Talvez cheguemos à conclusão que poderíamos ter
aproveitado aquela ocasião que resolvemos ignorar para fazer algo de bom para
essa pessoa e para nós próprios porque o bem ou o mal que fazemos aos outros
tem sempre consequências para quem o prática.
Hoje em dia, se alguém que não conhecemos nos
cumprimenta, por exemplo dizendo "bom-dia" ficamos admirados, o que
não acontecia há anos atrás principalmente na província.
Isto tem importância?
Claro que tem. Revela pelo menos o crescendo da
indiferença entre as pessoas.
E esta indiferença está a destruir a sociedade de tal
forma que, por exemplo, já não somos considerados "pessoas" mas
"indivíduos".
Como é possível que, por exemplo, numa família não
sejamos tratados como pessoas pertencendo a um agregado consistente, real, com
sentimentos que são comuns como, por exemplo, a defesa do bom-nome, das
memórias, da unidade, mas como indivíduos agindo adrede sem qualquer
preocupação por mínima que seja a respeito do núcleo familiar?
Ou seja, onde deveria existir amor, sincero,
verdadeiro, em que a pessoa é amada por aquilo que é e não pelo que tem, passa
a haver indiferença e uma ausência de sentimentos de solidariedade, respeito,
amizade, amor.
E, evidentemente, isto reflecte-se inexoravelmente na
vida social.
Depois, claro, esse individualismo atinge níveis de
autêntico desprezo pela dignidade da pessoa humana e advoga-se, defende-se,
propõe-se que a sua utilidade está na relação directa da sua capacidade física
de contribuir para o todo e não traga custos nem despesas em que todos, de uma
forma ou outra, terão de participar.
Daí a eutanásia, o aborto, o abandono dos mais débeis
e incapacitados.
Considera-se que se pode legislar, decidir, se alguém
deve morrer ou não, se será conveniente dar vida a uma criança não "programada".
AMA,
reflexões.
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