Existe uma
grande diferença entre os anjos e nós quanto á atitude do Senhor, no que
respeita às ofensas que lhe fazemos. A diferença consiste em que o Senhor
exerce a misericórdia connosco, mas não é, ou não foi, misericordioso com os anjos.
E isto por quê? Simplesmente, porque os anjos que caíram pecaram com malícia, e
nós quando pecamos, pecamos por estultícia. Blosio escreveu na sua época:
“Porque a tua malícia não pode ser tão grande, nem tão grave a tua doença, que se
sobreponha à misericórdia de Deus, que não conhece nem termo nem medida”. A
nossa malícia é, digamo-lo assim, certamente limitada, não é malícia, é simplesmente
estupidez humana, fruto do tentador e do nosso desconhecimento do que é Deus, a
sua grandeza e o que representa. «Pai, perdoa-lhes,
porque não sabem o que fazem». (Lc 23,34)
Os anjos são
criaturas directamente criadas por Deus e espíritos puros, que desde o momento
da sua criação, vêm o rosto e a luz de Deus e têm um conhecimento muito maior
que nós de quem é Deus, da sua grandeza, e da sua própria pequenez com respeito
a Deus. Adão e Eva, antes de ofender o
Senhor, eram espíritos puros mas com corpo e como tal podiam ver a Deus, tal
como constantemente o estão contemplando os anjos triunfantes, já que eles
estavam num estado de pureza pristino. O converso irlandês C. S. Lewis, escreve
sobre este tema dizendo-nos: “O homem no paraíso não se sentia tentado, no
sentido actual do termo tentação, nem tinha paixões ou inclinações que o levassem
nessa direcção. Até esse momento o espírito humano tinha controlado
completamente o organismo e esperava totalmente, reter o controlo uma vez que
tivesse deixado de obedecer a Deus. Mas como a sua autoridade sobre o organismo
era delegada, perdeu-a quando ele próprio deixou de ser delegado de Deus. Ao
separar-se até onde pôde da fonte do seu ser, afastou-se também da fonte do
poder”.
[i] Juan do Carmelo não é
quien dice ser. O mejor dicho, é quien é, mas prefiere presentarse en su alter
ego Juan do Carmelo que não é más que um seglar que, a finales de los años 80,
experimentó a llamada de Deus e se vinculó al Carmelo Teresiano. Ha publicado libros
de espiritualidad como «Mosaico espiritual», «Santidad no Pontificado», o «En
as manos de Deus» Como o cortés não quita o valiente é, además, um empresario
de éxito. E nos acompaña, com sencillez e hondura, desde «O blog de Juan do
Carmelo».
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