21/07/2020

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NUNC COEPI







Depois da morte vos receberá o Amor


Agora compreendes quanto fizeste sofrer Jesus, e enches-te de dor: como lhe pedes perdão, deveras e choras pelas tuas traições passadas! Não te cabem no peito as ânsias de reparar! Bem. Mas não esqueças que o espírito de penitência está principalmente em cumprir, custe o que custar, o dever de cada instante. (Via Sacra, 9ª Estação, n. 5)

Como será maravilhoso quando o nosso Pai nos disser: servo bom e fiel, porque foste fiel nas coisas pequenas, eu te confiarei as grandes: entra no gozo do teu Senhor!. Esperançados! Esse é o prodígio da alma contemplativa. Vivemos de Fé, de Esperança e de Amor; e a Esperança torna-nos poderosos. Recordais-vos de S. João? Eu vos escrevo, jovens, porque sois valentes e a palavra de Deus permanece em vós e vencestes o maligno. Deus urge-nos, para a juventude eterna da Igreja e de toda a humanidade. Podeis transformar em divino todo o humano, como o rei Midas convertia em ouro tudo o que tocava!
Nunca esqueçais que depois da morte vos receberá o Amor. E no amor de Deus encontrareis, além do mais, todos os amores limpos que tenhais tido na terra. O Senhor dispôs que passemos esta breve jornada da nossa existência, trabalhando e, como o seu Unigénito, fazendo o bem. Entretanto, temos de estar alerta, à escuta daquelas chamadas que Santo Inácio de Antioquia notava na sua alma, ao aproximar-se a hora do martírio: vem para junto do Pai, vem para o teu Pai que te espera ansioso (Amigos de Deus, n. 221)

LEITURA ESPIRITUAL


Cartas de São Paulo

Romanos

4 Abraão, modelo de fé –
1 Que havemos de dizer de Abraão, nosso antepassado segundo a carne? Que obteve ele afinal? 2 É que, se Abraão foi justificado por causa das obras, tem um motivo para se poder gloriar, mas não diante de Deus. 3 Que diz, de facto, a Escritura? Que Abraão acreditou em Deus e isso foi-lhe atribuído à conta de justiça. 4 Ora bem, àquele que realiza obras, o salário não lhe é atribuído como oferta, mas como dívida. 5 Aquele, porém, que não realiza qualquer obra, mas acredita naquele que justifica o ímpio, a esse a sua fé é-lhe atribuída como justiça. 6 Aliás é assim que David celebra a felicidade do homem a quem Deus atribui a justiça independentemente das obras: 7  Felizes aqueles a quem foram perdoados os delitos e a quem foram cobertos os pecados! 8 Feliz o homem a quem o Senhor não tem em conta o pecado! 9 Ora esta felicidade, será proclamada só em relação aos circuncidados ou também em relação aos não-circuncidados? Sim, porque nós dizemos: A fé de Abraão foi-lhe atribuída à conta de justiça. 10 Afinal, como é que foi atribuída? Depois de se ter circuncidado ou antes? Não, não foi depois, mas antes de se ter circuncidado. 11 E recebeu o sinal da circuncisão como selo da justiça, obtida pela fé que tinha, antes de se ter circuncidado. Foi assim que ele se tornou pai de todos os crentes não-circuncidados, para que também a eles seja atribuída a justiça, 12e pai dos circuncidados, daqueles que não somente pertencem ao povo dos circuncisos, mas também seguem as pegadas da fé do nosso pai Abraão antes de ser circuncidado.

