Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
24/09/2018
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.
Senhor que eu faça "boa cara" que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.
Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.
Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.
Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.
Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.
Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
Temas para reflectir e meditar
São Tiago
recomenda aos cristãos as necessárias atitudes fundamentais para que estes se
mantenham fiéis no meio de todas as provações da vida, a saber: a paciência ou
constância, a sabedoria, a oração feita com fé e o sentido de acção de graças e
de modéstia nas horas de maior felicidade.
«Meus
irmãos, considerai como motivo de grande alegria as diversas provações por que
tendes passado. Vós sabeis que a vossa fé, assim provada, produz a constância.
A constância, por sua vez, deve ser exercida plenamente, para serdes perfeitos
e irrepreensíveis, sem nenhuma deficiência.
Se algum de
vós tem falta de sabedoria, deve pedi-la a Deus, que a dá a todos sem reserva
nem recriminações, e ela lhe será concedida. Mas deve pedi-la com fé, sem
qualquer hesitação, pois aquele que hesita é semelhante às ondas do mar,
agitadas pelo vento e lançadas de um para outro lado.
Quem é assim
não pense que receberá do Senhor coisa alguma, porque é homem de espírito
indeciso, inconstante em tudo o que faz.» [1]
(AMA, reflexões)
Evangelho e comentário
Evangelho: Lc 8, 16-18
16
«Ninguém acende uma candeia para a cobrir com um vaso ou para a esconder
debaixo da cama; mas coloca-a no candelabro, para que vejam a luz aqueles que
entram. 17 Porque não há coisa oculta que não venha a manifestar-se, nem
escondida que não se saiba e venha à luz. 18 Vede, pois, como ouvis, porque
àquele que tiver, ser-lhe-á dado; mas àquele que não tiver, ser-lhe-á tirado
mesmo o que julga possuir.»
Comentário:
Contentamo-nos com a nossa
Fé?
Mais importante ainda:
estamos satisfeitos com as obras que fazemos?
Porquê esta pergunta?
Em primeiro lugar porque
Fé sem obras de pouco vale; o Senhor quer, exige mesmo que a nossa fé se
consolide em obras concretas.
Depois, porque não basta
dizer: ‘eu creio’, é necessário que esse “grito” venha do fundo da nossa alma,
do âmago do nosso ser e, sempre, mas sempre, acompanhado do pedido necessário:
‘Senhor, eu creio, mas
aumenta a minha fé!’
(AMA,
comentário sobre Lc 8, 16-18, 25.09.2017)
Precisas de um bom exame diário de consciência
Repara na tua conduta com vagar. Verás
que estás cheio de erros, que te prejudicam a ti e talvez também aos que te
rodeiam. – Lembra-te, filho, que não são menos importantes os micróbios do que
as feras. E tu cultivas esses erros, esses enganos – como se cultivam os
micróbios no laboratório –, com a tua falta de humildade, com a tua falta de
oração, com a tua falta de cumprimento do dever, com a tua falta de
conhecimento próprio... E, depois, esses focos infectam o ambiente. Precisas de
um bom exame diário de consciência, que te conduza a propósitos concretos de
melhora, por sentires verdadeira dor das tuas faltas, das tuas omissões e
pecados. (Sulco, 481)
A conversão é coisa de um instante; a
santificação é tarefa para toda a vida. A semente divina da caridade, que Deus
pôs nas nossas almas, aspira a crescer, a manifestar-se em obras, a dar frutos
que correspondam em cada momento ao que é agradável ao Senhor. Por isso, é
indispensável estarmos dispostos a recomeçar, a reencontrar – nas novas
situações da nossa vida – a luz, o impulso da primeira conversão. E essa é a
razão pela qual havemos de nos preparar com um exame profundo, pedindo ajuda ao
Senhor para podermos conhecê-Lo melhor e conhecer-nos melhor a nós mesmos. Não
há outro caminho para nos convertermos de novo. (Cristo que passa, 58)
Leitura espiritual
São Josemaria Escrivá
Cristo que passa
114
A experiência do pecado
não nos deve, portanto, fazer duvidar da nossa missão. Certamente que os nossos
pecados podem dificultar que Cristo seja reconhecido, e por isso devemos lutar contra
as nossas misérias pessoais, buscar a purificação, sabendo, porém, que Deus não
nos prometeu a vitória absoluta sobre o mal nesta vida, mas o que nos pede é
luta.
Sufficit tíbi gratia mea,
basta-te a minha graça, respondeu Deus a Paulo, que pedia a sua libertação do
aguilhão que o humilhava.
O poder de Deus
manifesta-se na nossa fraqueza, e incita-nos a lutar, a combater os nossos
defeitos, mesmo sabendo que nunca obteremos completamente a vitória durante
este caminhar terreno.
