29/10/2012

Preocupações


A preocupação é um estado de alma complexo, não se pode definir com um simples corolário.
Depende de tantos factos, é influenciado por inúmeras circunstâncias, corresponde a diversos motivos e, sobretudo, está intimamente relacionado com a formação pessoal.

Não há uma preocupação igual a outra, embora com a mesma causa ou origem, basta que mude um dos factores para que a sua dimensão ou peso variem.

A pessoa preocupada tem um enfoque da vida distorcido e irrealista.
A preocupação nasce na imaginação, logo, esta pessoa muitas vezes troca o real pelo imaginário.

Algo aconteceu, acontece, é possível que aconteça.

Ora bem, preocupar-se por algo que aconteceu é um disparate na medida em que já passou e, quando muito, o que existe são consequências e, estas encaram-se de duas formas:
Primeira: se valerem a pena, tentar modificá-las, alterá-las de alguma forma mais conveniente;
Segunda: se não têm interesse, então, não se deve perder qualquer tempo com elas.

Preocupar-se - segunda hipótese - com o que acontece é perfeitamente escusado porque ou se pode dominar a situação ou ela foge ao nosso controlo.
Então, em vez de preocupar-se, a pessoa deve procurar uma alternativa mais de acordo com aquilo que, pensa, lhe pode trazer paz interior.

A terceira hipótese - possível que aconteça - não merece sequer consideração.
Ninguém possui a possibilidade de adivinhar o futuro que não nos pertence nem sabemos se teremos.

Chega-se, assim, à conclusão que não devemos preocupar-nos?
De modo nenhum!
A conclusão a que chego é que a preocupação, em si mesma, não resolve nada, só condiciona e prejudica a razão e, sendo deste modo, tento, sempre, substituir a preocupação pela esperança e a confiança. Dois sentimentos positivos em vez de um muito negativo.

Tenho êxito, sempre? Claro que não.

Mas isso não me preocupa.

(ama, dissertação sobre preocupação, 2010.06.08)

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