18/09/2021

NUNC COEPI Publicações em Setembro 18

 


Sábado 


Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)

 

Propósito: Honrar a Santíssima Virgem.

 

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

 

Lembrar-me: Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

 

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.

Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

 

Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?

 

 

LEITURA ESPIRITUAL

 

Evangelho

Jo XIX, 1-43

Jesus é flagelado, coroado de espinhos e condenado

1 Então, Pilatos mandou levar Jesus e flagelá-lo. 2 Depois, os soldados entrelaçaram uma coroa de espinhos, cravaram-lha na cabeça e cobriram-no com um manto de púrpura; 3 e, aproximando-se dele, diziam-lhe: «Salve! Ó Rei dos judeus!» E davam-lhe bofetadas. 4 Pilatos saiu de novo e disse-lhes: «Vou trazê-lo cá fora para saberdes que eu não vejo nele nenhuma causa de condenação.» 5 Então, saiu Jesus com a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Disse-lhes Pilatos: «Eis o Homem!» 6 Assim que viram Jesus, os sumos sacerdotes e os seus servidores gritaram: «Crucifica-o! Crucifica-o!» Disse-lhes Pilatos: «Levai-o vós e crucificai-o. Eu não descubro nele nenhum crime.» 7 Os judeus replicaram-lhe: «Nós temos uma Lei e, segundo essa Lei, deve morrer, porque disse ser Filho de Deus.» 8 Quando Pilatos ouviu estas palavras, mais assustado ficou. 9 Voltou a entrar no edifício da sede e perguntou a Jesus: «Donde és Tu?» Mas Jesus não lhe deu resposta. 10 Pilatos disse-lhe, então: «Não me dizes nada? Não sabes que tenho o poder de te libertar e o poder de te crucificar?» 11Respondeu-lhe Jesus: «Não terias nenhum poder sobre mim, se não te fosse dado do Alto. Por isso, quem me entregou a ti tem maior pecado.» 12 A partir daí, Pilatos procurava libertá-lo, mas os judeus clamavam: «Se libertas este homem, não és amigo de César! Todo aquele que se faz rei declara-se contra César.» 13 Ouvindo estas palavras, Pilatos trouxe Jesus para fora e fê-lo sentar numa tribuna, no lugar chamado Lajedo, ou Gabatá em hebraico. 14 Era o dia da Preparação da Páscoa, por volta do meio-dia. Disse, então, aos judeus: «Aqui está o vosso Rei!» 15 E eles bradaram: «Fora! Fora! Crucifica-o!» Disse-lhes Pilatos: «Então, hei-de crucificar o vosso Rei?» Replicaram os sumos sacerdotes: «Não temos outro rei, senão César.» 16 Então, entregou-o para ser crucificado. E eles tomaram conta de Jesus.

 

Crucifixão de Jesus

17 Jesus, levando a cruz às costas, saiu para o chamado Lugar da Caveira, que em hebraico se diz Gólgota, 18 onde o crucificaram, e com Ele outros dois, um de cada lado, ficando Jesus no meio. 19 Pilatos redigiu um letreiro e mandou pô-lo sobre a cruz. Dizia: «Jesus Nazareno, Rei dos Judeus.» 20 Este letreiro foi lido por muitos judeus, porque o lugar onde Jesus tinha sido crucificado era perto da cidade e o letreiro estava escrito em hebraico, em latim e em grego. 21 Então, os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: «Não escrevas 'Rei dos Judeus', mas sim: 'Este homem afirmou: Eu sou Rei dos Judeus.'» 22 Pilatos respondeu: «O que escrevi, escrevi.» 23 Os soldados, depois de terem crucificado Jesus, pegaram na roupa dele e fizeram quatro partes, uma para cada soldado, excepto a túnica. A túnica, toda tecida de uma só peça de alto a baixo, não tinha costuras. 24 Então, os soldados disseram uns aos outros: «Não a rasguemos; tiremo-la à sorte, para ver a quem tocará.» Assim se cumpriu a Escritura, que diz: Repartiram entre eles as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes. E foi isto o que fizeram os soldados. 25 Junto à cruz de Jesus estavam, de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria, a mulher de Clopas, e Maria Madalena. 26 Então, Jesus, ao ver ali ao pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava, disse à mãe: «Mulher, eis o teu filho!» 27 Depois, disse ao discípulo: «Eis a tua mãe!» E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua.

