PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO
Segunda-Feira
(Coisas
muito simples, curtas, objectivas)
Propósito: Sorrir; ser amável; prestar serviço.
Senhor
que eu faça "boa cara" que seja alegre e transmita aos outros, principalmente
em minha casa, boa disposição.
Senhor
que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com
naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que
nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade”
ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando
graças pela oportunidade de ser útil.
Lembrar-me:
Sorrir,
ser amável.
LEITURA ESPIRITUAL
Evangelho
Mt XIII, 1-57
1 Naquele dia,
Jesus saiu de casa e sentou-se à beira-mar. 2 Reuniu-se a Ele uma tão grande
multidão, que teve de subir para um barco, onde se sentou, enquanto toda a multidão
se conservava na praia. 3 Jesus falou-lhes de muitas coisas em parábolas: «O
semeador saiu para semear. 4 Enquanto
semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho: e vieram as aves e
comeram-nas. 5 Outras caíram em sítios pedregosos, onde não havia muita terra:
e logo brotaram, porque a terra era pouco profunda; 6 mas, logo que o sol se
ergueu, foram queimadas e, como não tinham raízes, secaram. 7 Outras caíram
entre espinhos: e os espinhos cresceram e sufocaram-nas. 8 Outras caíram em
terra boa e deram fruto: umas, cem; outras, sessenta; e outras, trinta. 9 Aquele
que tiver ouvidos, oiça!» 10 Aproximando-se de Jesus, os discípulos
disseram-lhe: «Porque lhes falas em parábolas?» 11 Respondendo, disse-lhes: «A
vós é dado conhecer os mistérios do Reino do Céu, mas a eles não lhes é dado.
12 Pois, àquele que tem, ser-lhe-á dado e terá em abundância; mas àquele que
não tem, mesmo o que tem lhe será tirado. 13 É por isso que lhes falo em
parábolas: pois vêem, sem ver, e ouvem, sem ouvir nem compreender. 14 Cumpre-se
neles a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis;
e, vendo, vereis, mas não percebereis. 15 Porque o coração deste povo tornou-se
duro, e duros também os seus ouvidos; fecharam os olhos, não fossem ver com os
olhos, ouvir com os ouvidos, compreender com o coração, e converter-se, para Eu
os curar. 16 Quanto a vós, ditosos os vossos olhos, porque vêem, e os vossos
ouvidos, porque ouvem. 17 Em verdade vos digo: Muitos profetas e justos
desejaram ver o que estais a ver, e não viram, e ouvir o que estais a ouvir, e
não ouviram.» 18 «Escutai, pois, a parábola do semeador. 19 Quando um homem
ouve a palavra do Reino e não compreende, chega o maligno e apodera-se do que
foi semeado no seu coração. Este é o que recebeu a semente à beira do caminho.
20 Aquele que recebeu a semente em sítios pedregosos é o que ouve a palavra e a
acolhe, de momento, com alegria; 21 mas não tem raiz em si mesmo, é
inconstante: se vier a tribulação ou a perseguição, por causa da palavra,
sucumbe logo. 22 Aquele que recebeu a semente entre espinhos é o que ouve a
palavra, mas os cuidados deste mundo e a sedução da riqueza sufocam a palavra
que, por isso, não produz fruto. 23 E aquele que recebeu a semente em boa terra
é o que ouve a palavra e a compreende: esse dá fruto e produz ora cem, ora
sessenta, ora trinta.» 24 Jesus propôs-lhes outra parábola: «O Reino do Céu é
comparável a um homem que semeou boa semente no seu campo. 25 Ora, enquanto os
seus homens dormiam, veio o inimigo, semeou joio no meio do trigo e afastou-se.
