06/02/2013

Carta do Prelado do Opus Dei por ocasião do Ano da Fé. 48


Ao largo!

48. Desde os começos do Opus Dei, o apostolado dos fiéis da Prelatura, dos Cooperadores e amigos, surgiu no seio da Igreja como um instrumento nas mãos do Senhor, para prestar grandes serviços em todo o mundo, apesar de nossa pequenez pessoal. Grátias tibi, Deus!, havemos de exclamar constantemente. E, ao mesmo tempo, devemos fazer mais. Duc in altum! (Lc 5, 4), ao largo, ir mais longe, sem medo e sem vacilar, apoiados sempre no firme alicerce do mandato do Mestre, cheios de segura fé n’Ele. Que panoramas apostólicos nos abre o Ano da Fé! Corresponde a cada um o empenho de aproveitá-los e esse trabalho de almas deve levar-se a cabo em qualquer situação em que nos encontremos: cuidando, acima de tudo, a petição a Deus por pessoas e intenções concretas.

Detenhamo-nos nas áreas prioritárias da nova evangelização que acima mencionei; e, perante o Ano da Fé, examinemos a nossa atuação individual para transmitir mais sabor cristão à própria família, ao ambiente profissional em que estamos inseridos, ao círculo cultural, social ou recreativo que frequentamos. Detenhamo-nos corajosamente neste exame, e tiremos consequências para a situação pessoal, sem ceder a inquietações vãs mas, quando for necessário, com dor de amor. Então a soma será, nalgumas ocasiões, a convicção de que ficámos aquém; podíamos ter rezado com mais intensidade, confiança e perseverança; ou que, talvez, nos faltou mais generosidade no oferecimento de sacrifícios, ou que temos de atuar com maior exigência nas conversas apostólicas ao serviço dos outros; ou que estamos a descuidar a formação doutrinal. Noutras ocasiões, daremos graças porque o Senhor quis servir-se de nós para a sua colheita de almas.

Admitir esta realidade, longe de levar ao desânimo, deve converter-se num novo impulso para pedir ao Céu uma fé mais viva e recomeçar! Nunc cœpi!, repetia S. Josemaria com palavras do Salmo: agora começo; esta mudança é efeito da mão direita do Altíssimo (cfr. Sl 76, 11, Vg). Assim temos de reagir, quando verificamos que os resultados são mais curtos que os desejos, e inclusive quando se veja com evidência a realidade da nossa pequenez pessoal ou a aparente ineficácia dos nossos esforços. Então, com mais urgência, a solução consiste em começar de novo: eúntes docéte! (Mt 28, 19), fiados na palavra do Senhor, como para a expansão a que Jesus Cristo enviou os discípulos.

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Nota: Publicação devidamente autorizada

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