Evangelho: Lc 10 1-9
1 Depois disto, o
Senhor escolheu outros setenta e dois, e mandou-os dois a dois à Sua frente por
todas as cidades e lugares onde havia de ir. 2 Disse-lhes: «Grande é
na verdade a messe, mas os operários poucos. Rogai, pois, ao dono da messe que
mande operários para a Sua messe. 3 Ide; eis que Eu vos envio como
cordeiros entre lobos. 4 Não leveis bolsa, nem alforge, nem calçado,
e não saudeis ninguém pelo caminho. 5 Na casa em que entrardes,
dizei primeiro: A paz seja nesta casa. 6 Se ali houver algum filho
da paz, repousará sobre ele a vossa paz; senão, tornará para vós. 7
Permanecei na mesma casa, comendo e bebendo do que tiverem, porque o operário é
digno da sua recompensa. Não andeis de casa em casa. 8 Em qualquer
cidade em que entrardes e vos receberem, comei o que vos puserem diante; 9
curai os enfermos que nela houver, e dizei-lhes: Está próximo de vós o reino de
Deus.
Comentário:
A nossa missão – a de todo o cristão
– é muito clara:
Ir à frente de Jesus Cristo a
preparar o Seu encontro com as almas.
Como?
Falando dele e do Seu Reino, da Sua
Palavra e da Sua Vida, enfim, da salvação que nos mereceu com a Sua Morte e
Ressurreição.
(ama, comentário sobre Lc
10, 1-12, 2013.10.03)
Leitura espiritual
São Josemaria Escrivá
Temas actuais do
cristianismo [i]
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Em
sua opinião, porque estão em más relações com o Opus Dei numerosas Ordens
religiosas, tais como a Companhia de Jesus?
Conheço
muitíssimos religiosos que sabem que nós não somos religiosos, mas que nos
retribuem o afecto que lhes temos e oferecem orações e sacrifícios a Deus pelos
apostolados do Opus Dei. Quanto à Companhia de Jesus, conheço e mantenho
relações com o seu Geral, o Padre Arrupe. Posso assegurar-lhe que as nossas
relações são de estima e afecto mútuo.
Talvez
Você tenha encontrado algum religioso que não compreenda a nossa Obra; se assim
é, o facto dever-se-á a um equívoco ou a uma falta de conhecimento da realidade
do nosso trabalho, que é especialmente laical e secular e em nada interfere com
o terreno próprio dos religiosos. Por todos os religiosos não temos senão
veneração e carinho e pedimos ao Senhor que cada dia torne mais eficaz o seu
serviço à Igreja e à humanidade inteira. Não haverá nunca luta entre o Opus Dei
e um religioso, porque para lutar são precisos dois e nós não queremos lutar
com ninguém.
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A
que atribui a crescente importância que se dá ao Opus Dei? É devida só ao
atractivo da sua doutrina ou é também um reflexo das ansiedades da idade
moderna?
O
Senhor suscitou o Opus Dei em 1928 para ajudar a recordar aos cristãos que,
como conta o livro do Génesis, Deus criou o homem para trabalhar. Viemos chamar
de novo a atenção para o exemplo de Jesus, que durante trinta anos permaneceu
em Nazaré trabalhando, desempenhando um ofício. Nas mãos de Jesus, o trabalho -
e um trabalho profissional, semelhante ao que milhões de homens realizam, em
todo o mundo - converte-se em tarefa divina, em actividade redentora, em
caminho de salvação.
O
espírito do Opus Dei recolhe a formosíssima verdade, esquecida durante séculos
por muitos cristãos, de que qualquer trabalho, humanamente digno e nobre, se
pode converter numa tarefa divina. No serviço de Deus não há ofícios de menos
categoria: todos são de muita importância.
Para
amar a Deus e servi-Lo, não é preciso fazer coisas extravagantes. A todos os
homens, sem excepção, Cristo pede que sejam perfeitos como o seu Pai celeste é
perfeito (Mat. 5, 48). Na sua grande maioria, os homens, para serem santos,
devem santificar o seu trabalho, santificar-se no seu trabalho e santificar os
outros com o seu trabalho, encontrando assim Deus no caminho das suas vidas.
