20/08/2021

NUNC COEPI: Publicações em Agosto 20

 


Sexta-Feira 

PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

 

PLANO DE VIDA:  (Coisas muito simples, curtas, objectivas)

Propósito: Pequena mortificação

Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?

 

SÃO BERNARDO, abade e doutor da Igreja




LEITURA ESPIRITUAL

 

Evangelho

 

Lc XXI, 1- 38

O óbulo da viúva

1 Levantando os olhos, Jesus viu os ricos deitarem no cofre do tesouro as suas ofertas. 2 Viu também uma viúva pobre deitar lá duas moedinhas 3 e disse: «Em verdade vos digo que esta viúva pobre deitou mais do que todos os outros; 4 pois eles deitaram no tesouro do que lhes sobejava, enquanto ela, da sua indigência, deitou tudo o que tinha para viver.» 5 Como alguns falassem do templo, dizendo que estava adornado de belas pedras e de ofertas votivas, respondeu: 6 «Virá o dia em que, de tudo isto que estais a contemplar, não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído.» 7 Perguntaram-lhe, então: «Mestre, quando sucederá isso? E qual será o sinal de que estas coisas estão para acontecer?» 8 Ele respondeu: «Tende cuidado em não vos deixardes enganar, pois muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu’; e ainda: ‘O tempo está próximo.’ Não os sigais. 9 Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis; é necessário que estas coisas sucedam primeiro, mas não será logo o fim.» 10 Disse-lhes depois: «Há-de erguer-se povo contra povo e reino contra reino. 11 Haverá grandes terramotos e, em vários lugares, fomes e epidemias; haverá fenómenos apavorantes e grandes sinais no céu.» 12 «Mas, antes de tudo, vão deitar-vos as mãos e perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e metendo-vos nas prisões; hão-de conduzir-vos perante reis e governadores, por causa do meu nome. 13 Assim, tereis ocasião de dar testemunho. 14 Gravai, pois, no vosso coração, que não vos deveis preocupar com a vossa defesa, 15 porque Eu próprio vos darei palavras de sabedoria, a que não poderão resistir ou contradizer os vossos adversários. 16 Sereis entregues até pelos pais, irmãos, parentes e amigos. Hão-de causar a morte a alguns de vós 17 e sereis odiados por todos, por causa do meu nome. 18 Mas não se perderá um só cabelo da vossa cabeça. 19 Pela vossa constância é que sereis salvos.»

 

A destruição de  Jerusalém

20 «Mas, quando virdes Jerusalém sitiada por exércitos, ficai sabendo que a sua ruína está próxima. 21 Então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes; os que estiverem dentro da cidade retirem-se; e os que estiverem no campo não voltem para a cidade, 22 pois esses dias serão de punição, a fim de se cumprir tudo quanto está escrito. 23 Ai das que estiverem grávidas e das que estiverem a amamentar naqueles dias, porque haverá uma terrível angústia no país e um castigo contra este povo. 24 Serão passados a fio de espada, serão levados cativos para todas as nações; e Jerusalém será calcada pelos gentios, até se completar o tempo dos pagãos.»

 

Sinais do fim do mundo

25 «Haverá sinais no Sol, na Lua e nas estrelas; e, na Terra, angústia entre os povos, aterrados com o bramido e a agitação do mar; 26 os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai acontecer ao universo, pois as forças celestes serão abaladas. 27 Então, hão-de ver o Filho do Homem vir numa nuvem com grande poder e glória. 28 Quando estas coisas começarem a acontecer, cobrai ânimo e levantai a cabeça, porque a vossa redenção está próxima.» 29 E disse-lhes uma comparação: «Reparai na figueira e nas restantes árvores. 30 Quando começam a deitar rebentos, ao vê-los, ficais a saber que o Verão está próximo. 31 Assim também, quando virdes essas coisas, conhecereis que o Reino de Deus está próximo. 32  Em verdade vos digo: Não passará esta geração sem que tudo se cumpra. 33 O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão-de passar.»

