16/11/2020

Um só coração e uma só alma

 


Hás-de ser, como filho de Deus e com a sua graça, varão ou mulher forte, de desejos e de realidades. Não somos plantas de estufa. Vivemos no meio do mundo e temos de estar a todos os ventos, ao calor e ao frio, à chuva e aos ciclones..., mas fiéis a Deus e à sua Igreja. (Forja, 792)

 

O trabalho da Igreja, cada dia, é como um grande tecido que oferecemos a Nosso Senhor, porque todos os baptizados somos Igreja.

Se cumprirmos – fiéis e entregues –, este grande tecido será formoso e sem defeito. Mas, se se solta um fio aqui, outro ali e outro pelo outro lado..., em vez de um bonito tecido, teremos um farrapo feito em tiras. (Forja, 640)

 

Pede a Deus que na Santa Igreja, nossa Mãe, os corações de todos, como na primitiva cristandade, sejam um só coração, para que até ao fim dos séculos se cumpram de verdade as palavras da Escritura: "multitudinis autem credentium erat cor unum et anima una", a multidão dos fiéis tinha um só coração e uma só alma.

– Falo-te muito seriamente: que por tua causa não se lese esta unidade santa. Leva isto à tua oração! (Forja, 632)

 

Oferece a oração, a expiação e a acção por esta finalidade: "ut sint unum!", para que todos os cristãos tenham uma mesma vontade, um mesmo coração, um mesmo espírito: para que "omnes cum Petro ad Iesum per Mariam!", todos, bem unidos ao Papa, vamos a Jesus, por Maria. (Forja, 647)

 

Leitura espiritual 16 Novembro

 Evangelho

 

Jo XII, 1-26


 

A unção de Betânia

 

1 Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde vivia Lázaro, 6

que Ele tinha ressuscitado dos mortos. 2 Ofereceram-lhe lá um jantar. Marta servia e Lázaro era um dos que estavam com Ele à mesa. 3 Então, Maria ungiu os pés de Jesus com uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, e enxugou-lhos com os seus cabelos. A casa encheu-se com a fragrância do perfume. 4Nessa altura disse um dos discípulos, Judas Iscariotes, aquele que havia de o entregar: 5 «Porque é que não se vendeu este perfume por trezentos denários, para os dar aos pobres?» 6 Ele, porém, disse isto, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão e, como tinha a bolsa do dinheiro, tirava o que nela se deitava. 7 Então, Jesus disse: «Deixa que ela o tenha guardado para o dia da minha sepultura! 8 De facto, os pobres sempre os tendes convosco, mas a mim não me tendes sempre.» 9 Um grande número de judeus, ao saber que Ele estava ali, vieram, não só por causa de Jesus, mas também para verem Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos. 10 Os sumos sacerdotes decidiram dar a morte também a Lázaro, 11 porque muitos judeus, por causa dele, os abandonavam e passavam a crer em Jesus.

 

Entrada triunfal em Jerusalém

 

12 No dia seguinte, as multidões que tinham chegado para a Festa, ao ouvirem que Jesus vinha a Jerusalém, 13 pegaram em ramos de palmeiras e saíram-lhe ao encontro, clamando: «Hossana! Bendito o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel!» 14 E Jesus encontrou um jumentinho e montou nele, conforme está escrito: 15 Não temas, Filha de Sião, olha o teu Rei que chega sentado na cria de uma jumenta. 16 Ao princípio, os seus discípulos não compreenderam isto; quando se manifestou a glória de Jesus, é que se lembraram que estas coisas estavam escritas acerca dele; e foi isso precisamente o que lhe fizeram. 17 Entretanto, as pessoas que tinham estado com Ele quando chamou Lázaro do túmulo e o ressuscitou dos mortos testemunhavam o que viram. 18 E a gente, ao ouvir dizer que tinha realizado aquele sinal milagroso, veio ao seu encontro. 19 Então, os fariseus disseram uns para os outros: «Não vedes que não estais a conseguir nada? Olhai como toda a gente se foi com Ele!»

