31/12/2020

Pequena agenda do cristão

   


Quinta-Feira

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?

LEITURA ESPIRITUAL Dez 31

 

Evangelho

 

Mt IX 1 - 15

 

Jesus deixa a Galileia

 

1 Quando acabou de dizer estas palavras, Jesus partiu da Galileia e veio para a região da Judeia, na outra margem do Jordão. 2 Era seguido por grandes multidões e curou ali os seus doentes.

 

Matrimónio, divórcio e virgindade

 

3 Alguns fariseus, para o experimentarem, aproximaram-se dele e disseram-lhe: «É permitido a um homem divorciar-se da sua mulher por qualquer motivo?» 4 Ele respondeu: «Não lestes que o Criador, desde o princípio, fê-los homem e mulher, 5 e disse: Por isso, o homem deixará o pai e a mãe e se unirá à sua mulher, e serão os dois um só? 6 Portanto, já não são dois, mas um só. Pois bem, o que Deus uniu não o separe o homem.» 7 Eles, porém, objectaram: «Então, porque é que Moisés preceituou dar-lhe carta de divórcio, ao repudiá-la?» 8 Respondeu Jesus: «Por causa da dureza do vosso coração, Moisés permitiu que repudiásseis as vossas mulheres; mas, ao princípio, não foi assim. 9 Ora Eu digo-vos: Se alguém se divorciar da sua mulher - excepto em caso de união ilegal - e casar com outra, comete adultério.» 10 Os discípulos disseram-lhe: «Se é essa a situação do homem perante a mulher, não é conveniente casar-se!» 11 Respondeu-lhes Jesus: «Nem todos compreendem esta linguagem, mas apenas aqueles a quem isso é dado. 12 Há eunucos que nasceram assim do seio materno, há os que se tornaram eunucos pela interferência dos homens e há aqueles que se fizeram eunucos a si mesmos, por amor do Reino do Céu. Quem puder compreender, compreenda.»

 

Bênção das crianças

 

13 Apresentaram-lhe, então, umas crianças, para que lhes impusesse as mãos e orasse por elas, mas os discípulos repreenderam-nos. 14 Jesus disse-lhes: «Deixai as crianças e não as impeçais de vir ter comigo, pois delas é o Reino do Céu.» 15 E, depois de lhes ter imposto as mãos, prosseguiu o seu caminho.

 



Temperança

 

  Disse-se que, entre outras características, a temperança assegura o domínio da vontade. Por isso mesmo é uma virtude cardeal, isto é, de primeira importância.

  O domínio da vontade não é nem fácil nem rápido.

É algo que depende exclusivamente do próprio e que, por norma, leva muito tempo a adquirir, às vezes, uma vida inteira não chega para se conseguir esta virtude.

  Porque é tão importante para o homem ter controlo sobre a sua vontade?

  Parece óbvio que fazendo o que se quer, como se quer e quando se quer, se chega a um distúrbio grave do comportamento e um péssimo hábito de agir sob estímulos ou impulsos sem considerar se os mesmos são bons, maus, valem ou não a pena levar a cabo.

Se se considerar que a vontade é ”cega”, chegamos à consideração que o que temos a fazer é dar-lhe “olhos” para ver em cada momento o que convém ao próprio e aos outros e, muitas vezes estas duas formas de ver podem estar em conflito: O que quero para mim pode não ser conveniente para o outro e, se assim for, não me convém.

  Quero, por exemplo, afirmar-me como crítico de determinada acção praticada por alguém.

Mas porquê? Devemos questionar.

O que é que eu vejo nesse acto que mereça crítica – não interessa se favorável ou não - e que capacidade tenho para a fazer?

Estou a ver bem, a apreciar devidamente?

  A temperança aconselha-me moderação, isto é, rigoroso exame da matéria em causa, para que a minha vontade seja esclarecida, informada quanto à bondade do que me é sugerido fazer.

  É muito provavelmente a principal característica do ser humano completo, nenhum outro ser possui esta virtude ou tem acesso a ela.

Quando muito, um cão tem um instinto que o conduz a fazer algo e, esse instinto é suficiente e bastante para que o faça a menos que o treino a que tenha sido submetido o impeça de o fazer. Não tem, portanto, capacidade de escolha nem possibilidade de eleição.