Fé no poder de Deus –
13 Não foi em virtude da Lei, mas da justiça obtida pela fé que a Abraão, ou à sua descendência, foi feita a promessa de que havia de receber o mundo em herança. 14 De facto, se os herdeiros o são em virtude da lei, nesse caso tornou-se inútil a fé e ficou sem efeito a promessa. 15 É que a lei produz a ira; mas onde não há lei também não há transgressão. 16 Por isso, é da fé que depende a herança. Só assim é que esta é gratuita, de tal modo que a promessa se mantém válida para todos os descendentes: não apenas para aqueles que o são em virtude da Lei, mas também para os que o são em virtude da fé de Abraão, pai de todos nós, 17 conforme o que está escrito: Fiz de ti o pai de muitos povos. Pai diante daquele em quem acreditou, o Deus que dá vida aos mortos e chama à existência o que não existe. 18  Foi com uma esperança, para além do que se podia esperar, que ele acreditou e assim se tornou pai de muitos povos, conforme o que tinha sido dito: Assim será a tua descendência. 19 Sim, ele não vacilou na fé ao ver como o seu corpo já estava sem vida - com quase cem anos - como sem vida estava o seio de Sara. 20 Diante da promessa de Deus, não duvidou por falta de fé. Pelo contrário, tornou-se mais forte na fé e deu glória a Deus, 21 plenamente convencido de que Ele tinha poder para realizar o que tinha prometido. 22 Esta foi exactamente a razão pela qual isso lhe foi atribuído à conta de justiça. 23 Não é só por causa dele que está escrito foi-lhe atribuído, 24 mas também por causa de nós, a quem a fé será tida em conta, nós que acreditamos naquele que ressuscitou dos mortos Jesus, Senhor nosso, 25 entregue por causa das nossas faltas e ressuscitado para nossa justificação.

Amigos de Deus


175
        
Sabeis muito bem, por o terdes ouvido e meditado frequentemente, que para todos nós, cristãos, Jesus Cristo é o modelo.
Tê-lo-eis ensinado a muitas almas, através desse apostolado - convívio humano com sentido divino - que faz já parte do vosso eu.
Tê-lo-eis recordado oportunamente, ao empregar esse meio maravilhoso da correcção fraterna, possibilitando a quem vos escutava comparar o seu procedimento com o do nosso Irmão primogénito, o Filho de Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe.

Jesus é o modelo.
Ele mesmo o disse: Discite a me, aprendei de mim!
Quero hoje falar-vos de uma virtude que, sem ser a única nem a primeira, actua na vida cristã como o sal que preserva da corrupção e constitui a pedra de toque da alma apostólica: a virtude da santa pureza.

É verdade que a caridade teologal é a virtude mais alta, mas a castidade é a exigência sine qua non, condição imprescindível para chegar ao diálogo íntimo com Deus.
Quem não a guarda, se não luta, acaba por ficar cego.
Não vê nada, porque o homem animal não pode perceber as coisas que são do Espírito de Deus .

Animados pela pregação do Mestre, nós queremos ver com olhos limpos: bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.

A Igreja sempre apresentou estas palavras como um convite à castidade.
Guardam um coração sadio, escreve S. João Crisóstomo, os que possuem uma consciência completamente limpa ou os que amam a castidade.
Nenhuma virtude é tão necessária como esta para ver a Deus.

176
         
O exemplo de Cristo

Jesus Cristo, Nosso Senhor, foi, ao longo da sua vida sobre a terra, coberto de impropérios e maltratado de todas as maneiras possíveis.
Lembrais-vos?
Diziam que se comportava como um revoltoso e afirmaram que estava endemoninhado.
Noutra altura, interpretaram mal as manifestações do seu Amor infinito e classificaram--no como amigo de pecadores.

Mais tarde, a Ele, que é a própria penitência e a própria temperança, lançam-lhe à cara que frequentava a mesa dos ricos.
Também lhe chamam depreciativamente fabri filius, filho do trabalhador, do carpinteiro, como se isso fosse uma injúria.
Permite que o rotulem de bebedor e comilão...
Deixa que o acusem de tudo, excepto de que não é casto.
Não os deixou dizer isso, porque quer que nós conservemos com toda a nitidez esse exemplo: um modelo maravilhoso de pureza, de limpeza, de luz, de amor que sabe queimar todo o mundo para o purificar.

Gosto de me referir à santa pureza, contemplando sempre a conduta de Nosso Senhor, porque Ele a viveu com grande delicadeza.
Reparai no que relata S. João quando, Jesus, fatigatus ex itinere, sedebat sic supra fontem, cansado no caminho se sentou à borda do poço.

Procurai recolher-vos e reviver devagar a cena: Jesus Cristo, perfectus Deus, perfectus homo, está fatigado do caminho e do trabalho apostólico, tal como algumas vezes deve ter sucedido convosco, que vos sentis arrasados por já não poderdes mais.
É comovedor observar o Mestre esgotado.
Além disso, tem fome: os discípulos tinham ido ao povoado vizinho para buscar alimentos.
E tem sede.


