Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
Para ver, clicar SFF.
Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Jo 5, 1-16
1 Depois disto, houve uma festa dos
judeus e Jesus subiu a Jerusalém. 2 Ora há em Jerusalém, junto da
porta das Ovelhas, uma piscina, que em hebraico se chama Bezatha, a qual tem
cinco galerias. 3 Nestas jazia uma multidão de enfermos, cegos,
coxos, paralíticos, que esperavam o movimento da água. 4 Omitido
pela Neo-Vulgata. 5 Estava ali um homem que havia trinta e oito anos
se encontrava enfermo. 6 Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava
assim havia muito tempo, disse-lhe: «Queres ficar são?». 7 O enfermo
respondeu-Lhe: «Senhor, não tenho ninguém que me lance na piscina quando a água
é agitada; e, enquanto eu vou, outro desce primeiro do que eu». 8
Jesus disse-lhe: «Levanta-te, toma o teu leito e anda». 9 No mesmo
instante, aquele homem ficou são, tomou o seu leito e começou a andar. Ora
aquele dia era um sábado. 10 Por isso os judeus diziam ao que tinha
sido curado: «Hoje não te é lícito levar o teu leito». 11 Ele
respondeu-lhes: «Aquele que me curou, disse-me: Toma o teu leito, e anda». 12
Perguntaram-lhe então: «Quem é esse homem que te disse: Toma o teu leito e
anda?». 13 Porém, o que tinha sido curado não sabia quem Ele era,
porque Jesus havia desaparecido sem ser notado, devido à multidão que estava
naquele lugar. 14 Depois disto, Jesus encontrou-o no templo e
disse-lhe: «Eis que estás são; não peques mais, para que não te suceda coisa
pior». 15 Foi aquele homem anunciar aos judeus que era Jesus quem o
tinha curado. 16 Por isto os judeus perseguiam Jesus, porque fazia
estas coisas ao sábado.
CARTA ENCÍCLICA
SACERDOTALIS CAELIBATUS
DE SUA SANTIDADE O PAPA PAULO VI
AOS BISPOS, AOS IRMÃOS NO SACERDÓCIO
E AOS FIÉIS DE TODO O MUNDO CATÓLICO
SOBRE O CELIBATO SACERDOTAL
PRIMEIRA
PARTE
II.
O CELIBATO NA VIDA DA IGREJA
…/3
Confiança da Igreja
44.
A virgindade consagrada é certamente dom especial. Mas a Igreja inteira da
nossa época, representada solene e universalmente pelos seus Pastores
responsáveis, e respeitando, como dizíamos, a disciplina das Igrejas orientais,
manifestou a sua plena certeza no Espírito de "que o dom do celibato, tão
em harmonia com o sacerdócio do Novo Testamento, será concedido liberalmente
pelo Pai, desde que os participantes do sacerdócio de Cristo pelo sacramento da
Ordem, e toda a Igreja, humilde e insistentemente o peçam".
Oração do Povo de Deus
45.
Nós convocamos em espírito todo o Povo de Deus para que em cumprimento do dever
de fomentar as vocações sacerdotais, [2]
se dirija insistentemente ao Pai comum, ao divino Esposo da Igreja e ao
Espírito Santo que é a sua alma, pedindo que pela intercessão da bem-aventurada
Virgem Maria, Mãe de Cristo e da Igreja, derramem especialmente no nosso tempo
esse dom divino, do qual o Pai certamente não é avaro, e façam que as almas se
disponham a recebê-lo com espírito de fé profunda, e de amor generoso. Assim,
neste nosso mundo que necessita da glória de Deus (cf. Rom 3,23), os
sacerdotes, tornando-se cada vez mais perfeitamente conformes ao único e Sumo-Sacerdote,
serão irradiante glória de Cristo (cf. 2 Cor 8,23), e por meio deles
resplandecerá "a glória da graça" de Deus, no mundo actual (cf.
Ef 1,6).