 

Morte de Jesus

28 Depois disso, Jesus, sabendo que tudo se consumara, para se cumprir totalmente a Escritura, disse: «Tenho sede!»

29 Havia ali uma vasilha cheia de vinagre. Então, ensopando no vinagre uma esponja fixada num ramo de hissopo, chegaram-lha à boca. 30 Quando tomou o vinagre, Jesus disse: «Tudo está consumado.» E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.

 

O peito aberto pela lança

31 Como era o dia da Preparação da Páscoa, para evitar que no sábado ficassem os corpos na cruz, porque aquele sábado era um dia muito solene, os judeus pediram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados. 32 Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e também ao outro que tinha sido crucificado juntamente. 33 Mas, ao chegarem a Jesus, vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas. 34 Porém, um dos soldados traspassou-lhe o peito com uma lança e logo brotou sangue e água. 35 Aquele que viu estas coisas é que dá testemunho delas e o seu testemunho é verdadeiro. E ele bem sabe que diz a verdade, para vós crerdes também. 36 É que isto aconteceu para se cumprir a Escritura, que diz: Não se lhe quebrará nenhum osso. 37 E também outro passo da Escritura diz: Hão-de olhar para aquele que trespassaram.

 

Jesus é sepultado

38 Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas secretamente por medo das autoridades judaicas, pediu a Pilatos que lhe deixasse levar o corpo de Jesus. E Pilatos permitiu-lho. Veio, pois, e retirou o corpo. 39 Nicodemos, aquele que antes tinha ido ter com Jesus de noite, apareceu também trazendo uma mistura de perto de cem libras de mirra e aloés. 40 Tomaram então o corpo de Jesus e envolveram-no em panos de linho com os perfumes, segundo o costume dos judeus. 41 No sítio em que Ele tinha sido crucificado havia um horto e, no horto, um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepultado. 42 Como para os judeus era o dia da Preparação da Páscoa e o túmulo estava perto, foi ali que puseram Jesus.

 

 

SANTÍSSIMA VIRGEM

 

CARTA ENCÍCLICA

REDEMPTORIS MATER

DO SUMO PONTÍFICE

JOÃO PAULO II

SOBRE A BEM-AVENTURADA

VIRGEM MARIA

NA VIDA DA IGREJA

QUE ESTÁ A CAMINHO

 

 

Veneráveis Irmãos, caríssimos Filhos e Filhas: saúde e Bênção Apostólica!

 

INTRODUÇÃO

 

PRIMEIRA PARTE

MARIA NO MISTÉRIO DE CRISTO

 

1. Cheia de graça

 

7. “Bendito seja Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual no alto dos céus, nos abençoou com toda a sorte de bênçãos espirituais em Cristo(Ef 1, 3). Estas palavras da Carta aos Efésios revelam o eterno desígnio de Deus Pai, o seu plano de salvação do homem em Cristo. É um plano universal, que concerne todos os homens criados à imagem e semelhança de Deus (cf. Gén 1, 26). Todos eles, assim como «no princípio» estão compreendidos na obra criadora de Deus, assim também estão eternamente compreendidos no plano divino da salvação, que se deve revelar cabalmente na «plenitude dos tempos», com a vinda de Cristo. Com efeito, n'Ele, aquele Deus, que é “Pai de nosso Senhor Jesus Cristo” ― são as palavras que vêm a seguir na mesma Carta ― “nos elegeu antes da criação do mundo, para sermos santos e imaculados aos seus olhos. Por puro amor Ele nos predestinou a sermos adoptados por Ele como filhos, por intermédio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito da sua vontade, para louvor da magnificência da sua graça, pela qual nos tornou agradáveis em seu amado Filho. N'Ele, mediante o seu sangue, temos a redenção, a remissão dos pecados segundo as riquezas da sua graça”. (Ef 1, 4-7).

