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Hoje
de manhã, quando estava naquele estado de sonolência, em que muitas vezes eu
julgo que Deus “fala” comigo, veio ao meu pensamento esta frase: “Nunca
estivemos tão perto da santidade.”
Não
me demorei muito a pensar no que tal significava, mas, ao chegar ao escritório,
uma das primeiras imagens que vi no computador foi a de um sacerdote que
conheço a cumprimentar João Paulo II.
Percebi
então o que a frase me queria dizer e percebi que realmente, em termos muitos
simples, “nunca estivemos tão perto da santidade” como agora!
Eu
vi, com estes olhos que Deus me deu, João XXIII na “minha” televisão.
Eu
vi, com estes olhos que Deus me deu, João Paulo II no meu país.
Eu
li, com estes olhos que Deus me deu, coisas escritas pelo Padre Pio, por
Josemaria Escrivá, e por tantos outros, já depois de eu ter nascido e ser
gente.
Eu
estive presente, com este corpo que Deus me deu, na celebração da Beatificação
da Madre Maria Clara do Menino Jesus, que era prima da minha mãe.
Num
tempo em que o cristianismo é tão atacado, em que a Igreja é tão vilipendiada,
em que os cristãos são tão perseguidos, o Espírito Santo responde-nos,
dando-nos testemunhos de extraordinária virtude, de fé inquebrantável, de uma
fortaleza que vai para além da força humana, ou seja, uma fortaleza que só pode
vir de Deus, para mostrar aos homens que Ele está com eles e que nunca os
abandona.
E
mostra-nos tantas coisas!
Toma
um homem já de idade avançada, a quem os homens vaticinaram um pontificado curto
e intermédio, e fá-lo suscitar a maior “revolução” que a Igreja teve em toda a
sua existência, como que a dizer-nos que ninguém é demasiado velho para fazer
coisas novas.
«Eu
renovo todas as coisas.» Ap 21,5
Toma
um homem novo forte, atlético e leva-o por um caminho de degradação física,
resistindo, não deixando de servir nunca, com um esforço e sofrimento visível a
todos, como que a dizer-nos que o homem é sempre homem, filho de Deus, amado
por Deus, independentemente de toda a sua condição física ou mental, porque é
vida de Deus, vida que pertence a Deus e que, por isso mesmo, só Deus pode
iniciá-la e terminá-la no tempo próprio de Deus.
«Por
isso, não desfalecemos, e mesmo se, em nós, o homem exterior vai caminhando
para a ruína, o homem interior renova-se, dia após dia.» 2 Cor 4,16
Pega
nalguns homens e mulheres, deixa-os viver provações sobre provações,
incompreensões, tantas vezes provocadas pelos seus próprios pares em Igreja,
reveste-os de humildade, fá-los resistir, enche-os de disponibilidade, para
mostrar-nos que quem permanece em Deus, apesar dos homens, é sempre testemunha
do amor de Deus.
«Permanecei
em mim, que Eu permaneço em vós. … Quem permanece em mim e Eu nele, esse dá
muito fruto, pois, sem mim, nada podeis fazer.» Jo 15, 4-5
E
queixamo-nos, nós!
E
pedimos nós sinais!
E
procuramos nós outros “deuses”!
E
deixamo-nos levar por relativismos, por “politicamente correctos”, por supostas
consciências que nós próprios “fabricamos”.
Nunca,
arrisco-me a dizer, desde o tempo em que Jesus Cristo esteve connosco, nascido
da Virgem Maria, Deus nos falou de tantos modos, tão claramente e com tanta
intensidade.
Somos
uma geração abençoada!
«Quem
tem ouvidos, ouça!»
«Quem
tem olhos, veja!»
«Quem
tem boca, fale!»
«Quem
tem coração, ame!»
Deus
está aqui, no meio de nós, em nós, e quer suscitar santos em cada um daqueles
que n’Ele acredita e n’Ele quer permanecer.
Ele
está disponível para nós. Estamos nós disponíveis para Ele?
Realmente,
“nunca estivemos tão perto da santidade.”
Marinha
Grande, 23 de Abril de 2014
Joaquim Mexia Alves
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