 

Necessidade de vigilância

34 «Tende cuidado convosco: que os vossos corações não se tornem pesados com a devassidão, a embriaguez e as preocupações da vida, e que esse dia não caia sobre vós subitamente, 35 como um laço; pois atingirá todos os que habitam a terra inteira. 36 Velai, pois, orando continuamente, a fim de terdes força para escapar a tudo o que vai acontecer e aparecerdes firmes diante do Filho do Homem.» 37 Durante o dia, Jesus estava no templo a ensinar; mas saía para passar a noite no Monte das Oliveiras. 38 E todo o povo, de madrugada, ia ter com Ele ao templo, para o escutar.

 

Comentário

 

Temos todos os homens - sobretudo os cristãos - obrigação de dar algo para ajudar outros sejam quem forem, quer através de instituições credíveis, ou pessoal e directamente. Qual a medida que devemos usar? Aquela que corresponde a um são e esclarecido critério. Temos um exemplo: Jesus Cristo que deu quanto tinha, inclusive a Sua própria vida e por todos, não excluindo ninguém. Em "troca" quer amor, que tentemos imita-lo como nos for possível.

Possuir muito ou pouco não pode condicionar a esmola! A esmola – neste caso o que se dá na Igreja – é uma obrigação de todos os cristãos que devem contribuir para o sustento do clero e manutenção dos templos. Parece que quem é capaz a gastar algum dinheiro com o objectivo de ganhar mais algum – caso das lotarias, “raspadinhas”, etc., etc., não lhe ocorra que, o que – nestes casos - não passa de uma mera hipótese, o dinheiro dado na Igreja tem “retorno” garantido, seguro. Dar esmola na Igreja, de facto não é propriamente uma dádiva, mas antes como que uma devolução ou "amortização" do muito que recebemos de Deus. Sim, pode ser fruto do nosso trabalho mas… quem nos proporciona esse trabalho? Na "contabilidade" divina somos eternos devedores e Ele nunca reclama que devolvamos como deveríamos. Mas convém muito que, pelo menos, demos provas de que desejamos fazê-lo. De facto, dar do que nos sobra ou, de alguma forma, não nos faz falta não deixa de ser uma esmola meritória. Mas é, também, mais que isso porque, de certa forma, ajuda a não cometer um pecado muito grave. Sim! Para que queremos e guardamos para nós o que nos sobra seja em bens ou no que for? Não estará aqui um pecado de avareza?

Desde sempre o homem suporta como que um “peso” coberto de trevas e angústia com o chamado “fim do mundo”. Jesus Cristo, de facto, fala em fenómenos espantososgrandes sinais no céu, mas não confirma que esses são prenúncios do fim. Podemos, no entanto, considerando uma Sua afirmação: «Então, hão-de ver o Filho do Homem vir numa nuvem com grande poder e glória.» (Cfr Lc 21, 27), que este será de facto, algo espantoso preenchendo quanto existir no mundo. O Senhor faz um presságio sobre o fim do mundo? Julgo que não, descreve apenas o que virá a acontecer e, fá-lo por três motivos: O primeiro para pôr de sobreaviso os que O escutam; O segundo para demonstrar a precaridade das obras humanas por mais grandiosas e espectaculares que possam ser; O terceiro para que os que O ouvem e os que se seguirão, tenham bem presente que, Ele é o Senhor, com todo o poder sobre o mundo e os homens e, portanto, o refúgio seguro onde procurar abrigo e auxílio. Há como que um sentimento generalizado que, o chamado “fim do mundo” será uma enorme catástrofe na qual desaparecerão todas as coisas criadas incluindo, obviamente, a humanidade. Mas, de facto, não há nada absolutamente dito pelo Senhor donde se possa inferir tal coisa. Quando Jesus Cristo fala em guerras, lutas, terremotos, cataclismos tremendos não os coloca como “sinais”, marcos, prenúncios do fim do mundo, mas apenas de eventos que virão a acontecer – e alguns já acontecerem – pelo que convém ao homem estar preparado para elas. Nada nos diz que esse “fim do mundo” não seja como que um suave apagar de uma luz que se estingue voltando tudo ao estado anterior da criação. De resto, poder-se-ia considerar que esse “fim do mundo apocalíptico” seria como uma espécie de castigo divino brutal e definitivo. Não nos esqueçamos – nunca – que Deus nos criou para a eternidade e não para uma vida terrena mais ou menos longa.