O plano divino da salvação, que nos foi revelado plenamente com a vinda de Cristo, é eterno. Ele é também ― segundo o ensino contido na mesma Carta e noutras Cartas paulinas (cf. Col 1, 12-14; Rom 3, 24; Gál 3, 13; 2 Cor 5, 18-29) ― algo que está eternamente ligado a Cristo. Ele compreende em si todos os homens; mas reserva um lugar singular à «mulher» que foi a Mãe d'Aquele ao qual o Pai confiou a obra da salvação.  Como explana o Concílio Vaticano II, “Maria encontra-se já profeticamente delineada na promessa da vitória sobre a serpente, feita aos primeiros pais caídos no pecado”, segundo o Livro do Génesis (cf. 3, 15). “Ela é, igualmente, a Virgem que conceberá e dará à luz um Filho, cujo nome será Emanuel” segundo as palavras de Isaías (cf. 7, 14). Deste modo, o Antigo Testamento prepara aquela “plenitude dos tempos”, quando Deus haveria de enviar “o seu Filho, nascido duma mulher ..., para que nós recebêssemos a adopção como filhos”. A vinda ao mundo do Filho de Deus e o acontecimento narrado nos primeiros capítulos dos Evangelhos segundo São Lucas e segundo São Mateus.

 

 

REFLEXÃO

 

Exame pessoal 8

O propósito pode ter como raiz um desejo ou uma necessidade de correcção ou ainda uma vontade de melhoria.

Seja como for nunca nos esqueçamos que se trata de uma decisão pessoal livremente tomada e não algo imposto por outro seja porque motivo for.

Antes de fazer o propósito deve considerar-se que se está a assumir um compromisso e portanto envolve uma responsabilidade que não pode ser descartada por uma razão ou motivo qualquer.

Se me comprometer com Deus, não cumprir o prometido equivale a desiludir o Senhor e assim mais vale não se comprometer.

Esta conclusão parece tornar tudo muito mais fácil: Ou me considero capaz de um compromisso, mesmo contando com eventuais falhas; ou não!

Chego a uma conclusão final que parece dever ser:

1 - O exame é algo sério e importante.

2 - Tudo quanto é sério e importante deve ser levado à consideração da oração.

3 – Antes do exame, oração a pedir luz e discernimento e, naturalmente, humildade.

4 – Depois do exame, agradecer a luz e inspirações recebidas e, novamente levá-las à oração.

5 – Depois e só depois, virá o propósito consequência lógica do resultado da oração.

 

(AMA, 2018)

 

 

SÃO JOSEMARIA – textos

 

Se formos humildes, Deus não nos abandonará nunca

Essas depressões por veres ou por outros descobrirem os teus defeitos, não têm fundamento... Pede a verdadeira humildade. (Sulco, 262)

Quanto maior és, mais te deves humilhar em todas as coisas, e acharás graça diante de Deus. Se formos humildes, Deus não nos abandonará nunca. Ele humilha a altivez do soberbo, mas salva os humildes. Ele liberta o inocente, que pela pureza das suas mãos será resgatado. A infinita misericórdia do Senhor não tarda em vir socorrer quem o chama com humildade. E então actua como quem é: como Deus omnipotente. Ainda que haja muitos perigos, ainda que a alma pareça acossada, ainda que se encontre cercada por todos os lados pelos inimigos da sua salvação, não perecerá. E isto não é apenas tradição doutros tempos, pois continua a acontecer agora. (…) Nós, sem manifestações espectaculares, com a normalidade da vida cristã corrente, com uma sementeira de paz e de alegria, temos também de destruir muitos ídolos: o da incompreensão, o da injustiça, o da ignorância, o da pretensa suficiência humana que volta com arrogância as costas a Deus. Não vos assusteis nem temais nada, mesmo que as circunstâncias em que trabalheis sejam tremendas, piores que as de Daniel no fosso com aqueles animais vorazes. As mãos de Deus continuam a ser igualmente poderosas e, se fosse necessário, fariam maravilhas. (Amigos de Deus, 104)

 

NUNC COEPI Publicações em Setembro 18

                         


                            

                                                                        Sábado 

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)

 

Propósito: Honrar a Santíssima Virgem.

 

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

 

Lembrar-me: Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.

Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?

