06/01/2021

LEITURA ESPIRITUAL Janeiro 6

       

Evangelho

 

Mt XXI 33 – 46

 

Os vinhateiros homicidas

 

33 «Escutai outra parábola: Um chefe de família plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar, construiu uma torre, arrendou-a a uns vinhateiros e ausentou-se para longe. 34 Quando chegou a época das vindimas, enviou os seus servos aos vinhateiros, para receberem os frutos que lhe pertenciam. 35 Os vinhateiros, porém, apoderaram-se dos servos, bateram num, mataram outro e apedrejaram o terceiro. 36 Tornou a mandar outros servos, mais numerosos do que os primeiros, e trataram-nos da mesma forma. 37 Finalmente, enviou-lhes o seu próprio filho, dizendo: ‘Hão-de respeitar o meu filho.’ 38 Mas os vinhateiros, vendo o filho, disseram entre si: ‘Este é o herdeiro. Matemo-lo e ficaremos com a sua herança.’ 39 E, agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e mataram-no. 40 Ora bem, quando vier o dono da vinha, que fará àqueles vinhateiros?» 41 Eles responderam-lhe: «Dará morte afrontosa aos malvados e arrendará a vinha a outros vinhateiros que lhe entregarão os frutos na altura devida.»

 

A pedra angular

 

42 Jesus disse-lhes: «Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os construtores rejeitaram transformou-se em pedra angular? Isto é obra do Senhor e é admirável aos nossos olhos? 43 Por isso vos digo: O Reino de Deus ser-vos-á tirado e será confiado a um povo que produzirá os seus frutos. 44 Quem cair sobre esta pedra, ficará despedaçado; aquele sobre quem ela cair, ficará esmagado.» 45 Os sumos sacerdotes e os fariseus, ao ouvirem as suas parábolas, compreenderam que eram eles os visados. 46 Embora procurassem meio de o prender, temeram o povo, que o considerava profeta.

 


Oração (cont)


  A oração é pois, a comunicação do homem com Deus.

  É uma comunicação simples, natural, despida de artificialismos porque se trata (deve tratar-se) de um processo íntimo entre a criatura e o seu Criador.

Há uma necessidade intrínseca nesta comunicação.

  O homem não deve alhear-se da presença de Deus na sua vida, independentemente da sua vontade.

Pode sim, numa má opção, escolher ignorar a presença de Deus e proceder como se Ele não existisse ou não lhe importasse para nada.

  Diz-se que é uma má opção porque vai contra a ordem natural que é, sempre, a tendência do criado para o criador.

  Há, de facto, uma pertença, um vínculo, que não podem ser destruídos pela vontade humana e a vontade divina, também, nunca não vai nesse sentido.

  A razão é simples se considerarmos que o homem é imortal, ou seja, teve um começo, a sua criação, mas que, de facto, não morrerá uma vez que a sua alma não está sujeita às mesmas leis que o corpo.

  Em mim mando eu!

  Houve-se esta insensatez com alguma frequência.

E não pode ser verdade porque ninguém é efectivamente dono de si mesmo, aliás, não é dono de coisa nenhuma, apenas portador temporal de uns bens, qualidades, defeitos ou características que lhe vêm não de aquisição própria mas por indução alheia a si mesmo, seja dos Pais, do conhecimento transmitido, ou de Deus.

  Leva-nos esta consideração, de volta à liberdade pessoal.

  De modo similar, a liberdade e a posse pessoais podem considerar-se relativas e, nunca, absolutas.

A consequência do uso, mau ou bom, dessa relatividade, marca a conduta do ser humano.

O egoísmo que é uma excessiva concentração em si mesmo, leva, quase sempre ao isolamento o que parece ser óbvio já que, o egoísta, se afasta dos actos de solidariedade que caracterizam a vivência em sociedade.

  Porquê, isto, agora?

Porque a excessiva preocupação com o que se tem ou o que se é, leva, quase sempre, ao egoísmo, à consideração do próprio eu como a peça, à volta da qual se move toda a maquinaria e, a verdade, é que isto não existe como tal, é apenas fruto da imaginação do homem.

  É ou não verdade que a vida, a sociedade, a comunidade dos seres humanos, prossegue o seu caminho mesmo quando desaparece do seu convívio – morre – alguém muito importante que ocupou um espaço notável entre os seus semelhantes?

E esta pessoa excepcional, não ficará reduzida à memória dos que se sucedem?

Ou seja, de facto ninguém, absolutamente é fundamental, embora possa e deva, ser muito necessário em determinados momentos e circunstâncias.

  Ora bem, o egoísmo incapacita a pessoa para detectar essa “fundamentalidade” que é, de uma forma ou outra, chamada a exercer perdendo-se assim, oportunidades de serviço que, talvez, não voltem a apresentar-se.

  O facto é que aquilo que alguém deixa de fazer nunca será feito.

  Poderá alguém fazer o que o outro não fez, mas nunca o fará da mesma forma porque cada um só faz o que, ele próprio, sabe e pode fazer, com as capacidades, aptidões, defeitos e limitações que lhe são próprias e não com as do outro.

Podem, de facto, imitar-se os gestos, as atitudes e, até, em certa medida, os sentimentos, mas, no cerne da questão, permanecerá, sempre, essa dúvida sobre a fiabilidade da imitação.

 

 

 

 

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