10/02/2018

Bendita perseverança a do burrico

Se não for para construir uma obra muito grande, muito de Deus – a santidade –, não vale a pena entregar-se. Por isso, a Igreja, ao canonizar os Santos, proclama a heroicidade da sua vida. (Sulco, 611)

Se a vida não tivesse por fim dar glória a Deus, seria desprezível; mais ainda, detestável. (Caminho, 783)

Bendita perseverança a do burrico de nora! – Sempre ao mesmo passo. Sempre as mesmas voltas. – Um dia e outro; todos iguais.

Sem isso, não haveria maturidade nos frutos, nem louçania na horta, nem o jardim teria aromas.

Leva este pensamento à tua vida interior. (Caminho, 998)

Qual é o segredo da perseverança? O Amor. – Enamora-te. e não "O" deixarás. (Caminho, 999)

A entrega é o primeiro passo de uma corrida de sacrifício, de alegria, de amor, de união com Deus. E, assim, toda a vida se enche de uma bendita loucura, que faz encontrar felicidade onde a lógica humana não vê senão negação, padecimento, dor. (Sulco, 2)

– Qual é o fundamento da nossa fidelidade?

– Dir-te-ia, a traços largos, que se baseia no amor de Deus, que faz vencer todos os obstáculos: o egoísmo, a soberba, o cansaço, a impaciência...


Um homem que ama calca-se a si próprio; sabe que, até amando com toda a sua alma, ainda não sabe amar bastante. (Forja, 532)

Temas para meditar e reflectir

Não tenho nada que fazer!


O ! significa uma afirmação.

Não aceito!

Substituo, quando muito, por: 

O que vou fazer agora?

Sim, agora, não mais tarde, daqui a pouco, logo quando me apetecer.
Tenho tanto que fazer, sim, é verdade, tenho imenso fazer.

Talvez não tenha tempo para fazer quanto quero, mas essa constatação, lógica, absolutamente verdadeira, não pode impedir-me de fazer o que devo, quando devo.

Então, para não ter pruridos nem prioridades, que mais não são que formas de ir protelando, pergunto-lhe do fundo do meu mais íntimo:

Domine, quid me vis facere? [i]

E, a resposta vem sempre, nunca falha!


(ama, reflexões, 2016.11.29



[i] Senhor, que queres que faça?

Evangelho e comentário

Tempo Comum

Evangelho: Mc 8, 1-10

1 Naqueles dias, havia outra vez uma grande multidão e não tinham que comer. Jesus chamou os discípulos e disse: 2 «Tenho compaixão desta multidão. Há já três dias que permanecem junto de mim e não têm que comer. 3 Se os mandar embora em jejum para suas casas, desfalecerão no caminho, e alguns vieram de longe.» 4 Os discípulos responderam-lhe: «Como poderá alguém saciá-los de pão, aqui no deserto?» 5 Mas Ele perguntou: «Quantos pães tendes?» Disseram: «Sete.» 6 Ordenou que a multidão se sentasse no chão e, tomando os sete pães, deu graças, partiu-os e dava-os aos seus discípulos para eles os distribuírem à multidão. 7 Havia também alguns peixinhos. Jesus abençoou-os e mandou que os distribuíssem igualmente. 8 Comeram até ficarem satisfeitos, e houve sete cestos de sobras. 9 Ora, eram cerca de quatro mil. Despediu-os 10 e, subindo logo para o barco com os discípulos, foi para os lados de Dalmanuta.

Comentários:

Este extraordinário - podemos dizer espectacular - milagre, continua a realizar-se todos os dias, várias vezes, em diferentes lugares desta terra.

Na Santa Missa Jesus distribui alimento - que é Ele próprio - a multidões de seres humanos que O procuram famintos de amor e vida.

Amor que é o próprio Deus que Se dá;

Vida que é o penhor de eternidade na Hóstia consagrada.

Não compreendemos, não atingimos a dimensão e a grandeza deste milagre.

Veneramos o Corpo do Senhor e recebemo-lo com toda a compunção, respeito e gratidão que somos, pobres de nós homens fracos e débeis, capazes sabendo que não somos dignos, mas que Ele próprio quer, deseja ardentemente ser o nosso alimento, a nossa força, a nossa vida.



(AMA, comentário sobre Mc 8, 1-10, 11.02.2017

Leitura espiritual

RESUMOS DA FÉ CRISTÃ

TEMA 5 A Santíssima Trindade

É o mistério central da fé e da vida cristã. Os cristãos são baptizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.  

2. Deus na Sua vida íntima

…/2

As duas processões são o fundamento das diversas relações que em Deus se identificam com as Pessoas divinas: o ser Pai, o ser Filho e o ser espirado por Eles.