Cristo por várias vezes avisa os Seus discípulos sobre as dificuldades e perigos de toda a ordem que teriam de enfrentar por O seguirem. E, também uma vez mais, lhes dá garantia que, Ele, nunca lhes faltará com a Sua assistência. Mas há, de facto, uma condição importante: a perseverança! Por outras palavras: quem perseverar será salvo! A perseverança é uma virtude absolutamente necessária para atingir um objectivo que nos propomos, chegar onde queremos ir. Quem desiste por causa das dificuldades, dos escolhos, obstáculos e toda a sorte de contrariedades, não conseguirá dar um passo em frente, antes retrocede no já andado. Por nós próprios, que não podemos nada, não conseguiremos a perseverança sem uma luta continua travada contra o comodismo, o "deixar andar", a inércia. O cristão sabe muito bem que nunca pode abrandar nesta luta pedindo as ajudas necessárias para a travar sem descanso.

Continua o discurso de Jesus que se refere aos últimos tempos. O que revela sobre as dissensões, lutas, perseguições e violências de toda a ordem, sabemos bem, são uma triste realidade ainda nos dias de hoje um pouco por toda a parte. Mas, a verdade também, é que a semente regada com o sangue dos cristãos perseguidos e sacrificados, continua a frutificar talvez com mais vigor e pujança e nunca têm faltado – nem faltarão – esses ”heróis da cristandade” sobre os quais se vai construindo a Igreja Santa que o Nosso Senhor fundou e é a Cabeça.

Parece impossível – sobretudo nos dias de hoje – que tal Pastor, com este programa, possa ter seguidores fieis e indefectíveis. Mas, a verdade, é que sempre teve e, cada dia, cresce essa multidão ávida de seguir Jesus depois de ouvir as Suas palavras de vida eterna. Falávamos “nos dias de hoje”, mas, de facto, sempre houve pessoas para quem o sacrifício ou renúncia são algo obsoleto e disparatado “impróprio” de pessoas inteligentes e “modernas”. A nós, cristãos, causam-nos pena porque ouvem e não entendem e veem e não compreendem e, assim vão pela vida sem se preocuparem com o objectivo grandioso e extraordinário da salvação eterna. Rezemos por eles.

As palavras de Cristo são palavras de vida eterna, não são nem vaticínios nem prenúncios, mas a constatação da simples e completa verdade. Mas, também, são um aviso muito sério para ser levado em conta. Ninguém poderá, com verdade, invocar desconhecimento ou surpresa. Que fazer, pois, senão estar preparados para o futuro que não sabemos se próximo ou longínquo? E como nos havemos de preparar? Não há outro caminho: seguir, em tudo, o Senhor que é o nosso Pastor e Guia, pedindo também ao Espírito Santo que nos conceda os Seus Dons para melhor conseguir esse objectivo.

Não devemos preocupar-nos como e quando será o “fim do mundo”,  mas, sim, que esse "fim do mundo" acontece realmente com a nossa morte. Sim... no momento em que morremos o mundo deixa de existir para nós. Esta é a realidade que deve preocupar-nos e, por isso mesmo, preparar enquanto é tempo  - hoje, agora - esse momento sem medo nem pessimismo porque, sabemos muito bem o que fazer: Pedir com perseverança ajuda para cumprir - em tudo - a Vontade de Deus.

