Dentro
do Evangelho – (cfr:
São Josemaria, Sulco 253)
(Re
Mt V…)
Procuro escutar com atenção um discurso de Jesus
que versa sobre as relações que devemos ter uns com os outros.
Não era um tema fácilmente aceitável por muitos,
com efeito, naquele tempo, considerava-se que o importante era o “EU”, a
própria pessoa, os outros não contavam e eram olhados com olhar crítico e severo.
Não havia nenhum sentimento de compreensão e, muito menos, de perdão, nem podia
haver porque estes sentimentos são gerados pelo amor. Bem ao contrário existia
como que uma obrigação de devolver na “mesma moeda” um suposto mal ou uma
ofensa.
Jesus diz concretamente:
«Ouvis
o que se diz: Olho por olho, dente por dente. Mas Eu digo-vos… Amai os vossos enimigos, fazei o bem aos que vos
ofendem e rezai pelos que vos perseguem e caluniam».
Pareceu-me na altura algo muito difícil de fazer, bem
tento descartar lista interminável de
comportamentos de outros para comigo, comportamentos que me magoaram, me
ofenderam, mas, de vez em quando lá vem a “lista” e detenho-me neste ou naquele
episódio fazendo juízos, remoendo críticas.
Quando me lembro do que digo no Pai-Nosso “perdoa
as minhas ofensas como eu perdo-o as que me fazem” fico “aterrado” com as
consequências que poderão ter tal pedido… sim… se não fosse Misericórdia Divina
estaria perdido!
Reflexão
Conhecer-se
Dissertar sobre este
tema coloca imediatamente uma questão óbvia: quem sou eu?
Daqui parto para um
dilema que se apresenta como inevitável: sou quem sou ou quem pretendo ser, ou,
talvez de outro ângulo: actuo de acordo ou desvio-me como pretendo?
Pode - e talvez seja
- mera especulação filosófica muito conveniente para mascarar a realidade. Não
estar absolutamente satisfeito com o que faço parece-me normal e saudável
exactamente porque desperta o desejo de melhoria ou, a convicção de não fazer
quanto realmente está ao meu alcance fazer.
Quem sou eu?
Magna questão cuja
resposta tem forçosamente de assentar num profundo e sincero sentimento de
humildade sem o qual esta surgirá sempre ou evasiva e incompleta ou, pelo
menos, sem grande mérito.
Penso que a resposta
não está disponível imediatamente como se estivesse escondida no âmago mais
íntimo da minha idiossincrasia, mas, antes, levará a um exercício constante e
automático de exame pessoal.
Exame, digo, despido,
de emoção ou condicionalismo seja qual for, mas animado de uma decidida vontade
lógica e simples de análise sem temer as consequências que o "desfecho
" ou resultado possam significar.
Quando acima falei em
"exercício automático" quis significar exactamente isso: criar o
hábito de análise imediata subsequente ao que se pensou, disse ou fiz.
O exame é assim um
acto contínuo e as correções que se mostrem necessárias mais fáceis de levar a
cabo.
Em resumo: caminharei
decidida e seguramente para uma melhoria pessoal e estarei muito mais próximo
de saber quem, de facto, sou.
Links sugeridos:
Evangelho/Biblia
Santa Sé