Logo, parece lógico que agindo sem controlo da sua vontade, o homem se coloca a mesmo nível do cão e as consequências deste comportamento serão sempre graves porque se demite de uma prerrogativa excelente que lhe foi dada por Deus.

  Como a vontade se vai desenvolvendo com o crescimento do indivíduo, esse desenvolvimento tem de ser acompanhado pela temperança que vai, por assim dizer, formatando a vontade para aquilo que convém.

Aqui exercem um papel predominantemente crucial, os formadores, em primeiro lugar os pais, o ambiente familiar, os educadores e o meio em que se desenvolve a formação da pessoa.

  A formação rabínica recebida por São Paulo, uma vez convertido ao cristianismo estava bem patente quando declarava: “Não faço o bem que quero, mas o mal que não quero”. [1]

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



[1] Rm 7, 15-25

Reflexão

 



Ameaças à Igreja - Relativismo


  O relativismo, que justifica tudo e qualifica tudo como de igual valor, atenta o carácter absoluto dos princípios cristãos.

 

(São Paulo VI, encíclica Ecclesiam Suam nº 18).

Oração pelos Sacerdotes

                                         

                                           



Meu Senhor Jesus Cristo:

Dai à Vossa Igreja Sacerdotes Santos que se entreguem ao serviço exclusivo da Igreja e das almas, ao anúncio fiel da palavra de Deus, à administração dos Sacramentos, em especial da Eucaristia e da Penitência, obedientes ao Magistério da Igreja e observando amorosamente a Sagrada Liturgia, para exemplo e guia seguro do Povo de Deus.

(AMA, 2009)




Com autorização eclesiástica

Um novo ano: recomeçar

 


*“A vida cristã é um constante começar e recomeçar, uma renovação em cada dia.” (São Josemaria, “Cristo que passa”, 114).

 

*Qui habitat in adiutorio Altissimi in protectione Dei coeli commorabitur – Habitar sob a protecção de Deus, viver com Deus: eis a arriscada segurança do cristão. É necessário convencermo-nos de que Deus nos ouve, de que está sempre solícito por nós, e assim se encherá de paz o nosso coração. Mas viver com Deus é indubitavelmente correr um risco, porque o Senhor não Se contenta compartilhando; quer tudo. E aproximar-se d'Ele um pouco mais significa estar disposto a uma nova rectificação, a escutar mais atentamente as suas inspirações, os santos desejos que faz brotar na nossa alma, e a pô-los em prática.

Desde a nossa primeira decisão consciente de viver integralmente a doutrina de Cristo, é certo que avançámos muito pelo caminho da fidelidade à sua Palavra. Mas não é verdade que restam ainda tantas coisas por fazer? Não é verdade que resta, sobretudo, tanta soberba? É precisa, sem dúvida, uma outra mudança, uma lealdade maior, uma humildade mais profunda, de modo, que, diminuindo o nosso egoísmo, cresça em nós Cristo, pois illum oportet crescere, me autem minui, é preciso que Ele cresça e que eu diminua.

Não é possível deixar-se ficar imóvel. É necessário avançar para a meta que São Paulo apontava: não sou eu quem vive; é Cristo que vive em mim. A ambição é alta e nobilíssima: a identificação com Cristo, a santidade. Mas não há outro caminho, se se deseja ser coerente com a vida divina que, pelo Baptismo, Deus fez nascer nas nossas almas. O avanço é o progresso na santidade; o retrocesso é negar-se ao desenvolvimento normal da vida cristã. Porque o fogo do amor de Deus precisa de ser alimentado, de aumentar todos os dias arreigando-se na alma; e o fogo mantém-se vivo queimando novas coisas. Por isso, se não aumenta, está a caminho de se extinguir. (Cristo que Passa, 58)

30/12/2020

LEITURA ESPIRITUAL Dez 30

 

Evangelho

 

Mt XVII XVIII 12 – 35

 

A ovelha perdida

 

12 Que vos parece? Se um homem tiver cem ovelhas e uma delas se tresmalhar, não deixará as noventa e nove no monte, para ir à procura da tresmalhada? 13 E, se chegar a encontrá-la, em verdade vos digo: alegra-se mais com ela do que com as noventa e nove que não se tresmalharam. 14 Assim também é da vontade de vosso Pai que está no Céu que não se perca um só destes pequeninos.»