De facto, como não é possível ser pai e ser filho da mesma pessoa, no mesmo sentido assim não é possível ser ao mesmo tempo a Pessoa que procede pela espiração e as duas Pessoas das quais procede.

Convém esclarecer que no mundo criado as relações são acidentes, no sentido de que as suas relações não se identificam com o seu ser, embora o caracterizem no que é mais profundo como no caso da filiação.
Em Deus, como nas processões é doada toda a substância divina, as relações são eternas e identificam-se com a própria substância.
Estas três relações eternas não só caracterizam, mas identificam-se com as três Pessoas divinas, visto que ao Pai pensar quer dizer pensar no Filho; e pensar no Espírito Santo quer dizer pensar naqueles a respeito dos quais Ele é Espírito.

Assim as Pessoas divinas são três Alguém, mas um único Deus.
Não como se dá entre três homens, que participam da mesma natureza humana sem a esgotar. As três Pessoas são cada uma toda a Divindade, identificando-se com a única Natureza de Deus [i]:

as Pessoas são Uma na Outra. Por isso, Jesus diz a Filipe que quem o viu a Ele viu o Pai [ii], enquanto Ele e o Pai são uma só coisa [iii].

Esta dinâmica, que tecnicamente se chama pericorese ou circumincesio – dois termos que fazem referência a um movimento dinâmico em que um se intercambia com o outro como numa dança em círculo – ajuda a apercebermo-nos de que o mistério do Deus Uno e Trino é o mistério do Amor:

«Ele próprio é eternamente permuta de amor: Pai, Filho e Espírito Santo, e destinou-nos a tomar parte nessa comunhão» [iv].


3. A nossa vida em Deus

Sendo Deus eterna comunicação de Amor, é compreensível que esse Amor transborde para fora d’Ele na Sua actuação.

Toda a actuação de Deus na história é obra conjunta das três Pessoas, dado que se distinguem apenas no interior de Deus.
Não obstante, cada uma imprime nas acções divinas “ad extra” a sua característica pessoal [v].

Com uma imagem, poder-se-ia dizer que a acção divina é sempre única, como o dom que nós poderíamos receber da parte de uma família amiga, que é fruto de um só acto; mas, para quem conhece as pessoas que formam essa família, é possível reconhecer a mão ou a intervenção de cada uma, pela marca pessoal deixada por elas na prenda única.

Este reconhecimento é possível, porque conhecemos as Pessoas divinas na Sua distinção pessoal mediante as missões, quando Deus Pai enviou juntamente o Filho e o Espírito Santo na história [vi], para que se fizessem presentes entre os homens:

«São sobretudo as missões divinas da Encarnação do Filho e do dom do Espírito Santo que manifestam as propriedades das pessoas divinas» [vii].

Eles são como que as duas mãos do Pai [viii] que abraçam os homens de todos os tempos, para os levar ao seio do Pai.


Se Deus está presente em todos os seres enquanto princípio do que existe, com as missões do Filho e do Espírito fazem-se presentes de uma forma nova [ix].

A própria Cruz de Cristo manifesta ao homem de todos os tempos o eterno Dom que Deus faz de Si mesmo, revelando na Sua morte a íntima dinâmica do Amor que une as três Pessoas.

Isto significa que o sentido último da realidade, o que todo o homem deseja, o que foi procurado pelos filósofos e pelas religiões de todos os tempos é o mistério do Pai que eternamente gera o Filho no Amor que é o Espírito Santo.

Assim, na Trindade encontra-se o modelo original da família humana [x] e a Sua vida íntima é a aspiração verdadeira de todo o amor humano.

Deus quer que todos os homens sejam uma só família, ou seja, uma só coisa com Ele próprio, sendo filhos no Filho.

Cada pessoa foi criada à imagem e semelhança da Trindade [xi] e está feita para viver em comunhão com os outros homens e, sobretudo, com o Pai Celestial.

Aqui se encontra o fundamento último do valor da vida de cada pessoa humana, independentemente das suas capacidades ou das suas riquezas.

Mas o acesso ao Pai só se pode encontrar em Cristo, Caminho, Verdade e Vida [xii]: mediante a graça, os homens podem chegar a ser um só Corpo místico na comunhão da Igreja.

Através da contemplação da vida de Cristo e através dos sacramentos, temos acesso à própria vida íntima de Deus.

Pelo Baptismo somos enxertados na dinâmica de Amor da Família das três Pessoas divinas.

Por isso, na vida cristã, trata-se de descobrir que a partir da existência corrente, das múltiplas relações que estabelecemos e da nossa vida familiar, que teve o seu modelo perfeito na Sagrada Família de Nazaré podemos chegar a Deus:

«Intima com as três Pessoas: Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo. E para chegares à Santíssima Trindade, passa por Maria» [xiii].