26 Quando a haste cresceu e deu fruto, apareceu também o joio. 27 Os servos do
dono da casa foram ter com ele e disseram-lhe: ‘Senhor, não semeaste boa
semente no teu campo? Donde vem, pois, o joio?’ 28 ‘Foi algum inimigo meu que
fez isto’ - respondeu ele. Disseram-lhe os servos: ‘Queres que vamos
arrancá-lo?’ 29 Ele respondeu: ‘Não, para que não suceda que, ao apanhardes o
joio, arranqueis o trigo ao mesmo tempo. 30 Deixai um e outro crescer juntos,
até à ceifa; e, na altura da ceifa, direi aos ceifeiros: Apanhai primeiro o
joio e atai-o em feixes para ser queimado; e recolhei o trigo no meu celeiro.’»
31 Jesus propôs-lhes outra parábola: «O Reino do Céu é semelhante a um grão de
mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo. 32 É a mais pequena de todas
as sementes; mas, depois de crescer, torna-se a maior planta do horto e
transforma-se numa árvore, a ponto de virem as aves do céu abrigar-se nos seus
ramos.» 33 Jesus disse-lhes outra parábola: «O Reino do Céu é semelhante ao
fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha, até que tudo
fique fermentado.» 34 Tudo isto disse Jesus, em parábolas, à multidão, e nada
lhes dizia sem ser em parábolas. 35 Deste modo cumpria-se o que fora anunciado
pelo profeta: Abrirei a minha boca em parábolas e proclamarei coisas ocultas
desde a criação do mundo. 36 Afastando-se, então, das multidões, Jesus foi para
casa. E os seus discípulos, aproximando-se dele, disseram-lhe: «Explica-nos a
parábola do joio no campo.» 37 Ele, respondendo, disse-lhes: «Aquele que semeia
a boa semente é o Filho do Homem; 38 o campo é o mundo; a boa semente são os
filhos do Reino; o joio são os filhos do maligno; 39 o inimigo que a semeou é o
diabo; a ceifa é o fim do mundo e os ceifeiros são os anjos. 40 Assim, pois,
como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será no fim do mundo: 41 o
Filho do Homem enviará os seus anjos, que hão-de tirar do seu Reino todos os
escandalosos e todos quantos praticam a iniquidade, 42 e lançá-los na fornalha
ardente; ali haverá choro e ranger de dentes. 43 Então os justos resplandecerão
como o Sol, no Reino de seu Pai. Aquele que tem ouvidos, oiça!» 44 «O Reino do
Céu é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem encontra. Volta
a escondê-lo e, cheio de alegria, vai, vende tudo o que possui e compra o
campo. 45 O Reino do Céu é também semelhante a um negociante que busca boas
pérolas. 46 Tendo encontrado uma pérola de grande valor, vende tudo quanto
possui e compra a pérola.» 47 «O Reino do Céu é ainda
semelhante a uma rede que, lançada ao mar, apanha toda a espécie de peixes. 48 Logo
que ela se enche, os pescadores puxam-na para a praia, sentam-se e escolhem os
bons para as canastras, e os ruins, deitam-nos fora. 49 Assim será no fim do
mundo: sairão os anjos e separarão os maus do meio dos justos, 50 para os
lançarem na fornalha ardente: ali haverá choro e ranger de dentes.» 51 «Compreendestes
tudo isto?» «Sim» - responderam eles. 52 Jesus disse-lhes, então: «Por isso,
todo o doutor da Lei instruído acerca do Reino do Céu é semelhante a um pai de
família, que tira coisas novas e velhas do seu tesouro.» 53 Depois de terminar
estas parábolas, Jesus partiu dali. 54 Tendo chegado à sua terra, ensinava
os habitantes na sinagoga deles, de modo que todos se enchiam de assombro e
diziam: «De onde lhe vem esta sabedoria e o poder de fazer milagres? 55 Não é
Ele o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago,
José, Simão e Judas? 56 Suas irmãs não estão todas entre nós? De onde lhe vem,
pois, tudo isto?» 57 E estavam escandalizados por causa dele. Mas Jesus
disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua pátria e em sua casa.» 58 E não
fez ali muitos milagres, por causa da falta de fé daquela gente.
Comentário
Jesus explica o que é o Reino dos Céus fazendo comparações muito
gráficas como o tesouro escondido, a pérola valiosa, a rede de pesca, a
sementeira, o grão de mostarda, o fermento e, seguramente, muitos dos Seus ouvintes
retiveram estes exemplos. Muitos… mas não todos porque para compreender Jesus,
as Suas palavras, é necessário ter o espírito livre de preconceitos e o coração
bem disposto a aceitar.