 

Correcção fraterna

 

15 «Se o teu irmão pecar, vai ter com ele e repreende-o a sós. Se te der ouvidos, terás ganho o teu irmão. 16 Se não te der ouvidos, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão fique resolvida pela palavra de duas ou três testemunhas. 17 Se ele se recusar a ouvi-las, comunica-o à Igreja; e, se ele se recusar a atender à própria Igreja, seja para ti como um pagão ou um cobrador de impostos. 18 Em verdade vos digo: Tudo o que ligardes na Terra será ligado no Céu, e tudo o que desligardes na Terra será desligado no Céu.»

 

Poder da oração em união

 

19 «Digo-vos ainda: Se dois de entre vós se unirem, na Terra, para pedir qualquer coisa, hão-de obtê-la de meu Pai que está no Céu. 20 Pois, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles.»

 

Perdão das ofensas

 

21 Então, Pedro aproximou-se e perguntou-lhe: «Senhor, se o meu irmão me ofender, quantas vezes lhe deverei perdoar? Até sete vezes?» 22 Jesus respondeu: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.

 

Parábola dos servos devedores

 

23 Por isso, o Reino do Céu é comparável a um rei que quis ajustar contas com os seus servos. 24 Logo ao princípio, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. 25 Não tendo com que pagar, o senhor ordenou que fosse vendido com a mulher, os filhos e todos os seus bens, a fim de pagar a dívida. 26 O servo lançou-se, então, aos seus pés, dizendo: ‘Concede-me um prazo e tudo te pagarei.’ 27 Levado pela compaixão, o senhor daquele servo mandou-o em liberdade e perdoou-lhe a dívida. 28 Ao sair, o servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem denários. Segurando-o, apertou-lhe o pescoço e sufocava-o, dizendo: ‘Paga o que me deves!’ 29 O seu companheiro caiu a seus pés, suplicando: ‘Concede-me um prazo que eu te pagarei.’ 30 Mas ele não concordou e mandou-o prender, até que pagasse tudo quanto lhe devia. 31 Ao verem o que tinha acontecido, os outros companheiros, contristados, foram contá-lo ao seu senhor. 32 O senhor mandou-o, então, chamar e disse-lhe: ‘Servo mau, perdoei-te tudo o que me devias, porque assim mo suplicaste; 33 não devias também ter piedade do teu companheiro, como eu tive de ti?’ 34 E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos até que pagasse tudo o que devia. 35 Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar ao seu irmão do íntimo do coração.»

 

 


  Fortaleza

 

  Pode pensar-se que a fortaleza e a coragem são a mesma coisa mas não são.

  A coragem é uma qualidade e simultaneamente uma virtude.

  A fortaleza é uma virtude e um dom.

  A coragem tem a ver com a atitude que se tem relativamente ao exterior.

  A fortaleza é antes uma emanação do íntimo.

  É claro que, normalmente, quem tem fortaleza tem necessidade da coragem para levar a cabo os actos que a fortaleza lhe sugere ou solicita.

Vejamos um exemplo simples:

A fortaleza sugere que a frequência de determinado ambiente é prejudicial mas necessita da coragem as acções necessárias para, de facto, o fazer.

  Como sugeria São Josemaria Escrivá: ‘Não tenhas a cobardia de ser “valente”; foge!’[1] ou seja, és forte porque sabes que tens de fugir dessa situação e corajoso porque o fazes.

  Talvez que uma das melhores ilustrações do que atrás se descreve seja a cena que o Evangelho de São João[2] nos descreve a propósito das negações de Pedro no átrio da casa de Caifás onde Jesus está a ser interrogado logo a seguir à Sua prisão.

A fortaleza do carácter de Pedro leva-o a constatar a enorme falta que acaba de cometer.

Por três vezes negar conhecer Jesus e, uma delas, com juramento e que, na situação em que se encontra, corre o risco de voltar a fazê-lo.

A seguir tem a coragem necessária para sair dali, sem deixar de avaliar as consequências que tal atitude lhe poderia acarretar.

Teve coragem de corrigir algo que a fortaleza lhe sugeria ser mau e perigoso: a continuar no mesmo local estaria sujeito a novas traições.

