Tempo comum I Semana |
Evangelho:
Mc 1, 14-20
14 Escolheu doze para que andassem com
Ele e para os enviar a pregar, 15 com poder de expulsar os demónios:
16 Simão, a quem pôs o nome de Pedro; 17 Tiago, filho de
Zebedeu, e João, irmão de Tiago, aos quais pôs o nome de Boanerges, que quer
dizer “filhos do trovão”; 18 e André, Filipe, Bartolomeu, Mateus,
Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o Cananeu, 19 e Judas
Iscariotes, que foi quem O entregou. 20 Depois, foi para casa e de
novo acorreu tanta gente, que nem sequer podiam tomar alimento.
Comentários:
Sabemos que estes homens, simples pescadores a maior
parte, não são propriamente uma ‘elite’ da sociedade israelita. Nem sequer se
pode dizer que fossem pessoas de projecção no seu meio embora, fossem
conhecidos como pessoas sérias e de bom trato. Por isso, também, podem ‘ajudar’
o Senhor a atrair muitos outros pois vão passando palavra sobre o Messias que
chegara, o Reino de Deus que estava prestes a instalar-se nesta terra.
É assim que se ‘ajuda’ o Senhor, transmitindo,
compelindo outros, a começar pelos familiares, os mais próximos e os conhecidos
a participarem na descoberta de algo verdadeiramente bom e, ao mesmo tempo,
extraordinário.
É isto o apostolado, por isso lhes irão chamar
Apóstolos.
Nós, todos, pescadores de homens como eles?
Porque não? Basta usarmos coerentemente e com dedicação
os instrumentos e capacidades que Deus nos deu e, com inteira confiança e
orientados por quem sabe mais que nós, lançarmo-nos ao trabalho.
(ama, comentário sobre Mc 1, 14-20,
2013.01.14)
Já publicados:
Quem são estes doze? Homens extraordinários pelas suas
capacidades, excelência de virtudes, proeminência social? Sabemos que não; as
suas capacidades muito diminutas, sabem do seu ofício e pouco mais; de virtudes
talvez a mais saliente seja a paciência que é típica dos pescadores; posição
social, tirando Mateus, todos eram gente simples, trabalhadores manuais,
pescadores a maior parte. Mas são estes doze que Jesus escolhe para serem as
doze colunas da Sua Igreja e, excepto num caso, não sai defraudado, todos, não
obstante a sua teimosia, lentidão de compreensão, dúvidas e, até, traições, O
hão-de seguir até à Ascensão e, depois, espalhando-se pelo mundo conhecido de
então, hão-de levar a Sua palavra a todas as gentes. Hão-de consolidar a
fundação da Igreja, regando com o seu sangue os canteiros de novas plantas para
o jardim de Deus.
(ama,
comentário sobre Mc 1, 14-20, 2009.12.04)
Não deveriam faltar, entre os seguidores de Jesus,
aqueles que estariam dispostos a deixar tudo para O seguir, talvez até houvesse
alguns com qualidades ou características pessoais relevantes, mas, Jesus
escolhe, com soberana decisão, estes doze e, lembremo-nos, não é uma escolha
feita mais ou menos ao acaso. O Evangelista refere que Jesus tinha passado a
noite anterior em oração. Decerto que, como sempre fará quando se aproximam
grandes decisões a tomar, terá avaliado e exposto o assunto a Seu Pai porque,
de facto, vai tomar uma decisão humana e não divina e, então, poderemos dizer
que Cristo-Homem pôs Seu Pai ao corrente do que pensava fazer. Temos de falar
assim, corriqueiramente embora nos estejamos a referir a coisas grandes, de
dimensão excepcional, mas talvez seja a única forma de compreendermos como é
que se escolhem doze homens para serem os continuadores, os seguidores, as
colunas sobre as quais se vai edificar o reino de Deus na terra. E Jesus não se
engana, embora permaneça o mistério de Judas Iscariotes. Estes doze serão, ao longo
dos tempos, a imagem de todos nós homens: fracos mas corajosos, débeis mas que
não se vergam, incultos mas que não se calam, iletrados mas cheios de
sabedoria, cobardes mas capazes de arrependimento. São homens rudes, teimosos e
de difícil entendimento mas com um coração enorme que alberga um amor total e
incondicional pelo seu Mestre e Senhor.
Afinal, foi o Amor que os escolheu.
(ama, comentário sobre Lc 1, 14-20,
2010.12.15)
Tem-se escrito livros, obras de fôlego e outros
inúmeros textos sobre este Doze. Basicamente todos concordam que: eram homens
simples, talvez um pouco rudes, sem grande cultura, algo volúveis e de difícil
entendimento.
É um facto.
E, de repente, convertem-se de simples pescadores de
águas interiores da Palestina em homens escolhidos para uma missão grandiosa:
“pescar homens” em todas as águas do mundo!
E todos, menos um, levaram a cabo a missão confiada o
que seria, em si mesmo, extraordinário não fora uma qualidade que superava
todos os seus defeitos e limitações: a humildade pessoal.
Para se ser guiado pelo Espírito Santo, como com eles
aconteceu, a humildade é fundamental porque, por nós mesmos, nada podemos ou,
sequer, sabemos, fazer.
A Igreja de Jesus Cristo, esta mesma Igreja que hoje
conhecemos e que tem resistido ao longo de dois mil anos e resistirá sempre até
ao fim dos tempos, assenta nestas Colunas, assenta na humildade.
(ama,
comentário sobre Mc 1, 14-20, 2011.12.23)
Quem escolhe e quem é
escolhido, este é, desde sempre, um dos dilemas do homem.
A missão de cada um, aquilo
que se espera que faça, que valor tem?
Se entendermos missão
como vocação será mais evidente que o homem não é um ser isolado e que as suas
acções têm sempre uma consequência.
Se dentro do que se
espera... construtivas, se separadas do contexto ou fruto de decisão egoísta,
destinadas ao falhanço e sem aproveitamento.
Ser escolhido será uma
honra tanto maior quanto o for a resposta pessoal à escolha e, se se entender
que escolha significa selecção, fica-se com uma ideia clara da honra que
reveste e da responsabilidade que implica.
De facto, podemos
pensar que somos ‘seleccionados’ por Deus para fazer parte da Sua ‘equipa’
destinada a levar de vencida os desafios do mundo e assegurar a conquista do
maior troféu que imaginar se possa: a vida eterna no seio de Deus, com a
Santíssima Virgem, os Santos e os Anjos!
(ama,
comentário sobre Mc 1, 14-20, Esposende, 1012.01.22)
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