Sexta-Feira
PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO
PLANO DE VIDA: (Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito: Pequena mortificação
Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?
SÃO BERNARDO,
abade e doutor da Igreja
LEITURA ESPIRITUAL
Evangelho
Lc XXI, 1- 38
O óbulo da viúva
1
Levantando os olhos, Jesus viu os ricos deitarem no cofre do tesouro as suas
ofertas. 2 Viu também uma viúva pobre deitar lá duas moedinhas 3 e disse: «Em
verdade vos digo que esta viúva pobre deitou mais do que todos os outros; 4
pois eles deitaram no tesouro do que lhes sobejava, enquanto ela, da sua
indigência, deitou tudo o que tinha para viver.» 5 Como alguns falassem do
templo, dizendo que estava adornado de belas pedras e de ofertas votivas,
respondeu: 6 «Virá o dia em que, de tudo isto que estais a contemplar, não ficará
pedra sobre pedra. Tudo será destruído.» 7 Perguntaram-lhe, então: «Mestre,
quando sucederá isso? E qual será o sinal de que estas coisas estão para
acontecer?» 8 Ele respondeu: «Tende cuidado em não vos deixardes enganar, pois
muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu’; e ainda: ‘O tempo está próximo.’
Não os sigais. 9 Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis;
é necessário que estas coisas sucedam primeiro, mas não será logo o fim.» 10
Disse-lhes depois: «Há-de erguer-se povo contra povo e reino contra reino. 11
Haverá grandes terramotos e, em vários lugares, fomes e epidemias; haverá
fenómenos apavorantes e grandes sinais no céu.» 12 «Mas, antes de tudo, vão
deitar-vos as mãos e perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e metendo-vos
nas prisões; hão-de conduzir-vos perante reis e governadores, por causa do meu
nome. 13 Assim, tereis ocasião de dar testemunho. 14 Gravai, pois, no vosso
coração, que não vos deveis preocupar com a vossa defesa, 15 porque Eu próprio
vos darei palavras de sabedoria, a que não poderão resistir ou contradizer os
vossos adversários. 16 Sereis entregues até pelos pais, irmãos, parentes e
amigos. Hão-de causar a morte a alguns de vós 17 e sereis odiados por todos,
por causa do meu nome. 18 Mas não se perderá um só cabelo da vossa cabeça. 19
Pela vossa constância é que sereis salvos.»
A destruição de Jerusalém
20
«Mas, quando virdes Jerusalém sitiada por exércitos, ficai sabendo que a sua
ruína está próxima. 21 Então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes;
os que estiverem dentro da cidade retirem-se; e os que estiverem no campo não
voltem para a cidade, 22 pois esses dias serão de punição, a fim de se cumprir
tudo quanto está escrito. 23 Ai das que estiverem grávidas e das que estiverem
a amamentar naqueles dias, porque haverá uma terrível angústia no país e um
castigo contra este povo. 24 Serão passados a fio de espada, serão levados
cativos para todas as nações; e Jerusalém será calcada pelos gentios, até se
completar o tempo dos pagãos.»
Sinais do fim do mundo
25
«Haverá sinais no Sol, na Lua e nas estrelas; e, na Terra, angústia entre os
povos, aterrados com o bramido e a agitação do mar; 26 os homens morrerão de
pavor, na expectativa do que vai acontecer ao universo, pois as forças celestes
serão abaladas. 27 Então, hão-de ver o Filho do Homem vir numa nuvem com grande
poder e glória. 28 Quando estas coisas começarem a acontecer, cobrai ânimo e
levantai a cabeça, porque a vossa redenção está próxima.» 29 E disse-lhes uma
comparação: «Reparai na figueira e nas restantes árvores. 30 Quando começam a
deitar rebentos, ao vê-los, ficais a saber que o Verão está próximo. 31 Assim
também, quando virdes essas coisas, conhecereis que o Reino de Deus está
próximo. 32 Em verdade vos digo: Não
passará esta geração sem que tudo se cumpra. 33 O céu e a terra passarão, mas
as minhas palavras não hão-de passar.»
Necessidade de vigilância
34
«Tende cuidado convosco: que os vossos corações não se tornem pesados com a
devassidão, a embriaguez e as preocupações da vida, e que esse dia não caia
sobre vós subitamente, 35 como um laço; pois atingirá todos os que habitam a
terra inteira. 36 Velai, pois, orando continuamente, a fim de terdes força para
escapar a tudo o que vai acontecer e aparecerdes firmes diante do Filho do
Homem.» 37 Durante o dia, Jesus estava no templo a ensinar; mas saía para
passar a noite no Monte das Oliveiras. 38 E todo o povo, de madrugada, ia ter
com Ele ao templo, para o escutar.
Comentário
Temos todos os
homens - sobretudo os cristãos - obrigação de dar algo para ajudar outros sejam
quem forem, quer através de instituições credíveis, ou pessoal e directamente.
Qual a medida que devemos usar? Aquela que corresponde a um são e esclarecido
critério. Temos um exemplo: Jesus Cristo que deu quanto tinha, inclusive a Sua
própria vida e por todos, não excluindo ninguém. Em "troca" quer
amor, que tentemos imita-lo como nos for possível.
