Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
Para ver, clicar SFF.
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Evangelho: Jo 12, 1-26
1 Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi
a Betânia, onde se encontrava Lázaro, que Jesus tinha ressuscitado. 2
Ofereceram-Lhe lá uma ceia. Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à
mesa com Ele. 3 Então, Maria tomou uma libra de perfume feito de nardo puro de
grande preço, ungiu os pés de Jesus e Os enxugou com os seus cabelos; e a casa
encheu-se com o cheiro do perfume. 4 Judas Iscariotes, um dos Seus discípulos,
aquele que O havia de entregar, disse: 5 «Porque não se vendeu este perfume por
trezentos denários para se dar aos pobres?». 6 Disse isto, não porque se
importasse com os pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, roubava o que
nela se deitava. 7 Mas Jesus respondeu: «Deixa-a; ela reservou este perfume
para o dia da Minha sepultura; 8 porque pobres sempre os tereis convosco, mas a
Mim nem sempre Me tereis». 9 Uma grande multidão de judeus soube que Jesus
estava ali e foi lá, não somente por causa de Jesus, mas também para ver
Lázaro, a quem Ele tinha ressuscitado dos mortos. 10 Os príncipes dos
sacerdotes deliberaram então matar também Lázaro, 11 porque muitos judeus, por
causa dele, se afastavam e acreditavam em Jesus. 12 No dia seguinte, uma grande
multidão de povo, que tinha ido à festa, ouvindo dizer que Jesus ia a
Jerusalém, 13 tomou ramos de palmeiras, saiu ao Seu encontro e clamava:
«Hossana! Bendito O que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel».14 Jesus
encontrou um jumentinho, e montou em cima dele, segundo está escrito: 15 “Não
temas, filha de Sião, eis que o teu Rei vem montado sobre um jumentinho”. 16 A
princípio, os Seus discípulos não compreenderam estas coisas, mas quando Jesus
foi glorificado, então lembraram-se de que estas coisas tinham sido escritas
d'Ele e que eles mesmos tinham contribuído para o seu cumprimento. 17 A
multidão que estava com Ele, quando chamou Lázaro do sepulcro e o ressuscitou
dos mortos, dava testemunho d'Ele. 18 Por isso, Lhe saiu ao encontro a
multidão, porque ouviram dizer que tinha feito este milagre. 19 Então os
fariseus disseram entre si: «Vedes que nada adiantais? Eis que todos correm
atrás d'Ele!». 20 Ora havia lá alguns gregos, entre aqueles que tinham ido
adorar a Deus durante a festa. 21 Estes aproximaram-se de Filipe, que era de
Betsaida da Galileia, e fizeram-lhe este pedido: «Senhor, desejamos ver Jesus».
22 Filipe foi dizê-lo a André; André e Filipe disseram-no a Jesus. 23 Jesus
respondeu-lhes: «Chegou a hora em que o Filho do Homem será glorificado. 24 Em
verdade, em verdade vos digo que, se o grão de trigo que cai na terra não
morrer, 25 fica infecundo; mas, se morrer, produz muito fruto. Quem ama a sua
vida, perdê-la-á e quem aborrece a sua vida neste mundo, conservá-la-á para a
vida eterna. 26 Se alguém Me quer servir, siga-Me e, onde Eu estou, estará ali
também o que Me serve. Se alguém Me servir, Meu Pai o honrará.
Por
que nasceu o Opus Dei
24
Quererá V. Rev.ª explicar
qual a missão central e quais os objectivos do Opus Dei? Em que precedentes
baseou as suas ideias sobre a Associação? Ou será o Opus Dei algo de único, de
totalmente novo dentro da Igreja e da Cristandade? Será lícito compará-lo com
as Ordens Religiosas e com os Institutos Seculares, ou com associações
católicas do tipo, por exemplo, da Holy Name Society, dos Caballeros de Colón
ou do Christopher Movement?
O
Opus Dei propõe-se promover, entre pessoas de todas as classes da sociedade, o
desejo da plenitude de vida cristã no meio do mundo. Isto é, o Opus Dei
pretende ajudar as pessoas que vivem no mundo - o homem vulgar, o homem da rua
- a levar uma vida plenamente cristã, sem modificar o seu modo normal de vida,
o seu trabalho habitual, nem os seus ideais e preocupações.
Por
isto se pode dizer, como escrevi há muitos anos, que o Opus Dei é velho como o
Evangelho e, como o Evangelho, novo. Trata-se de recordar aos cristãos as palavras
maravilhosas que se lêm no Génesis: que Deus criou o homem para trabalhar.
Pusemos os olhos no exemplo de Cristo, que passou quase toda a sua vida terrena
trabalhando como artesão numa terra pequena. O trabalho não é apenas um dos
mais altos valores humanos e um meio pelo qual os homens hão-de contribuir para
o progresso da sociedade; é também um caminho de santificação.