Mas, mais do que a fadiga do corpo, consome-o a sede de almas.
Por isso, ao chegar a samaritana, aquela mulher pecadora, o coração sacerdotal de Cristo derrama-se, diligente, para recuperar a ovelha perdida, esquecendo o cansaço, a fome e a sede.

Ocupava-se o Senhor com aquela grande obra de caridade, quando os apóstolos voltaram da cidade e mirabantur quia cum muliere loquebatur, ficaram surpreendidos por estar a falar a sós com uma mulher.
Como era cuidadoso!
Que amor à virtude encantadora da santa pureza, que nos ajuda a ser mais fortes, mais rijos, mais fecundos, mais capazes de trabalhar por Deus, mais capazes de tudo o que é grande!

177
         
Esta é a vontade de Deus, a vossa santificação... que cada um saiba usar o seu corpo santa e honestamente, não se abandonando às paixões, como fazem os pagãos que não conhecem a Deus.
Pertencemos totalmente a Deus, com a alma e com o corpo, com a carne e com os ossos, com os sentidos e com as potências.
Pedi-lhe com confiança: Jesus, guarda o nosso coração! Faz com que o meu coração seja grande, forte e terno, afectuoso e delicado, transbordante de caridade para Ti, para servir todas as almas.

O nosso corpo é santo, templo de Deus, precisa S. Paulo.
Esta exclamação do Apóstolo recorda-me o chamamento à santidade, que o Mestre dirige a todos os homens: Estote perfecti sicut et Pater vester caelestis perfectus est.
O Senhor pede a todos, sem discriminação alguma, correspondência à graça.
O Senhor exige a cada um, de acordo com a sua situação pessoal, a prática das virtudes próprias dos filhos de Deus.

Por isso, ao recordar-vos que o cristão tem de guardar uma castidade perfeita, estou a referir-me a todos: aos solteiros, que devem cingir-se a uma completa continência, e aos casados, que vivem castamente, cumprindo as obrigações próprias do seu estado.



Com o espírito de Deus, a castidade, longe de ser um peso incómodo e humilhante, torna-se uma afirmação gozosa, porque o querer, o domínio e a vitória não são dados pela carne nem vêm do instinto, mas procedem da vontade, sobretudo se está unida à do Senhor.
Para ser castos e não simplesmente continentes ou honestos, temos de submeter as paixões à razão, por uma causa elevada, por um impulso de Amor.

Comparo esta virtude a umas asas que nos permitem levar os mandamentos, a doutrina de Deus por todos os ambientes da terra, sem receio de ficar enlameados.
Essas asas, tal como as da aves majestosas que sobem mais alto que as nuvens, pesam e pesam muito, mas, se faltassem, não seria possível voar.
Gravai isto na vossa mente, decididos a não ceder quando sentirdes a garra da tentação, que se insinua apresentando a pureza como uma carga insuportável.
Ânimo!
Subi até ao sol, em busca do Amor!

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Com Deus nos nossos corpos

Causou-me sempre muita pena o costume de algumas pessoas - tantas! - que escolhem como nota constante dos seus ensinamentos a impureza.
Com isso, conseguem - comprovei-o em bastantes almas - exactamente o contrário do que pretendem, porque a impureza é matéria mais pegajosa que o pez e deforma as consciências com complexos ou medos, como se a pureza da alma fosse um obstáculo quase insuperável.
Nós não faremos assim!
Temos de tratar da santa pureza com pensamentos positivos e limpos, com palavras modestas e claras.

Discorrer sobre este tema, significa dialogar sobre o Amor.
Tenho de vos dizer que para esse efeito me ajuda considerar a Humanidade Santíssima de Nosso Senhor, a maravilha inefável de Deus que se humilha, até fazer-se homem.
E que não se sente aviltado por ter tomado carne igual à nossa, com todas as suas limitações e fraquezas, menos o pecado, porque nos ama com loucura!
Ele não se rebaixa com o seu aniquilamento e, em troca, levanta-nos, deificando-nos o corpo e a alma.
Responder afirmativamente ao seu Amor com um carinho claro, ardente e ordenado, isso é a virtude da castidade.

