Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
31/12/2020
Pequena agenda do cristão
LEITURA ESPIRITUAL Dez 31
Evangelho
Mt
IX 1 - 15
Jesus deixa a Galileia
1 Quando
acabou de dizer estas palavras, Jesus partiu da Galileia e veio para a região
da Judeia, na outra margem do Jordão. 2 Era seguido por grandes multidões e
curou ali os seus doentes.
Matrimónio, divórcio e virgindade
3 Alguns fariseus, para o
experimentarem, aproximaram-se dele e disseram-lhe: «É permitido a um homem
divorciar-se da sua mulher por qualquer motivo?» 4 Ele respondeu: «Não lestes
que o Criador, desde o princípio, fê-los homem e mulher, 5 e disse: Por isso, o
homem deixará o pai e a mãe e se unirá à sua mulher, e serão os dois um só? 6 Portanto,
já não são dois, mas um só. Pois bem, o que Deus uniu não o separe o homem.» 7 Eles,
porém, objectaram: «Então, porque é que Moisés preceituou dar-lhe carta de
divórcio, ao repudiá-la?» 8 Respondeu Jesus: «Por causa da dureza do vosso
coração, Moisés permitiu que repudiásseis as vossas mulheres; mas, ao
princípio, não foi assim. 9 Ora Eu digo-vos: Se alguém se divorciar da sua
mulher - excepto em caso de união ilegal - e casar com outra, comete
adultério.» 10 Os discípulos disseram-lhe: «Se é essa a situação do homem
perante a mulher, não é conveniente casar-se!» 11 Respondeu-lhes Jesus: «Nem
todos compreendem esta linguagem, mas apenas aqueles a quem isso é dado. 12 Há
eunucos que nasceram assim do seio materno, há os que se tornaram eunucos pela
interferência dos homens e há aqueles que se fizeram eunucos a si mesmos, por
amor do Reino do Céu. Quem puder compreender, compreenda.»
Bênção das crianças
13 Apresentaram-lhe, então, umas
crianças, para que lhes impusesse as mãos e orasse por elas, mas os discípulos
repreenderam-nos. 14 Jesus disse-lhes: «Deixai as crianças e não as impeçais de
vir ter comigo, pois delas é o Reino do Céu.» 15 E, depois de lhes ter imposto
as mãos, prosseguiu o seu caminho.
Temperança
Disse-se que, entre outras características, a
temperança assegura o domínio da vontade. Por isso mesmo é uma virtude cardeal,
isto é, de primeira importância.
O domínio da vontade não é nem fácil nem
rápido.
É
algo que depende exclusivamente do próprio e que, por norma, leva muito tempo a
adquirir, às vezes, uma vida inteira não chega para se conseguir esta virtude.
Porque é tão importante para o homem ter
controlo sobre a sua vontade?
Parece óbvio que fazendo o que se quer, como
se quer e quando se quer, se chega a um distúrbio grave do comportamento e um
péssimo hábito de agir sob estímulos ou impulsos sem considerar se os mesmos
são bons, maus, valem ou não a pena levar a cabo.
Se
se considerar que a vontade é ”cega”, chegamos à consideração que o que temos a
fazer é dar-lhe “olhos” para ver em cada momento o que convém ao próprio e aos
outros e, muitas vezes estas duas formas de ver podem estar em conflito: O que
quero para mim pode não ser conveniente para o outro e, se assim for, não me
convém.
Quero, por exemplo, afirmar-me como crítico
de determinada acção praticada por alguém.
Mas
porquê? Devemos questionar.
O
que é que eu vejo nesse acto que mereça crítica – não interessa se favorável ou
não - e que capacidade tenho para a fazer?
Estou
a ver bem, a apreciar devidamente?
A temperança aconselha-me moderação, isto é,
rigoroso exame da matéria em causa, para que a minha vontade seja esclarecida,
informada quanto à bondade do que me é sugerido fazer.
É muito provavelmente a principal característica
do ser humano completo, nenhum outro ser possui esta virtude ou tem acesso a
ela.
Quando
muito, um cão tem um instinto que o conduz a fazer algo e, esse instinto é
suficiente e bastante para que o faça a menos que o treino a que tenha sido
submetido o impeça de o fazer. Não tem, portanto, capacidade de escolha nem
possibilidade de eleição.