 

Pedido de alguns pagãos

 

20 Entre os que tinham subido a Jerusalém à Festa para a adoração, havia alguns gregos. 21 Estes foram ter com Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e pediam-lhe: «Senhor, nós queremos ver Jesus!» 22 Filipe foi dizer isto a André; André e Filipe foram dizê-lo a Jesus. 23 Jesus respondeu-lhes: «Chegou a hora de se revelar a glória do Filho do Homem. 24 Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto. 25 Quem se ama a si mesmo, perde-se; quem se despreza a si mesmo, neste mundo, assegura para si a vida eterna. 26 Se alguém me serve, que me siga, e onde Eu estiver, aí estará também o meu servo. Se alguém me servir, o Pai há-de honrá-lo.

 


Amar a Igreja

12

               

A Igreja é Apostólica

 

Nosso Senhor funda a sua Igreja sobre a debilidade - mas também sobre a fidelidade - de alguns homens, os Apóstolos, aos quais promete a assistência constante do Espírito Santo.

 

Leiamos outra vez o texto conhecido, que é sempre novo e actual: «Foi-me dado todo o poder no céu e na terra. Ide, pois, ensinai todas as gentes, baptizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-as a observar todas as coisas que vos mandei, e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos».

 

A pregação do Evangelho não surge na Palestina pela iniciativa pessoal de umas tantas pessoas fervorosas.

 

Que podiam fazer os Apóstolos?

 

Não valiam absolutamente nada no seu tempo; não eram ricos, nem cultos, nem heróis do ponto de vista humano.

 

Jesus lança sobre os ombros deste punhado de discípulos uma tarefa imensa, divina.

 

Não fostes vós que me escolhesses, mas fui eu que vos escolhi a vós, e que vos destinei para que vades e deis fruto, e para que o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo o que pedirdes a meu Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.

 

Através de dois mil anos de história, conserva-se na Igreja a sucessão apostólica.

 

Os bispos, sucederam no lugar dos Apóstolos e estão colocados, como diz o próprio Apóstolo (Paulo), pelo Espírito Santo para reger a Igreja de Deus”, declara o Concilio de Trento Act. XX, 28.

 

E, entre os Apóstolos, o próprio Cristo tornou Simão objecto duma escolha especial: «Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. Eu roguei por ti, também acrescenta, para que a tua fé não pereça; e tu, uma vez convertido, confirma os teus irmãos».

 

Pedro muda-se para Roma e fixa ali a sede do primado, do Vigário de Cristo.

 

Por isso, é em Roma onde melhor se adverte a sucessão apostólica, e por isso é chamada a Sé apostólica por excelência.

 

Proclamou o Concilio Vaticano II, com palavras de um Concilio anterior, o de Florença, que todos os fiéis de Cristo devem crer que a Santa Sé Apostólica e o Romano Pontífice possuem o primado sobre todo o orbe, e que o próprio Romano Pontífice é sucessor do bem-aventurado Pedro, príncipe dos Apóstolos, verdadeiro vigário de Jesus Cristo, cabeça de toda a Igreja e pai e mestre de todos os cristãos.

 

A ele foi entregue por Nosso Senhor Jesus Cristo, na pessoa do bem-aventurado Pedro, plena potestade de apascentar, reger e governar a Igreja universal.

 

 

13

               

A suprema potestade do Romano Pontífice e a sua infalibilidade, quando fala ex cathedra, não são uma invenção humana, pois baseiam-se na explícita vontade fundacional de Cristo.

 

Que pouco sentido tem enfrentar o governo do Papa com o dos bispos, ou reduzir a validade do Magistério pontifício ao consentimento dos fiéis!

 

Nada mais alheio à Igreja do que o equilíbrio de poderes; não nos servem esquemas humanos, por mais atractivos ou funcionais que sejam.

Ninguém na Igreja goza por si mesmo de potestade absoluta, enquanto homem; na Igreja não há outro chefe além de Cristo; e Cristo quis constituir um Vigário Seu - o Romano Pontífice - para a Sua Esposa peregrina nesta terra.

 

A Igreja é Apostólica por constituição: a que verdadeiramente é e se chama Católica, deve ao mesmo tempo brilhar pela prerrogativa da unidade, santidade e sucessão apostólica.