Possuir muito ou pouco não pode
condicionar a esmola! A esmola – neste caso o que se dá na Igreja – é uma
obrigação de todos os cristãos que devem contribuir para o sustento do clero e
manutenção dos templos. Parece que quem é capaz a gastar algum dinheiro com o
objectivo de ganhar mais algum – caso das lotarias, “raspadinhas”, etc., etc.,
não lhe ocorra que, o que – nestes casos - não passa de uma mera hipótese, o
dinheiro dado na Igreja tem “retorno” garantido, seguro. Dar esmola na Igreja,
de facto não é propriamente uma dádiva, mas antes como que uma devolução ou
"amortização" do muito que recebemos de Deus. Sim, pode ser fruto do
nosso trabalho mas… quem nos proporciona esse trabalho? Na
"contabilidade" divina somos eternos devedores e Ele nunca reclama
que devolvamos como deveríamos. Mas convém muito que, pelo menos, demos provas
de que desejamos fazê-lo. De facto, dar do que nos sobra ou, de alguma forma,
não nos faz falta não deixa de ser uma esmola meritória. Mas é, também, mais
que isso porque, de certa forma, ajuda a não cometer um pecado muito grave.
Sim! Para que queremos e guardamos para nós o que nos sobra seja em bens ou no
que for? Não estará aqui um pecado de avareza?
Desde sempre o homem suporta como que um
“peso” coberto de trevas e angústia com o chamado “fim do mundo”. Jesus Cristo,
de facto, fala em fenómenos espantosos…
grandes sinais no céu, mas não
confirma que esses são prenúncios do fim. Podemos, no entanto, considerando uma
Sua afirmação: «Então, hão-de ver o Filho
do Homem vir numa nuvem com grande poder e glória.» (Cfr Lc 21, 27),
que este será de facto, algo espantoso preenchendo quanto existir no mundo. O
Senhor faz um presságio sobre o fim do mundo? Julgo que não, descreve apenas o
que virá a acontecer e, fá-lo por três motivos: O primeiro para pôr de
sobreaviso os que O escutam; O segundo para demonstrar a precaridade das obras
humanas por mais grandiosas e espectaculares que possam ser; O terceiro para
que os que O ouvem e os que se seguirão, tenham bem presente que, Ele é o
Senhor, com todo o poder sobre o mundo e os homens e, portanto, o refúgio
seguro onde procurar abrigo e auxílio. Há como que um sentimento generalizado que, o chamado
“fim do mundo” será uma enorme catástrofe na qual desaparecerão todas as coisas
criadas incluindo, obviamente, a humanidade. Mas, de facto, não há nada
absolutamente dito pelo Senhor donde se possa inferir tal coisa. Quando Jesus
Cristo fala em guerras, lutas, terremotos, cataclismos tremendos não os coloca
como “sinais”, marcos, prenúncios do fim do mundo, mas apenas de eventos que
virão a acontecer – e alguns já acontecerem – pelo que convém ao homem estar
preparado para elas. Nada nos diz que esse “fim do mundo” não seja como que um
suave apagar de uma luz que se estingue voltando tudo ao estado anterior da
criação. De resto, poder-se-ia considerar que esse “fim do mundo apocalíptico”
seria como uma espécie de castigo divino brutal e definitivo. Não nos
esqueçamos – nunca – que Deus nos criou para a eternidade e não para uma vida
terrena mais ou menos longa.
Cristo por várias vezes avisa os Seus
discípulos sobre as dificuldades e perigos de toda a ordem que teriam de
enfrentar por O seguirem. E, também uma vez mais, lhes dá garantia que, Ele,
nunca lhes faltará com a Sua assistência. Mas há, de facto, uma condição
importante: a perseverança! Por outras palavras: quem perseverar será salvo! A perseverança
é uma virtude absolutamente necessária para atingir um objectivo que nos
propomos, chegar onde queremos ir. Quem desiste por causa das dificuldades, dos
escolhos, obstáculos e toda a sorte de contrariedades, não conseguirá dar um
passo em frente, antes retrocede no já andado. Por nós próprios, que não podemos
nada, não conseguiremos a perseverança sem uma luta continua travada contra o
comodismo, o "deixar andar", a inércia. O cristão sabe muito bem que
nunca pode abrandar nesta luta pedindo as ajudas necessárias para a travar sem
descanso.
Parece impossível – sobretudo nos dias de hoje – que
tal Pastor, com este programa, possa ter seguidores fieis e indefectíveis. Mas,
a verdade, é que sempre teve e, cada dia, cresce essa multidão ávida de seguir
Jesus depois de ouvir as Suas palavras de vida eterna. Falávamos “nos dias de
hoje”, mas, de facto, sempre houve pessoas para quem o sacrifício ou renúncia
são algo obsoleto e disparatado “impróprio” de pessoas inteligentes e
“modernas”. A nós, cristãos, causam-nos pena porque ouvem e não entendem e veem
e não compreendem e, assim vão pela vida sem se preocuparem com o objectivo
grandioso e extraordinário da salvação eterna. Rezemos por eles.
