12/07/2015

O que pode ver em NUNC COEPI em Jul 12

O que pode ver em NUNC COEPI em Jul 12

São Josemaria – Textos

A lógica de Deus, J. Tissot, La vida interior (J. Tissot)

AMA - Comentários ao Evangelho Mc 6 7-13, Amigos de Deus (S. Josemaria), São Josemaria Escrivá

Aborto, Defesa da vida


Agenda Domingo

Pequena agenda do cristão



DOMINGO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé.

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?


Defesa da vida

.../2

Uma das coisas pelas quais mais me sinto mal é o facto do meu namorado ter aceite a notícia com alegria e, ao ver minha negativa, me propôs ter o bebé e dá-lo a ele, que o criaria.

Mas eu respondi: "Se eu tiver esse filho, você me perderá, porque eu não suportarei esta situação. Ou você me ajuda, ou eu faço isso sozinha".
E assim, após algumas horas, ele acabou aceitando.

Procurar alguém disposto a "ajudar-me " não foi fácil. Mostrava-me muito decidida, ainda que, no fundo, o medo me invadia e me dominava; mesmo não aceitando a gravidez, eu já estava amando o meu filhinho, quase imperceptível ainda.
Mas finalmente chegou o dia, fui até a clínica e, em questão de minutos, acabaram não somente com o meu filho, mas também com uma parte de mim.

Hoje posso dizer-lhes que a dor física não é nada comparada com a dor que eu sentia na alma.
No instante em que saí da clínica, um terrível arrependimento invadiu o meu coração, como se finalmente tivesse aberto os olhos: eu tinha morto o meu próprio filho!
Isso foi pior que se me tivessem arrancado uma perna ou um braço.

(cont)

Evangelho, comentário, L. Espiritual




Tempo comum XV Semana


Evangelho: Mc 6, 7-13

7 Chamou os doze e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos imundos. 8 Ordenou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um bastão; nem alforge, nem pão, nem dinheiro na cintura; 9 mas que fossem calçados de sandálias, e não levassem duas túnicas. 10 E dizia-lhes: «Em qualquer casa onde entrardes, ficai nela até sairdes desse lugar. 11 Onde vos não receberem nem ouvirem, retirando-vos de lá, sacudi o pó dos vossos pés em testemunho contra eles». 12 Tendo partido, pregavam que fizessem penitência. 13 Expulsavam muitos demónios, ungiam com óleo muitos enfermos e curavam-nos.

Comentário:

O apostolado se não for dirigido e orientado por quem tem a experiência e os conhecimentos de um Director Espiritual arrisca-se a dar frutos escassos e pouco duradoiros.

De facto aquele que nos dirige, porque nos conhece bem e às nossas capacidades orientará da melhor forma esse trabalho.

A nós compete-nos com humildade obediente e entusiasmo apostólico pôr “mãos à obra” mesmo que, por vezes, nos possa parecer que seria melhor outro caminho ou atitude.

Resistiremos a esta tentação – que pode configurar um excesso de confiança em nós mesmos – se tivermos bem presente que o apostolado que levamos a cabo não é o “nosso apostolado” mas sim aquele que fazemos em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.

(ama, comentário sobre Mc 6, 7-13, Malta,  2015.02.05)



Leitura espiritual




São Josemaria Escrivá

Amigos de Deus


106
         
Recordo-vos que, se formos sinceros, se nos mostrarmos tal como somos, se nos endeusarmos com humildade, não com soberba, vós e eu manter-nos-emos sempre seguros em qualquer ambiente.
Poderemos falar sempre de vitórias e chamar-nos-emos vencedores, com essas íntimas vitórias do amor de Deus que nos trazem a serenidade, a felicidade da alma, a compreensão.

A humildade animar-nos-á a levar a cabo grandes trabalhos, com a condição de não perdermos de vista a consciência da nossa pequenez e de ir aumentando, um pouco mais cada dia, a convicção da nossa pobre indigência.
Admite sem vacilares que és um servidor obrigado a fazer um grande número de serviços.
Não te pavoneies por seres chamado filho de Deus - reconheçamos a graça, mas não esqueçamos a nossa natureza-; não te envaideças, se serviste bem, porque cumpriste o que tinhas a fazer.
O sol efectua a sua tarefa, a lua obedece; os anjos desempenham o seu papel.
O instrumento escolhido pelo Senhor para os gentios, diz: eu não mereço o nome de Apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus (1 Cor XV, 9)...
Por isso, não procuremos nós ser louvados por nós mesmos, por méritos nossos, aliás sempre mesquinhos.