Temos de gritar a todo o mundo com a palavra e com o testemunho da nossa conduta: não empeçonhemos o coração, como se fôssemos pobres animais dominados pelos instintos mais baixos.
Um escritor cristão exprime-o assim:
Reparai que o 0coração do homem não é pequeno, pois abraça muitas coisas.
Medi essa grandeza, não pelas suas dimensões físicas, mas pelo poder do seu pensamento, capaz de alcançar o conhecimento de tantas verdades.
É possível preparar o caminho do Senhor no coração, traçar uma vereda direita, para que passem por ali o Verbo e a Sabedoria de Deus.
Preparai com uma conduta honesta e com obras irrepreensíveis o caminho do Senhor, aplanai a estrada para que o Verbo de Deus caminhe por vós sem tropeçar e vos dê o conhecimento dos seus mistérios e da sua vinda.

Revela-nos a Escritura Santa que a grandiosa obra da santificação, tarefa oculta e magnífica do Paráclito, se verifica na alma e no corpo.
Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? - clama o Apóstolo.
Tomarei eu, pois, os membros de Cristo e fá-los-ei membros de uma prostituta? (...) Não sabeis, porventura, que os vossos corpos são templos do Espírito Santo, que habita em vós, o qual vos foi dado por Deus e que não pertenceis a vós mesmos, porque fostes comprados por um grande preço? Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo.



Temas para reflectir e meditar

Como admitir o erro

Aqui está uma questão que, muitas vezes, considero como desnecessária. Erro? Porquê? Como? Quando?

Então, se sou humano, não será natural – talvez, inevitável - que erre?

Sendo puramente lógico, tenho de admitir que sim, além de que, o contrário, seria estultícia pura e simples.

Esta constatação “sossega-me”, tranquiliza-me, resolve o “problema”?

Tenho de admitir… que não, tudo continua “aberto”, e, pior, sinto-me mais urgido a aprofundar, ir mais longe, talvez, numa tentativa de “esgotar” o assunto.

Mas, será que irei alcançar, alguma vez, um resultado satisfatório, concludente e definitivo, isto é, que me traga uma resposta cabal, completa?

Não será que, movido por uma consciência pouco esclarecida, algo errática, me deixo envolver numa espécie de “polémica”, retórica e abstracta que não conduz a nada que valha a pena?

Parece-me que, pensando melhor, tenho de pôr, em primeiríssimo lugar, uma condição prévia: despir-me de todo e qualquer orgulho pessoal. E, chegado aqui, constato a inevitabilidade do problema: nunca concluirei coisa nenhuma satisfatóriamente ou, sequer, admissível, se não me reduzir ao que efectivamente sou: um homem, com virtudes – evidentemente, não por mérito próprio – e defeitos – infelizmente por demérito próprio – e capacidades que uso a meu bel-prazer ou conveniência, em vez de, as usar como seria de esperar de um Filho de Deus: para o meu bem, o bem de outros e, sobretudo, para glória de Deus.

O grande amor de Deus



São Pio de Petrelcina



21 de Julho -

Tu, que és responsável por outras almas, demonstra amor, muito amor, exercendo essa responsabilidade. É preciso fazê-lo com todo o amor. Esgota o amor! E se perceberes que tudo isso é inútil, sê severo,pois Jesus, que é o nosso modelo, ensinou-nos a agir assim,criando o paraíso, mas também o inferno.


(365 dias com São Pio de Petrelcina)

Filosofia e religião


Teologia do Sacrosanctum Concilium 2 

2 – A origem da Igreja e da liturgia

Ao dizer que “do lado de Cristo dormindo na cruz nasceu o admirável sacramento de toda a Igreja”, repetindo assim palavras de santo Agostinho, o Concílio refere-se evidentemente ao relato do evangelista São João sobre a morte de Jesus.
Para dizer que Jesus morreu escreveu: “Entregou o espírito” [i].

Muitos dos santos padres viam nisso uma segunda afirmação do evangelista, a saber que Jesus entregou, na hora da sua morte, o Espírito Santo.
Esta interpretação certamente baseia-se no contexto do quarto Evangelho.