Mundo actual e celibato
consagrado
46.
Sim, Veneráveis e caríssimos Irmãos no sacerdócio, que amamos "com a
ternura de Jesus Cristo" (Fl 1,8), o mundo em que hoje vivemos,
perturbado por uma crise de crescimento e de transformação, justamente
orgulhoso dos valores e das conquistas humanas, tem neste momento, necessidade
urgente do testemunho de vidas consagradas aos mais altos e sagrados valores
espirituais, para que não lhe falte a rara e incomparável luz das mais sublimes
conquistas do espírito.
Escassez numérica de
sacerdotes
47.
Nosso Senhor Jesus Cristo não temeu entregar a um punhado de homens, que todos
teríamos julgado insuficientes tanto em número como em qualidade, o encargo
imenso da evangelização do mundo até então conhecido, e ordenou a essa
"pequena grei" que não tivesse receio (cf. Lc 12,32),
porque alcançaria com Ele e por Ele, a vitória sobre o mundo (Jo 16,33)
graças à constante assistência que lhe daria (Mt 28,20).
Advertiu-nos também Jesus, que o Reino de Deus possui uma força íntima e
secreta, que o faz crescer e chegar à messe sem que o homem saiba como (cf.
Mc 4,26-29). Essa messe do Reino de Deus é grande, e os operários ainda
são poucos, como ao princípio, ou por outra, nunca chegaram a ser tão
numerosos, que se pudesse dizer suficientes segundo os cálculos humanos. Mas o
Senhor do Reino exige que se reze, para que o Dono da messe mande operários
para o seu campo (Mt 9,37-38). Os planos e a prudência dos homens
não podem sobrepor-se à misteriosa sabedoria daquele que, na história da
salvação, desafiou a sabedoria e o poder do homem com a sua insensatez e fraqueza
(1 Cor 1,20-31).
Coragem da fé
48.
Nós fazemos apelo à coragem da fé, para exprimir a profunda convicção que a
Igreja nutre de que uma resposta mais responsável e generosa à graça, uma
confiança mais explícita e qualificada na sua força misteriosa e
transformadora, um testemunho mais aberto e completo dado ao mistério de
Cristo, nunca a farão errar na sua missão salvadora para com o mundo inteiro,
sejam quais forem os cálculos humanos e as aparências exteriores. Não
esqueçamos que tudo podemos naquele que é o único a dar força às almas (cf.
Fl 4,13) e incremento à sua Igreja (cf.1 Cor 3,6-7).
Raiz do problema
49.
Não se pode acreditar sem reservas que, abolido o celibato eclesiástico, as
vocações sacerdotais cresceriam por isso mesmo e de forma considerável: a
experiência contemporânea das Igrejas e das comunidades eclesiais que permitem
o matrimónio aos seus ministros parece depor em contrário. A rarefação das
vocações sacerdotais deve ser procurada principalmente noutras causas, por
exemplo, na perda ou na diminuição nos indivíduos e nas famílias do sentido de
Deus e do que é sacro, e na perda da estima pela Igreja como instituição de
salvação mediante a fé e os sacramentos. O problema tem portanto que ser
estudado na sua verdadeira raiz.
III. CELIBATO E VALORES HUMANOS
Celibato e amor
50.
A Igreja, como dizíamos acima (cf. n.10), não ignora que a escolha
do celibato consagrado, implicando uma série de severas renúncias que atingem o
íntimo do homem, traz também consigo graves dificuldades e problemas a que são
particularmente sensíveis os homens de hoje. Poderia, de facto, parecer que o
celibato não condiz com o solene reconhecimento dos valores humanos por parte
da Igreja no recente Concílio Ecuménico.
Mas, se reflectirmos mais atentamente, veremos que o sacrifício do amor humano,
tal como é vivido na família, feito pelo sacerdote por amor de Cristo, é na
realidade homenagem singular prestada a esse amor. É facto universalmente
reconhecido, que a criatura humana soube oferecer sempre a Deus o que é digno
de quem dá e de quem recebe.