A
que outras organizações poderíamos comparar o Opus Dei? A resposta não é fácil,
porque, quando se querem comparar entre si organizações com fins espirituais,
corre-se o risco de ficar pelos traços exteriores ou pelas denominações
jurídicas, esquecendo o que mais importa - o espírito que dá vida e razão de
ser a toda a actividade.
Limitar-me-ei
a dizer-lhe que, no que diz respeito às que mencionou, a Obra está muito longe
das Ordens Religiosas e dos Institutos Seculares, e mais perto de instituições
como a Holy Name Society.
O
Opus Dei é uma organização internacional de leigos, a que pertencem também
sacerdotes diocesanos (minoria bem exígua em comparação com o total de
membros). Os seus membros são pessoas que vivem no mundo e nele exercem uma
profissão ou ofício. Não entram no Opus Dei para abandonar esse trabalho, mas,
pelo contrário, para encontrar uma ajuda espiritual que os leve a santificar o
seu trabalho quotidiano, convertendo-o também em meio de santificação, sua e
dos outros. Não mudam de estado: continuam a ser solteiros, casados, viúvos, ou
sacerdotes; procuram, sim, servir Deus e os outros homens, dentro do seu
próprio estado. Ao Opus Dei, não interessam votos nem promessas; o que pede aos
seus sócios é que, no meio das deficiências e erros, próprios de toda a vida
humana, se esforcem por praticar as virtudes humanas e cristãs, sabendo-se
filhos de Deus.
Se
alguma comparação se quer fazer, a maneira mais fácil de entender o Opus Dei é
pensar na vida dos primeiros cristãos. Eles viviam profundamente a sua vocação
cristã; procuravam muito a sério a perfeição a que eram chamados, pelo facto,
ao mesmo tempo simples e sublime, do Baptismo. Não se distinguem exteriormente
dos outros cidadãos. Os membros do Opus Dei são como toda a gente: realizam um
trabalho corrente; vivem no meio do mundo conforme aquilo que são - cidadãos
cristãos que querem responder inteiramente às exigências da sua fé.
25
Permita-me, Monsenhor, que
insista na questão dos Institutos Seculares. Num estudo dum conhecido
canonista, o Dr. Julián Herranz, li eu que alguns desses Institutos são
secretos e que muitos outros, na prática, se identificam com as Ordens
Religiosas (usando hábito, abandonando o trabalho profissional para se
dedicarem aos mesmos fins a que se dedicam os religiosos, etc.), a ponto de os
seus membros não terem inconveniente em considerar-se eles próprios como
religiosos. Que pensa V. Rev.º deste assunto?
O
estudo acerca dos Institutos Seculares, a que se refere, teve, efectivamente,
ampla difusão entre os especialistas. O Dr. Herranz exprime, sob
responsabilidade inteiramente pessoal, uma tese bem documentada. Sobre as
conclusões desse trabalho, prefiro não falar.
Quero
apenas dizer-lhe que todo esse modo de proceder nada tem que ver com o Opus
Dei, que não é secreto, nem é de modo algum comparável, pela sua actuação ou
pela vida dos seus membros, às Ordens Religiosas. Os sócios do Opus Dei, como
acabo de dizer, são cidadãos iguais aos outros, que exercem livremente todas as
profissões e todas as tarefas humanas que sejam honestas. [2]
26
Poderia descrever o desenvolvimento
e a evolução do Opus Dei, tanto na sua natureza como nos seus objectivos, desde
a fundação, durante um período que assistiu a tamanhas modificações dentro da
própria Igreja?
Desde
o primeiro momento, o único objectivo do Opus Dei foi o que acabo de lhe
indicar: contribuir para que, no meio do mundo, haja homens e mulheres de todas
as raças e condições sociais que procurem amar e servir a Deus e aos outros
homens no seu trabalho habitual e através dele. No início da Obra, em 1928, o
que eu defendi foi que a santidade não é coisa para privilegiados, pois podem
ser divinos todos os caminhos da Terra, todos os estados de vida, todas as
profissões, todas as tarefas honestas. As implicações dessa mensagem são muitas
e a experiência da vida da Obra tem-me ajudado a conhecê-las cada vez mais
profundamente e com mais riqueza de cambiantes.
A
Obra nasceu pequena e foi crescendo normalmente, de maneira gradual e
progressiva, como cresce um organismo vivo e como tudo o que se desenvolve na
História. Mas o objectivo e razão de ser da Obra não mudou, nem mudará, por
muito que possa mudar a sociedade, porque a mensagem do Opus Dei consiste em
proclamar que qualquer trabalho honesto pode ser santificado, sejam quais forem
as circunstâncias em que se processa.