Como lemos no sétimo capítulo do Evangelho de São João, na festa do templo Jesus anunciou água viva.
O evangelho explica que Jesus estava falando do Espírito, que ainda não havia, porque Jesus ainda não foi glorificado [ii] .
A glorificação de Jesus, no entanto, coincide para São João com a exaltação do Filho do Homem na cruz [iii].
Na base desta interpretação compreende-se bem que o Ressuscitado na tarde do dia da ressurreição soprou sobre os apóstolos e lhes disse:
«Recebei o Espírito Santo» [iv].

Mas devemos dar um passo a mais.
Em antigas e recentes representações iconográficas da morte de Jesus ilustra-se a abertura do lado aberto pela lança e uma figura feminina que está debaixo da cruz com um cálice nas mãos. Para dentro deste cálice jorram o sangue e a água.
Os padres da Igreja interpretam também a abertura do lado de Jesus como derramamento do Espírito Santo, vendo na mulher com o cálice a Igreja e na água e no sangue os sacramentos do baptismo e da eucaristia.
Como lemos na “Sacrosanctum Concilium”, em santo Agostinho e em muitos outros padres da Igreja, este derramamento do Espírito é o nascimento da Igreja como sacramento universal de salvação, do qual os sete sacramentos, também os sacramentais e as outras celebrações litúrgicas, são como que um desdobramento.

A Igreja e a liturgia nasceram do coração de Jesus.

Já que estamos falando em nascimento da Igreja, parece-me bem completar esta visão a partir do Evangelho de São Mateus, onde se pode ver como ela foi concebida.
Lemos neste Evangelho, no fim do capítulo 9, que Jesus, percorrendo as cidades e os povoados, ensinando o Evangelho do Reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades, “ao ver a multidão teve compaixão dela, porque estava cansada e abatida, como ovelhas sem pastor”. Então pediu aos discípulos que rezassem, para que o Senhor enviasse operários para a messe; mas também e sobretudo chamou os doze e “deu-lhes autoridade de expulsar os espíritos imundos e de curar toda sorte de males e enfermidades[v].
Estes doze são, evidentemente, o núcleo da futura Igreja.
Não será permitido entender este texto no sentido de que a Igreja foi concebida pela compaixão de Jesus, no seu coração compassivo? Podemos assim agora concluir que São João e São Mateus têm, no fundo, a mesma visão da origem da Igreja. E São Lucas no fundo não discorda de São João e São Mateus sobre a origem da Igreja pelo derramamento do Espírito Santo, embora a descreva de modo diferente.

Parece-me que a “Sacrosanctum Concilium” confirma esta visão da origem da Igreja e com ela da Liturgia, dizendo no artigo 6 que a Igreja, que, como vimos no artigo 5, nasceu na cruz, “no dia de Pentecostes apareceu ao mundo”.
Para a interpretação do texto citado de são Mateus, que apresentei, vendo ai a concepção da Igreja no coração de Jesus, não posso indicar referências, mas penso que esteja em harmonia com o contexto que citei.


(P. Gregório Lutz, CSSp)




[i] Jo 19,30
[ii] Cf. Jo 7,37-39
[iii] Cf. Jo 3, 14s
[iv] Jo 20,22
[v] Mt 9,35- 10,1

Perguntas e respostas


A. OS IDEAIS E OS SEUS TIPOS
2.

Pergunto:

Há diferença entre amores e ideais?

Respondo:

Não importa confundir amores e ideais, mas falando com precisão são algo diferentes: Um amor é um desejo; um ideal é o que de deseja.
El amor é desejo que sempre está no interior de quem ama; el ideal geralmente é algo exterior.
El amor é afã que já se possui; o ideal ainda não.
Quem ama pode desejar vários bens pequenos e grandes. Quem tem um ideal aspira a um bem grande.

El reto del amor


Pequena agenda do cristão


TeRÇa-Feira

PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?