E o que é o apostolado a que todos os cristãos devemos dedicar-nos
senão lançar a rede uma e outra vez, semear generosamente a Palavra do Evangelho
com perseverança sem desfalecimento por os resultados não serem os que
esperavamos?
São necessários muitos e santos “mentores” do apostolado, para que
orientem com sabedoria e são critério os que vão semear.
Vemos, também, o resultado, o que acontecerá aos que se negam por
alguma razão – sempre uma falsa sazão – a serem apóstolos, condenam-se a si
mesmos – Deus não condena o homem… condena o pecado - porque a salvação está no
cumprimento da Vontade de Deus e, o que Ele quer é que todos os Seus filhos sejam apóstolos
independentemente das capacidades de cada um ou das suas limitações, Ele suprirá
sempre o que possa faltar.
REFLEXÃO
Inferno
O Inferno existe, é
uma verdade de fé.
Várias descrições têm
sido feitas ao longo dos tempos – talvez a mais recente a da Beata Jacinta
Marto – sobre visões do Inferno.
A imaginação pode
levar-nos onde quisermos, mas, a verdade, é que o supremo castigo e maior
suplício ou pena será a privação de ver a Deus face a face.
(AMA, 2010)
FILOSOFIA E RELIGIÃO,
VIDA HUMANA
A
existência de Deus é evidente por si mesma?
QUANTO
AO PRIMEIRO ARTIGO, ASSIM SE PROCEDE: Parece que a existência de Deus é
conhecida por si mesma.
1. –
Pois são assim conhecidas de nós as coisas cujo conhecimento temos
naturalmente, como é claro quanto aos primeiros princípios. Ora, diz Damasceno:
O conhecimento da existência de Deus está naturalmente infundido em todos.
Logo, a existência de Deus é conhecida por si mesma.
2.
Além disso, dizem-se por si mesmas conhecidas as proposições que, conhecidos os
termos, imediatamente se conhecem, o que o Filósofo atribui aos primeiros
princípios da demonstração; pois sabido o que são o todo e a parte,
imediatamente se sabe ser qualquer todo maior que a parte. Ora, basta
compreender o significado do nome Deus, imediatamente se tem que Deus existe.
Pois tal nome significa aquilo do que se não pode exprimir nada maior; ora,
maior é o existente real e intelectualmente, do que o existente apenas
intelectualmente. Donde, como o nome de Deus, uma vez compreendido,
imediatamente existe no intelecto, segue-se que também existe realmente. Logo,
a existência de Deus é por si mesma conhecida.
3.
Ademais, a existência da verdade é por si mesma conhecida, pois quem lhe nega a
existência a concede; porquanto, se não existe, é verdade que não existe.
Portanto, se alguma coisa é verdadeira, é necessária a existência da verdade.
Ora, Deus é a própria verdade, como diz a Escritura (Jo, 14, 6): Eu sou o
caminho, a verdade e a vida. Logo, a existência de Deus é por si mesma
conhecida.
EM
SENTIDO CONTRÁRIO, ninguém pode pensar o contrário do que é conhecido por si,
como se vê no Filósofo, sobre os primeiros princípios da demonstração (Livro IV
da Metafísica e nos Primeiros analíticos). Ora, podemos pensar o contrário da
existência de Deus, segundo a Escritura (Sl. 52, 1): Disse o néscio no seu
coração: Não há Deus. Logo, a existência de Deus não é por si conhecida.
RESPONDO.