107
        
Humildade e alegria

Livra-me de tudo o que há de mau e perverso no homem.

De novo o texto da Missa nos fala do bom endeusamento: faz ressaltar diante dos nossos olhos o mau barro de que somos feitos, com todas as suas malvadas inclinações.
E depois suplica emittte lucem tuam, envia a tua luz e a tua verdade, que me guiaram e trouxeram ao teu monte santo.
Não me importo de vos contar que me emocionei ao recitar estas palavras do Gradual.

Como é que nos temos de comportar para adquirir esse eudeusamento bom?

No evangelho, lemos que Jesus não queria ir à Judeia, porque os judeus o queriam matar.
Ele, que com um desejo da sua vontade poderia eliminar os seus inimigos, empregava também os meios humanos.
Ele, que era Deus e a quem bastava uma decisão sua para mudar as circunstâncias, deixou-nos uma lição encantadora: não foi à Judeia. Disseram-lhe, pois, seus parentes: Sai daqui e vai para a Judeia, a fim de que também os teus discípulos vejam as obras que fazes. Queriam que Ele desse espectáculo.
Vedes?
Vedes o que é uma lição de endeusamento bom e de endeusamento mau?

Endeusamento bom: esperem em Ti - canta o Ofertório - todos os que conhecem o teu nome, Senhor, porque nunca abandonas os que Te procuram.
E vem o regozijo deste barro cheio de gatos, porque não se esqueceu das orações dos pobres, dos humildes.

108
         
Não deis o mínimo crédito aos que apresentam a virtude da humildade como um amesquinhamento humano ou como uma condenação perpétua à tristeza.
Sentir-se barro, recomposto com gatos, é fonte contínua de alegria; significa reconhecer-se pouca coisa diante de Deus: criança, filho.
E haverá maior alegria do que a daquele que, sabendo-se pobre e débil, se sabe também filho de Deus?
Porque é que nós, homens, nos entristecemos?
Porque a vida na terra, não se passa como nós, pessoalmente, esperávamos e porque surgem obstáculos que impedem ou dificultam a satisfação do que pretendemos.

Nada disto acontece quando a alma vive essa realidade sobrenatural da sua filiação divina.
Se Deus é por nós, quem será contra nós.
Que estejam tristes os que se empenham em não se reconhecerem filhos de Deus, tenho eu repetido sempre.

Para terminar, descobrimos na liturgia de hoje duas petições que hão-de sair como setas, da nossa boca e do nosso coração: concede-nos, Senhor todo-poderoso, que realizando sempre os divinos mistérios mereçamos abeirar-nos dos dons celestiais.
E, pedimos-Te, Senhor, que nos deixes servir-Te constantemente segundo a tua vontade.
Servir, servir, filhos meus, é o que é próprio de nós. Sermos criados de todos, para que nos nossos dias o povo fiel aumente em mérito e número.

109
         
Olhai para Maria.
Nunca criatura alguma se entregou com mais humildade aos desígnios de Deus.
A humildade da ancilla Domini, da escrava do Senhor, é a razão que nos leva a invocá-la como causa nostrae laetitiae, causa da nossa alegria.
Eva, depois de pecar por querer, na sua loucura, igualar-se a Deus, escondia-se do Senhor e envergonhava-se: estava triste.
Maria, ao confessar-se escrava do Senhor, é feita Mãe do Verbo divino e enche-se de alegria.
Que este seu júbilo de boa Mãe se nos pegue a todos nós; que saiamos nisto a Ela - a Santa Maria - e assim nos pareceremos mais com Cristo.

110
        
Este início da Semana Santa, já tão próximo do momento em que se consumou no Calvário a Redenção de toda a humanidade, parece-me um tempo particularmente apropriado para tu e eu considerarmos por que caminhos nos salvou Jesus, Nosso Senhor; para contemplarmos esse seu amor, verdadeiramente inefável, por umas pobres criaturas formadas com barro da terra.


