O
Opus Dei propõe-se promover, entre pessoas de todas as classes da sociedade, o
desejo da plenitude de vida cristã no meio do mundo. Isto é, o Opus Dei pretende
ajudar as pessoas que vivem no mundo – o homem vulgar, o homem da rua – a levar
uma vida plenamente cristã, sem modificar o seu modo normal de vida, o seu
trabalho habitual, nem os seus ideais e preocupações.
Por
isto se pode dizer, como escrevi há muitos anos, que o Opus Dei é velho como o
Evangelho e, como o Evangelho, novo. Trata-se de recordar aos cristãos as
palavras maravilhosas que se lêem no Génesis: que Deus criou o homem para
trabalhar. Pusemos os olhos no exemplo de Cristo, que passou quase toda a sua
vida terrena trabalhando como artesão numa terra pequena. O trabalho não é
apenas um dos mais altos valores humanos e um meio pelo qual os homens hão-de
contribuir para o progresso da sociedade; é também um caminho de santificação.
(...)
O
Opus Dei é uma organização internacional de leigos, a que pertencem também
sacerdotes diocesanos (minoria bem exígua em comparação com o total de
membros). Os seus membros são pessoas que vivem no mundo e nele exercem uma
profissão ou ofício. Não entram no Opus Dei para abandonar esse trabalho, mas,
pelo contrário, para encontrar uma ajuda espiritual que os leve a santificar o
seu trabalho quotidiano, convertendo-o também em meio de santificação, sua e
dos outros. Não mudam de estado: continuam a ser solteiros, casados, viúvos, ou
sacerdotes; procuram, sim, servir Deus e os outros homens, dentro do seu
próprio estado. Ao Opus Dei, não interessam votos nem promessas; o que pede aos
seus sócios é que, no meio das deficiências e erros, próprios de toda a vida
humana, se esforcem por praticar as virtudes humanas e cristãs, sabendo-se
filhos de Deus. (Temas Actuais do
Cristianismo, 24).