13/01/2014

Leitura espiritual para 13 de Jan

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. 
O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.

Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Mt 24, 42-43; 25, 1-13

42 «Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora virá o vosso Senhor. 43 Sabei que, se o pai de família soubesse a que hora havia de vir o ladrão, vigiaria, sem dúvida, e não deixaria arrombar a sua casa. 44 Por isso estai vós também preparados, porque virá o Filho do Homem na hora em que menos pensais. 45 «Quem é, pois, o servo fiel e prudente, a quem o seu senhor colocou à frente da sua família para lhe distribuir de comer a seu tempo? 46 Bem-aventurado aquele servo, a quem o seu senhor, quando vier, achar a proceder assim. 47 Na verdade vos digo que lhe confiará o governo de todos os seus bens. 48 Mas, se aquele servo mau disser no seu coração: “O meu senhor tarda em vir”, 49 e começar a bater nos seus companheiros, a comer e beber com os ébrios, 50 virá o senhor daquele servo no dia em que não o espera, e na hora que não sabe, 51 e mandará açoitá-lo e dar-lhe-á a sorte dos hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes.
1 «Então, o Reino dos Céus será semelhante a dez virgens, que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo. 2 Cinco delas eram néscias, e cinco prudentes. 3 As cinco néscias, tomando as lâmpadas, não levaram azeite consigo; 4 as prudentes, porém, levaram azeite nas vasilhas juntamente com as lâmpadas. 5 Tardando o esposo, começaram todas a cabecear e adormeceram. 6 À meia-noite, ouviu-se um grito: “Eis que vem o esposo! Saí ao seu encontro”. 7 Então levantaram-se todas aquelas virgens, e prepararam as suas lâmpadas. 8 As néscias disseram às prudentes: “Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas apagam-se”. 9 As prudentes responderam: “Para que não suceda que nos falte a nós e a vós, ide antes aos vendedores, e comprai para vós”. 10 Mas, enquanto elas foram comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele a celebrar as bodas, e foi fechada a porta. 11 Mais tarde, chegaram também as outras virgens, dizendo: “Senhor, Senhor, abre-nos”. 12 Ele, porém, respondeu: “Em verdade vos digo que não vos conheço”. 13 Vigiai, pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora.



CARTA ENCÍCLICA
SUMMI MAERORIS
DO SUMO PONTÍFICE
PAPA PIO XII
AOS VENERÁVEIS IRMÃOS PATRIARCAS, PRIMAZES,
ARCEBISPOS E BISPOS E OUTROS ORDINÁRIOS DO LUGAR
EM PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA

NOVO PEDIDO DE ORAÇÕES PARA A PAZ
E A CONCÓRDIA DOS POVOS


1. Não nos faltam motivos para dor intensíssima e ao mesmo tempo para imensa alegria. Por um lado oferece-se-nos o espetáculo das multidões que, neste ano jubilar, de todos os pontos da terra acorrem a Roma tão numerosos como esta nobre cidade, acostumada a acontecimentos celebérrimos, nunca viu no correr dos séculos, e aqui dão um testemunho insigne de fé concorde, de união fraterna, de piedade ardente. E nós acolhemos com solicitude amorosa estas multidões imensas confortando-as com exortações paternas, e propondo-lhes novos e luminosos exemplos de santidade as endereçamos, não sem frutos copiosos, ao caminho da renovação dos costumes e à perfeição da vida cristã.

2. Por outro lado as actuais condições sociais dos povos se apresentam aos nosso olhos, de forma tal a provocar em nós as preocupações e ansiedades mais sentidas. Muitos discutem, escrevem e falam sobre como chegar finalmente à paz tão desejada. Porém são descuidados ou abertamente recusados aqueles princípios que devem constituir a sua base firme. Com efeito, em certos países não a verdade mas falsidade é apresentada sob as aparências da razão; nem o amor, nem a caridade são favorecidos, mas insinua-se o ódio e a rivalidade cheia de rancor; não se exalta a concórdia dos cidadãos, mas provocam-se turbulências e desordem. Mas como os ajuizados sinceros reconhecem, nesta matéria não se podem resolver justamente os problemas que ainda separam as nações com discussões acirradas nem as classes proletárias podem ser endereçadas, como é necessário, para um futuro melhor. Com efeito o ódio nunca gerou nada de bom, nada a mentira, nada as desordens. Sem dúvida é preciso levantar o povo necessitado a um estado digno do homem, mas não com a força, não com as agitações e sim com leis justas. Com certeza é preciso eliminar quanto antes todas as controvérsias que dividem e separam os povos, sob os auspícios da verdade e a direção da justiça.