Hoje,
fazem parte da Obra pessoas de todas as profissões: não só médicos, advogados,
engenheiros e artistas, mas também pedreiros, mineiros, camponeses; qualquer
profissão - desde realizadores de cinema e pilotos de aviões de reacção, até
cabeleireiros de alta moda.
Para
os membros do Opus Dei, estar actualizado, compreender o mundo moderno, é uma
coisa natural e instintiva, porque são eles - juntamente com os outros
cidadãos, e tal como eles - quem faz nascer esse mundo e lhe dá a sua
modernidade.
Se
é este o espírito da nossa Obra, já vê como terá sido grande alegria para nós
ouvir o Concílio declarar solenemente que a Igreja não repele o mundo em que
vive, nem o seu progresso e desenvolvimento, antes o compreende e o ama. De
resto, uma das características essenciais da espiritualidade que os membros da
Obra se esforçam, desde há quase 40 anos, por viver, é justamente a consciência
de que são, ao mesmo tempo, parte integrante da Igreja e do Estado, assumindo,
portanto, cada um, plenamente e com toda a liberdade, a sua responsabilidade
individual como cristão e como cidadão.
27
Poderia
descrever as diferenças que existem entre o modo como a Opus Dei, enquanto
associação, cumpre a sua missão, e o modo como os membros da Obra, enquanto
indivíduos, cumprem as suas? Por exemplo, que critérios levam a considerar que
determinado projecto - um colégio, uma casa de retiros - deva ser de
preferência realizado pela Associação, e outro - uma empresa editora ou
comercial, por exemplo - caiba a pessoas individuais?
A
actividade principal do Opus Dei consiste em dar aos seus sócios e a quem o
deseje os meios espirituais necessários para viverem como bons cristãos no meio
do mundo. Dá-lhes a conhecer a doutrina de Cristo, os ensinamentos da Igreja;
proporciona-lhes um espírito que os leva a trabalhar bem, por amor de Deus e ao
serviço de todos os homens. Numa palavra, trata-se de viver como cristão:
convivendo com toda a gente, respeitando a legítima liberdade de todos e
fazendo com que este nosso mundo seja mais justo.
Cada
um dos sócios do Opus Dei ganha a vida e serve a sociedade com a profissão que
tinha antes de entrar na Obra. Assim, uns são mineiros, outros ensinam em
escolas ou Universidades, outros ainda são comerciantes, donas de casa,
secretárias, lavradores. Entre as actividades honestas do homem, nenhuma há que
não possa ser exercida por um sócio do Opus Dei. Quem, por exemplo, antes de
pertencer à Obra, trabalhava numa actividade editorial ou comercial, continua
nessa actividade. E, se, por causa desse trabalho ou de qualquer outro, procura
novo emprego, ou decide, com os seus companheiros de profissão, fundar uma
empresa qualquer, isso é matéria em que lhe cabe decidir livremente, aceitando
ele pessoalmente os resultados do seu trabalho e assumindo também pessoalmente
a respectiva responsabilidade.
Toda
a actuação dos Directores do Opus Dei se baseia num rigorosíssimo respeito pela
liberdade profissional dos sócios. É este um ponto de importância capital, do
qual depende a própria existência da Obra, e que, por conseguinte, é posto em
prática com fidelidade absoluta. Cada sócio pode trabalhar profissionalmente
nos mesmos campos de actividade que lhe estariam abertos se não pertencesse ao
Opus Dei. Assim, nem a Obra como tal, nem nenhum dos outros sócios, têm nada a
ver com o trabalho profissional que esse sócio exerce. O compromisso que os
sócios tomam ao vincularem-se à Obra é o de que se esforçarão por procurar a
perfeição cristã no seu trabalho e por meio dele, e por ter uma consciência
mais viva do carácter de serviço à humanidade que toda a vida cristã deve ter.
A
principal missão da Obra - já atrás o afirmei - é, portanto, formar cristãmente
os seus membros e outras pessoas que desejem receber essa formação. O desejo de
contribuir para a solução dos problemas que afectam a sociedade e para os quais
o ideal cristão representa tanto, leva além disso a que a Obra como tal, como
instituição, ou corpo, desenvolva algumas actividades e iniciativas. O
critério, neste campo, é que o Opus Dei, cujos fins são puramente espirituais,
só pode realizar, corporativamente, aquelas actividades que constituam, de modo
claro e imediato, um serviço cristão, um apostolado. Seria absurdo pensar que o
Opus Dei como tal se pudesse dedicar a extrair carvão das minas ou a promover qualquer
género de empresas de tipo económico. As suas obras próprias são, todas elas,
actividades directamente apostólicas: uma escola para a formação de
agricultores, um dispensário médico numa zona ou país subdesenvolvida, um
colégio para a promoção social da mulher, etc. Portanto, obras assistenciais,
educativas ou de beneficência, como as que costumam realizar, em toda a parte,
instituições de qualquer credo religioso.
