03/05/2016

Antigo testamento / Génesis

Génesis 41

O sonho de Faraó

1 Ao final de dois anos, o faraó teve um sonho. Ele estava em pé junto ao rio Nilo, quando saíram do rio sete vacas belas e gordas, que começaram a pastar entre os juncos.

2 Depois saíram do rio mais sete vacas, feias e magras, que foram para junto das outras, à beira do Nilo.

3 Então as vacas feias e magras comeram as sete vacas belas e gordas. Nisso o faraó acordou.

4 Tornou a adormecer e teve outro sonho. Sete espigas de trigo, graúdas e boas, cresciam no mesmo pé.

5 Depois brotaram outras sete espigas, mirradas e ressequidas pelo vento leste.

6 As espigas mirradas engoliram as sete espigas graúdas e cheias. Então o faraó acordou; era um sonho.

7 Pela manhã, perturbado, mandou chamar todos os magos e sábios do Egipto e contou-lhes os sonhos, mas ninguém foi capaz de os interpretar.

8 Então o chefe dos copeiros disse ao faraó: "Hoje lembro-me das minhas faltas.

9 Certa vez o faraó ficou irado com dois dos seus servos e mandou prender-me juntamente com o chefe dos padeiros, na casa do capitão da guarda.

10 Certa noite cada um de nós teve um sonho, e cada sonho tinha uma interpretação.

11 Pois bem, havia lá connosco um jovem hebreu, servo do capitão da guarda. Contamos-lhe os nossos sonhos, e ele interpretou-os, dando a cada um de nós a interpretação do seu próprio sonho.

12 E tudo aconteceu conforme ele nos dissera: eu fui restaurado na minha posição, e o outro foi enforcado".

13 O faraó mandou chamar José, que foi trazido depressa do calabouço. Depois de se barbear e trocar de roupa, apresentou-se ao faraó.

14 O faraó disse a José: "Tive um sonho que ninguém consegue interpretar. Mas ouvi falar que tu, ao ouvires um sonho, és capaz de interpretá-lo".

15 Respondeu-lhe José: "Isso não depende de mim, mas Deus dará ao faraó uma resposta favorável".

16 Então o faraó contou o sonho a José: "Sonhei que estava em pé, à beira do Nilo, quando saíram do rio sete vacas, belas e gordas, que começaram a pastar entre os juncos.

17 Depois saíram outras sete, raquíticas, muito feias e magras. Nunca vi vacas tão feias em toda a terra do Egipto.

18 As vacas magras e feias comeram as sete vacas gordas que tinham aparecido primeiro.

19 Mesmo depois de tê-las comido, não parecia que o tivessem feito, pois continuavam tão magras como antes. Então acordei.

20 "Depois tive outro sonho. Vi sete espigas de cereal, cheias e boas, que cresciam num mesmo pé.

21 Depois delas, brotaram outras sete, murchas e mirradas, ressequidas pelo vento leste.

22 As espigas magras engoliram as sete espigas boas. Contei isso aos magos, mas ninguém foi capaz de explicá-lo".

23 "O faraó teve um único sonho", disse-lhe José. "Deus revelou ao faraó o que ele está para fazer.

24 As sete vacas boas são sete anos, e as sete espigas boas são também sete anos; trata-se de um único sonho.

25 As sete vacas magras e feias que surgiram depois das outras, e as sete espigas mirradas, queimadas pelo vento leste, são sete anos. Serão sete anos de fome.

26 "É exactamente como eu disse ao faraó: Deus mostrou ao faraó aquilo que ele vai fazer.

27 Sete anos de muita fartura estão para vir sobre toda a terra do Egipto, mas depois virão sete anos de fome. Então todo o tempo de fartura será esquecido, pois a fome arruinará a terra.

28 A fome que virá depois será tão rigorosa que o tempo de fartura não será mais lembrado na terra.

29 O sonho veio ao faraó duas vezes porque a questão já foi decidida por Deus, que se apressa em realizá-la.

30 "Procure agora o faraó um homem criterioso e sábio e ponha-o no comando da terra do Egipto.

31 O faraó também deve estabelecer supervisores para recolher um quinto da colheita do Egipto durante os sete anos de fartura.

32 Eles deverão recolher o que puderem nos anos bons que virão e fazer estoques de trigo que, sob o controle do faraó, serão armazenados nas cidades.

33 Esse estoque servirá de reserva para os sete anos de fome que virão sobre o Egipto, para que a terra não seja arrasada pela fome."

34 O plano pareceu bom ao faraó e a todos os seus conselheiros.

35 Por isso o faraó perguntou-lhes: "Será que vamos achar alguém como este homem, em quem está o espírito divino?"

36 Disse, pois, o faraó a José: "Uma vez que Deus te revelou todas essas coisas, não há ninguém tão criterioso e sábio como tu.

37 Terás o comando do meu palácio, e todo o meu povo se sujeitará às tuas ordens. Somente em relação ao trono serei maior que tu".

José, governador do Egipto

38 E o faraó prosseguiu: "Entrego-te agora o comando de toda a terra do Egipto".

39 Em seguida, o faraó tirou do dedo o seu anel-selo e colocou-o no dedo de José. Mandou-o vestir linho fino e colocou uma corrente de ouro no seu pescoço.

40 Também o fez subir na sua segunda carruagem real, e à frente os arautos iam gritando: "Abram caminho!" Assim José foi posto no comando de toda a terra do Egipto.

41 Disse ainda o faraó a José: "Eu sou o faraó, mas sem a tua palavra ninguém poderá levantar a mão nem o pé em todo o Egipto".

42 O faraó deu a José o nome de Zafenate-Paneia e deu-lhe por mulher Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Om. Depois José foi inspeccionar toda a terra do Egipto.

43 José tinha trinta anos de idade quando começou a servir o faraó, rei do Egipto. Ele ausentou-se da presença do faraó e foi percorrer todo o Egipto.

44 Durante os sete anos de fartura a terra teve grande produção.

45 José recolheu todo o excedente dos sete anos de fartura no Egipto e armazenou-o nas cidades. Em cada cidade ele armazenava o trigo colhido nas lavouras das redondezas.

46 Assim José estocou muito trigo, como a areia do mar. Tal era a quantidade que ele parou de anotar, porque ia além de toda medida.

47 Antes dos anos de fome, Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Om, deu a José dois filhos.

48 Ao primeiro, José deu o nome de Manassés, dizendo: "Deus fez-me esquecer todo o meu sofrimento e toda a casa de meu pai".

49 Ao segundo filho, chamou Efraim, dizendo: "Deus fez-me prosperar na terra onde tenho sofrido".

50 Assim chegaram ao fim os sete anos de fartura no Egipto, e começaram os sete anos de fome, como José tinha predito. Houve fome em todas as terras, mas em todo o Egipto havia alimento.

51 Quando todo o Egipto começou a sofrer com a fome, o povo clamou ao faraó por comida, e este respondeu a todos os egípcios: "Dirijam-se a José e façam o que ele disser".

52 Quando a fome já se havia espalhado por toda a terra, José mandou abrir os locais de armazenamento e começou a vender trigo aos egípcios, pois a fome agravava-se em todo o Egipto.

53 E de toda a terra vinha gente ao Egipto para comprar trigo de José, porquanto a fome se agravava em toda parte.

 (Revisão da versão portuguesa por ama)








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