Logo,
parece lógico que agindo sem controlo da sua vontade, o homem se coloca a mesmo
nível do cão e as consequências deste comportamento serão sempre graves porque
se demite de uma prerrogativa excelente que lhe foi dada por Deus.
Como a vontade se vai desenvolvendo com o
crescimento do indivíduo, esse desenvolvimento tem de ser acompanhado pela
temperança que vai, por assim dizer, formatando a vontade para aquilo que
convém.
Aqui
exercem um papel predominantemente crucial, os formadores, em primeiro lugar os
pais, o ambiente familiar, os educadores e o meio em que se desenvolve a
formação da pessoa.
A formação rabínica recebida por São Paulo,
uma vez convertido ao cristianismo estava bem patente quando declarava: “Não
faço o bem que quero, mas o mal que não quero”. [1]
Reflexão
Ameaças à Igreja - Relativismo
O relativismo, que justifica tudo e qualifica tudo
como de igual valor, atenta o carácter absoluto dos princípios cristãos.
(São
Paulo VI, encíclica Ecclesiam Suam nº 18).
Oração pelos Sacerdotes
Um novo ano: recomeçar
*“A vida cristã é um constante começar e recomeçar, uma renovação em cada dia.” (São Josemaria, “Cristo que passa”, 114).
*Qui habitat in adiutorio Altissimi in protectione Dei coeli
commorabitur –
Habitar sob a protecção de Deus, viver com Deus: eis a arriscada segurança do
cristão. É necessário convencermo-nos de que Deus nos ouve, de que está sempre
solícito por nós, e assim se encherá de paz o nosso coração. Mas viver com Deus
é indubitavelmente correr um risco, porque o Senhor não Se contenta
compartilhando; quer tudo. E aproximar-se d'Ele um pouco mais significa estar
disposto a uma nova rectificação, a escutar mais atentamente as suas
inspirações, os santos desejos que faz brotar na nossa alma, e a pô-los em
prática.
Desde a nossa primeira decisão consciente de
viver integralmente a doutrina de Cristo, é certo que avançámos muito pelo
caminho da fidelidade à sua Palavra. Mas não é verdade que restam ainda tantas
coisas por fazer? Não é verdade que resta, sobretudo, tanta soberba? É precisa,
sem dúvida, uma outra mudança, uma lealdade maior, uma humildade mais profunda,
de modo, que, diminuindo o nosso egoísmo, cresça em nós Cristo, pois illum oportet crescere, me autem minui,
é preciso que Ele cresça e que eu diminua.
Não é possível deixar-se ficar imóvel. É
necessário avançar para a meta que São Paulo apontava: não sou eu quem vive; é
Cristo que vive em mim. A ambição é alta e nobilíssima: a identificação com
Cristo, a santidade. Mas não há outro caminho, se se deseja ser coerente com a
vida divina que, pelo Baptismo, Deus fez nascer nas nossas almas. O avanço é o
progresso na santidade; o retrocesso é negar-se ao desenvolvimento normal da
vida cristã. Porque o fogo do amor de Deus precisa de ser alimentado, de
aumentar todos os dias arreigando-se na alma; e o fogo mantém-se vivo queimando
novas coisas. Por isso, se não aumenta, está a caminho de se extinguir. (Cristo que Passa, 58)
30/12/2020
LEITURA ESPIRITUAL Dez 30
Evangelho
Mt
XVII XVIII 12 – 35
A ovelha perdida
12 Que vos parece? Se um homem tiver cem
ovelhas e uma delas se tresmalhar, não deixará as noventa e nove no monte, para
ir à procura da tresmalhada? 13 E, se chegar a encontrá-la, em verdade vos
digo: alegra-se mais com ela do que com as noventa e nove que não se
tresmalharam. 14 Assim também é da vontade de vosso Pai que está no Céu que não
se perca um só destes pequeninos.»