A vida cristã é um constante
começar e recomeçar, uma renovação em cada dia.
Cristo ressuscita em nós,
se nos tornarmos comparticipantes da sua Cruz e da sua Morte.
Temos de amar a Cruz, a
entrega a mortificação.
O optimismo cristão não é
um optimismo cómodo, nem uma confiança humana em que tudo correrá bem; é um
optimismo que se enraíza na consciência da liberdade e na fé na graça; é um
optimismo que nos obriga a exigirmo-nos a nós próprios, a esforçarmo-nos por
corresponder ao chamamento de Deus.
Cristo manifesta-se,
portanto, não já apesar da nossa miséria, mas, de certo modo, através da nossa
miséria, da nossa vida de homens feitos de carne e de barro, no esforço por
sermos melhores, por realizarmos um amor que aspira a ser puro, por dominarmos
o egoísmo, por nos entregarmos plenamente aos demais, fazendo da nossa
existência um serviço constante.
115
Não quero terminar sem uma
última reflexão: o cristão, ao tornar Cristo presente entre os homens, sendo
ele mesmo ipse Christus, não procura apenas viver numa atitude de amor, mas
também dar a conhecer o Amor de Deus através desse amor humano.
Jesus concebeu toda a sua
vida como uma revelação desse amor: Filipe, - respondeu a um dos seus Apóstolos
- quem me vê a Mim, vê o Pai.
Seguindo esse ensinamento,
o Apóstolo João convida os cristãos a que, já que conheceram o amor de Deus, o
manifestem com as suas obras:
Caríssimos, amemo-nos uns
aos outros; porque o amor vem de Deus, e todo aquele que ama nasceu de Deus e
conhece-0. Aquele que não ama não conhece Deus, porque Deus é Amor.
Nisto se manifestou o amor
de Deus para connosco: em ter enviado o seu Filho unigénito ao mundo para que
por Ele vivamos.
Nisto consiste o seu amor:
não fomos nós que amámos Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou o seu Filho
para propiciação pelos nossos pecados.
Caríssimos, se Deus nos
amou assim, também nos devemos amar uns aos outros.
116
É necessário, portanto,
que a nossa fé seja viva, que nos leve realmente a crer em Deus e a manter um
constante diálogo com Ele.
A vida cristã deve ser
vida de oração constante, procurando nós estar na presença do Senhor da manhã
até à noite e da noite até à manhã. O cristão nunca é um homem solitário, posto
que vive numa conversa contínua com Deus, que está junto de nós e nos Céus.
Sine intermissione orate,
manda o Apóstolo - orai sem interrupção.
E, recordando esse
preceito apostólico, escreve Clemente de Alexandria: Manda-se-nos louvar e
honrar o Verbo, a quem conhecemos como salvador e rei; e por Ele o Pai, não em
dias escolhidos, como fazem alguns, mas constantemente, ao longo de toda a
vida, e de todos os modos possíveis.
No meio das ocupações de
cada jornada, no momento de vencer a tendência para o egoísmo, ao sentir a
alegria da amizade com os outros homens, em todos esses instantes o cristão
deve reencontrar Deus. Por Cristo e no Espírito Santo, o cristão tem acesso à
intimidade de Deus Pai, e percorre o seu caminho buscando esse reino, que não é
deste mundo, mas que neste mundo se inicia e prepara.
É preciso privar com
Cristo na palavra e no Pão, na Eucaristia e na Oração.
Tratá-Lo como se trata com
um amigo, com um ser real e vivo como Cristo é, porque ressuscitou.
Cristo, lemos na epístola
aos Hebreus, como permanece eternamente, possui um sacerdócio eterno.
Por isso, pode salvar perpetuamente
os que por Ele se aproximam de Deus, vivendo sempre para interceder em seu
favor.
Cristo, Cristo
ressuscitado, é o companheiro, o Amigo.
Um companheiro que se
deixa ver só entre sombras, mas cuja realidade enche toda a nossa vida, e que
nos faz desejar a sua companhia definitiva.
O Espírito e a Esposa
dizem: Vem/
E aquele que ouve, diga:
Vem!
Que aquele que tenha sede,
venha! Que aquele que O deseja, receba gratuitamente a água da vida...
O que dá testemunho destas
coisas diz: Sim, Eu venho em breve. Assim seja. Vem, Senhor Jesus!.
117
A liturgia põe, mais uma
vez, diante dos nossos olhos, o último dos mistérios da vida de Jesus Cristo
entre os homens: a sua Ascensão aos Céus.