3. Enquanto o céu é obscurecido por nuvens negras, nós que estimamos em grau máximo a liberdade, a dignidade e a prosperidade de todas as nações, não podemos não voltar a exortar vivamente todos os cidadãos e seus governantes à paz e à concórdia. Lembrem-se todos das consequências da guerra como bem sabemos por experiência: ruínas, morte e todo tipo de miséria. Com o passar do tempo a técnica inventou e introduziu mortíferas armas tais, micidiais e inumanas, que podem exterminar não somente os exércitos e as frotas, não somente as cidades e as vilas, não somente os inestimáveis tesouros da religião, da arte e da cultura, mas também crianças inocentes e suas mães, os doentes e os velhos inermes. Tudo o que de belo, de bom e de santo produziu o gênio humano, tudo ou quase, pode ser aniquilado. Se, portanto, a guerra, especialmente hoje, se apresenta ao observador honesto como algo de sumamente terrificante e letal, pode-se esperar que - mediante o esforço de todos os bons e, de maneira especial dos chefes dos povos - sejam afastadas as nuvens ameaçadoras e obscuras, que ainda são causa de trepidação, e brilhe finalmente a verdadeira paz entre os povos.

4. Contudo, conhecendo que "todo dom precioso e toda dádiva perfeita vêm do alto e desce do Pai das luzes" (cf. Tg 1, 17), julgamos oportuno, veneráveis irmãos, de anunciar novamente orações públicas e súplicas para impetrar e conseguir a concórdia entre os povos. Pertencerá ao vosso zelo pastoral não só exortar as almas a vós confiadas a elevar a Deus orações fervorosas, assim como estimulá-las a piedosas obras de penitência e expiação, que possam satisfazer e aplacar a majestade do Senhor ofendida por tão graves delitos públicos e privados.

5. E enquanto, conforme ao vosso ofício, comunicareis aos fiéis esse nosso convite paterno, lembrai-lhes mais uma vez quais os princípios que geram uma paz justa e duradoiro e quais os caminhos que se devem encetar para alcançá-la e consolidá-la. Ela, de fato, como bem sabeis, só se pode obter dos princípios e normas ditadas pelo Cristo e postas em prática com piedade sincera. Com efeito esses princípios e normas chamam os homens à verdade, à justiça e à caridade; refreiam sua cupidez; obrigam os sentidos a obedecer à razão e esta a Deus; levam todos, e também os que governam os povos, a reconhecer a liberdade devida à religião que, além de ter como finalidade levar as almas à salvação eterna, tem também a de tutelar e projetar os próprios fundamentos do Estado.

6. Pelo que foi dito é fácil deduzir, veneráveis irmãos, o quanto estão longe de procurar uma paz verdadeira e segura os que pisoteiam os direitos sacrossantos da Igreja católica; proíbem a seus ministros de exercer livremente o seu ofício, condenando-os mesmo ao cárcere ou ao exílio; dificultam e até proscrevem as academias, as escolas e os institutos de educação que estão regidos por normas cristãs; e, finalmente, envolvem o povo com erros, calúnias e todo tipo de torpezas, especialmente a juventude levando-a da integridade dos costumes, da virtude e da inocência para o aliciamento dos vícios e a corrupção.

7. E mais, é manifesto quão longe da verdade estejam os que insidiosamente lançam contra esta Sé Apostólica e a Igreja católica a acusação de querer nova conflagração. Na verdade nunca faltaram, nem nos tempos antigos nem nos mais próximos, os que tentaram subjugar os povos com as armas; porém, nós nunca desistimos de promover a paz verdadeira; a Igreja, não com as armas mas com a verdade, deseja conquistar os povos e educá-los à virtude e a um reto viver social. Com efeito "as armas com que combatemos não são carnais, mas têm, ao serviço de Deus, o poder de destruir fortalezas" (2 Cor 10, 4).

8. É necessário que ensineis tudo isso com franqueza; pois só então quando os mandamentos cristãos forem postos ao seguro e informarem a vida privada e pública, será lícito esperar que, compostos os dissídios humanos, as várias classes de cidadãos, os povos e as gentes se unam numa concórdia fraterna.

9. As novas orações públicas implorem de Deus que esses nossos ardentes votos sejam atendidos; e, assim, com a ajuda da graça divina, não só em todos sejam renovados os costumes com virtude cristã, mas também as relações entre os povos sejam quanto antes assim ordenadas para que alcancem às nações todas, e seja freado o desejo de dominar sobre os outros, até a liberdade devida; devida liberdade a ser concedida à santa religião e a todos os seus filhos, segundo os direitos divinos e humanos.

Com essa confiança, concedemos de coração a vós todos, veneráveis irmãos, ao vosso clero e aos fiéis, e a todos os que de maneira especial secundarão prontamente essas nossas exortações, a bênção apostólica, auspício das graças divinas e de nossa benevolência paterna.

Dado em Roma, junto de São Pedro, no dia 19 de julho de 1950, XII do nosso pontificado.