 

(AMA, 1999)

 


ESPÍRITO SANTO, VIRTUDES E DONS

 

No Espírito Santo, Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, reside o Amor Supremo entre o Pai e o Filho. Foi pelo Divino Espírito Santo que Deus encarnou no seio de Maria Santíssima, trazendo Jesus ao mundo para nossa salvação. Peçamos a Maria, esposa do Espírito Santo, que interceda por nós junto de Deus concedendo-nos a graça de recebermos os divinos dons, apesar de nossa indignidade, da nossa miséria. Nas Escrituras, é o próprio Jesus quem nos recomenda: "Pedi e dar-se-vos-á. Buscai e achareis. Batei e abrir-se-vos-á" (Mt VII, 7s).

Os Dons do Espírito Santo são sete: Entendimento; Sabedoria; Conselho; Fortaleza; Ciência; Piedade; Temor de Deus;

Estes dons são graças de Deus e, só com o nosso esforço, não podemos fazer com que cresçam e se desenvolvam. Necessitam de uma acção directa do Espírito Santo para podermos actuar dentro da virtude e perfeição cristã.

 


      

 REFLEXÃO

Alegria

A alegria humana não se pode mandar. A alegria é fruto do amor, e não a todo o mundo se outorga um amor humano capaz de manter uma alegria permanente. E não somente isto, mas também, que pela sua natureza, o amor humano é com maior frequência fonte de tristeza que de alegria (…). Mas no campo cristão não acontece assim. Um Cristão que não ame a Deus é indesculpável, e um cristão ao qual o amor a Deus não brinde com a alegria é porque não compreendeu o que o amor lhe dá. Para um cristão a alegria é natural porque é propriedade essencial da virtude mais importante do cristianismo, quer dizer, do amor. Entre a vida cristã e a alegria há uma necessária relação de essência.

 

(P. A. Reggio, Espíritu sobrenatural y buen humor, Rialp, 2ª ed., Madrid 1966, p. 34)


 

SÃO JOSÉ

Mestre da vida interior, trabalhador empenhado no seu trabalho, servidor fiel de Deus em relação contínua com Jesus: este é José. Ite ad Joseph. Com São José o cristão aprende o que é ser Deus e estar plenamente entre os homens, santificando o mundo. Ide a José e encontrareis Jesus. Ide a José e encontrareis Maria, que encheu sempre de paz a amável oficina de Nazaré. (São Josemaria, Cristo que passa, 56)

 


SÃO JOSEMARIA – textos

 

Que sejais muito crianças!

Aconselho-te que tentes voltar de vez em quando... ao começo da tua "primeira conversão", o que, se não é fazer-se como criança, é coisa muito parecida: na vida espiritual é preciso deixar-se levar com inteira confiança, sem medos nem duplicidades; tem de se falar com absoluta clareza do que se tem na cabeça e na alma. (Sulco, 145)

Que sejais, espiritualmente, muito crianças! Quanto mais, melhor. Di-lo a experiência deste sacerdote que teve de se levantar muitas vezes, ao longo destes trinta e seis anos (que longos e ao mesmo tempo, que curtos me parecem!) em que tem procurado cumprir uma Vontade precisa de Deus. Houve uma coisa que sempre me ajudou: ser sempre criança e meter-me continuamente no regaço de minha Mãe e no Coração de Cristo, meu Senhor. As grandes quedas, as que causam destroços sérios na alma, e às vezes com resultados quase irremediáveis, procedem sempre da soberba de nos crermos adultos, auto-suficientes. Nesses casos, torna-se predominante na pessoa uma espécie de incapacidade de pedir ajuda a quem a pode dar: não só a Deus, mas também ao amigo ou ao sacerdote. E aquela pobre alma, isolada na sua desgraça, afunda-se na desorientação e no descaminho. (Amigos de Deus, 147)