Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
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1 Tendo
convocado os Seus doze discípulos, Jesus deu-lhes poder de expulsar os
espíritos imundos e de curar toda a doença e toda a enfermidade. 2
Os nomes dos doze apóstolos são: O primeiro Simão, chamado Pedro, depois André,
seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; 3 Filipe e
Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu e Tadeu; 4
Simão, o Cananeu, e Judas Iscariotes, que foi quem O entregou. 5 A
estes doze enviou Jesus, depois de lhes ter dado as instruções seguintes: «Não
vades à terra dos gentios, nem entreis nas cidades dos samaritanos: 6
ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel .7 Ide, e anunciai
que está próximo o Reino dos Céus. 8 «Curai os enfermos, ressuscitai
os mortos, limpai os leprosos, lançai fora os demónios. Dai de graça o que de
graça recebestes. 9 Não leveis nos vossos cintos nem ouro, nem
prata, nem dinheiro, 10 nem alforge para o caminho, nem duas
túnicas, nem sandálias, nem bordão; porque o operário tem direito ao seu
alimento. 11 «Em qualquer cidade ou aldeia em que entrardes,
informai-vos de quem há nela digno de vos receber, e ficai aí até que vos
retireis. 12 Ao entrardes na casa, saudai-a, dizendo: “A paz seja
nesta casa”. 13 Se aquela casa for digna, descerá sobre ela a vossa
paz; se não for digna, a vossa paz tornará para vós. 14 Se não vos
receberem nem ouvirem as vossas palavras, ao sair para fora daquela casa ou
cidade, sacudi o pó dos vossos pés. 15 Em verdade vos digo que será
menos punida no dia do juízo a terra de Sodoma e de Gomorra do que aquela
cidade.
CONFISSÕES SANTO AGOSTINHO
LIVRO SÉTIMO
CAPÍTULO VI
O absurdo dos horóscopos
Também já havia rechaçado as enganosas predições e ímpios delírios dos
astrólogos.
Ainda por isso, meu Deus, quero confessar-te tuas misericórdias desde o
mais íntimo de minha alma!
Foste tu, e só tu – pois, quem pode afastar-nos da morte do erro, senão
a Vida que desconhece a morte, a Sabedoria que ilumina as pobres inteligências
sem precisar de outra luz, e que governa o mundo até as folhas que tremulam nas
árvores?
Foste tu que medicaste a obstinação com que me opunha ao sábio velho
Vindiciano e ao magnânimo jovem Nebrídio, que diziam – o primeiro, com
veemência, o segundo com alguma hesitação, mas frequentemente – não existir a
tal arte de predizer as coisas futuras, e que as conjecturas dos homens muitas
vezes têm concurso do acaso e que, de tanto repetir, acertavam em predizer
algumas coisas, sem que os mesmos que as diziam o soubessem.
Foste tu que me fizeste encontrar um amigo mui afeiçoado a consultar os
astrólogos, não entendido nessa ciência, mas que consultava por curiosidade.
Conhecia ele uma história, que ouvira do pai, segundo dizia. Ignorava até que
ponto essa história era valiosa para destruir a autoridade daquela arte.
Esse homem, chamado Firmino, educado nas artes liberais e instruído na
eloquência, veio consultar-me, como amigo íntimo, sobre alguns assuntos nos quais
alimentava esperanças mundanas, para ver qual seria o meu vaticínio conforme
suas constelações, como eles dizem. Eu, que já começara a inclinar-me à opinião
de Nebrídio, embora não me negasse a fazer-lhe o horóscopo e expor-lhe as suas
conclusões, acrescentei, contudo, que estava quase persuadido de que tudo aquilo
era ridícula quimera.
Então, ele contou-me que seu pai tinha grande interesse na leitura de
tais livros, e que tivera um amigo igualmente apaixonado. Conversando sobre a
matéria, empolgaram-se cada vez mais no estudo daquelas tolices, e chegaram ao
ponto de observar os momentos do nascimento até dos animais domésticos, notando
a posição das estrelas a fim de coligir dados experimentais daquela
pseudo-arte.