Orações sugeridas:

salmo ii

Regnum eius regnum sempiternum est et omnes reges servient et obedient. 
Quare fremerunt gentes et populi meditati sunt inania?
Astiterum reges terrae et principes convenerunt in unum adversus Dominum et adversus christum eius.
Dirumpamus vincula eorum et proiciamos a nobis iugum ipsorum.
Qui habitabit in caelis, irridebit eos, Dominus subsanabit eos.
Ego autem constitui regem meum super sion montem sanctum meum.
Praedicabo decretum eius Dominus dixit ad me: filius meus es tu; ego hodie genui te.
Postula a me, et dabo tibi gentes hereditatem tuam et possessionem tuam terminos terrae.
Reges eos in virga ferrea et tamquam vas figuli confringes eos.
Et nunc, reges, intelegite, erudimini, qui indicatis terram.
Servite Domino in timore et exultate ei cum tremore.
Apprehendite disciplinam ne quando irascatur et pereatis via, cum exarcerit in brevi ira eius.
Beati omnes qui confident in eo.
Gloria Patri...
Regnum eius regnum sempiternum est et omnes reges servient et obedient.
Oremus:
Omnipotens et sempiterne Deus qui in dilecto Filio Tuo universorum rege omnia instaurare voluisti concede propitius ut cunctae familiae gentium pecati vulnere disgregatae eius suavissimo subdantur imperio: Qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum.

Exame Pessoal

Sabes Senhor, qual é, talvez a minha maior fraqueza? É pensar em demasiado mim, nos meus problemas, nas minhas tristezas, naquilo que me acontece e no que gostaria me acontecesse. Nas voltas e reviravoltas que dou sobre mim mesmo, sobre a minha vida.
E os outros? Sim, os outros que rezam por mim, que se interessam por mim, que têm paciência para comigo, que me desculpam as minhas faltas e as minhas fraquezas, que estão sempre prontos a ouvir-me a atender-me, que não se importam de esperar que eu os compense pelo bem que me fazem, que não me pressionam para que pague o que me emprestam, que não me criticam nem julgam com a severidade que mereço.
Ajuda-me Senhor, a ser, pelo menos reconhecido e a devolver o bem que recebo e, além disso a não julgar, a não emitir opinião, critica ou conceito, vendo nos outros, a maior parte das vezes, os defeitos e fraquezas que eu próprio possuo.[i]

Senhor, ajuda-me a pensar nos outros em vez de estar aqui, mergulhado nos meus problemas, girando à volta de mim mesmo, concentrado apenas no que me diz respeito. Os outros! Todos os outros. Os que conheço, de quem sou amigo ou familiar e aqueles que me são desconhecidos. São Teus filhos como eu, logo, todos são meus irmãos. Se somos irmãos somos também herdeiros, convém, portanto que me preocupe com aqueles que vão partilhar a herança comigo.[ii]

Noverim me

Oh Deus que me conheces perfeitamente tal como sou, ajuda-me a conhecer-me a mim mesmo, para que possa combater com eficácia os enormes defeitos do meu carácter, em particular...
Chamaste-me, Senhor, pelo meu nome e eu aqui estou: com as minhas misérias, as minhas debilidades, com palavras maiores que os actos, intenções mais vastas que as obras e desejos que ultrapassam a vontade.
Porque não sou nada, não valho nada, não sei nada e não posso nada, entrego-me totalmente nas Tuas mãos para que, por intercessão de minha Mãe, Maria Santíssima, de São José, meu Pai e Senhor, do Anjo da Minha Guarda e de São Josemaria, possa adquirir um espírito de luta perseverante.[iii]
   
Meu Senhor e meu Deus, tira-me tudo o que me afaste de Ti.
Meu Senhor e meu Deus, dá-me tudo o que me aproxime de Ti
Meu Senhor e meu Deus, desapega-me de mim mesmo, para que eu me dê todo a ti.
Eu sei que podeis tudo e que, para Vós, nenhum projecto é impossível.[iv]

Faz-me santo, meu Deus, ainda que seja à força.[v]

Nada te perturbe / nada te atemorize Tudo passa / Deus não muda A paciência tudo alcança / Quem a Deus tem Nada falta / só Deus basta.[vi]



[i] AMA orações pessoais
[ii] AMA orações pessoais
[iii] AMA orações pessoais
[iv] AMA orações pessoais
[v] AMA orações pessoais
[vi] Santa Teresa de Jesus