Evangelho
Mt XXII 33 – 46
A festa de núpcias
1 Tendo Jesus recomeçado a falar em
parábolas, disse-lhes: 2 «O Reino do Céu é comparável a um rei que preparou um
banquete nupcial para o seu filho. 3 Mandou os servos chamar os convidados para
as bodas, mas eles não quiseram comparecer. 4 De novo mandou outros servos,
ordenando-lhes: ‘Dizei aos convidados: O meu banquete está pronto; abateram-se
os meus bois e as minhas reses gordas; tudo está preparado. Vinde às bodas.’ 5
Mas eles, sem se importarem, foram um para o seu campo, outro para o seu
negócio. 6 Os restantes, apoderando-se dos servos, maltrataram-nos e
mataram-nos. 7 O rei ficou irado e enviou as suas tropas, que exterminaram
aqueles assassinos e incendiaram a sua cidade. 8 Disse, depois, aos servos: ‘O
banquete das núpcias está pronto, mas os convidados não eram dignos. 9 Ide,
pois, às saídas dos caminhos e convidai para as bodas todos quantos
encontrardes.’ 10 Os servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos aqueles que
encontraram, maus e bons, e a sala do banquete encheu-se de convidados. 11 Quando o rei entrou para ver os
convidados, viu um homem que não trazia o traje nupcial. 12 E disse-lhe:
‘Amigo, como entraste aqui sem o traje nupcial?’ Mas ele emudeceu. 13 O rei
disse, então, aos servos: ‘Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o nas trevas
exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.’ 14 Porque muitos são os
chamados, mas poucos os escolhidos.»
O tributo devido a César
15
Então, os fariseus reuniram-se para combinar como o haviam de surpreender nas
suas próprias palavras. 16 Enviaram-lhe os seus discípulos, acompanhados dos
partidários de Herodes, a dizer-lhe: «Mestre, sabemos que és sincero e que
ensinas o caminho de Deus segundo a verdade, sem te deixares influenciar por
ninguém, pois não olhas à condição das pessoas. 17 Diz-nos, portanto, o teu
parecer: É lícito ou não pagar o imposto a César?» 18 Mas Jesus,
conhecendo-lhes a malícia, retorquiu: «Porque me tentais, hipócritas? 19
Mostrai-me a moeda do imposto.» Eles apresentaram-lhe um denário. 20 Perguntou:
«De quem é esta imagem e esta inscrição?» 21 «De César» - responderam.
Disse-lhes então: «Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de
Deus.» 22 Quando isto ouviram, ficaram maravilhados e, deixando-o,
retiraram-se.
Constância
A
constância não é a mesma coisa que a perseverança, embora tenha muito em comum.
A constância é um estado de alma permanente,
a perseverança é um acto da vontade.
De
facto pareceria preferível ter a primeira como uma qualidade e a segunda, como
uma virtude.
A
estabilidade emocional ou comportamental define o homem constante.
Permanece fiel a princípios, compromissos,
responsabilidades e opções não mudando ou variando em função de circunstâncias
ou estímulos.
Mantém uma uniformidade no comportamento e na
relação com os outros.
A pessoa que possui esta qualidade - optamos
por esta qualificação - é uma pessoa que merece confiança, pratica a justiça
naturalmente, é fiel e segura de si própria.
Revela uma sólida formação e uma panóplia de
princípios muito bem estruturada.
Por isso mesmo não sente necessidade de mudar
apressada ou, sobretudo, sem cuidada reflexão prévia.
Tem uma estabilidade própria que revela,
também, fortaleza de carácter.
O não
estar satisfeito com o emprego que se tem ou com o que se faz, pode levar a duas
atitudes:
A primeira é procurar outra actividade, ou
outro ambiente onde desenvolvê-la; a segunda é procurar valorizar o que se tem,
tirando partido do facto de ter uma actividade remunerada o que, cada vez mais,
está ao alcance de menos pessoas.
A atitude
é muito importante para o êxito na actividade que se tem.
Quem, ao principiar o dia, se arrasta
penosamente como quem vai para um trabalho forçado, está a dispor-se para que o
seu trabalho, nesse dia, seja amargo, pouco compensador e, muito provavelmente,
deficientemente feito.
O contrário, isto é, encarar o dia que começa
como uma oportunidade de fazer algo construtivo que contribua para o bem
pessoal e alheio, leva a que o “peso” do trabalho seja vivamente atenuado pela
atitude de disponibilidade e desejo de servir.
O que
tem isto a ver com a constância?
Tem
tudo, porque só pode trabalhar bem – única forma admissível de trabalhar – quem
for constante naquilo que faz, sem andar a movimentar-se de uma coisa para
outra, deixando para mais tarde algo que não apetece fazer agora, que se dispõe
todos os dias, a fazer, se necessário, as mesmas coisas da mesma forma.
Aliás, não há outra forma de ganhar a
confiança de quem é responsável pelo seu salário.