Para
efectuar estas tarefas, conta-se, em primeiro lugar, com o trabalho pessoal dos
membros, que, por vezes, a eles se consagram plenamente. Mas conta-se também
com a ajuda generosa de muitas pessoas, cristãs ou não cristãs. Alguns
sentem-se impulsionados a colaborar por motivos espirituais; outros, ainda que
não compartilhem dos fins apostólicos, vêem que se trata de iniciativas em
benefício da sociedade, abertas a todos, sem discriminação de raça, religião ou
ideologia [3].
28
Tendo em consideração que há
sócios do Opus Dei nos mais diversos estratos da sociedade e que alguns desses
sócios dirigem ou trabalham em empresas ou sociedades de certa importância,
poderá pensar-se que o Opus Dei pretenda coordenar essas actividades segundo as
directrizes de alguma linha política, económica, etc?
De
maneira nenhuma. O Opus Dei não intervém para nada em política; é absolutamente
alheio a qualquer tendência, grupo, ou regime político, económico, cultural ou
ideológico. Os seus fins - repito - são exclusivamente espirituais e
apostólicos. Apenas exige dos seus membros que vivam como cristãos, que se
esforcem por ajustar as suas vidas ao ideal evangélico. Não se intromete,
portanto, de nenhuma maneira nas questões temporais.
Se
alguém não entender isto, talvez seja porque não entende a liberdade pessoal,
ou por não ser capaz de distinguir entre os fins exclusivamente espirituais
para que os sócios da Obra se associam, e o campo vastíssimo das actividades
humanas - a economia, a política, a cultura, a arte, a filosofia, etc. - nas
quais os sócios do Opus Dei gozam de plena liberdade e trabalham sob a sua
própria responsabilidade.
Desde
os primeiros contactos com a Obra, todos os sócios conhecem bem a realidade da
sua liberdade individual, de modo que, se em qualquer momento algum deles
pretendesse fazer pressão sobre os outros impondo as suas opiniões pessoais em
matéria política, ou se servisse deles para interesses meramente humanos, os
outros rebelar-se-iam e expulsá-lo-iam imediatamente.
O
respeito da liberdade dos seus sócios é condição essencial para a própria
existência do Opus Dei. Sem isso, a Obra não teria ninguém. Mais ainda: se
alguma vez se desse - não sucedeu, não sucede e, com a ajuda de Deus, nunca
sucederá - uma intromissão do Opus Dei na política ou em algum outro campo das
actividades humanas, o inimigo número um da Obra seria eu próprio.
29
A Associação insiste na
liberdade dos seus sócios para exprimir as convicções que nobremente defendem.
Se encararmos, no entanto, o tema numa outra perspectiva, até que ponto pensa
V. Rev.ª que estará o Opus Dei, como associação, moralmente obrigado a
exprimir, em público ou em privado, opiniões sobre problemas nevrálgicos, quer
seculares quer espirituais? Haverá situações em que o Opus Dei exerça a sua
influência e a dos seus sócios, em defesa de princípios que considere sagrados,
como, num exemplo recente, para apoiar a legislação sobre liberdade religiosa
em Espanha?
No
Opus Dei, procuramos, sempre e em tudo, sentir com a Igreja de Cristo: não
temos outra doutrina senão a que a Igreja ensina a todos os fiéis. A única
coisa que nos é peculiar é que temos um espírito próprio, característico do
Opus Dei; a saber, um modo concreto de viver o Evangelho, santificando-nos no
mundo e fazendo apostolado com a profissão.
Daí
resulta directamente que todos os sócios do Opus Dei têm a mesma liberdade que
os outros católicos para formarem as suas opiniões e para actuarem em coerência
com elas. Por isso o Opus Dei como tal não deve nem pode exprimir uma opinião
própria, nem a pode ter. Se se trata de uma questão sobre a qual há doutrina
definida pela Igreja, a opinião de cada um dos membros da Obra será essa. Se,
pelo contrário, se trata de uma questão sobre a qual o Magistério - o Papa e os
Bispos - não se pronunciou, cada um dos sócios do Opus Dei terá e defenderá
livremente a opinião que lhe pareça melhor, e actuará de acordo com isso.