De dois modos pode uma coisa ser conhecida por si: absolutamente, e não
relativamente a nós; e absolutamente e relativamente a nós. Pois qualquer
proposição é conhecida por si, quando o predicado se inclui em a noção do
sujeito, p. ex.: O homem é um animal, pertencendo animal à noção de homem. Se,
portanto, for conhecido de todos o que é o predicado e o sujeito, tal
proposição será para todos evidente; como se dá com os primeiros princípios da
demonstração, cujos termos – o ser e o não ser, o todo e a parte e semelhantes
– são tão comuns que ninguém os ignora. Mas, para quem não souber o que são o
predicado e o sujeito, a proposição não será evidente, embora o seja,
considerada em si mesma. E por isso, como diz Boécio, certas concepções de
espírito são comuns e conhecidas por si, mas só para os sapientes, como p. ex.:
os seres incorpóreos não ocupam lugar. Digo, portanto, que a proposição Deus
existe, quanto à sua natureza, é evidente, pois o predicado se identifica com o
sujeito, sendo Deus o seu ser, como adiante se verá . Mas, como não sabemos o
que é Deus, ela não nos é por si evidente, mas necessita de ser demonstrada,
pelos efeitos mais conhecidos de nós e menos conhecidos por natureza.
QUANTO
AO 1º, portanto, conhecer a existência de Deus de modo geral e com certa
confusão, é-nos naturalmente ínsito, por ser Deus a felicidade do homem: pois,
este naturalmente deseja a felicidade e o que naturalmente deseja, naturalmente
conhece. Mas isto não é pura e simplesmente conhecer a existência de Deus,
assim como conhecer quem vem não é conhecer Pedro, embora Pedro venha vindo.
Pois, uns pensam que o bem perfeito do homem, a felicidade, consiste nas
riquezas; outros, noutras coisas.
QUANTO
AO 2º, deve dizer-se que, talvez quem ouve o nome de Deus não o entenda como
significando o ser, maior que o qual nada possa ser pensado; pois, alguns
acreditam ser Deus corpo. Porém, mesmo concedido que alguém entenda o nome de
Deus com tal significado, a saber, maior do que o qual nada pode ser pensado,
nem por isso daí se conclui que entenda a existência real do que significa tal
nome, senão só na apreensão do intelecto. Nem se poderia afirmar que existe
realmente, a menos que se não concedesse existir realmente algum ser tal que
não se possa conceber outro maior, o que não é concedido pelos que negam a
existência de Deus.
QUANTO
AO 3º, deve afirmar-se que é evidente por si a existência da verdade, em geral,
mas a existência da verdade primeira não é evidente para nós.
(São
Tomás de Aquino, Suma Theolgica)
SÃO JOSEMARIA - textos
Tantos anos a lutar...
Surgiram nuvens negras de falta de vontade, de perda de
entusiasmo. Caíram aguaceiros de tristeza, com a clara sensação de te
encontrares atado. E, como remate, vieram os desânimos, que nascem de uma
realidade mais ou menos objectiva: tantos anos a lutar... e ainda estás tão
atrasado, tão longe! Tudo isso é necessário, e Deus conta com isso. Para
conseguirmos o "gaudium cum pace"
– a paz e a alegria verdadeiras – havemos de acrescentar à certeza da nossa
filiação divina, que nos enche de optimismo, o reconhecimento da nossa própria
fraqueza pessoal. (Sulco,
78)
Mesmo nos momentos em que percebemos mais profundamente a nossa
limitação, podemos e devemos olhar para Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito
Santo, sabendo-nos participantes da vida divina. Nunca existe razão suficiente
para voltarmos atrás: o Senhor está ao nosso lado. Temos que ser fiéis, leais,
encarar as nossas obrigações, encontrando em Jesus o amor e o estímulo para
compreender os erros dos outros e superar os nossos próprios erros. Assim,
todos esses desalentos – os teus, os meus, os de todos os homens – servem
também de suporte ao reino de Cristo. Reconheçamos as nossas fraquezas, mas confessemos
o poder de Deus. O optimismo, a alegria, a convicção firme de que o Senhor quer
servir-se de nós têm de informar a vida cristã. Se nos sentirmos parte dessa
Igreja Santa, se nos considerarmos sustentados pela rocha firme de Pedro e pela
acção do Espírito Santo, decidir-nos-emos a cumprir o pequeno dever de cada
instante: semear todos os dias um pouco. E a colheita fará transbordar os
celeiros. (Cristo que passa, 160)