Correcção fraterna
15 «Se o teu irmão pecar, vai ter com
ele e repreende-o a sós. Se te der ouvidos, terás ganho o teu irmão. 16 Se não
te der ouvidos, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão
fique resolvida pela palavra de duas ou três testemunhas. 17 Se ele se recusar
a ouvi-las, comunica-o à Igreja; e, se ele se recusar a atender à própria
Igreja, seja para ti como um pagão ou um cobrador de impostos. 18 Em verdade
vos digo: Tudo o que ligardes na Terra será ligado no Céu, e tudo o que
desligardes na Terra será desligado no Céu.»
Poder da oração em união
19 «Digo-vos ainda: Se dois de entre vós
se unirem, na Terra, para pedir qualquer coisa, hão-de obtê-la de meu Pai que
está no Céu. 20 Pois, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, Eu
estou no meio deles.»
Perdão das ofensas
21 Então, Pedro aproximou-se e
perguntou-lhe: «Senhor, se o meu irmão me ofender, quantas vezes lhe deverei
perdoar? Até sete vezes?» 22
Jesus respondeu: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
Parábola dos servos devedores
23 Por isso, o Reino do Céu é comparável
a um rei que quis ajustar contas com os seus servos. 24 Logo ao princípio,
trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. 25 Não tendo com que pagar, o
senhor ordenou que fosse vendido com a mulher, os filhos e todos os seus bens,
a fim de pagar a dívida. 26 O servo lançou-se, então, aos seus pés, dizendo:
‘Concede-me um prazo e tudo te pagarei.’ 27 Levado pela compaixão, o senhor
daquele servo mandou-o em liberdade e perdoou-lhe a dívida. 28 Ao sair, o servo
encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem denários. Segurando-o,
apertou-lhe o pescoço e sufocava-o, dizendo: ‘Paga o que me deves!’ 29 O seu
companheiro caiu a seus pés, suplicando: ‘Concede-me um prazo que eu te
pagarei.’ 30 Mas ele não concordou e mandou-o prender, até que pagasse tudo
quanto lhe devia. 31 Ao verem o que tinha acontecido, os outros companheiros,
contristados, foram contá-lo ao seu senhor. 32 O senhor mandou-o, então, chamar
e disse-lhe: ‘Servo mau, perdoei-te tudo o que me devias, porque assim mo
suplicaste; 33 não devias também ter piedade do teu companheiro, como eu tive
de ti?’ 34 E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos até que pagasse tudo
o que devia. 35 Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não
perdoar ao seu irmão do íntimo do coração.»
Fortaleza
Pode pensar-se que a fortaleza e a coragem
são a mesma coisa mas não são.
A
coragem é uma qualidade e simultaneamente uma virtude.
A fortaleza é uma virtude e um dom.
A coragem tem a ver com a atitude que se tem
relativamente ao exterior.
A fortaleza é antes uma emanação do íntimo.
É claro que, normalmente, quem tem fortaleza
tem necessidade da coragem para levar a cabo os actos que a fortaleza lhe
sugere ou solicita.
Vejamos
um exemplo simples:
A
fortaleza sugere que a frequência de determinado ambiente é prejudicial mas
necessita da coragem as acções necessárias para, de facto, o fazer.
Como sugeria São Josemaria Escrivá: ‘Não
tenhas a cobardia de ser “valente”; foge!’[1]
ou seja, és forte porque sabes que tens de fugir dessa situação e corajoso
porque o fazes.
Talvez que uma das melhores ilustrações do
que atrás se descreve seja a cena que o Evangelho de São João[2]
nos descreve a propósito das negações de Pedro no átrio da casa de Caifás onde
Jesus está a ser interrogado logo a seguir à Sua prisão.
A
fortaleza do carácter de Pedro leva-o a constatar a enorme falta que acaba de
cometer.
Por
três vezes negar conhecer Jesus e, uma delas, com juramento e que, na situação
em que se encontra, corre o risco de voltar a fazê-lo.
A
seguir tem a coragem necessária para sair dali, sem deixar de avaliar as
consequências que tal atitude lhe poderia acarretar.
Teve
coragem de corrigir algo que a fortaleza lhe sugeria ser mau e perigoso: a continuar
no mesmo local estaria sujeito a novas traições.
Experimentar o que não se conhece bem talvez
envolva correr riscos desnecessários, ou, por outras palavras, pôr à prova a
nossa fortaleza não parece ser uma boa prática.