Memento homo, quia pulvis es, et in pulverem reverteris, lembra-te, ó homem, que és pó e em pó te hás-de tornar, advertia-nos a Igreja, Nossa Mãe, no início da Quaresma, a fim de nunca esquecermos que somos muito pouca coisa, que um dia qualquer o nosso corpo - agora tão cheio de vida - se desfará como a ligeira nuvem de pó que os nossos pés levantam ao caminhar; dissipar-se-á como a névoa afugentada pelos raios do sol.

Exemplo de Cristo

Mas, depois de recordar tão cruamente a nossa insignificância pessoal, eu queria encarecer ante os vossos olhos outra estupenda realidade: a magnificência divina que nos sustenta e nos endeusa. Escutai as palavras do Apóstolo: Conheceis a liberalidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que sendo rico se fez pobre por vós, a fim de que vós fôsseis ricos pela sua pobreza.

Reparai com calma no exemplo do Mestre e compreendereis rapidamente que dispomos de tema abundante para meditar durante toda a vida, para concretizar propósitos sinceros de maior generosidade. Porque, não percais de vista esta meta que temos de alcançar, cada um de nós deve identificar-se com Cristo, que - já o ouvistes - se fez pobre por ti, por mim, e padeceu dando-nos exemplo para que sigamos os seus passos.

111
         
Nunca perguntaste a ti próprio, movido por uma santa curiosidade, de que modo levou Jesus a cabo este excesso de amor?
É, de novo, São Paulo quem nos responde: tendo a natureza de Deus (...), não obstante, aniquilou-se a si mesmo tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens e reduzido à condição de homem.
Meus filhos pasmai agradecidos ante este mistério e aprendei: todo o poder, toda a formosura, toda a majestade, toda a harmonia infinita de Deus, com as suas grandes e incomensuráveis riquezas - todo um Deus - ficou escondido na Humanidade de Cristo para nos servir.
O Omnipotente apresenta-se decidido a ocultar por algum tempo a sua glória, para facilitar o encontro redentor com as suas criaturas.


Escreve o evangelista S. João: ninguém jamais viu Deus; o Filho Unigénito que está no seio do Pai é que o deu a conhecer, comparecendo ante o olhar atónito dos homens: primeiro, como um recém-nascido, em Belém; depois, como um menino igual aos outros; mais tarde, no Templo, como um adolescente, inteligente e vivo; e, por fim, com aquela figura amável e atraente do Mestre que movia os corações das multidões que o acompanhavam entusiasmadas.

112
        
Bastam algumas provas do Amor de Deus que se encarna para que a sua generosidade nos toque a alma, nos incendeie, nos mova com suavidade a uma dor contrita pelo nosso comportamento, em tantas ocasiões mesquinho e egoísta.
Jesus não tem inconveniente em rebaixar-se, para nos elevar da miséria à dignidade de filhos de Deus, de irmãos seus.
Pelo contrário, tu e eu muitas vezes enchemo-nos nesciamente de orgulho pelos dons e talentos recebidos, até ao ponto de os converter em pedestal para nos impormos aos outros, como se o mérito de algumas acções, acabadas com relativa perfeição, dependesse exclusivamente de nós: Que possuis tu que não tenhas recebido de Deus? E se o recebeste, porque te glorias como se o não tivesses recebido?

Ao considerar a entrega de Deus e o seu aniquilamento - falo para que o meditemos, pensando cada um em si mesmo-, a vanglória, a presunção do soberbo revela-se um pecado horrendo, precisamente porque coloca a pessoa no extremo oposto ao modelo que Jesus nos assinalou com a sua conduta.

Pensai nisto devagar: Ele humilhou-se, sendo Deus.
O homem, cheio do seu próprio eu, pretende enaltecer-se a todo o custo, sem reconhecer que está feito de barro e barro de má qualidade.

(cont)



Temas para meditar - 468

A lógica de Deus



Talvez seja uma doença dolorosa que corta com todos os nossos projectos, ou a desgraça que atinge essas pessoas que mais queremos, ou o fracasso profissional... Senhor, que Te fiz?

E responder-nos-á caladamente que nos quer e que deseja uma entrega sem limites a Sua santa vontade, que tem uma «lógica» diferente da humana.

Chega o momento da aceitação e do abandono, e compreendemos, talvez mais tarde, esse imenso bem.

Quantas graças daremos então ao Senhor!


(j. tissot, La vida interior, pag 318, trad ama)