Evangelho
Mt
XVII 14 – 27; XVIII 1 - 11
O lunático
14 Quando eles chegaram perto da
multidão, um homem aproximou-se de Jesus, ajoelhou-se a seus pés e 15
disse-lhe: «Senhor, tem piedade do meu filho. Ele tem ataques e está muito mal.
Cai frequentemente no fogo e muitas vezes na água. 16 Apresentei-o aos teus
discípulos, mas eles não puderam curá-lo.» 17 Disse Jesus: «Geração descrente e
perversa! Até quando estarei convosco? Até quando vos hei-de suportar?
Trazei-mo cá.» 18 Jesus falou severamente ao demónio, e este saiu do jovem que,
a partir desse momento, ficou curado. 19 Então, os discípulos aproximaram- se
de Jesus e perguntaram-lhe em particular: «Porque é que nós não fomos capazes
de expulsá-lo?» 20 Disse-lhes Ele: «Pela vossa pouca fé. Em verdade vos digo:
Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: ‘Muda-te daqui
para acolá’, e ele há-de mudar-se; e nada vos será impossível. 21 Esta espécie de demónios não se
expulsa senão à força de oração e de jejum.»
Nova profecia da Paixão
22 Estando reunidos na Galileia, Jesus
disse-lhes: «O Filho do Homem tem de ser entregue nas mãos dos homens, 23 que o
matarão; mas, ao terceiro dia, ressuscitará.» E eles ficaram profundamente
consternados.
Paga do tributo para o templo
24 Entrando em Cafarnaúm, aproximaram-se
de Pedro os cobradores do imposto do templo e disseram-lhe: «O vosso Mestre não
paga o imposto?» 25 Ele respondeu: «Paga, sim». Quando chegou a casa, Jesus
antecipou-se, dizendo: «Simão, que te parece? De quem recebem os reis da terra
impostos e contribuições? Dos seus filhos, ou dos estranhos?» 26 E como ele
respondesse: «Dos estranhos», Jesus disse-lhe: «Então, os filhos estão isentos.
27 No entanto, para não os escandalizarmos, vai ao mar, deita o anzol, apanha o
primeiro peixe que nele cair, abre-lhe a boca e encontrarás lá um estáter.
Toma-o e dá-lho por mim e por ti.»
Verdadeira grandeza
1 Naquele momento, os discípulos
aproximaram-se de Jesus e perguntaram-lhe: «Quem é o maior no Reino do Céu?» 2
Ele chamou um menino, colocou-o no meio deles 3 e disse: «Em verdade vos digo:
Se não voltardes a ser como as criancinhas, não podereis entrar no Reino do
Céu. 4 Quem, pois, se fizer humilde como este menino será o maior no Reino do
Céu. 5 Quem receber um menino como este, em meu nome, é a mim que recebe.» 6 «Mas, se alguém escandalizar um destes
pequeninos que crêem em mim, seria preferível que lhe suspendessem do pescoço a
mó de um moinho e o lançassem nas profundezas do mar.
O escândalo
7 Ai
do mundo, por causa dos escândalos! São inevitáveis, decerto, os escândalos;
mas ai do homem por quem vem o escândalo! 8 Se a tua mão ou o teu pé são para
ti ocasião de queda, corta-os e lança-os para longe de ti: é melhor para ti
entrares na Vida mutilado ou coxo, do que, tendo as duas mãos ou os dois pés,
seres lançado no fogo eterno. 9 Se a tua vista é para ti ocasião de queda,
arranca-a e lança-a para longe de ti: é melhor para ti entrares com uma só
vista na Vida, do que, tendo os dois olhos, seres lançado na Geena do fogo.» 10 «Livrai-vos de desprezar um só destes pequeninos, pois
digo-vos que os seus anjos, no Céu, vêem constantemente a face de meu Pai que
está no Céu. 11 Porque o Filho do Homem veio salvar o que se tinha perdido.
Justiça
No Antigo Testamento os homens bons são
chamados de “justos”.
Isto
quer dizer que a justiça é uma virtude importante na consideração que se possa
fazer acerca de alguém.
Parece
que a pessoa justa só pratica actos bons e, quando por deslize pessoal ou qualquer
outro motivo, o não faz, é capaz de reconhecer e pedir perdão.
A justiça começa por si próprio, quer dizer,
ninguém poderá ser justo com os outros, a sociedade, se, consigo mesmo não for
justo.
Para
tal é necessário, como também já vimos a propósito de outro tema, um
conhecimento próprio profundo e apurado.
Justiça é, em suma, a consciência do que se é
e do que se faz, do que se pensa e do que se diz, na medida em que os efeitos
da acção possam ser aceitáveis e correctos.
Quem , por exemplo, não é pontual no seu
horário de trabalho, não está a ser justo nem para com o empregador nem para
com os outros.
Mas
também está a ser injusto para consigo porque assumiu um compromisso de um
horário de trabalho que não cumpre.
Um
estudante que não estuda, ou o faz mal, ou sem dedicação, está a ser injusto,
pelo menos, para com os seus pais que esperam dele que estude, para com os
professores que se esforçam porque aprenda, para com os seus colegas porque
lhes dá um mau exemplo e, claro está, para consigo porque está a desperdiçar
uma oportunidade que lhe compete aproveitar.
Um cristão que não reza como deve, com amor e
assiduidade, falta à justiça para com Deus que merece e espera que ele o faça,
e consigo também porque foge a um dever que lhe vem do facto de ser cristão.
A justiça, portanto, vai bastante além do
estrito cumprimento das leis humanas.
Não
há justiça, só, em cumprir os nossos deveres.
Não
roubar, por exemplo, não é um acto de justiça mas um dever, mas devolver o que
se tirou e não nos pertence é um acto justo.
A administração dos bens que nos são
confiados é algo particularmente sensível à justiça porque envolve, entre
outros, o respeito, a fidelidade, e a confiança de quem entregou os seus bens à
nossa guarda ou administração.
Se
reparamos no termo empregue – confiados – vemos imediatamente implícita a
confiança que em nós outro deposita.
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