Não
se trata de ter medo ou receio, mas, simplesmente, evitar situações, ambientes
ou reacções que podem conduzir a um fim inconveniente.
(Não sei se morro ao atirar-me da janela de
um sétimo andar para a rua, mas não estou disposto a experimentar. Isto não é
falta de fortaleza mas bom senso.)
Dissemos que a fortaleza se pode classificar
como uma virtude mas que, realmente, é um dom.
Porquê?
Porque
necessidade uma decisiva acção do Espírito Santo para que possa ser adquirida.
É
que se trata de uma disposição íntima da própria vontade, que actua
principalmente no foro íntimo das escolhas, decisões e atitudes.
Claro
que a fortaleza se apoia na fidelidade, na justiça e no respeito.
Reflexão
Tentações “teológicas”.
7
Seres
celestes
As Potestades, os Querubins, os Serafins,
enfim a multidão de seres celestes, têm todos as mesmas capacidades e virtudes?
Como saber? O que podemos inferir é que se
trata de seres perfeitos já que estão permanentemente na presença de Deus, a
Suma Perfeição. Logicamente, tal confere-lhes capacidades e virtudes muito além
das vulgares criaturas humanas. Uns “maiores” que outros? Talvez que seja mais
de considerar que terão “missões ou encargos” diferentes.
Pequena agenda do cristão
Maria, Rainha da Paz
*Maria, Regina pacis, Rainha da Paz, porque tiveste fé e acreditaste que se cumpriria o anúncio do Anjo, ajuda-nos a aumentar a Fé, a sermos firmes na Esperança, a aprofundar o Amor. Porque é isso que quer hoje de nós o teu Filho, ao mostrar-nos o seu Sacratíssimo Coração. (Cristo que passa, 170).
*Característica
evidente de um homem de Deus, de uma mulher de Deus, é a paz na alma: tem
"a paz" e dá "a paz" às pessoas com quem convive. (Forja,
649).
29/12/2020
LEITURA ESPIRITUAL Dez 29
Evangelho
Mt
XVII 14 – 27; XVIII 1 - 11
O lunático
14 Quando eles chegaram perto da
multidão, um homem aproximou-se de Jesus, ajoelhou-se a seus pés e 15
disse-lhe: «Senhor, tem piedade do meu filho. Ele tem ataques e está muito mal.
Cai frequentemente no fogo e muitas vezes na água. 16 Apresentei-o aos teus
discípulos, mas eles não puderam curá-lo.» 17 Disse Jesus: «Geração descrente e
perversa! Até quando estarei convosco? Até quando vos hei-de suportar?
Trazei-mo cá.» 18 Jesus falou severamente ao demónio, e este saiu do jovem que,
a partir desse momento, ficou curado. 19 Então, os discípulos aproximaram- se
de Jesus e perguntaram-lhe em particular: «Porque é que nós não fomos capazes
de expulsá-lo?» 20 Disse-lhes Ele: «Pela vossa pouca fé. Em verdade vos digo:
Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: ‘Muda-te daqui
para acolá’, e ele há-de mudar-se; e nada vos será impossível. 21 Esta espécie de demónios não se
expulsa senão à força de oração e de jejum.»
Nova profecia da Paixão
22 Estando reunidos na Galileia, Jesus
disse-lhes: «O Filho do Homem tem de ser entregue nas mãos dos homens, 23 que o
matarão; mas, ao terceiro dia, ressuscitará.» E eles ficaram profundamente
consternados.
Paga do tributo para o templo
24 Entrando em Cafarnaúm, aproximaram-se
de Pedro os cobradores do imposto do templo e disseram-lhe: «O vosso Mestre não
paga o imposto?» 25 Ele respondeu: «Paga, sim». Quando chegou a casa, Jesus
antecipou-se, dizendo: «Simão, que te parece? De quem recebem os reis da terra
impostos e contribuições? Dos seus filhos, ou dos estranhos?» 26 E como ele
respondesse: «Dos estranhos», Jesus disse-lhe: «Então, os filhos estão isentos.
27 No entanto, para não os escandalizarmos, vai ao mar, deita o anzol, apanha o
primeiro peixe que nele cair, abre-lhe a boca e encontrarás lá um estáter.
Toma-o e dá-lho por mim e por ti.»
