de João, e depois levantados, de modo que pareciam estar de pé, como relata Lucas. 

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.



Pequena agenda do cristão

DOMINGO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?

Fátima: Centenário - Vida de Maria - 34


Centenário das aparições da Santíssima 

Virgem em Fátima


Visitação


A voz dos santos

Sucede, por vezes, que o pecador procura numa coisa o que não poderá encontrar e pelo contrário encontra-a o justo: a riqueza do pecador está reservada para o justo [i]. Assim, Eva deitou a mão ao fruto e não achou nele tudo o que desejava; a Santíssima Virgem, pelo contrário, encontrou no seu fruto tudo o que Eva tinha desejado.

Eva procurou três coisas no seu fruto:

Primeiro, o que enganosamente lhe tinha prometido o demónio, ser como deus, conhecedores do bem e do mal. E mentiu; porque é mentiroso e pai da mentira. Eva, por ter comido do fruto, não veio a ser semelhante a Deus, mas muito diferente; com o pecado afastou-se de Deus seu Salvador e foi expulsa do Paraíso. Maria, pelo contrário, encontrou-o no fruto do seu ventre e com Ela todos os cristãos, pois por Cristo unimo-nos e tornamo-nos semelhantes a Deus.

Segundo, Eva no seu fruto procurou prazer, pois tinha parecido bom para comer; mas não o obteve, antes se deu conta, imediatamente, de que estava despida e sentiu dor. No fruto da Virgem, pelo contrário, encontramos doçura e sabor.

Terceiro, o fruto de Eva era formoso à vista; mas mais formoso é o de Maria, a Quem os Anjos desejam contemplar. Por conseguinte, Eva não pôde encontrar no seu fruto o que também não encontra nenhum pecador no seu pecado. Busquemos, pois, o que ansiamos, no fruto da Virgem».

São Tomás de Aquino (séc. XIII), Exposição da Ave-maria.




[i] Prv 13, 22