 

 


LEITURA ESPIRITUAL

 

Evangelho

Jo XI, 1-57

 

Ressurreição de Lázaro

1 Estava doente um homem chamado Lázaro, de Betânia, terra de Maria e de Marta, sua irmã. 2 Maria, cujo irmão, Lázaro, tinha caído doente, era aquela que ungiu os pés do Senhor com perfume e lhos enxugou com os seus cabelos. 3 Então, as irmãs enviaram a Jesus este recado: «Senhor, aquele que amas está doente.» 4 Ouvindo isto, Jesus disse: «Esta doença não é de morte, mas sim para a glória de Deus, manifestando-se por ela a glória do Filho de Deus.» 5 Jesus era muito amigo de Marta, da sua irmã e de Lázaro. 6 Mas, quando recebeu a notícia de que este estava doente, ainda se demorou dois dias no lugar onde se encontrava. 7 Só depois é que disse aos discípulos: «Vamos outra vez para a Judeia.» 8 Disseram-lhe os discípulos: «Rabi, há pouco os judeus procuravam apedrejar-te, e Tu queres ir outra vez para lá?» 9 Jesus respondeu: «Não tem doze horas o dia? Se alguém anda de dia, não tropeça, porque tem a luz deste mundo. 10 Mas, se andar de noite, tropeça, porque não tem a luz com ele.» 11 Depois de ter pronunciado estas palavras, acrescentou: «O nosso amigo Lázaro está a dormir, mas Eu vou lá acordá-lo.» 12 Os discípulos disseram então: «Senhor, se ele dorme, vai curar-se!» 13 Mas Jesus tinha falado da sua morte, ao passo que eles julgavam que falava do sono natural. 14 Então, Jesus disse-lhes claramente: «Lázaro morreu; 15 e Eu, por amor de vós, estou contente por não ter estado lá, para assim poderdes crer. Mas vamos ter com ele.» 16 Tomé, chamado Gémeo, disse aos companheiros: «Vamos nós também, para morrermos com Ele.» 17 Ao chegar, Jesus encontrou-o sepultado havia quatro dias. 18 Betânia ficava perto de Jerusalém, a quase uma légua, 19 e muitos judeus tinham ido visitar Marta e Maria para lhes darem os pêsames pelo seu irmão. 20 Logo que Marta ouviu dizer que Jesus estava a chegar, saiu a recebê-lo, enquanto Maria ficou sentada em casa. 21 Marta disse, então, a Jesus: «Senhor, se Tu cá estivesses, o meu irmão não teria morrido. 22 Mas, ainda agora, eu sei que tudo o que pedires a Deus, Ele to concederá.» 23 Disse-lhe Jesus: «Teu irmão ressuscitará.» 24 Marta respondeu-lhe: «Eu sei que ele há-de ressuscitar na ressurreição do último dia.» 25 Disse-lhe Jesus: «Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem crê em mim, mesmo que tenha morrido, viverá. 26 E todo aquele que vive e crê em mim não morrerá para sempre. Crês nisto?» 27 Ela respondeu-lhe: «Sim, ó Senhor; eu creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus que havia de vir ao mundo.» 28 Dito isto, voltou a casa e foi chamar sua irmã, Maria, dizendo-lhe em voz baixa: «Está cá o Mestre e chama por ti.» 29 Assim que ela ouviu isto, levantou-se rapidamente e foi ter com Ele. 30 Jesus ainda não tinha entrado na aldeia, mas permanecia no lugar onde Marta lhe viera ao encontro. 31 Então, os judeus que estavam com Maria, em casa, para lhe darem os pêsames, ao verem-na levantar-se e sair à pressa, seguiram-na, pensando que se dirigia ao túmulo para aí chorar. 32 Quando Maria chegou ao sítio onde estava Jesus, mal o viu caiu-lhe aos pés e disse-lhe: «Senhor, se Tu cá estivesses, o meu irmão não teria morrido.» 33 Ao vê-la a chorar e os judeus que a acompanhavam a chorar também, Jesus suspirou profundamente e comoveu-se. 34 Depois, perguntou: «Onde o pusestes?» Responderam-lhe: «Senhor, vem e verás.» 35 Então Jesus começou a chorar. 36 Diziam os judeus: «Vede como era seu amigo!» 37 Mas alguns deles murmuravam: «Então, este que deu a vista ao cego não podia também ter feito com que Lázaro não morresse?» 38 Jesus, suspirando de novo intimamente, foi até ao túmulo. Era uma gruta fechada com uma pedra. 39 Disse Jesus: «Tirai a pedra.» Marta, a irmã do defunto, disse-lhe: «Senhor, já cheira mal, pois já é o quarto dia.» 40 Jesus replicou-lhe: «Eu não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?» 41 Quando tiraram a pedra, Jesus, erguendo os olhos ao céu, disse: «Pai, dou-te graças por me teres atendido. 42 Eu já sabia que sempre me atendes, mas Eu disse isto por causa da gente que me rodeia, para que venham a crer que Tu me enviaste.» 43 Dito isto, bradou com voz forte: «Lázaro, vem cá para fora!» 44 O que estava morto saiu de mãos e pés atados com ligaduras e o rosto envolvido num sudário. Jesus disse-lhes: «Desligai-o e deixai-o andar.»