  Experimentar o que não se conhece bem talvez envolva correr riscos desnecessários, ou, por outras palavras, pôr à prova a nossa fortaleza não parece ser uma boa prática.

Não se trata de ter medo ou receio, mas, simplesmente, evitar situações, ambientes ou reacções que podem conduzir a um fim inconveniente.

  (Não sei se morro ao atirar-me da janela de um sétimo andar para a rua, mas não estou disposto a experimentar. Isto não é falta de fortaleza mas bom senso.)

  Dissemos que a fortaleza se pode classificar como uma virtude mas que, realmente, é um dom.

Porquê?

Porque necessidade uma decisiva acção do Espírito Santo para que possa ser adquirida.

É que se trata de uma disposição íntima da própria vontade, que actua principalmente no foro íntimo das escolhas, decisões e atitudes.

Claro que a fortaleza se apoia na fidelidade, na justiça e no respeito.

 



[1] São Josemaria, Caminho, 132

[2] Cfr. Jo 18, 17, 19,25-27

Reflexão

 


Tentações “teológicas”.

7

Seres celestes

  As Potestades, os Querubins, os Serafins, enfim a multidão de seres celestes, têm todos as mesmas capacidades e virtudes?

  Como saber? O que podemos inferir é que se trata de seres perfeitos já que estão permanentemente na presença de Deus, a Suma Perfeição. Logicamente, tal confere-lhes capacidades e virtudes muito além das vulgares criaturas humanas. Uns “maiores” que outros? Talvez que seja mais de considerar que terão “missões ou encargos” diferentes.

Pequena agenda do cristão

 


Quarta-Feira

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)






Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?



Maria, Rainha da Paz

 


*Maria, Regina pacis, Rainha da Paz, porque tiveste fé e acreditaste que se cumpriria o anúncio do Anjo, ajuda-nos a aumentar a Fé, a sermos firmes na Esperança, a aprofundar o Amor. Porque é isso que quer hoje de nós o teu Filho, ao mostrar-nos o seu Sacratíssimo Coração. (Cristo que passa, 170).

 

*Característica evidente de um homem de Deus, de uma mulher de Deus, é a paz na alma: tem "a paz" e dá "a paz" às pessoas com quem convive. (Forja, 649).

29/12/2020

LEITURA ESPIRITUAL Dez 29

 

Evangelho

 

Mt XVII 14 – 27; XVIII 1 - 11

 

 

O lunático

 

14 Quando eles chegaram perto da multidão, um homem aproximou-se de Jesus, ajoelhou-se a seus pés e 15 disse-lhe: «Senhor, tem piedade do meu filho. Ele tem ataques e está muito mal. Cai frequentemente no fogo e muitas vezes na água. 16 Apresentei-o aos teus discípulos, mas eles não puderam curá-lo.» 17 Disse Jesus: «Geração descrente e perversa! Até quando estarei convosco? Até quando vos hei-de suportar? Trazei-mo cá.» 18 Jesus falou severamente ao demónio, e este saiu do jovem que, a partir desse momento, ficou curado. 19 Então, os discípulos aproximaram- se de Jesus e perguntaram-lhe em particular: «Porque é que nós não fomos capazes de expulsá-lo?» 20 Disse-lhes Ele: «Pela vossa pouca fé. Em verdade vos digo: Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: ‘Muda-te daqui para acolá’, e ele há-de mudar-se; e nada vos será impossível. 21 Esta espécie de demónios não se expulsa senão à força de oração e de jejum.»

 

Nova profecia da Paixão

 

22 Estando reunidos na Galileia, Jesus disse-lhes: «O Filho do Homem tem de ser entregue nas mãos dos homens, 23 que o matarão; mas, ao terceiro dia, ressuscitará.» E eles ficaram profundamente consternados.

 

Paga do tributo para o templo

 

24 Entrando em Cafarnaúm, aproximaram-se de Pedro os cobradores do imposto do templo e disseram-lhe: «O vosso Mestre não paga o imposto?» 25 Ele respondeu: «Paga, sim». Quando chegou a casa, Jesus antecipou-se, dizendo: «Simão, que te parece? De quem recebem os reis da terra impostos e contribuições? Dos seus filhos, ou dos estranhos?» 26 E como ele respondesse: «Dos estranhos», Jesus disse-lhe: «Então, os filhos estão isentos. 27 No entanto, para não os escandalizarmos, vai ao mar, deita o anzol, apanha o primeiro peixe que nele cair, abre-lhe a boca e encontrarás lá um estáter. Toma-o e dá-lho por mim e por ti.»

