O Senhor usa a imagem do sal como um
exemplo gráfico da valia, importância e indispensabilidade do papel dos
cristãos na vida da sociedade.
O sal, como sabemos, é – foi sempre –
um elemento essencial à vida humana de tal forma que chegou a constituir
autêntica moeda de troca de grande valor e as populações percorriam enormes
distâncias para conseguir tão precioso bem.
Assim os cristãos são, de facto,
indispensáveis na sociedade não só porque levam com eles o “tempero” das
atitudes e acções, mas, sobretudo porque condimentam com o seu exemplo de vida
o desregramento e abulia de muitos.
A missão dos cristãos é,
principalmente, dar exemplo. Que os outros, todos, sejam quem forem, ao dar-se
conta de como vivemos e como somos alegres e felizes, mesmo em situações
difíceis, desejem imitar-nos.
De pouco valerão as palavras e
discursos por belas ou bem estruturados que possam ser, se os nossos actos não
corresponderem.
É tão difícil amar os que não nos amam ou que até nos
são indiferentes!
Esta é uma afirmação que faço sem receio de desmentido porque,
infelizmente, corresponde cada vez mais a um sentimento generalizado de inveja,
mal querer e, até mesmo desejar o mal.
Grande parte do "amor" aos outros é hoje dia movido pelo
interesse e, portanto, será tudo menos amor.
Ali, no cimo Gólgota, quando Jesus Cristo abriu os braços na Cruz foi a
todos os homens sem qualquer distinção. Não desejo eu fazer o mesmo?
Uma das características principais de uma família é, deve ser, o amor que
une todos os seus membros, sobretudo os mais próximos: os irmãos.
Na família de Deus a que pertencemos, este amor deve ser mais evidente,
concreto, real. Por todas as razões, mas principalmente porque se trata de uma
autêntica família cujo Pai é, Ele próprio, o Amor. Depois, porque devemos ter
presente que só o amor une, perdoa, pacífica, constrói.
A
perfeição está, pois, no amor de Deus.
Como Deus ama todos os homens - absolutamente todos – não
distinguindo entre bons e maus, amigos ou inimigos, se fizermos como Ele
estamos de facto a imitá-lo. E, evidentemente, deduz-se das palavras de Cristo
que imitar Deus é o caminho para a perfeição.
Os caminhos de Deus não são fáceis? Como responder?
Parece óbvio que não são e, no entanto, foi os que Jesus Cristo indicou.
Sendo assim podem não ser fáceis, mas, decerto não serão impossíveis porque Ele
jamais nos pediria algo que não estivesse ao nosso alcance obter: «sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste.»
O "segredo" está ajuda da Graça de Deus, na assistência do
Espírito Santo que, se solicitarmos com Fé e Confiança nos conduzirão por onde
sozinhos e por nós próprios, só com as nossas forças e capacidades, não
conseguiremos.
O AMOR só pode falar de
amor.
Sabemos, temos a
certeza que Deus é Amor!
Criou-nos por Amor;
Mantém-nos vivos por Amor; Fez-se homem por Amor; Deu a Sua Vida por Amor;
Somos Seus filhos – autênticos – por Amor!
Por isso mesmo só
podemos tentar retribuir este Amor, Santo, Divino, Imenso, com o nosso amor
completo, sem hiatos nem condições.
Ficaremos sempre
muito aquém, mas, mesmo assim, o Senhor quer esse amor que temos para Lhe dar e
– como Jesus disse – a forma mais concreta de O amar é amar os outros – todos
os outros – homens nossos irmãos em Cristo.
Um filho não deve
retribuir o amor que seu Pai lhe tem? Não é natural que assim seja?
Então Jesus Cristo
não nos pede nada contra a lógica do amor, porque, como já temos dito, o amor
só se completa com reciprocidade plena.
Ficaremos aquém? Já o
sabemos mas isso em lugar de levar-nos a desistir deve “acicatar-nos” para que
nos esforcemos cada vez mais.
“Faz o bem sem olhares a quem”, é um dito popular que bem pode ter a sua
origem nestes ensinamentos de Cristo.
Podemos acrescentar, as palavras de São Josemaria Escrivá: afogar o mal em abundância de bem.
Será difícil por vezes não responder no mesmo tom, não devolver o insulto, conservar a calma e
tranquilidade deixando o outro
desarmado e sem razão.
Talvez pensemos que não merecemos a forma como nos trata, mas depressa se
desvanecerá esse sentimento se pensarmos: 'se realmente me conhecesse bem,
tratar-me-ia muito pior’.
Na base do edifício
social está a família cujo alicerce é o matrimónio e, na base deste, deve estar
o amor. Por isso se pode simplificar dizendo que o sucesso ou insucesso de uma
sociedade depende da qualidade e natureza do amor.
O amor não é
interesseiro, não cede nem a desejos nem a luxúria. Sendo profundo e concreto
não é volúvel e não se deixa arrastar por entusiasmos mais ou menos
passageiros.
Sim, pode dizer-se
que na base das relações humanas tem de estar presente o amor.
Não um amor qualquer,
como, por exemplo, gosto muito de... mas um amor total, profundo, de dar sem
medida, sem o intuito de receber. Se este amor não existir tudo falha e mais
tarde ou mais cedo a relação corrompe-se e acaba.
A “força” das
palavras de Jesus justifica-se pela Sua preocupação de que os homens percebam o
valor, a importância e dignidade de que se reveste o amor conjugal.
Evidentemente que não
nos quer mutilados no corpo, em primeiro lugar porque não são os membros que
têm culpa dos nossos erros e pecados e porque a mutilação da nossa alma pelo
pecado – essa sim – precisa de reparação e vigilância.
Eu penso que grande
parte dos erros cometidos nos matrimónios se devem à falta de respeito de um
pelo outro ou, até, de respeito por si mesmo.
Não nos enganemos:
não é possível o amor subsistir se não houver respeito dentro do casal.
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