14/06/2013

Evangelho do dia e comentário

Tempo comum
X Semana

Evangelho: Mt 5, 27-32

27 «Ouvistes que foi dito: “Não cometerás adultério”. 28 Eu, porém, digo-vos que todo aquele que olhar para uma mulher, cobiçando-a, já cometeu adultério com ela no seu coração. 29 Por isso se o teu olho direito é para ti causa de pecado, arranca-o e lança-o para longe de ti, porque é melhor para ti que se perca um dos teus membros, do que todo o teu corpo seja lançado na Geena. 30 E se a tua mão direita é para ti causa de pecado, corta-a e lança-a para longe de ti, porque é melhor para ti que se perca um dos teus membros, do que todo o teu corpo seja lançado na Geena. 31 «Também foi dito: “Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe libelo de repúdio”. 32 Eu, porém, digo-vos: todo aquele que repudiar sua mulher, a não ser por causa de união ilegítima, expõe-na a adultério; e o que desposar a mulher repudiada, comete adultério.

Comentário:

«O amor conjugal exprime a sua verdadeira natureza e nobreza quando se considera a sua fonte suprema, Deus, que é Amor. [...] O matrimónio não é, portanto, fruto do acaso, ou produto de forças naturais inconscientes: é uma instituição sapiente do Criador, para realizar na humanidade o Seu desígnio de amor. Mediante a doação pessoal recíproca, [...] os esposos tendem para a comunhão dos seus seres, com vista a um aperfeiçoamento mútuo pessoal, para colaborarem com Deus na geração e educação de novas vidas. Depois, para os baptizados, o matrimónio revela a dignidade de sinal sacramental da graça, enquanto representa a união de Cristo com a Igreja (Ef 5, 32).
A esta luz, aparecem-nos claramente as notas características do amor conjugal. [...] É, antes de mais, um amor plenamente humano, quer dizer, ao mesmo tempo espiritual e sensível. Não é, portanto, um simples ímpeto do instinto ou dos sentimentos; mas é também, e principalmente, um acto da vontade livre, destinado a manter-se e a crescer, mediante as alegrias e as dores da vida quotidiana, de tal modo que os esposos se tornem um só coração e uma só alma e alcancem a sua perfeição humana.
É, depois, um amor total, quer dizer, uma forma muito especial de amizade pessoal, em que os esposos generosamente compartilham todas as coisas, sem reservas indevidas e sem cálculos egoístas. Quem ama verdadeiramente o próprio consorte não o ama somente por aquilo que dele recebe, mas por ele mesmo, sentindo-se feliz por poder enriquecê-lo com o dom de si próprio.
É, ainda, um amor fiel e exclusivo, até à morte. Assim o concebem, efectivamente, o esposo e a esposa no dia em que assumem, livremente e com plena consciência, o compromisso do vínculo matrimonial. [...] É, finalmente, um amor fecundo, que não se esgota na comunhão entre os cônjuges, mas que está destinado a continuar-se, suscitando novas vidas.

(paulo vi, Humanae vitae, 8-9) 

Leitura espiritual para 14 Jun



Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.

Para ver, clicar SFF.

Com Maria, que fácil!


Antes, só, não podias... – Agora, recorreste à Senhora, e, com Ela, que fácil! (Caminho, 513)

Os filhos, especialmente quando são ainda pequenos, costumam pensar no que hão-de fazer por eles os seus pais, esquecendo-se das suas obrigações de piedade filial. Nós, os filhos, somos geralmente muito interesseiros, embora esta nossa conduta – já o fizemos notar – não pareça incomodar muito as mães, porque têm suficiente amor nos seus corações e querem com o melhor carinho: aquele que se dá sem esperar correspondência.

Assim acontece também com Santa Maria. (...) Hão-de doer-nos, se as encontrarmos, as nossas faltas de delicadeza com esta boa Mãe. Pergunto-vos e pergunto-me a mim mesmo: como a honramos?

Voltemos mais uma vez à experiência de cada dia, ao modo de tratar com as nossas mães na terra. Acima de tudo, que desejam dos seus filhos, que são carne da sua carne e sangue do seu sangue? O seu maior desejo é tê-los perto. Quando os filhos crescem e não é possível continuarem a seu lado, aguardam com impaciência as suas notícias, emocionam-se com tudo o que lhes acontece, desde uma ligeira doença até aos acontecimentos mais importantes.

Olhai: para a nossa Mãe, Santa Maria, jamais deixamos de ser pequenos, porque Ela nos abre o caminho até ao Reino dos Céus, que será dado aos que se tornam meninos. De Nossa Senhora nunca nos devemos afastar. Como a honraremos? Tendo intimidade com Ela, falando com Ela, manifestando-lhe o nosso carinho, ponderando no nosso coração os episódios da sua vida na terra, contando-lhes as nossas lutas, os nossos êxitos e os nossos fracassos. (Amigos de Deus, nn. 289–290)

Resumos da Fé cristã


TEMA 33. O quarto mandamento do Decálogo: honrar pai e mãe

2. Significado e extensão do quarto mandamento

O quarto mandamento dirige-se expressamente aos filhos nas suas relações com os seus pais. Refere-se também às relações de parentesco com outros membros do agregado familiar. Finalmente, estende-se aos deveres dos alunos relativamente aos professores, dos subordinados em relação com os seus chefes, dos cidadãos para com a sua pátria, etc. Este mandamento implica e subentende também os deveres dos pais e de todos os que exercem autoridade sobre outros (cf. Catecismo, 2199).