 

O Conselho decide a morte de Jesus

45 Então, muitos dos judeus que tinham vindo a casa de Maria, ao verem o que Jesus fez, creram nele.46 Alguns deles, porém, foram ter com os fariseus e contaram-lhes o que Jesus tinha feito. 47  Os sumos sacerdotes e os fari- seus convocaram então o Conselho e diziam: «Que havemos nós de fazer, dado que este homem realiza muitos sinais miraculosos? 48 Se o deixarmos assim, todos irão crer nele e virão os romanos e destruirão o nosso Lugar santo e a nossa nação.» 49 Mas um deles, Caifás, que era Sumo Sacerdote naquele ano, disse-lhes: «Vós não entendeis nada, 50 nem vos dais conta de que vos convém que morra um só homem pelo povo, e não pereça a nação inteira.» 51 Ora ele não disse isto por si mesmo; mas, como era Sumo Sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus devia morrer pela nação. 52 E não só pela nação, mas também para congregar na unidade os filhos de Deus que estavam dispersos. 53 Assim, a partir desse dia, resolveram dar-lhe a morte. 54 Por isso, Jesus já não andava em público, mas retirou-se dali para uma região vizinha do deserto, para uma cidade chamada Efraim e lá ficou com os discípulos. 55 Estava próxima a Páscoa dos judeus e muita gente do país subiu a Jerusalém antes da Páscoa para se purificar. 56 Procuravam então Jesus e perguntavam uns aos outros no templo: «Que vos parece? Ele virá à Festa?» 57 Entretanto, os sumos sacerdotes e os fariseus tinham dado ordem de que, se alguém soubesse onde Ele estava, o indicasse para o prenderem.

 

Comentário

 

«Se estivesses cá», diz Marta a Jesus. Nós sabemos e acreditamos que Ele está sempre cá, connosco, atento às nossas necessidades, disponível para nos devolver a vida. Sim, na confissão sacramental devolve-nos a vida de união com Deus perdida por causa dos nossos pecados. Morrendo na Cruz por nós transmitiu-nos a vida para sempre.

A confissão de Marta consubstancia-se no Símbolo da Fé que professamos: o Credo! Atentemos bem nas palavras e no seu “peso” quando o recitarmos. Logo no início da nossa vida cristã – Baptismo – pela boca dos nossos padrinhos assumimos estas verdades que são como que o “núcleo” da nossa Fé cristã. Por isso se torna tão importante a escolha criteriosa dos padrinhos de baptismo que, antes de mais, têm de conhecer bem e entender o que, em nosso nome, proferem. É uma responsabilidade extraordinária que não pode de modo nenhum deixar de se ter em conta.          Porquê Maria, ao invés da irmã, «ficou sentada em casa»? Teria a percepção do que iria acontecer? Estaria tão esmagada pela dor que ficou incapacitada de reagir? Parece que a resposta nos será dada mais tarde quando, o Senhor voltar à casa dos irmãos e Maria ficar sentada junto d’Ele a ouvir quanto lhe dizia. Maria tem uma finura de carácter que ressalta no Evangelho, será uma mulher calma, ponderada, tranquila. A ressurreição do irmão, operada por Jesus, deve ter sido como que a ”pedra de toque” final para a  confirmação da sua fé no Filho de Deus e, a partir daqui, parece que nada mais lhe importa.

Como impressiona a humanidade do Senhor! Comove-se e chora a morte de um amigo. É tão visível esta sensibilidade que todos se dão conta e se sentem atraídos por este Homem tão extraordinário que opera milagres portentosos e que, não obstante, está tão próximo da humanidade sobretudo dos que sofrem. A comoção de Jesus não se destina a mover a multidão nem para impressionar os que O rodeiam, não! É sincera, intimamente sentida, como que uma explosão de sentimentos genuínos que não pode guardar dentro de Si. O extraordinário milagre que se segue quase fica ofuscado por esta evidência da humanidade do Senhor, perfeito Deus e perfeito homem que implica o poder divino de ressuscitar os mortos e a sensibilidade delicada de um verdadeiro amigo.