PIO PP. XII

(Nota: Revisão da tradução portuguesa por ama)


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CARTA ENCÍCLICA
QUEMADMODUM
DO SUMO PONTÍFICE
PAPA PIO XII
AOS VENERÁVEIS IRMÃOS PATRIARCAS, PRIMAZES,
ARCEBISPOS, BISPOS E DEMAIS ORDINÁRIOS LOCAIS
EM PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA

SOBRE A ASSISTÊNCIA ÀS CRIANÇAS INDIGENTES


1. Como durante o desencadeamento do conflito mortífero, dirigimos, à medida das nossas possibilidades, admoestações e orações, para que o incêndio da guerra, que durava há muito tempo, quanto antes se extinguisse, e tudo se recompusesse na ordem correta, segundo as normas do direito e da equidade, assim agora, cessado o conflito, mas não ainda reconstituída a paz, movidos por nosso apostólico ministério, nada descuidamos que apontasse a trazer oportuno consolo a tantas dores e a aliviar, do melhor modo possível, o acúmulo de misérias que afligem e oprimem tantos povos. Mas entre os infortúnios sem número produzidos pela horrível conflagração, nenhuma, ao nosso coração paterno, traz ferida mais dolorosa do que a que se abate sobre uma multidão de inocentes crianças, que aos milhões, como nos foi referido, privadas das coisas necessárias à vida, em muitas nações caem vítimas do frio, do abandono e das doenças; e que, frequentemente, abandonadas por todos, não só lhes falta o pão, o vestuário, o teto, mas também aquele afecto com o qual a tenra idade sente tanto a necessidade.

2. Como bem sabeis, veneráveis irmãos, também a esse respeito nada omitimos de quanto estava ao nosso alcance realizar; e aqui exprimimos nosso mais férvido reconhecimento a todos os que com sua generosidade permitiram-nos aliviar a indigência de inumeráveis crianças. Sabemos, por outro lado, que não poucos - seja privadamente, seja mediante entes e associações -, assumiram essa iniciativa e procuraram atuá-la com primoroso empenho. A todos esses, dignos de encômio dos bons, dirigimos nosso aplauso, enquanto invocamos de Deus os celestes favores sobre suas actividades e instituições.

3. Porém, uma vez que tais providências estão bem longe de se adequar à imensa maioria que passou por tais desventuras, em consonância com nosso ministério, dirigimo-vos um paterno convite, para esconjurar-vos a assumir de modo particular essas crianças necessitadas, e ocupar-vos a mitigar e melhorar suas penosas condições.

4. Queremos, então, que em cada diocese seja por vós determinado um dia no qual, propiciando ao Senhor com públicas preces, vós, também em meio dos vossos cooperadores no sagrado ministério, informeis ao povo dessas urgentes necessidades e o exorteis a sustentar com a oração, com a colaboração e com as ofertas, estas providenciais actividades, surgidas com o escopo de assistir moral e materialmente a infância indigente e abandonada. Trata-se, como é notório, de coisas que se dizem respeito a todas as categorias de cidadãos seja qual for sua forma de pensar, bastando que sejam dotados de sentimentos de humanidade e de piedade, pertencem, todavia, por razões mais elevadas, a quantos professam a religião cristã, os quais devem ver nesses seus irmãos mais pequeninos, provados pelo abandono e pela miséria, imagem viva do divino Menino, sendo obrigados a recordar a advertência: "Em verdade vos digo, cada vez que fizestes alguma coisa para um dos menores desses meus irmãos, o fizestes a mim" (Mt 25,40). Reflictam todos atentamente: essas crianças são o fulcro do futuro e, portanto, é absolutamente necessário que elas cresçam sadias de mente e de corpo, para que não se tenha um dia uma geração que carregue em si os germes das doenças e a marca do vício. Ninguém, então, se recuse dedicar energias, actividades e meios pecuniários para esse escopo tão oportuno e necessário. Os que dispõem apenas de escassas possibilidades econômicas sejam generosos em tudo o que puderem; aqueles que vivem na abundância e no luxo, recordem-se bem que o estado de miséria, de necessidade e de nudez de tantas pobres crianças constitui uma severa e tremenda acusação junto a Deus de misericórdia, no momento em que demonstram insensibilidade e indiferença, nem prestam seu generoso auxílio. Todos, enfim, estejam profundamente convencidos que o ter usado de generosidade não será para eles de perda, mas de ganho; pois pode-se afirmar que aquele que ajuda o indigente com os seus bens e com a própria actividade, de certo modo empresta a Deus, que o restituirá um dia com generosa recompensa. Nutramos, pois, esperança que, como na época apostólica, quando a comunidade cristã de Jerusalém debatia-se entre as perseguições e as estreitezas econômicas, os outros féis por toda a parte elevavam em favor dela a Deus fervorosas orações com generosidade de auxílios (cf. 1 Cor 16, 1); assim também no presente todos, inflamados da mesma caridade, venham em auxílio, segundo suas possibilidades, à infância que desfalece na miséria. Cumpram esse dever, como se disse, antes de tudo elevando súplicas ao misericordioso Redentor, pois, como é sabido, da oração se desprende uma força misteriosa que penetra o céu e obtém do alto luz sobrenatural e impulsos divinos, que iluminam a mente e atraem a vontade ao bem, estimulando-a a santos e caridosos empreendimentos.