Firmino relatava-me ter ouvido o pai contar que, estando a sua mãe para
o dar à luz, também estava grávida uma serva daquele amigo de seu pai, coisa
que não poderia passar despercebida a seu senhor, que cuidava com extrema
diligência e precisão de conhecer até o parto das cadelas.
E sucedeu que, contando com o maior esmero os dias, horas e suas menores
parcelas, da esposa e da escrava, ambas as mulheres deram à luz no mesmo
momento, o que os obrigou a fazer, até em seus menores detalhes os mesmos
horóscopos para os nascidos, um para o filho e outro para o pequeno servo.
Tendo começado o trabalho de parto, informaram um ao outro o que se
passava nas suas casas, e enviaram mensageiros um ao outro, a fim de anunciar
com igual rapidez o nascimento das crianças, e conseguiram-no fazer facilmente,
como se o facto se passasse nas suas próprias casas. E Firmino contava que os
mensageiros que haviam sido enviados vieram a se encontrar à mesma distância das
suas respectivas casas, de modo que não se podia notar a menor diferença na
posição das estrelas, assim como nas demais frações de tempo.
No entanto Firmino, como filho de grande família, corria pelos mais
brilhantes caminhos do mundo, crescia em riquezas e era coberto de honras, ao
passo que o escravo, sujeito ainda ao jugo da escravidão, tinha que servir a
seus senhores, segundo ele próprio contava, pois o conhecia.
Ouvindo essa história, na qual acreditei pelo crédito que merecia seu
narrador – toda minha resistência se quebrou.
Esforcei-me em seguida para afastar Firmino daquela vã curiosidade, dizendo-lhe
que, pelo seu horóscopo e para ser verdadeiro, deveria certamente considerar a
seus pais como os primeiros entre seus concidadãos, o renome da sua família, a mais
nobre da cidade, seu nascimento ilustre, sua educação esmerada e seus
conhecimentos nas artes liberais. E, pelo contrário, se aquele servo me
consultasse sobre o tal horóscopo – que era o mesmo de Firmino – se também
tivesse de lhe dizer a verdade – deveria ver nos mesmo signos a sua família
paupérrima, a sua condição servil e tantas outras coisas, tão diferentes e
opostas às primeiras.
Portanto, para dizer a verdade, vendo os mesmos sinais celestes deveria
tirar conclusões divergentes, porque fazer prognósticos semelhantes seria
mentir.
Donde concluí, com toda certeza, que as predições verdadeiras não podem
atribuir-se a uma arte, mas ao acaso, e que as falsas não se devem à ignorância
dessa arte, mas à mentira do acaso.
Após esta abertura e nela baseado, ruminava dentro de mim tais coisas,
para que nenhum daqueles loucos que buscam nisso o lucro, e a quem eu então
desejava refutar e ridicularizar, não me objectasse que Firmino ou o pai podia
ter contado mentiras.
Voltei pois a minha atenção ao caso dos gémeos, muitos dos quais saem do
seio materno com tão breve intervalo de tempo, que por mais que o pretendam
importante, não pode ser apreciado pela observação humana, nem pode ser
considerado nos signos que o astrólogo lançará mão para fazer uma previsão
certa. Mas os vaticínios não serão verdadeiros pois, vendo os mesmos signos,
deveria predizer a mesma sorte para Esaú e Jacob, sendo que os sucessos da vida
de ambos foram muito diversos.
O astrólogo, portanto, deveria prognosticar coisas falsas, ou, no caso
de falar coisas verdadeiras, estas forçosamente deveriam ser diferentes, a despeito
da identidade das observações. Logo, se os seus prognósticos fossem
verdadeiros, não o seriam por efeito da arte, mas do acaso.