a) A família. O quarto mandamento refere-se em primeiro lugar às relações entre pais e filhos no seio da família. «Ao criar o homem e a mulher, Deus instituiu a família humana e dotou-a da sua constituição fundamental» (Catecismo, 2203). «Um homem e uma mulher, unidos em matrimónio, formam com os seus filhos uma família» (Catecismo, 2202). «A família cristã é uma comunhão de pessoas, vestígio e imagem da comunhão do Pai e do Filho, no Espírito Santo» (Catecismo, 2205).

b) Família e sociedade. «A família é a célula originária da vida social. É ela a sociedade natural em que o homem e a mulher são chamados ao dom de si no amor e no dom da vida. A autoridade, a estabilidade e a vida de relações no seio da família constituem os fundamentos da liberdade, da segurança, da fraternidade no seio da sociedade. (…) A vida da família é iniciação à vida em sociedade» (Catecismo, 2207). «A família deve viver de modo que os seus membros aprendam a preocupar-se e a encarregar-se dos jovens e dos velhos, das pessoas doentes ou incapacitadas e dos pobres» (Catecismo, 2208). «O quarto mandamento esclarece as outras relações na sociedade» (Catecismo, 2212) 1.

A sociedade tem o grave dever de apoiar e fortalecer o matrimónio e a família, reconhecendo a sua autêntica natureza, favorecendo a sua prosperidade e assegurando a moralidade pública (cf. Catecismo, 2210) 2. No ambiente familiar, a Sagrada Família é modelo para qualquer família: modelo de amor e de serviço, de obediência e de autoridade.

antonio porras

Bibliografia básica:
Catecismo da Igreja Católica, 2196-2257.
Conselho Pontifício Justiça e Paz, Compêndio da Doutrina Social da Igreja, Ed. Principia, Lisboa 2005, n. 209-214; 221-254; 377-383; 393-411.

(Resumos da Fé cristã: © 2013, Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet)
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Notas:
1 Cf. Conselho Pontifício Justiça e Paz, Compêndio da Doutrina Social da Igreja, Ed. Principia, Lisboa 2005, nn. 209-214; 221-251.
2 Cf. Ibidem, 252-254.

Tratado das paixões da alma 51

Questão 33: Dos efeitos do prazer

Em seguida devemos tratar dos efeitos do prazer. E sobre esta questão quatro artigos se discutem:
Art. 1 ― Se a dilatação é efeito do prazer.
Art. 2 ― Se o prazer nos provoca desejá-lo mais.
Art. 3 ― Se o prazer impede o uso da razão.
Art. 4 ― Se o prazer aperfeiçoa a operação.

Art. 1 ― Se a dilatação é efeito do prazer.

O primeiro discute-se assim. ― Parece que a dilatação não é efeito do prazer.

1. ― Pois, a dilatação concerne antes, ao amor, segundo o dito do Apóstolo (II Cord 6, 11): o nosso coração tem-se dilatado. E por isso, diz a Escritura, falando do preceito da caridade (Sl 118, 96): o teu mandamento é largo sem medida. Ora, o prazer é uma paixão diferente do amor. Logo, a dilatação não é um efeito do prazer.

2. Demais. ― O que se dilata torna-se mais capaz de receber. Ora, receber concerne ao desejo, referente a um objecto ainda não possuído. Logo, a dilatação concerne mais ao desejo que ao prazer.

3. Demais. ― A contracção opõe-se à dilatação, mas é própria do prazer, pois contraímos aquilo que queremos reter. Ora, o mesmo se dá com o afecto do apetite em relação ao que deleita. Logo, a dilatação não concerne ao prazer.

Mas, em contrário, para exprimir a alegria, diz a Escritura (Is 60, 5): Então tu verás e estarás em afluência, e o teu coração se espantará e se dilatará fora de si mesmo. E demais disso, deleitação, ou prazer, vem de dilatação, e por isso também se chama ledice (Laetitia), como já se disse 1.

A latitude é uma dimensão da grandeza corpórea, e por isso se atribui aos afectos da alma só metaforicamente. Ora, a dilatação é assim chamada por ser um quase movimento para a latitude, e é própria da deleitação por causa de duas condições que esta requer. ― Uma diz respeito à virtude apreensiva, que apreende a união com um bem conveniente. E por esta apreensão, o homem percebe ter alcançado uma certa perfeição, que é a grandeza espiritual. E então se diz que a sua alma se engrandece ou dilata, pelo prazer. ― Outra condição é a atinente à virtude apetitiva, que assente no objecto deleitável, nele descansa e como se lhe entrega, para apreendê-la no seu interior. E assim, o afecto do homem dilata-se pela deleitação, quase se entregando para conter dentro de si o objecto que deleita.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. ― Nada impede que uma mesma expressão metafórica se atribua a objectos diversos, segundo semelhanças diversas. Assim, a dilatação é própria do amor, em virtude de uma certa extensão, i. é, enquanto o afecto do amante se estende a outros e o leva a cuidar não só do que é seu, mas também do que aos outros pertence. À deleitação, por outro lado, é própria a dilatação, enquanto um ser se alarga para se tornar como que mais capaz.

RESPOSTA À SEGUNDA. ― O desejo acarreta certamente uma dilatação, por causa da imaginação da coisa desejada, mas muito mais, pela presença do objecto que já deleita. Pois, o ânimo entrega-se mais ao objecto que já deleita do que ao que é desejado e ainda não possuído, porque o prazer é o fim do desejo.

RESPOSTA À TERCEIRA. ― Quem se deleita contrai, por certo, aquilo que deleita, inerindo-se-lhe fortemente, mas ao mesmo tempo, dilata o coração para fruir perfeitamente do objecto deleitável.

Nota: Revisão da tradução portuguesa por ama.
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Notas:
1. Q. 31, a. 3.

Pequena agenda do cristão



Sexta-Feira

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)

Propósito: Contenção; alguma privação; ser humilde.

Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me: Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame: Cumpri o propósito e lembrei-me do que me propus ontem?