Por
outras palavras, o princípio que regula a atitude dos directores do Opus Dei
neste campo é o do respeito da liberdade de opção no temporal. O que é muito
diferente do abstencionismo, pois cada membro da Obra é colocado diante das
suas próprias responsabilidades e convidado a assumi-las de acordo com a sua
consciência, agindo em liberdade. Por isso mesmo é incongruente falar do Opus
Dei quando se trata de partidos, grupos ou tendências políticas, ou, em geral,
de tarefas e empreendimentos humanos. Mais ainda: é injusto e quase calunioso,
visto poder induzir ao erro de deduzir falsamente que os membros da Obra têm,
em comum, alguma ideologia, mentalidade ou interesse temporal.
Certamente
que os sócios da Obra são católicos, e católicos que procuram ser consequentes
com a sua fé. Podem ser classificados como católicos, se se quiser. Mas tendo
em conta que o facto de ser católico não significa formar grupo, nem mesmo no
terreno cultural ou ideológico, e, com razão maior, no político. Desde o
princípio da Obra - não só depois do Concílio - se tem procurado viver um
catolicismo aberto, que defende a legítima liberdade das consciências, que leva
a tratar com caridade fraterna todos os homens, católicos ou não, e a colaborar
com todos, participando dos diversos ideais nobres que movem a humanidade.
Consideremos
um exemplo. Em face do problema racial nos Estados Unidos, cada um dos sócios
do Opus Dei terá em conta os claros ensinamentos da doutrina cristã sobre a
igualdade de todos os homens e sobre a injustiça de qualquer discriminação.
Também há-de conhecer as indicações concretas dos Bispos norte-americanos sobre
este problema e sentir-se-á instado por elas. Defenderá, pois, os legítimos
direitos de todos os cidadãos e opor-se-á a qualquer situação ou projecto
discriminatório. Terá também em conta que, para um cristão, não basta respeitar
os direitos dos outros, mas em qualquer homem se deve ver um irmão, a quem é
devido um amor sincero e um serviço desinteressado.
Na
formação que o Opus Dei dá aos seus sócios, insistir-se-á mais nestas ideias no
vosso País do que em outros onde esse problema concreto não se apresenta ou se
apresenta com menor urgência. O que o Opus Dei nunca fará é ditar, ou sugerir
sequer, uma solução concreta para o problema. A decisão de apoiar, este ou
aquele projecto de lei, de inscrever-se numa associação ou noutra associação,
ou em nenhuma, de participar ou não participar em determinada manifestação, é
coisa que fica à decisão de cada um dos sócios. E, de facto, em toda a parte se
vê que os sócios do Opus Dei não actuam em bloco, mas com um natural
pluralismo.
Estes
mesmos critérios explicam o facto de tantos espanhóis que pertencem ao Opus Dei
serem favoráveis ao projecto de lei sobre a liberdade religiosa no seu país,
tal como foi recentemente redigido. Trata-se, como é óbvio, de uma opção
pessoal, como pessoal é também a opinião de quem critique esse projecto. Todos,
porém, aprenderam com o espírito da Obra a amar a liberdade e a compreender os
homens de todas as crenças. O Opus Dei é a primeira associação católica que,
desde 1950, com autorização da Santa Sé, admite como cooperadores os
não-católicos e os não-cristãos, sem discriminação alguma, com amor por todos.
30
É claro que V. Rev.ª não
ignora que, em certos sectores da opinião pública, o Opus Dei tem fama de ser
de certo modo discutido. Poderia dar-me a sua opinião sobre a origem deste
facto, e, em especial, dizer-me como se pode responder à acusação sobre “o
segredo de conspiração” e “a secreta conspiração”, que frequentemente se faz ao
Opus Dei?
lncomoda-me
profundamente tudo o que possa ter um tom de auto-elogio. Mas, já que V. me
propõe este tema, não posso deixar de lhe dizer que me parece que o Opus Dei é
uma das organizações católicas que mais amigos conta no mundo inteiro. Milhões
de pessoas, incluindo muitos não-católicos e não-cristãos, a estimam e ajudam.
Por
outro lado, o Opus Dei é urna organização espiritual e apostólica. Quem
esquecer este facto fundamental, ou se negar a acreditar na boa-fé dos sócios
da Obra que assim o afirmam, não poderá entender o que estes fazem. Ora, na
impossibilidade de compreender, inventam-se versões complicadas e segredos que
nunca existiram.
Refere-se
à acusação de segredo. É história já antiga. Poderia dizer-lhe, ponto por
ponto, qual a origem histórica dessa acusação caluniosa. Durante muitos anos,
uma poderosa organização, da qual prefiro não falar (amamo-la e sempre a
amámos), entreteve-se a falsear o que não conhecia. Insistiam em considerar-nos
como religiosos e interrogavam-se: por que não pensam todos da mesma maneira?
Por que não usam hábito ou distintivo? E, ilogicamente, concluíam que
constituíamos uma sociedade secreta.
