Filósofo Rembrandt |
Princípio da substância (II):
O esquecimento da substância
Husserl
Sem a intencionalidade cognoscitiva não se pode falar de objecto ou de essência de um objecto. O objecto, portanto, não é um objecto em si, senão o objecto percebido. O que Husserl pede é a suspensão da crença na realidade em si com a sua famosa colocação entre parêntesis. O mundo não tem sentido senão em relação a mim. Diz assim Dartigues:
«Esta afirmação do mundo como fenómeno, quer dizer, como não tendo sentido senão na sua manifestação na vivência, condiz com a atitude de Descartes. Tanto para Husserl como para Descartes o "eu penso" é a primeira certeza a partir da qual é preciso obter as restantes certezas».
É verdade que em Descartes o ponto de partida é o ego cogito e em Husserl o «ego cogito cogitatum; mas em todo caso não saímos do idealismo. Esta foi a chave da decepção da discípula de Husserl, Edith Stein. Segundo esta filosofia a árvore percebida só existe enquanto percebida. A fenomenologia, em todo caso, o que faz é substituir a substancia, o em si, pelo sentido e o significado.
[i] Sacerdote, doutor em teologia pela Universidade Gregoriana e professor de Teologia fundamental na Faculdade de Teologia do Norte de Espanha.
Escreveu mais de quarenta obras de teologia e filosofia e é um dos Teólogos vivos mais importantes da Igreja Católica. Destacou-se pelas suas prolíferas conferências, a publicação de livros quase anualmente e pelos seus artigos incisivos em defesa da fé verdadeira.
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