Verdadeira grandeza
1 Naquele momento, os discípulos
aproximaram-se de Jesus e perguntaram-lhe: «Quem é o maior no Reino do Céu?» 2
Ele chamou um menino, colocou-o no meio deles 3 e disse: «Em verdade vos digo:
Se não voltardes a ser como as criancinhas, não podereis entrar no Reino do
Céu. 4 Quem, pois, se fizer humilde como este menino será o maior no Reino do
Céu. 5 Quem receber um menino como este, em meu nome, é a mim que recebe.» 6 «Mas, se alguém escandalizar um destes
pequeninos que crêem em mim, seria preferível que lhe suspendessem do pescoço a
mó de um moinho e o lançassem nas profundezas do mar.
O escândalo
7 Ai
do mundo, por causa dos escândalos! São inevitáveis, decerto, os escândalos;
mas ai do homem por quem vem o escândalo! 8 Se a tua mão ou o teu pé são para
ti ocasião de queda, corta-os e lança-os para longe de ti: é melhor para ti
entrares na Vida mutilado ou coxo, do que, tendo as duas mãos ou os dois pés,
seres lançado no fogo eterno. 9 Se a tua vista é para ti ocasião de queda,
arranca-a e lança-a para longe de ti: é melhor para ti entrares com uma só
vista na Vida, do que, tendo os dois olhos, seres lançado na Geena do fogo.» 10 «Livrai-vos de desprezar um só destes pequeninos, pois
digo-vos que os seus anjos, no Céu, vêem constantemente a face de meu Pai que
está no Céu. 11 Porque o Filho do Homem veio salvar o que se tinha perdido.
Justiça
No Antigo Testamento os homens bons são
chamados de “justos”.
Isto
quer dizer que a justiça é uma virtude importante na consideração que se possa
fazer acerca de alguém.
Parece
que a pessoa justa só pratica actos bons e, quando por deslize pessoal ou qualquer
outro motivo, o não faz, é capaz de reconhecer e pedir perdão.
A justiça começa por si próprio, quer dizer,
ninguém poderá ser justo com os outros, a sociedade, se, consigo mesmo não for
justo.
Para
tal é necessário, como também já vimos a propósito de outro tema, um
conhecimento próprio profundo e apurado.
Justiça é, em suma, a consciência do que se é
e do que se faz, do que se pensa e do que se diz, na medida em que os efeitos
da acção possam ser aceitáveis e correctos.
Quem , por exemplo, não é pontual no seu
horário de trabalho, não está a ser justo nem para com o empregador nem para
com os outros.
Mas
também está a ser injusto para consigo porque assumiu um compromisso de um
horário de trabalho que não cumpre.
Um
estudante que não estuda, ou o faz mal, ou sem dedicação, está a ser injusto,
pelo menos, para com os seus pais que esperam dele que estude, para com os
professores que se esforçam porque aprenda, para com os seus colegas porque
lhes dá um mau exemplo e, claro está, para consigo porque está a desperdiçar
uma oportunidade que lhe compete aproveitar.
Um cristão que não reza como deve, com amor e
assiduidade, falta à justiça para com Deus que merece e espera que ele o faça,
e consigo também porque foge a um dever que lhe vem do facto de ser cristão.
A justiça, portanto, vai bastante além do
estrito cumprimento das leis humanas.
Não
há justiça, só, em cumprir os nossos deveres.
Não
roubar, por exemplo, não é um acto de justiça mas um dever, mas devolver o que
se tirou e não nos pertence é um acto justo.
A administração dos bens que nos são
confiados é algo particularmente sensível à justiça porque envolve, entre
outros, o respeito, a fidelidade, e a confiança de quem entregou os seus bens à
nossa guarda ou administração.
Se
reparamos no termo empregue – confiados – vemos imediatamente implícita a
confiança que em nós outro deposita.
Reflexão
Tentações
“teológicas”.
6
Anjos
Os Anjos da Guarda formam uma categoria?
Como humanos somos levados a catalagar e
ordenar tudo segundo uma “ordem” que julgamos apropriada. Sabemos, contudo, que
“no Céu há várias moradas”, donde não será descabido que também entre os Anjos
haja “categorias”.
Pequena agenda do cristão