Hoje,
isso passou, e qualquer pessoa medianamente informada sabe que não há segredo
nenhum. Sabe que não usamos distintivo porque não somos religiosos, mas
cristãos como quaisquer outros. Que não pensamos da mesma maneira, porque
admitimos o máximo pluralismo em tudo quanto é temporal e nas questões
teológicas opináveis. O melhor conhecimento da realidade e a superação de
infundados ciúmes permitiram que se encerrasse essa triste e caluniosa
situação.
No
entanto, não se estranhe que, de vez em quando, alguém renove os velhos mitos:
porque procuramos trabalhar por Deus, defendendo a liberdade pessoal de todos
os homens, sempre havemos de ter contra nós os sectários, inimigos dessa
liberdade pessoal, sejam de que campo forem, e tanto mais agressivos quanto
mais se tratar de pessoas incapazes de suportar a simples ideia de religião,
ou, pior ainda, se se apoiarem num pensamento religioso de tipo fanático.
Apesar
de tudo, são, felizmente, em maior número as publicações que não se contentam
com repetir coisas velhas e falsas, e que têm clara consciência de que ser
imparcial não é difundir uma coisa que fique a meio caminho entre a realidade
objectiva e a calúnia, sem um esforço por reflectir a verdade objectiva. Por
mim, penso que também é notícia dizer a verdade, especialmente quando se trata
de informar sobre a actividade de tantas pessoas que, pertencendo ao Opus Dei
ou colaborando com ele, se esforçam, apesar dos erros pessoais (assim como eu
erro, não me espanto de que os outros errem), por realizar uma tarefa de
serviço a todos os homens. Desfazer um falso mito é sempre interessante.
Considero que é um grave dever do jornalista documentar-se bem e manter
actualizada a sua informação, embora, algumas vezes, isso implique modificar os
juízos anteriormente feitos. Será assim tão difícil admitir que alguma coisa
seja límpida, nobre e boa, sem misturar absurdas, velhas e desacreditadas
falsidades?
Informar-se
sobre o Opus Dei é bem simples. Em todos os países a Obra trabalha à luz do
dia, juridicamente reconhecida pelas autoridades civis e eclesiásticas. São
perfeitamente conhecidos os nomes dos seus directores e das suas obras
apostólicas. Quem quer que deseje informações sobre a nossa Obra pode obtê-las
sem dificuldade, pondo-se em contacto com os seus directores ou visitando
alguma das nossas obras próprias. O meu amigo, se quiser, pode ser testemunha
de que nunca nenhum dos dirigentes do Opus Dei, ou os que recebem os
jornalistas, deixaram de lhes facilitar a tarefa informativa, respondendo às
suas perguntas ou dando a documentação adequada.
Nem
eu nem nenhum dos membros do Opus Dei pretendemos que toda a gente nos
compreenda ou compartilhe connosco os mesmos ideais espirituais. Sou muito
amigo da liberdade e gosto muito de que cada um siga o seu próprio caminho. Mas
é evidente que temos o direito elementar de ser respeitados.
31
Como explica o imenso
êxito do Opus Dei, e por que critérios mede V. Rev.ª esse êxito?
Quando
um empreendimento é sobrenatural, pouco importam o êxito ou o fracasso como vulgarmente
se consideram. Já dizia S. Paulo aos cristãos de Corinto que, na vida
espiritual, o que interessa não é o juízo dos outros, nem o nosso próprio
juízo, mas o juízo de Deus.
É
certo que a Obra está hoje estendida a todo o mundo: pertencem a ela homens e
mulheres de cerca de 70 nacionalidades. Ao pensar neste facto, eu mesmo me
surpreendo. Não lhe encontro explicação humana, mas sim a vontade de Deus, pois
o Espírito sopra onde quer, e serve-Se de quem quer para realizar a
santificação dos homens. Tudo isso é para mim ocasião de acção de graças, de
humildade e de súplica a Deus para saber sempre servi-Lo.
Pergunta-me
também qual o critério com que meço e ajuízo as coisas. A resposta é muito
simples: santidade, frutos de santidade.
O
apostolado mais importante do Opus Dei é aquele que cada um dos seus sócios
realiza através do testemunho da sua vida e com a sua palavra, no convívio
diário com os amigos e companheiros de profissão. Quem poderá medir a eficácia
sobrenatural deste apostolado silencioso e humilde? É incalculável a ajuda que
representa o exemplo de um amigo leal e sincero, ou a influência de uma boa mãe
no seio da família.