Assim, a Igreja é Una, com unidade esclarecida e perfeita de toda a terra e de todas as nações, com aquela unidade da qual é princípio, raiz e origem indefectível a suprema autoridade e mais excelente primazia do bem-aventurado Pedro, príncipe dos Apóstolos, e dos seus sucessores na cátedra romana.

 

E não existe outra Igreja Católica, senão aquela que, edificada sobre o único Pedro, se levanta pela unidade da fé e pela caridade num único corpo conexo e compacto.

 

Contribuímos para tornar mais evidente essa apostolicidade aos olhos de todos, manifestando com requintada fidelidade a união com o Papa, que é união com Pedro.

 

O amor ao Romano Pontífice há-de ser em nós uma formosa paixão, porque nele vemos a Cristo.

 

Se tivermos intimidade com o Senhor na nossa oração, caminharemos com um olhar desanuviado que nos permitirá distinguir, mesmo nos acontecimentos que às vezes não compreendemos ou que nos causam pranto ou dor, a acção do Espírito Santo.

 

 

14   

       

A missão apostólica de todos os católicos

 

A Igreja santifica-nos, depois de entrarmos no seu seio pelo Baptismo.

 

Recém-nascidos para a vida natural, podemos logo acolher-nos à graça santificante.

 

A fé duma pessoa, mais ainda, a fé de toda a Igreja, beneficia a criança pela acção do Espírito Santo, que dá unidade à Igreja e comunica os bens duns para os outros.

 

É uma maravilha esta maternidade sobrenatural da Igreja, que o Espirito Santo lhe confere.

 

A regeneração espiritual, que se opera pelo Baptismo, é de alguma maneira semelhante ao nascimento corporal.

 

Assim como as crianças que se encontram no seio da mãe não se alimentam por si mesmas, porque se nutrem do sustento da mãe, também os pequeninos que não têm uso da razão, se encontram como crianças no seio da sua Mãe, a Igreja, pois recebem a salvação pela acção da Igreja, e não por si mesmos.

 

Manifesta-se assim em toda a sua grandeza o poder sacerdotal da Igreja, que procede directamente de Cristo.

 

Cristo é a fonte de todo o sacerdócio, visto que o sacerdote da Lei Antiga era como a Sua figura.

 

Mas o sacerdote da Nova Lei age na pessoa de Cristo, segundo o que se diz em 2 Cor. II, 10: “pois eu também o que perdoo, se alguma coisa perdoo, por amor de vós o perdoo na pessoa de Cristo”.

 

A mediação salvadora entre Deus e os homens perpetua-se na Igreja através do Sacramento da Ordem, que capacita - pelo carácter e pela graça consequentes - para agir como ministros de Jesus Cristo em favor de todas as almas.

Que um possa realizar um acto que outro não pode, não provém da diversidade na bondade ou na malícia, mas da potestade adquirida, que um possui e outro não.

 

Por isso, como o leigo não recebe a potestade de consagrar, não pode fazer a consagração, seja qual for a sua bondade pessoal.

 

 

15

               

Na Igreja há diversidade de ministérios, mas um só é o fim: a santificação dos homens.

 

Nesta tarefa participam de algum modo todos os cristãos, pelo carácter recebido com os Sacramentos do Baptismo e da Confirmação.

Todos temos de nos sentir responsáveis por essa missão da Igreja, que é a missão de Cristo.

 

Quem não tem zelo pela salvação das almas, quem não procura com todas as suas forças que o nome e a doutrina de Cristo sejam conhecidos e amados, não compreende a apostolicidade da Igreja.

 

Um cristão passivo não é capaz de entender o que Cristo quer de todos nós.

 

Um cristão que se preocupa com as suas coisas e se desentende da salvação dos outros, não ama com o Coração de Jesus.

 

O apostolado não é missão exclusiva da Hierarquia, nem dos sacerdotes ou dos religiosos.

 

A todos nos chama o Senhor para sermos instrumentos, com o exemplo e com a palavra, dessa corrente de graça que salta até à vida eterna.

 

Sempre que lemos os Actos dos Apóstolos, emocionam-nos a audácia, a confiança na sua missão e a sacrificada alegria dos discípulos de Cristo.

 

Não pedem multidões.