Quando o Senhor afirma que Ele mesmo é a Ressurreição e a Vida, transmite-nos uma verdade de Fé que professamos. Fora dele não há vida que valha a pena porque, exactamente, a única que verdadeiramente interessa, é a Vida Eterna que Ele nos ganhou com a Sua Ressurreição gloriosa. Podemos imaginar o que será a comoção do Senhor quando um irmão seu - que somos todos os baptizados fica sujeito à morte do pecado. A Sua tristeza e dor perante uma morte sobre a qual não pode exercer o Seu poder porque depende do arrependimento do pecador e do seu desejo - concretizado na confissão sacramental - de recuperar a vida.

O portentoso milagre da ressurreição de Lázaro parece ter sido a a determinante “obra” de Jesus e para a decisão dos chefes do povo, liderados por Caifás, em dar-Lhe a morte. Sendo Lázaro uma figura proeminente da sociedade judaica e a sua ressurreição presenciada por muitos e, por isso mesmo, ter uma grande notoriedade, não era mais possível “esconder” ou tentar desvalorizar os extraordinários poderes de Jesus. Era, pensavam, necessário pôr, definitivamente, cobro a tal situação. Tudo se vai precipitar nos próximos dias, num crescendo dramático que não será possível deter. Amanhã, Jesus irá fazer uma entrada triunfal em Jerusalém, assumindo às claras a Sua Realeza, deixando-se aclamar pelas multidões. Este Senhor Jesus É, de facto, O Messias e, como tal, cumpre escrupulosamente tudo quanto deLe se diz nas Escrituras. Pode dizer-se que a razão principal da morte de Jesus foi política? Sim, parece haver, nos argumentos do Sumo-Sacerdote, um eminente sentir político de conveniência que tenta justificar. De facto, ao longo da história da humanidade as tentativas de “politizar” a Fé Cristã, a Igreja, o próprio Magistério, têm tido, não poucas vezes, evidências inegáveis. Mas, o Senhor nunca interferiu na política do Seu tempo e recusou sempre ser árbitro de questões respeitantes à sociedade e à sua organização. O que, além do mais, é lógico porque, como Ele mesmo confirmará a Pilatos, sendo, de facto, Rei, o Seu Reino não é deste mundo, está no mundo porque é no mundo que está a sociedade humana, os Filhos de Deus.

Não há grandes comentários a fazer sobre este trecho do Evangelho. Como sempre, há os de coração puro e alma bem-disposta que veem a Verdade, aceitam o milagre e concluem acertadamente sobre o poder divino do Senhor. Há também os outros que olham, mas não veem, ouvem mas não escutam, têm o coração duro e empedernido e não são capazes de uma atitude intelectualmente honesta.

 

(AMA, 1998)

 

 


SANTÍSSIMA VIRGEM

 

CARTA ENCÍCLICA

REDEMPTORIS MATER

DO SUMO PONTÍFICE

JOÃO PAULO II

SOBRE A BEM-AVENTURADA

VIRGEM MARIA

NA VIDA DA IGREJA

QUE ESTÁ A CAMINHO

 

 

Veneráveis Irmãos, caríssimos Filhos e Filhas: saúde e Bênção Apostólica!

 

INTRODUÇÃO

 

PRIMEIRA PARTE

MARIA NO MISTÉRIO DE CRISTO

 

1. Cheia de graça

 

7. “Bendito seja Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual no alto dos céus, nos abençoou com toda a sorte de bênçãos espirituais em Cristo(Ef 1, 3). Estas palavras da Carta aos Efésios revelam o eterno desígnio de Deus Pai, o seu plano de salvação do homem em Cristo. É um plano universal, que concerne todos os homens criados à imagem e semelhança de Deus (cf. Gén 1, 26). Todos eles, assim como «no princípio» estão compreendidos na obra criadora de Deus, assim também estão eternamente compreendidos no plano divino da salvação, que se deve revelar cabalmente na «plenitude dos tempos», com a vinda de Cristo. Com efeito, n'Ele, aquele Deus, que é “Pai de nosso Senhor Jesus Cristo” ― são as palavras que vêm a seguir na mesma Carta ― “nos elegeu antes da criação do mundo, para sermos santos e imaculados aos seus olhos. Por puro amor Ele nos predestinou a sermos adoptados por Ele como filhos, por intermédio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito da sua vontade, para louvor da magnificência da sua graça, pela qual nos tornou agradáveis em seu amado Filho. N'Ele, mediante o seu sangue, temos a redenção, a remissão dos pecados segundo as riquezas da sua graça”. (Ef 1, 4-7).