Porque tu, Senhor, governador justíssimo do Universo, por inspiração
secreta, desconhecida dos consulentes e astrólogos, fazes que cada um ouça a
resposta que lhe convém, de acordo com os méritos das almas, do fundo do abismo
de teu justo juízo.
E que o homem não se atreva a dizer:
Que é isto?
Por quê isto?
Não o diga, não o diga, porque é um simples homem.
CAPÍTULO VII
Ainda a origem do mal
Deste modo, ó meu auxílio, já me havias libertado daqueles grilhões.
Contudo eu buscava ainda a origem do mal, e não encontrava solução. Mas
não permitias que as vagas de meu pensamento me apartassem da fé. Fé na tua
existência, na tua substância imutável, na tua providência para os homens, e na
tua justiça que os julgará.
Já acreditava que traçaste o caminho da salvação dos homens, rumo à vida
que sobrevém depois da morte, em Cristo, teu Filho e Senhor nosso, e nas
Sagradas Escrituras, recomendadas pela autoridade da tua Igreja Católica.
Salvas e fortemente arraigadas estas verdades no meu espírito, buscava
eu ansiosamente a origem do mal.
E que tormentos, como que de parto, eram aqueles de meu coração!
Que gemidos, meu Deus!
E ali estavam os teus ouvidos atentos, e eu não o sabia. Quando, em
silêncio, me esforçava em pacientes buscas, altos clamores se elevavam até à tua
misericórdia: eram as silenciosas angústias de minha alma.
Só Tu sabes o que eu padecia, mas homem algum o sabia. De facto, quão
pouco era o que minha palavra transmitia aos meus amigos mais íntimos!
Chegava, porventura, a eles o tumulto de minha alma, que nem o tempo,
nem as palavras bastavam para declarar?
Contudo, chegavam aos teus ouvidos as queixas que no meu coração rugiam,
e o meu desejo estava diante de ti, mas a luz dos meus olhos não estava
contigo, porque ela estava dentro, e eu olhava para fora. Ela não ocupava
espaço algum, e eu só pensava nas coisas que ocupam lugar, e não achava nelas
lugar de descanso, nem me acolhiam de modo que pudesse dizer: “Basta, Aqui
estou bem!” – Nem me permitiam que eu fosse para onde me sentisse satisfeito.
Eu era superior a estas coisas, mas sempre inferior a ti. Serias minha verdadeira
alegria se eu te fosse submisso, pois sujeitasse a mim tudo o que criaste
inferior a mim. Tal seria o justo equilíbrio e a região central de minha salvação:
permanecer como imagem tua, e servindo-te, ser o senhor de meu corpo.
Mas, como me levantei soberbamente contra ti, investindo contra meu
Senhor coberto com o escudo de minha dura cerviz, até mesmo as criaturas
inferiores se fizeram superiores a mim, e me oprimiam, e não me davam um
momento de alívio e de descanso.
Quando as olhava, elas vinham-me ao encontro atabalhoadamente de todos
os lados, mas quando nelas me concentrava, tais imagens corporais barravam-me
para que me retirasse, como se me dissessem:
“Para onde vais, indigno e impuro?”
E estas recobravam forças com a minha chaga, porque humilhaste o soberbo
como a um homem ferido. A minha presunção separava-me de ti, e meu rosto de tão
inchado, fechava meus olhos.
CAPÍTULO VIII
A piedade de Deus
Mas tu, Senhor, permaneces eternamente, e não te iras eternamente contra
nós, porque te compadeceste da terra e do pó, e foi de teu agrado corrigir
minhas deformidades.
Tu me aguilhoavas com estímulos interiores para que estivesse impaciente,
até que por uma visão interior, te tornasses para mim uma certeza.
O inchaço de meu orgulho baixava graças à mão secreta da tua medicina, a
vista de minha alma, perturbada e obscurecida, ia sarando dia a dia graças ao
colírio das dores salutares.
(Revisão trad. portuguesa e grafismo por ama)
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