17/07/2022

Publicações em Julho 17

  


Dentro do Evangelho –  (cfr: São Josemaria, Sulco 253)

 

(Re Mt V…)

 

Procuro escutar com atenção um discurso de Jesus que versa sobre as relações que devemos ter uns com os outros.

Não era um tema fácilmente aceitável por muitos, com efeito, naquele tempo, considerava-se que o importante era o “EU”, a própria pessoa, os outros não contavam e eram olhados com olhar crítico e severo. Não havia nenhum sentimento de compreensão e, muito menos, de perdão, nem podia haver porque estes sentimentos são gerados pelo amor. Bem ao contrário existia como que uma obrigação de devolver na “mesma moeda” um suposto mal ou uma ofensa.

Jesus diz concretamente:

«Ouvis o que se diz: Olho por olho, dente por dente. Mas Eu digo-vos… Amai  os vossos enimigos, fazei o bem aos que vos ofendem e rezai pelos que vos perseguem e caluniam».

Pareceu-me na altura algo muito difícil de fazer, bem tento descartar  lista interminável de comportamentos de outros para comigo, comportamentos que me magoaram, me ofenderam, mas, de vez em quando lá vem a “lista” e detenho-me neste ou naquele episódio fazendo juízos, remoendo críticas.

Quando me lembro do que digo no Pai-Nosso “perdoa as minhas ofensas como eu perdo-o as que me fazem” fico “aterrado” com as consequências que poderão ter tal pedido… sim… se não fosse Misericórdia Divina estaria perdido!

 

Reflexão

 

Conhecer-se

 

Dissertar sobre este tema coloca imediatamente uma questão óbvia: quem sou eu?

Daqui parto para um dilema que se apresenta como inevitável: sou quem sou ou quem pretendo ser, ou, talvez de outro ângulo: actuo de acordo ou desvio-me como pretendo?

Pode - e talvez seja - mera especulação filosófica muito conveniente para mascarar a realidade. Não estar absolutamente satisfeito com o que faço parece-me normal e saudável exactamente porque desperta o desejo de melhoria ou, a convicção de não fazer quanto realmente está ao meu alcance fazer.

Quem sou eu?

Magna questão cuja resposta tem forçosamente de assentar num profundo e sincero sentimento de humildade sem o qual esta surgirá sempre ou evasiva e incompleta ou, pelo menos, sem grande mérito.

Penso que a resposta não está disponível imediatamente como se estivesse escondida no âmago mais íntimo da minha idiossincrasia, mas, antes, levará a um exercício constante e automático de exame pessoal.

Exame, digo, despido, de emoção ou condicionalismo seja qual for, mas animado de uma decidida vontade lógica e simples de análise sem temer as consequências que o "desfecho " ou resultado possam significar.

Quando acima falei em "exercício automático" quis significar exactamente isso: criar o hábito de análise imediata subsequente ao que se pensou, disse ou fiz.

O exame é assim um acto contínuo e as correções que se mostrem necessárias mais fáceis de levar a cabo.

Em resumo: caminharei decidida e seguramente para uma melhoria pessoal e estarei muito mais próximo de saber quem, de facto, sou.

 

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