O plano divino da salvação, que nos foi revelado plenamente com a vinda de Cristo, é eterno. Ele é também ― segundo o ensino contido na mesma Carta e noutras Cartas paulinas (cf. Col 1, 12-14; Rom 3, 24; Gál 3, 13; 2 Cor 5, 18-29) ― algo que está eternamente ligado a Cristo. Ele compreende em si todos os homens; mas reserva um lugar singular à «mulher» que foi a Mãe d'Aquele ao qual o Pai confiou a obra da salvação.  Como explana o Concílio Vaticano II, “Maria encontra-se já profeticamente delineada na promessa da vitória sobre a serpente, feita aos primeiros pais caídos no pecado”, segundo o Livro do Génesis (cf. 3, 15). “Ela é, igualmente, a Virgem que conceberá e dará à luz um Filho, cujo nome será Emanuel” segundo as palavras de Isaías (cf. 7, 14). Deste modo, o Antigo Testamento prepara aquela “plenitude dos tempos”, quando Deus haveria de enviar “o seu Filho, nascido duma mulher ..., para que nós recebêssemos a adopção como filhos”. A vinda ao mundo do Filho de Deus e o acontecimento narrado nos primeiros capítulos dos Evangelhos segundo São Lucas e segundo São Mateus.

 

 


REFLEXÃO

 

Exame pessoal 8

O propósito pode ter como raiz um desejo ou uma necessidade de correcção ou ainda uma vontade de melhoria.

Seja como for nunca nos esqueçamos que se trata de uma decisão pessoal livremente tomada e não algo imposto por outro seja porque motivo for.

Antes de fazer o propósito deve considerar-se que se está a assumir um compromisso e portanto envolve uma responsabilidade que não pode ser descartada por uma razão ou motivo qualquer.

Se me comprometer com Deus, não cumprir o prometido equivale a desiludir o Senhor e assim mais vale não se comprometer.

Esta conclusão parece tornar tudo muito mais fácil: Ou me considero capaz de um compromisso, mesmo contando com eventuais falhas; ou não!

Chego a uma conclusão final que parece dever ser:

1 - O exame é algo sério e importante.

2 - Tudo quanto é sério e importante deve ser levado à consideração da oração.

3 – Antes do exame, oração a pedir luz e discernimento e, naturalmente, humildade.

4 – Depois do exame, agradecer a luz e inspirações recebidas e, novamente levá-las à oração.

5 – Depois e só depois, virá o propósito consequência lógica do resultado da oração.

 

(AMA, 2018)

 


 

SÃO JOSEMARIA – textos

 

Se formos humildes, Deus não nos abandonará nunca

Essas depressões por veres ou por outros descobrirem os teus defeitos, não têm fundamento... Pede a verdadeira humildade. (Sulco, 262)

Quanto maior és, mais te deves humilhar em todas as coisas, e acharás graça diante de Deus. Se formos humildes, Deus não nos abandonará nunca. Ele humilha a altivez do soberbo, mas salva os humildes. Ele liberta o inocente, que pela pureza das suas mãos será resgatado. A infinita misericórdia do Senhor não tarda em vir socorrer quem o chama com humildade. E então actua como quem é: como Deus omnipotente. Ainda que haja muitos perigos, ainda que a alma pareça acossada, ainda que se encontre cercada por todos os lados pelos inimigos da sua salvação, não perecerá. E isto não é apenas tradição doutros tempos, pois continua a acontecer agora. (…) Nós, sem manifestações espectaculares, com a normalidade da vida cristã corrente, com uma sementeira de paz e de alegria, temos também de destruir muitos ídolos: o da incompreensão, o da injustiça, o da ignorância, o da pretensa suficiência humana que volta com arrogância as costas a Deus. Não vos assusteis nem temais nada, mesmo que as circunstâncias em que trabalheis sejam tremendas, piores que as de Daniel no fosso com aqueles animais vorazes. As mãos de Deus continuam a ser igualmente poderosas e, se fosse necessário, fariam maravilhas. (Amigos de Deus, 104)