A
preocupação é um estado de alma complexo, não se pode definir com um simples
corolário.
Depende
de tantos factos, é influenciado por inúmeras circunstâncias, corresponde a
diversos motivos e, sobretudo, está intimamente relacionado com a formação
pessoal.
Não
há uma preocupação igual a outra, embora com a mesma causa ou origem, basta que
mude um dos factores para que a sua dimensão ou peso variem.
A
pessoa preocupada tem um enfoque da vida distorcido e irrealista.
A
preocupação nasce na imaginação, logo, esta pessoa muitas vezes troca o real
pelo imaginário.
Algo aconteceu, acontece, é possível
que aconteça.
Ora
bem, preocupar-se por algo que aconteceu é um disparate na medida em que
já passou e, quando muito, o que existe são consequências e, estas encaram-se
de duas formas:
Primeira:
se valerem a pena, tentar modificá-las, alterá-las de alguma forma mais
conveniente;
Segunda:
se não têm interesse, então, não se deve perder qualquer tempo com elas.
Preocupar-se
- segunda hipótese - com o que acontece é perfeitamente escusado porque
ou se pode dominar a situação ou ela foge ao nosso controlo.
Então,
em vez de preocupar-se, a pessoa deve procurar uma alternativa mais de acordo
com aquilo que, pensa, lhe pode trazer paz interior.
A
terceira hipótese - possível que aconteça - não merece sequer
consideração.
Ninguém
possui a possibilidade de adivinhar o futuro que não nos pertence nem sabemos
se teremos.
Chega-se,
assim, à conclusão que não devemos preocupar-nos?
De
modo nenhum!
A
conclusão a que chego é que a preocupação, em si mesma, não resolve nada, só
condiciona e prejudica a razão e, sendo deste modo, tento, sempre, substituir a
preocupação pela esperança e a confiança. Dois sentimentos positivos em vez de
um muito negativo.
Tenho
êxito, sempre? Claro que não.
Mas
isso não me preocupa.
(ama,
dissertação sobre preocupação, 2010.06.08)