Santo
Rosário - Mistérios
Gozosos
Quinto Mistério
Jesus perdido e achado no Templo
A primeira prova!
A primeira dor!
Como o teu coração amantíssimo de Mãe estaria angustiado
e compungido com a ausência do teu Filho!? E a demora em encontrá-Lo!?
Ao teu espírito deveriam acorrer as palavras de Simeão e,
mesmo sabendo que Ele tinha uma missão a cumprir, não deixavas de sentir aquele
aperto no coração que uma mãe sente quando um filho pequeno desaparece sem
explicação e não consegue encontrá-lo.
Onde
poderia estar?
Eu, que ando por esta vida, tantas vezes, à procura de
Jesus que, parece que Se afasta de mim para bem longe, também me sinto triste
angustiado.
Porquê?
Porque Te afastaste, Senhor, de mim?
E
mergulho dentro de mim mesmo, única forma séria de reflectir, e chego sempre à
triste conclusão que, não foste Tu quem Se afastou mas, sim, eu é que me
ausentei da Tua presença.
Tenho tantas coisas em que pensar; enormes preocupações
que me consomem por dentro; inúmeros desejos por satisfazer; caminhos que quero
tanto percorrer, embora saiba que não interessam e não conduzem a nada que
valha a pena.
E,
depois, são estas coisas todas que possuo – que julgo possuir – e as muitas
outras que anseio vir a ter, que me mantêm agarrado ao meu lugar, estático e
imóvel enquanto, Tu, caminhas sempre, esperando que Te siga.
Vou
ficando para trás, preso a tudo isto que não vale nada e para nada interessa e
vejo-Te esfumar no horizonte e, em vez de correr pressuroso atrás de Ti,
fico-me inerte e como que morto.
Parece-me que Te oiço com as palavras de Tua Mãe: «Filho, porque procedeste assim connosco?»
(Cfr. Lc 2, 41-52) Porque te deténs no caminho? Anda que, Eu, estou à tua
espera!
E fico-me sem reposta, pois que Te hei-de eu dizer a não
ser, confessar a minha fraqueza, a mostrar-te humildemente o pouco que sou, a
pedir-Te que esperes por mim, que não Te afastes mais, que quero ir ter conTigo.
Sou tão feliz porque me ouves e deténs o passo e ficas,
num gesto acolhedor, de amigo íntimo, à espera que eu, finalmente, volte para o
pé de Ti.
É então que me dou conta da enorme desventura que é a Tua
ausência, o não Te ter presente bem ao pé de mim e, como compreendo a Tua Mãe
na sua procura ansiosa pelas ruas de Jerusalém durante esses três dias de
alvoroço.
Digo-lhe, então, com o coração nas mãos: Minha Mãe, não
deixes que me afaste nunca do teu Filho, do nosso Jesus.
Ensina-me
a procurá-Lo onde Ele deverá estar à minha espera, em vez de andar perdido
tentando encontrá-Lo onde Ele não pode estar. Leva-me pela tua mão – também sou
teu filho, um filho pequeno – ao encontro dEle para que, juntos, possamos
sossegar na Sua companhia.
(AMA,
1999)
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