 

Verdadeira grandeza

 

1 Naquele momento, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-lhe: «Quem é o maior no Reino do Céu?» 2 Ele chamou um menino, colocou-o no meio deles 3 e disse: «Em verdade vos digo: Se não voltardes a ser como as criancinhas, não podereis entrar no Reino do Céu. 4 Quem, pois, se fizer humilde como este menino será o maior no Reino do Céu. 5 Quem receber um menino como este, em meu nome, é a mim que recebe.» 6 «Mas, se alguém escandalizar um destes pequeninos que crêem em mim, seria preferível que lhe suspendessem do pescoço a mó de um moinho e o lançassem nas profundezas do mar.

 

O escândalo

 

7 Ai do mundo, por causa dos escândalos! São inevitáveis, decerto, os escândalos; mas ai do homem por quem vem o escândalo! 8 Se a tua mão ou o teu pé são para ti ocasião de queda, corta-os e lança-os para longe de ti: é melhor para ti entrares na Vida mutilado ou coxo, do que, tendo as duas mãos ou os dois pés, seres lançado no fogo eterno. 9 Se a tua vista é para ti ocasião de queda, arranca-a e lança-a para longe de ti: é melhor para ti entrares com uma só vista na Vida, do que, tendo os dois olhos, seres lançado na Geena do fogo.» 10 «Livrai-vos de desprezar um só destes pequeninos, pois digo-vos que os seus anjos, no Céu, vêem constantemente a face de meu Pai que está no Céu. 11 Porque o Filho do Homem veio salvar o que se tinha perdido.

 



 

  Justiça

  No Antigo Testamento os homens bons são chamados de “justos”.

Isto quer dizer que a justiça é uma virtude importante na consideração que se possa fazer acerca de alguém.

 

Parece que a pessoa justa só pratica actos bons e, quando por deslize pessoal ou qualquer outro motivo, o não faz, é capaz de reconhecer e pedir perdão.

  A justiça começa por si próprio, quer dizer, ninguém poderá ser justo com os outros, a sociedade, se, consigo mesmo não for justo.

Para tal é necessário, como também já vimos a propósito de outro tema, um conhecimento próprio profundo e apurado.

  Justiça é, em suma, a consciência do que se é e do que se faz, do que se pensa e do que se diz, na medida em que os efeitos da acção possam ser aceitáveis e correctos.

  Quem , por exemplo, não é pontual no seu horário de trabalho, não está a ser justo nem para com o empregador nem para com os outros.

Mas também está a ser injusto para consigo porque assumiu um compromisso de um horário de trabalho que não cumpre.

Um estudante que não estuda, ou o faz mal, ou sem dedicação, está a ser injusto, pelo menos, para com os seus pais que esperam dele que estude, para com os professores que se esforçam porque aprenda, para com os seus colegas porque lhes dá um mau exemplo e, claro está, para consigo porque está a desperdiçar uma oportunidade que lhe compete aproveitar.

  Um cristão que não reza como deve, com amor e assiduidade, falta à justiça para com Deus que merece e espera que ele o faça, e consigo também porque foge a um dever que lhe vem do facto de ser cristão.

  A justiça, portanto, vai bastante além do estrito cumprimento das leis humanas.

Não há justiça, só, em cumprir os nossos deveres.

Não roubar, por exemplo, não é um acto de justiça mas um dever, mas devolver o que se tirou e não nos pertence é um acto justo.

  A administração dos bens que nos são confiados é algo particularmente sensível à justiça porque envolve, entre outros, o respeito, a fidelidade, e a confiança de quem entregou os seus bens à nossa guarda ou administração.

Se reparamos no termo empregue – confiados – vemos imediatamente implícita a confiança que em nós outro deposita.

 

Reflexão

 



Tentações “teológicas”.

6

Anjos

  Os Anjos da Guarda formam uma categoria?

  Como humanos somos levados a catalagar e ordenar tudo segundo uma “ordem” que julgamos apropriada. Sabemos, contudo, que “no Céu há várias moradas”, donde não será descabido que também entre os Anjos haja “categorias”.