Mas
talvez a sua pergunta se refira aos apostolados da Obra como tal, supondo que,
neste caso, se poderão medir os resultados sob um ponto de vista humano,
técnico: se uma escola de formação de operários consegue promover socialmente
os homens que a frequentam; se uma Universidade dá aos seus estudantes uma
formação profissional e cultural adequadas. Se admitirmos que é esse o sentido
da sua pergunta, dir-lhe-ei que o resultado se pode explicar em parte por se
tratar de tarefas realizadas por pessoas que exercem esse trabalho como uma
actividade profissional específica, para a qual se preparam como todo aquele
que deseja executar um trabalho sério. Quer isto dizer, entre outras coisas,
que essas obras não se lançam segundo esquemas preconcebidos: caso por caso,
estudam-se as necessidades particulares da sociedade em que se vão inserir,
para se adaptarem às exigências reais.
Repito-lhe
que ao Opus Dei não interessa primordialmente a eficácia humana. O êxito ou o
fracasso real desses trabalhos depende de que, estando humanamente bem-feitos,
sirvam ou não sirvam para que aqueles que os realizam, e também os que deles
beneficiam, amem a Deus, se sintam irmãos de todos os outros homens e
manifestem estes sentimentos num serviço desinteressado à humanidade.
32
Quererá V. Rev.a dizer
como e porquê fundou o Opus Dei, e que acontecimentos considera marcos mais
importantes do seu desenvolvimento?
Porquê?...
As obras que nascem da vontade de Deus não têm outra razão de ser senão o
desejo divino de as utilizar como expressão da sua vontade salvífica universal.
Desde
o primeiro momento, a Obra foi universal, católica. Não nasceu para dar solução
aos problemas concretos da Europa da década de 20, mas sim para dizer aos
homens e mulheres de todos os países, de qualquer condição, raça, língua ou
ambiente, e de qualquer estado - solteiros, casados, viúvos, sacerdotes -, que
podiam amar e servir a Deus sem deixar de viver no seu trabalho habitual, com a
sua família, nas suas variadas e normais relações sociais.
Como
se fundou? Sem nenhum meio humano. Eu tinha apenas 26 anos, a graça de Deus e
bom-humor. A Obra nasceu pequena: não era mais que o empenho dum jovem
sacerdote, que se esforçava por fazer o que Deus lhe pedia.
Pergunta-me
por marcos do nosso caminho... Para mim, é marco essencial na Obra qualquer
momento, qualquer instante em que, através do Opus Dei, alguém se aproxima de Deus,
tornando-se assim mais irmão dos homens seus irmãos.
Talvez
quisesse que lhe falasse dos pontos cruciais, na ordem do tempo... Embora não
sejam estes os mais importantes, vou-lhe dar, de memória, umas datas, mais ou
menos aproximadas. Já nos primeiros meses de 1935, estava tudo preparado para
começar a trabalhar em França - concretamente em Paris. Mas vieram, primeiro, a
guerra civil espanhola e, logo a seguir, a segunda guerra mundial - e foi
preciso adiar a expansão da Obra. Mas, como esse desenvolvimento era
necessário, o adiamento foi mínimo. Já em 1940 se iniciava o trabalho em
Portugal. Quase coincidindo com o fim das hostilidades, embora tivesse havido
já algumas viagens em anos anteriores, começou-se na Inglaterra, em França, na
Itália, nos Estados Unidos, no México. Depois, a expansão tem um ritmo
progressivo. A partir de 1949 e 50: na Alemanha, Holanda, Suíça, Argentina,
Canadá, Venezuela e nos restantes países europeus e americanos. Ao mesmo tempo,
o trabalho ia-se alargando a outros continentes: o Norte de África, o Japão, o
Quénia e outros países da África oriental, a Austrália, as Filipinas, a
Nigéria, etc.
Também
sinto prazer em recordar especialmente, como datas capitais, as constantes
ocasiões em que de modo mais palpável se manifestou o carinho dos Sumos
Pontífices pela nossa Obra. Resido normalmente em Roma desde 1946, e assim tive
ocasião de conhecer e tratar com Pio XII, João XXIII e Paulo VI. Em todos
encontrei sempre um carinho de pai.
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Estaria V. Rev.” de acordo
com a afirmação, alguma vez feita, de que o ambiente especial de Espanha
durante os últimos trinta anos facilitou o crescimento da Obra nesse país?
Em
poucos lugares encontramos menos facilidades do que em Espanha. É o país -
custa-me dizê-lo, pois amo profundamente a minha pátria - em que deu mais
trabalho e sofrimento fazer enraizar a Obra. Mal tinha nascido, logo encontrou
a oposição dos inimigos da liberdade individual, e de pessoas tão aferradas às
ideias tradicionais que não podiam compreender a vida dos sócios do Opus Dei:
cidadãos vulgares, que se esforçam por viver plenamente a sua vocação cristã
sem deixar o mundo.