Deste modo, pode descobrir-se o sentido da história como caminho da trindade à Trindade, aprendendo da “trindade da terra” – Jesus, Maria e José – a levantar o olhar para a Trindade do Céu.

Giulio Maspero

Bibliografia básica:
Catecismo da Igreja Católica, 232-267. Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, 44-49. Leituras recomendadas São Josemaria, Homilia «Humildade», em Amigos de Deus, 104-109. J. Ratzinger, El Dios de los cristianos. Meditaciones, Ed. Sígueme, Salamanca 2005.
Notas





[i] «A Igreja exprime a sua fé trinitária confessando um só Deus em três Pessoas: Pai e Filho e Espírito Santo. As três Pessoas divinas são um só Deus, porque cada uma delas é idêntica à plenitude da única e indivisível natureza divina. Elas são realmente distintas entre si, pelas relações que as referenciam umas às outras: o Pai gera o Filho, o Filho é gerado pelo Pai, o Espírito Santo procede do Pai e do Filho» (Compêndio, 48).
[ii] cf. Jo 14, 6
[iii] cf. Jo 10, 30 e 17, 21
[iv] Catecismo, 221
[v] «Inseparáveis na sua única substância, as Pessoas divinas são também inseparáveis no seu operar: a Trindade tem uma só mesma operação. Mas no único agir divino, cada Pessoa está presente segundo o modo que lhe é próprio na Trindade» (Compêndio, 49).
[vi] cf. Jo 3, 16-17 e 14, 26
[vii] Catecismo, 258
[viii] Cf. Santo Ireneu, Adversus Haereses, IV, 20, 1.
[ix] Cf. São Tomás de Aquino, Summa Theologiae, I, q. 43, a. 1, c. e a. 2, ad. 3.
[x] «O “Nós” divino constitui o modelo eterno do “nós” humano; antes de tudo, daquele “nós” que está formado pelo homem e a mulher, criados à imagem e semelhança divina» (João Paulo II, Carta às Famílias, 2-II-1994, 6).
[xi] cf. Gn 1, 27
[xii] cf. Jo 14, 6
[xiii] São Josemaria, Forja, 543.

Devoción a la Virgen




La Virgen y su importancia en la        historia de Chile y Perú: el Papa le otorga a María un papel central en su visita

Hoy el reto del amor es que entres por la puerta de la persona que tienes al lado.

ATRAVESANDO EL CIELO



La sala del Novi es realmente muy grande. Allí estábamos Israel y yo trabajando en una mesa, sentadas una enfrente de la otra. Se había desatado una impresionante tormenta. Los truenos retumbaban por todo el monasterio cada poco tiempo. 

De pronto, las dos gritamos a la vez:
-¡¡Wow, menudo rayo!! 

Israel vio el resplandor a través de la ventana que había a mi espalda. Yo vi la luz que iluminaba el pasillo a través de la puerta, que quedaba detrás de Israel. 

-Pues sí que ha debido de ser enorme... -comentamos- para que lo hayamos visto las dos... 

Dándole vueltas, me daba cuenta de que nosotros somos como ese rayo. En los momentos de oración, Cristo mismo nos carga con la electricidad de su amor... ¡para que podamos atravesar todo el cielo! 

Sin embargo, no vale ser un rayo cualquiera. Cristo nos invita a ser como el enorme rayo de la tormenta. No por lo grande que fue... sino porque lo vimos todos. ¿Quién no ha oído la expresión "tienes que entrar por su puerta"? La luz del rayo entró por mi puerta... ¡y por la ventana de Israel! 

Efectivamente, cada persona es diferente, con gustos y aficiones distintas, a veces incluso contrarias: ¡cada uno miramos en una dirección! Bien lo sabía Jesús: a los pescadores los buscó en su barca; a Mateo, en su mesa de impuestos, y a los fariseos, amigos de banquetes, les acompañó en la mesa... ¡Y así sigue actuando hoy! Se hace uno con todos, para que cada uno nos sintamos amados en nuestra realidad. 

Hoy el reto del amor es que entres por la puerta de la persona que tienes al lado. Te invito a que, en tu oración, le preguntes a Cristo quién necesita sentir su amor. ¡Y a ello! Pero hoy no uses las palabras, sino tu tiempo. Piensa en algo que le guste, ¡y compártelo! Puedes ver con él el partido de fútbol, o acompañar a tu esposa a ver escaparates, o dedicar un rato a jugar con tus hijos... ¡entra por su puerta llevando la luz del Señor! ¡Preparemos juntos una auténtica "tormenta"! ¡Feliz día! 


VIVE DE CRISTO

Pequena agenda do cristão

SÁBADO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?