As
condições da sociedade contemporânea, que valoriza cada vez mais o trabalho,
facilitam evidentemente que os homens do nosso tempo possam compreender este
aspecto da mensagem cristã que o espírito do Opus Dei veio sublinhar. Mas mais
importante ainda é o influxo do Espírito Santo, que na sua acção vivificadora
quis que o nosso tempo fosse testemunha de um grande movimento de renovação em
todo o Cristianismo. Lendo os documentos do Concílio Vaticano II vê-se
claramente que parte importante dessa renovação foi precisamente a
revalorização do trabalho quotidiano e da dignidade da vocação do cristão que
vive e trabalha no mundo.
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Como
se vai desenvolvendo o Opus Dei noutros países, fora de Espanha? Qual é a sua
influência nos Estados Unidos, Inglaterra, Itália, etc.?
Pertencem
actualmente ao Opus Dei pessoas de sessenta e oito nacionalidades, que
trabalham em todos os países da América e da Europa Ocidental e em alguns da
África, Ásia e Oceania.
A
influência do Opus Dei em todos esses países é uma influência espiritual.
Consiste essencialmente em ajudar as pessoas que se aproximam do nosso trabalho
a viver mais plenamente o espírito evangélico na sua vida corrente. Estas
pessoas trabalham nos sítios mais variados, desde camponeses, que cultivam a
terra em longínquas aldeias da serra andina, até banqueiros de Wall Street. A
todos o Opus Dei ensina que o seu trabalho quotidiano, seja humanamente humilde
ou brilhante, é de grande valor e pode ser um meio eficacíssimo para amar e
servir a Deus e aos outros homens. Ensina-lhes a amar todos os homens, a
respeitar a sua liberdade, a trabalhar - com plena autonomia, do modo que lhes
parecer melhor - para apagar as incompreensões e as intolerâncias entre os
homens e para que a sociedade seja mais justa. Esta é a única influência do
Opus Dei em qualquer dos lugares onde trabalha.
Referindo-me
às actividades sociais e educativas que a Obra como tal costuma promover,
dir-lhe-ei que correspondem, em cada lugar, às condições concretas e às
necessidades da sociedade. Não disponho de dados pormenorizados sobre todas
essas actividades, porque, como comentava antes, a nossa organização está muito
descentralizada. Poderia mencionar, como um exemplo entre muitos outros possíveis,
o Midtown Sports and Cultural Center, no Near West Side de Chicago, que
proporciona programas educativos e desportivos aos habitantes do bairro. Parte
importante do seu trabalho consiste em promover a convivência e a amizade entre
os diversos grupos étnicos que o compõem. Outro trabalho interessante, nos
Estados Unidos, é o que se realiza em The Heights, em Washington, onde
funcionam cursos de orientação profissional, programas especiais para
estudantes particularmente dotados, etc.
Na
Inglaterra, poder-se-ia destacar o trabalho de residências universitárias, que
oferecem aos estudantes alojamento e diversos programas para completar a sua
formação cultural, humana e espiritual. Netherhall House, em Londres, é talvez
especialmente interessante pelo seu carácter internacional. Têm convivido nessa
residência universitários de mais de cinquenta países. Muitos deles não são cristãos,
porque as casas do Opus Dei estão abertas a todas as pessoas, sem discriminação
de raça ou religião.
Para
não me alongar demasiado, apenas mencionarei ainda o Centro Internazionale
della Gioventú Lavoratríce, em Roma. Este centro, destinado à formação
profissional de operários jovens, foi confiado ao Opus Dei pelo Papa João XXIII
e inaugurado por Paulo VI há menos de um ano.
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Como
vê V. Rev.ª o futuro do Opus Dei nos anos que se seguirão?
O
Opus Dei é ainda muito novo. Trinta e nove anos para uma instituição é apenas o
começo. A nossa tarefa é colaborar com todos os outros cristãos na grande
missão de ser testemunha do Evangelho de Cristo; é recordar que essa boa nova
pode vivificar qualquer situação humana. A tarefa que nos espera é ingente. É
um mar sem limites, porque, enquanto houver homens na Terra, por muito que se
alterem as formas técnicas da produção, terão um TRABALHO que podem oferecer a
Deus, que podem santificar. Com a graça de Deus, a Obra quer ensinar-lhes a
fazer desse trabalho um serviço a todos os homens de qualquer condição, raça ou
religião. E servindo assim os homens, servirão a Deus.
(cont)
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