Pequena agenda do cristão

 


TeRÇa-Feira

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?


Orações sugeridas:

Salmo II

Regnum eius regnum sempiternum est et omnes reges servient et obedient. 
Quare fremerunt gentes et populi meditati sunt inania?
Astiterum reges terrae et principes convenerunt in unum adversus Dominum et adversus christum eius.
Dirumpamus vincula eorum et proiciamos a nobis iugum ipsorum.
Qui habitabit in caelis, irridebit eos, Dominus subsanabit eos.
Ego autem constitui regem meum super sion montem sanctum meum.
Praedicabo decretum eius Dominus dixit ad me: filius meus es tu; ego hodie genui te.
Postula a me, et dabo tibi gentes hereditatem tuam et possessionem tuam terminos terrae.
Reges eos in virga ferrea et tamquam vas figuli confringes eos.
Et nunc, reges, intelegite, erudimini, qui indicatis terram.
Servite Domino in timore et exultate ei cum tremore.
Apprehendite disciplinam ne quando irascatur et pereatis via, cum exarcerit in brevi ira eius.
Beati omnes qui confident in eo.
Gloria Patri...
Regnum eius regnum sempiternum est et omnes reges servient et obedient.
Oremus:
Omnipotens et sempiterne Deus qui in dilecto Filio Tuo universorum rege omnia instaurare voluisti concede propitius ut cunctae familiae gentium pecati vulnere disgregatae eius suavissimo subdantur imperio: Qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum.

Exame Pessoal

Sabes Senhor, qual é, talvez a minha maior fraqueza? É pensar em demasiado mim, nos meus problemas, nas minhas tristezas, naquilo que me acontece e no que gostaria me acontecesse. Nas voltas e reviravoltas que dou sobre mim mesmo, sobre a minha vida.
E os outros? Sim, os outros que rezam por mim, que se interessam por mim, que têm paciência para comigo, que me desculpam as minhas faltas e as minhas fraquezas, que estão sempre prontos a ouvir-me a atender-me, que não se importam de esperar que eu os compense pelo bem que me fazem, que não me pressionam para que pague o que me emprestam, que não me criticam nem julgam com a severidade que mereço.
Ajuda-me Senhor, a ser, pelo menos reconhecido e a devolver o bem que recebo e, além disso a não julgar, a não emitir opinião, critica ou conceito, vendo nos outros, a maior parte das vezes, os defeitos e fraquezas que eu próprio possuo.

Senhor, ajuda-me a pensar nos outros em vez de estar aqui, mergulhado nos meus problemas, girando à volta de mim mesmo, concentrado apenas no que me diz respeito. Os outros! Todos os outros. Os que conheço, de quem sou amigo ou familiar e aqueles que me são desconhecidos. São Teus filhos como eu, logo, todos são meus irmãos. Se somos irmãos somos também herdeiros, convém, portanto que me preocupe com aqueles que vão partilhar a herança comigo.

Noverim me

Oh Deus que me conheces perfeitamente tal como sou, ajuda-me a conhecer-me a mim mesmo, para que possa combater com eficácia os enormes defeitos do meu carácter, em particular...
Chamaste-me, Senhor, pelo meu nome e eu aqui estou: com as minhas misérias, as minhas debilidades, com palavras maiores que os actos, intenções mais vastas que as obras e desejos que ultrapassam a vontade.
Porque não sou nada, não valho nada, não sei nada e não posso nada, entrego-me totalmente nas Tuas mãos para que, por intercessão de minha Mãe, Maria Santíssima, de São José, meu Pai e Senhor, do Anjo da Minha Guarda e de São Josemaria, possa adquirir um espírito de luta perseverante.
   
Meu Senhor e meu Deus, tira-me tudo o que me afaste de Ti.
Meu Senhor e meu Deus, dá-me tudo o que me aproxime de Ti
Meu Senhor e meu Deus, desapega-me de mim mesmo, para que eu me dê todo a ti.
Eu sei que podeis tudo e que, para Vós, nenhum projecto é impossível.
Faz-me santo, meu Deus, ainda que seja à força.

Nada te perturbe / nada te atemorize Tudo passa / Deus não muda A paciência tudo alcança / Quem a Deus tem Nada falta / só Deus basta. (Santa Teresa de Jesus)