As palavras de Cristo são
palavras de vida eterna, não são nem vaticínios nem prenúncios, mas a
constatação da simples e completa verdade. Mas, também, são um aviso muito
sério para ser levado em conta. Ninguém poderá, com verdade, invocar
desconhecimento ou surpresa. Que fazer, pois, senão estar preparados para o
futuro que não sabemos se próximo ou longínquo? E como nos havemos de preparar?
Não há outro caminho: seguir, em tudo, o Senhor que é o nosso Pastor e Guia,
pedindo também ao Espírito Santo que nos conceda os Seus Dons para melhor
conseguir esse objectivo.
Não devemos preocupar-nos como e quando
será o “fim do mundo”, mas, sim, que
esse "fim do mundo" acontece realmente com a nossa morte. Sim... no
momento em que morremos o mundo deixa de existir para nós. Esta é a realidade
que deve preocupar-nos e, por isso mesmo, preparar enquanto é tempo - hoje, agora - esse momento sem medo nem
pessimismo porque, sabemos muito bem o que fazer: Pedir com perseverança ajuda
para cumprir - em tudo - a Vontade de Deus.
(AMA, 1999)
ESPÍRITO SANTO, VIRTUDES E DONS
No
Espírito Santo, Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, reside o Amor Supremo
entre o Pai e o Filho. Foi pelo Divino Espírito Santo que Deus encarnou no seio
de Maria Santíssima, trazendo Jesus ao mundo para nossa salvação. Peçamos a
Maria, esposa do Espírito Santo, que interceda por nós junto de Deus
concedendo-nos a graça de recebermos os divinos dons, apesar de nossa
indignidade, da nossa miséria. Nas Escrituras, é o próprio Jesus quem nos
recomenda: "Pedi e dar-se-vos-á. Buscai e achareis. Batei e abrir-se-vos-á"
(Mt VII, 7s).
Os
Dons do Espírito Santo são sete: Entendimento;
Sabedoria; Conselho; Fortaleza; Ciência; Piedade; Temor de Deus;
Estes
dons são graças de Deus e, só com o nosso esforço, não podemos fazer com que
cresçam e se desenvolvam. Necessitam de uma acção directa do Espírito Santo
para podermos actuar dentro da virtude e perfeição cristã.
REFLEXÃO
Alegria
A
alegria humana não se pode mandar. A alegria é fruto do amor, e não a todo o
mundo se outorga um amor humano capaz de manter uma alegria permanente. E não
somente isto, mas também, que pela sua natureza, o amor humano é com maior
frequência fonte de tristeza que de alegria (…). Mas no campo cristão não
acontece assim. Um Cristão que não ame a Deus é indesculpável, e um cristão ao
qual o amor a Deus não brinde com a alegria é porque não compreendeu o que o
amor lhe dá. Para um cristão a alegria é natural porque é propriedade essencial
da virtude mais importante do cristianismo, quer dizer, do amor. Entre a vida
cristã e a alegria há uma necessária relação de essência.
(P. A. Reggio,
Espíritu sobrenatural y buen humor, Rialp, 2ª ed., Madrid 1966, p. 34)
SÃO JOSÉ
Mestre
da vida interior, trabalhador empenhado no seu trabalho, servidor fiel de Deus
em relação contínua com Jesus: este é José. Ite ad Joseph. Com São José
o cristão aprende o que é ser Deus e estar plenamente entre os homens,
santificando o mundo. Ide a José e encontrareis Jesus. Ide a José e encontrareis
Maria, que encheu sempre de paz a amável oficina de Nazaré. (São
Josemaria, Cristo que passa, 56)
SÃO JOSEMARIA – textos
Que sejais muito crianças!
Aconselho-te
que tentes voltar de vez em quando... ao começo da tua "primeira conversão",
o que, se não é fazer-se como criança, é coisa muito parecida: na vida
espiritual é preciso deixar-se levar com inteira confiança, sem medos nem
duplicidades; tem de se falar com absoluta clareza do que se tem na cabeça e na
alma. (Sulco,
145)
Que
sejais, espiritualmente, muito crianças! Quanto mais, melhor. Di-lo a
experiência deste sacerdote que teve de se levantar muitas vezes, ao longo
destes trinta e seis anos (que longos e ao mesmo tempo, que curtos me parecem!)
em que tem procurado cumprir uma Vontade precisa de Deus. Houve uma coisa que
sempre me ajudou: ser sempre criança e meter-me continuamente no regaço de
minha Mãe e no Coração de Cristo, meu Senhor. As grandes quedas, as que causam
destroços sérios na alma, e às vezes com resultados quase irremediáveis,
procedem sempre da soberba de nos crermos adultos, auto-suficientes. Nesses
casos, torna-se predominante na pessoa uma espécie de incapacidade de pedir
ajuda a quem a pode dar: não só a Deus, mas também ao amigo ou ao sacerdote. E
aquela pobre alma, isolada na sua desgraça, afunda-se na desorientação e no
descaminho. (Amigos de Deus, 147)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.