Graça e natureza
51.
A Igreja, por outro lado, não pode nem deve ignorar que a escolha do celibato é
obra da graça, quando é feita com prudência humana e cristã e com
responsabilidade. Mas a graça não destrói nem violenta a natureza, eleva-a e
dá-lhe capacidade e vigor sobrenatural. Deus que criou e remiu o homem, sabe o
que lhe pode pedir e dá-lhe tudo o que é necessário para poder fazer o que o
Criador e Redentor lhe pede. Santo Agostinho, tendo experimentado ampla e
dolorosamente em si mesmo a natureza humana, exclamava: "Dá o que ordenas
e manda o que queres". [3]
Peso real das dificuldades
52.
O conhecimento sincero das dificuldades reais do celibato é muito útil, ou
antes, é necessário ao sacerdote, para que ele se dê conta, com pleno
conhecimento, daquilo que o celibato requer para ser autêntico e benéfico. Mas
se queremos proceder com igual sinceridade, não se deve atribuir a estas dificuldades
valor e peso maiores do que têm de facto no contexto humano e religioso, ou
declará-las impossíveis de resolver.
O celibato não vai contra
a natureza
53.
Depois do que a ciência deu como certo, não é justo repetir ainda (cf.
n.10) que o celibato vai contra a natureza, por se opor a legítimas
exigências físicas, psicológicas e afectivas, cuja satisfação seria necessária
para a completa realização e maturidade da pessoa humana. O homem, criado à
imagem e semelhança de Deus (Gn 1, 26-27), não é somente carne, e o
instinto sexual não é tudo nele. O homem é também e sobretudo inteligência,
vontade, liberdade e, graças a estas faculdades, é e deve ter-se como superior
ao universo, elas tornam-no senhor dos próprios apetites físicos, psicológicos
e afetivos.
Razão profunda do celibato
54.
A verdadeira e profunda razão do celibato é, como já dissemos, a escolha duma
relação pessoal mais íntima e completa com o mistério de Cristo e da Igreja, em
prol da humanidade inteira. Nesta escolha há lugar, sem dúvida, para a
expressão dos valores supremos e humanos no grau mais elevado.
Celibato como elevação do
homem
55.
A escolha do celibato não comporta ignorância, ou desprezo do instinto sexual
ou da afectividade, o que teria consequências certamente prejudiciais para o
equilíbrio físico e psicológico do sacerdote, mas exige lúcida compreensão,
atento domínio de si mesmo e sapiente sublimação da própria psique, encarada
num plano superior. Deste modo o celibato, elevando integralmente o homem, contribui
efectivamente para a sua perfeição.
Celibato e maturação da
personalidade
56.
O desejo natural e legítimo de o homem amar uma mulher e o de constituir
família são superados pelo celibato, mas não é verdade que o matrimónio e a
família sejam a única via para a maturidade da pessoa humana. No coração do
sacerdote não está extinto o amor. Bebida na mais pura fonte (cf. 1 Jo
4,8-16), exercida à imitação de Cristo e da Igreja, a caridade, como todo
o autêntico amor, é exigente e concreta (cf: 1 Jo 3,16-18), abre até
ao infinito o horizonte do sacerdote, aprofunda e dilata-lhe o sentido de
responsabilidade, índice de personalidade madura, desenvolve nele, como
expressão de mais alta e ampla paternidade, a plenitude e delicadeza de
sentimentos [4]
que o enriquecem com superabundante medida.
Celibato e matrimónio
57.
Todo o Povo de Deus deve dar testemunho do mistério de Cristo e do seu reino,
mas este testemunho não é unívoco para todos. Deixando aos filhos leigos
casados, o dever do necessário testemunho da vida conjugal e familiar autêntica
e plenamente cristã, a Igreja confia aos sacerdotes o testemunho de vida
totalmente dedicada às mais novas e fascinantes realidades do reino de Deus.