 

 

Ainda que as multidões venham, eles dirigem-se a cada alma em concreto, a cada homem, um por um: Filipe ao etíope; Pedro ao centurião Cornélio: Paulo a Sérgio Paulo.

 

Tinham aprendido do Mestre.

 

Recordai aquela parábola dos operários que aguardam trabalho, no meio da praça da aldeia.

 

Quando o dono da vinha foi à procura de empregados, com o dia já bem entrado, descobriu que ainda havia homens sem fazer nada: «porque estais aqui todo o dia ociosos? Eles responderam: porque ninguém nos contratou».

 

Isto não deve suceder na vida do cristão; não deve encontrar-se ninguém à sua volta que possa afirmar que não ouviu falar de Cristo, porque ninguém lh'O anunciou.

 

Os homens pensam frequentemente que nada os impede de prescindir de Deus.

 

Enganam-se. Apesar de não o saberem, jazem como o paralítico da piscina probática, incapazes de se deslocarem até às águas que salvam, até à doutrina que dá alegria à alma.

 

A culpa é muitas vezes dos cristãos, porque essas pessoas poderiam repetir hominem non habeo não tenho sequer uma pessoa para me ajudar.

 

Todo o cristão deve ser apóstolo, porque Deus, que não precisa de ninguém, precisa, contudo, de nós.

Conta connosco e com a nossa dedicação para propagar a sua doutrina salvadora.

 

 

16

               

Estamos a contemplar o mistério da Igreja Una, Santa, Católica, Apostólica.

É hora de nos perguntarmos: compartilho com Cristo do seu afã de almas?

 

Peço por esta Igreja de que faço parte, onde hei-de realizar uma missão específica, que ninguém pode fazer por mim?

 

Estar na Igreja é já muito, mas não basta.

 

Devemos ser Igreja, porque a nossa Mãe nunca há-de ser para nós estranha, exterior, alheia aos nossos mais profundos pensamentos.

 

Acabamos aqui estas considerações sobre as notas da Igreja.

 

Com a ajuda do Senhor, terão ficado impressas na nossa alma e confirmar-nos-emos num critério claro, seguro, divino, para amarmos mais esta Mãe Santa, que nos trouxe à vida da graça e nos alimenta dia a dia com solicitude inesgotável.

 

Se porventura ouvirdes palavras ou gritos de ofensa à Igreja, manifestai, com humanidade e caridade, a essa gente sem amor, que não se pode maltratar assim uma Mãe.

 

Agora atacam-na impunemente, porque o seu reino, que é o do seu Mestre e Fundador, não é deste mundo.

 

Enquanto gemer o trigo entre a palha, enquanto suspirarem as espigas entre a cizânia, enquanto chorar o lírio entre os espinhos, não faltarão inimigos que digam: quando morrerá e perecerá o seu nome?

Ou seja, vede que virá tempo em que hão-de desaparecer e já não haverá mais cristãos...

 

Mas, quando dizem isto, eles morrem sem remédio.

E a Igreja permanece.

 

Aconteça o que acontecer, Cristo não abandonará a Sua Esposa.

 

A Igreja triunfante está já junto d'Ele à direita do Pai.

 

E daí nos chamam os nossos irmãos cristãos, que glorificam a Deus por esta realidade que nós ainda só podemos ver através da clara penumbra da fé: a Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica.

 

Reflexão

 



Estar sozinho

Volto a reflectir sobre este tema.

Particularmente nesta situação actual de Pandemia, estar sozinho, pode ser deveras traumatizante.

Eu ... não sei o que isso é!

Constantemente me visitam, me tefonam, me enviam mensagens.

Amigos e, principalmente a família próxima: os cinco Filhos, os nove Netos; e todos os outros: os cinco Irmãos, os cento e tal Sobrinhos...

Sozinho?

Não!

Antes... permanentemente bem acompanhado!

Peço ao nosso Pai do Céu por todos os que não têm este previlégio, dizendo simplesmente:

 

Senhor.. todos somos Teus Filhos!

 

(AMA, 2020)

Pequena agenda do cristão

 

SeGUNDa-Feira

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça "boa cara" que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.

Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.

Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.

Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?