Também
as obras de apostolado da própria Obra não encontraram especiais facilidades em
Espanha. Governos de países onde a maioria dos cidadãos não é católica
ajudaram, com muito maior generosidade do que o Estado espanhol, as actividades
docentes e beneficentes promovidas por membros da Obra. O auxílio que esses
governos concedem ou possam conceder às obras próprias do Opus Dei, como é
habitual com outras obras semelhantes, não significa privilégio, mas
simplesmente o reconhecimento da função social que desempenham, poupando
dinheiro ao Tesouro público.
Na
sua expansão internacional, o espírito do Opus Dei encontrou imediato eco e
profundo acolhimento em todos os países. Se encontrou obstáculos, foi
exactamente por causa de falsidades vindas de Espanha e inventadas por
espanhóis, por alguns sectores bem concretos da sociedade espanhola. Em
primeiro lugar, a organização internacional de que há pouco lhe falei; mas isso
parece certo que é coisa do passado, e eu não guardo rancor a ninguém. Depois,
algumas pessoas que não compreendem o pluralismo, que adoptam atitudes de
grupo, quando não caem em mentalidade estreita ou totalitária e que se servem do
nome católico para fazer política. Alguns desses, não percebo porquê - talvez
por falsos motivos humanos -, parecem achar um gosto especial em atacar o Opus
Dei, e, como dispõem de grandes meios económicos, - o dinheiro dos
contribuintes espanhóis -, os seus ataques podem ser publicados por certa
imprensa.
Vejo
bem que o meu amigo está à espera de me ouvir citar nomes concretos de pessoas
e instituições... Não lhos vou dar, e espero que compreenda a razão. Nem a
minha missão nem a da Obra são políticas: o meu ofício é rezar. E não quero
dizer nada que possa interpretar-se sequer como uma intervenção em Política.
Mais ainda, é-me doloroso falar destas coisas. Estive calado durante quase 40
anos, e, se agora digo alguma coisa, é porque tenho obrigação de denunciar como
absolutamente falsas as interpretações torcidas que algumas pessoas pretendem
dar de uma actividade que é exclusivamente espiritual. Por isso, se bem que até
agora me tenha calado, daqui em diante falarei, e, se for necessário, cada vez
com maior clareza.
Mas,
voltando ao tema central da sua pergunta: se, também em Espanha, muitas pessoas
de todas as classes sociais têm procurado seguir Cristo com a ajuda do Opus Dei
e de acordo com o seu espírito, a explicação para isso não se pode ir buscar ao
ambiente ou a outros motivos extrínsecos. A prova do que afirmo está em que
aqueles que tão levianamente o pretendem vêem diminuir os seus próprios grupos;
e as causas exteriores são as mesmas para todos. Humanamente falando, talvez
seja também porque esses formam grupo, e nós não tiramos a liberdade pessoal a
ninguém.
Se
o Opus Dei está bem desenvolvido em Espanha - como também em algumas outras
nações -, pode ser condição disso o facto de a nossa tarefa espiritual aí se
haver iniciado há 40 anos, e, como lhe expliquei antes, a guerra civil
espanhola e, em seguida, a guerra mundial tornarem necessário o adiamento do
início da Obra noutros países. Quero declarar, no entanto, que desde há alguns
anos, os espanhóis são uma minoria no Opus Dei.
Não
pense, repito, que não amo a minha pátria, ou que não me alegro profundamente
com o trabalho que a Obra nela realiza; mas é triste que haja quem propague
equívocos acerca do Opus Dei e acerca de Espanha.
(Entrevista
realizada por Peter Forbarth, correspondente de Time (New York), em 15 de Abril
de 1967)
[2] Mons. Escrivá de
Balaguer afirmou repetidamente que o Opus Dei, de facto, não era um Instituto
Secular, como também não era uma comum associação de fiéis. Ainda que tenha
sido aprovado, em 1947, como Instituto Secular, por ser a solução jurídica
menos inadequada para o Opus Dei dentro das normas jurídicas então vigentes na
Igreja, Mons. Escrivá de Balaguer pensara, já há muitos anos, que a situação
jurídica definitiva do Opus Dei estava entre as estruturas seculares de
jurisdição pessoal, como é o caso das Prelaturas pessoais.
[3] Estas obras
corporativas, de carácter claramente apostólico, são promovidas, como acaba de assinalar
Mons. Escrivá de Balaguer, pelos membros do Opus Dei juntamente com outras
pessoas. A Prelatura do Opus Dei assume exclusivamente a responsabilidade pela
orientação doutrinal e espiritual; e nem as empresas proprietárias dessas
iniciativas, nem os correspondentes bens móveis ou imóveis pertencem à
Prelatura. Os fiéis do Opus Dei que trabalham nessas obras fazem-no com
liberdade e responsabilidade pessoais, em plena conformidade com as leis do
país, e obtendo das autoridades o mesmo reconhecimento legal que se concede a
outras actividades similares dos demais cidadãos.
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