Desde o seu nascimento em
Belém já aconteceram muitas coisas: encontrámo-lO no berço, adorado por
pastores e reis; contermplámo-lO nos longos anos de trabalho silencioso em
Nazaré; acompanhámo-lO através das terras da Palestina, pregando aos homens o
reino de Deus e fazendo bem a todos.
E mais tarde, nos dias da
sua Paixão, sofremos ao presenciarmos como O acusavam, com que furor O
maltratavam e com que ódio O crucificavam.
À dor, seguiu-se a alegria
luminosa da Ressurreição.
Que fundamento tão claro e
firme para a nossa fé! Já não deveríamos duvidar.
Mas talvez, como os
Apóstolos, sejamos ainda fracos e neste dia da Ascensão perguntemos a Cristo: É
agora que vais restaurar o reino de Israel?; será agora que vão desaparecer
definitivamente todas as nossas perplexidades e todas as nossas misérias?
O Senhor responde-nos
subindo aos céus.
Tal como os Apóstolos,
ficamos meio admirados, meio tristes ao ver que nos deixa.
Não é fácil, na realidade,
acostumar-se à ausência física de Jesus. Comove-me recordar que, num gesto
magnífico de amor, Se foi embora e ficou: foi para o Céu e entrega-Se-nos como
alimento na Hóstia Santa.
Sentimos, no entanto, a
falta da sua palavra humana, do seu modo de actuar, de olhar, de sorrir, de
fazer o bem.
Gostaríamos de voltar a
vê-Lo de perto, quando se senta à beira do poço, cansado da dureza do caminho,
quando chora por Lázaro, quando reza durante longo tempo, quando se compadece
da multidão!
Sempre me pareceu lógico -
e me encheu de alegria - que a Santíssima Humanidade de Jesus Cristo subisse à
glória do Pai, mas penso também que esta tristeza, própria do dia da Ascensão,
é uma prova do amor que sentimos por Jesus, Senhor Nosso.
Ele, sendo perfeito Deus,
fez-Se homem, perfeito homem, carne da nossa carne e sangue do nosso sangue,
mas separou-Se de nós para ir para o Céu. Como não havemos de sentir a sua
falta?
118
Intimidade com Jesus
Cristo no Pão e na Palavra
Se soubermos contemplar o
mistério de Cristo, se nos esforçarmos por vê-lo com olhos limpos,
aperceber-nos-emos que também agora é possível aproximar-nos intimamente de
Jesus, em corpo e alma. Cristo assinalou-nos claramente o caminho: pelo Pão e
pela Palavra, alimentando-nos com a Eucaristia e conhecendo e cumprindo o que
veio ensinar-nos, ao mesmo tempo que conversamos com Ele na oração.
Quem come a minha carne e
bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.
Aquele que conhece os meus
mandamentos e os guarda, esse é que me ama; e aquele que me ama será amado por
meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele.
Não são meras promessas.
São o que há de mais
profundo, a realidade de uma vida autêntica: a vida da graça, que nos leva a
relacionar-nos íntima, pessoal e directamente com Deus.
Se observardes os meus
mandamentos, permanecereis no meu amor, como eu observei os preceitos do meu
Pai, e permaneço no seu amor.
Esta afirmação de Jesus,
no discurso da última ceia, é o melhor preâmbulo para o dia da Ascensão.
Cristo sabia que era
preciso ir-se embora, porque, dum modo misterioso que nunca conseguiremos compreender,
depois da Ascensão iria chegar - numa nova efusão do Amor divino - a Terceira
Pessoa da Santíssima Trindade: mas eu digo-vos a verdade: a vós convém que eu
vá, porque se eu não for, não virá a vós o Paráclito; mas, se for, eu vo-lo
enviarei.
Foi-se embora e enviou-nos
o Espírito Santo, que rege e santifica a nossa alma.
Ao actuar em nós, o
Paráclito confirma o que Cristo nos anunciava: que somos filhos de Deus; que
não recebemos o espírito de escravidão para actuarmos ainda com temor, mas recebemos
o espírito de adopção de filhos, mercê do qual clamamos, dizendo: Abba, Pai!
Compreendeis?
É a acção trinitária nas
nossas almas.
Todo o cristão tem acesso
a esta inabitação de Deus no mais íntimo do seu ser, se corresponde à graça que
nos leva a unir-nos com Cristo no Pão e na Palavra, na Sagrada Hóstia e na
oração.
A Igreja põe à nossa
consideração diariamente a realidade do Pão vivo e dedica-lhe duas grandes
festas do ano litúrgico: a da Quinta-Feira Santa e a do Corpo de Deus.
Neste dia da Ascensão,
vamos deter-nos na forma de conviver e de nos relacionarmos com Jesus,
escutando atentamente a sua Palavra.
(cont)
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