Se
ao sacerdote falta a experiência pessoal e directa da vida de matrimónio, não
lhe faltará certamente, em virtude da formação, do ministério e da graça de
estado, um conhecimento do coração humano, talvez ainda mais profundo, que lhe
permitirá atingir esses problemas na sua fonte, e prestar valioso auxílio aos
cônjuges e às famílias cristãs assistindo-as e aconselhando-as (cf. 1 Cor
2,15). A presença, no lar cristão, do sacerdote que vive em plenitude o
celibato, vincará a dimensão espiritual de todo o amor digno deste nome, e o
sacrifício pessoal que ele faz merecerá para os féis, unidos pelos vínculos do matrimónio,
a graça de uma autêntica união.
Solidão do sacerdote
celibatário
58.
É certo: o sacerdote, pelo seu celibato, é homem solitário. Mas não é solidão
vazia, porque está plena de Deus e da superabundante riqueza do seu reino. Além
disso, ele preparou-se para esta solidão, que deve ser plenitude interior e
exterior de caridade, escolheu-a conscientemente e não por orgulho de ser
diferente dos outros, não para se subtrair às responsabilidades comuns, não
para se estremar dos irmãos ou por desestima do mundo. Segregado do mundo, o
sacerdote não está separado do Povo de Deus, porque foi constituído em favor
dos homens (Hb 5,1), consagrado totalmente ao serviço da caridade (cf.
1 Cor 14,4ss) e à obra para que o Senhor o chamou. [5]
Cristo e a solidão
sacerdotal
59.
Por vezes a solidão pesará dolorosamente sobre o sacerdote, mas nem por isso
há-de arrepender-se de tê-la generosamente escolhido. Também Cristo, nas horas
mais trágicas da vida, ficou só, abandonado mesmo daqueles que tinha escolhido
para testemunhas e companheiros e que Ele tinha amado até ao fim (Jo 13,1),
mas declarou: "Eu não estou só, porque o Pai está comigo" (Jo
16,32). Quem escolheu ser todo de Cristo há-de encontrar, antes de tudo,
na intimidade com Ele e na sua graça, a força de ânimo necessária para dissipar
a melancolia e para vencer os desânimos. Não lhe faltará a protecção da Virgem
Mãe de Jesus e os maternos desvelos da Igreja a cujo serviço se consagrou.
Poderá contar com a solicitude do seu pai em Cristo, o Bispo, com a
fraternidade íntima dos irmãos no sacerdócio e com o conforto de todo o Povo de
Deus. E se a hostilidade, a desconfiança, a indiferença dos homens lhe tornarem
por vezes demasiado amarga a solidão, há-de saber compartilhar com dramática
evidência a mesma sorte de Cristo, como o apóstolo que não é maior do que
Aquele que o enviou (cf. Jo 13,16;15,18), como o amigo que foi
admitido aos segredos mais dolentes e mais gloriosos do divino Amigo que o
escolheu para produzir, num viver aparentemente de morte, frutos misteriosos de
vida (cf. Jo 15,15-16.20).
SEGUNDA
PARTE
I.
FORMAÇÃO SACERDOTAL
Formação adequada
60.
A reflexão sobre a beleza, importância e íntima conveniência da virgindade para
os ministros de Cristo e da Igreja, impõe também àquele que exerce as funções
de Mestre e de Pastor a obrigação de assegurar e promover a sua positiva
observância, a partir do momento em que o candidato principia a preparar-se
para acolher dom tão precioso.
De
facto, as dificuldades e os problemas que tornam para alguns penosa, ou mesmo
inteiramente impossível, a observância do celibato, derivam não raro duma
formação sacerdotal que, em virtude das profundas mudanças destes últimos
tempos, já não é de todo adequada a formar uma personalidade digna do
"homem de Deus" (1Tm 6,11).
Nota:
Revisão da tradução portuguesa por ama.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.