5, Cremos oportuno aqui recordar que a Igreja sempre esteve atenta, com cuidado materno à tenra idade, retendo essa missão parte precípua do seu ministério de caridade. E essa sua constante linha de conduta sem dúvida está amada aos exemplos e ensinamentos do seu divino Fundador, o qual, ao acolher com profundo afeto as crianças dirigia aos apóstolos, severos para com as mães, estas palavras: "Deixai as crianças virem a mim, e não as impeçais, porque delas é o reino de Deus" (Mc 10,14). Jesus Cristo, afinal - como com tanta eloquência afirmava nosso predecessor Leão Magno, de imortal memória - "ama a infância, que ele desde o início assumiu na vontade e no corpo. Cristo ama a infância, mestra de humildade, norma de inocência, modelo de mansuetude. Cristo ama a infância, sobre a qual quer modelados os costumes dos adultos, e à qual quer reconduzida a idade senil; e leva a seguir o seu humilde exemplo, aqueles que, depois eleva ao Reino eterno" (Serm. 37, c. 3: PL 54, 2580).

6. Parece evidente, veneráveis irmãos, que desses luminosos ensinamentos, com qual diligente e acurado amor a Igreja, nas pegadas de seu fundador, deva interessar-se pela infância e adolescência. A Igreja nada deixa do que lhe é próprio ao prover para o corpo dessas crianças o alimento, o teto e o vestuário; embora não ignorando nem transcurando suas pequeninas almas, que, criadas pelo sopro de Deus, parecem refletir um raio de beleza celeste. Antes de tudo, portanto, ela se preocupa para que não seja contaminada a inocência dessas crianças e se providencie sua saúde eterna. Por essa razão surgiram inumeráveis instituições com o escopo de educar retamente a infância, de fazê-la crescer em íntegra beleza moral e de elevá-la, enquanto possível, para uma condição de vida, conforme as necessidades espirituais e materiais. Nesse providencial campo de actividade, como sabeis, são empenhadas com admirável cuidado não poucas comunidades religiosas masculinas e femininas; e sua intensa, sábia e vigilante obra contribui eficazmente para o bem da Igreja e da sociedade humana; o que não somente se actua com abundantes e salutares resultados entre as nações civis, mas também entre os povos infiéis, não ainda iluminados pela luz do cristianismo, junto aos quais os arautos da verdade evangélica - de modo especial a Pontifícia Obra da Santa Infância - possibilitam a tantas crianças a liberdade dos filhos de Deus, subtraindo-as do jugo do demónio e dos cepos da escravidão, enquanto as chama a uma forma de civilização superior.

7. Todavia, nessa amedrontadora etapa da história, enquanto se acumulam ruínas espirituais e materiais, essas providenciais iniciativas de caridade, que talvez poderiam parecer suficientes às necessidades comuns de outros tempos, tornaram-se, infelizmente, inadequadas. Vislumbramos, veneráveis irmãos, intermináveis multidões de crianças, que, gemendo e quase exaustas de fome, com suas mãozinhas pedem pão "não tendo ninguém que o reparta" (cf. Lm 4, 4); que, privadas de casa e de roupa, congeladas pelo frio do inverno, estão prestes a morrer, não tendo a mãe ou o pai que as cubra e as aqueça; que, enfim, doentes e talvez também atingidas pela tuberculose, falta o remédio adequado e os necessários cuidados. Trata-se de multidões, que com dor vemos perambulando pelas ruas barulhentas da cidade, impelidas pelo ócio e pela corrupção, ou vadiando incertas pelas cidades, vilas e campos, enquanto, infelizmente, ninguém lhes concede segura proteção contra a miséria, os vícios e os delitos. É por isso, veneráveis irmãos, que amando com "o mesmo amor de Cristo" (Fl 1, 8) esses nossos pequeninos filhos, dirigimos um caloroso apelo a vós e a quantos estão animados de nobres sentimentos de misericórdia e de piedade, para que todo tipo de esforço e iniciativa de caridade cristã seja dedicado com generosos entendimentos e propósitos para alívio e conforto de tantos. Nada se transcure daquilo que os nossos tempos sugerem; e se excogitem também novos sistemas e métodos, onde se possa, com o concurso de todos os bons, levar oportunos remédios aos males presentes, impedindo para o futuro deletérias consequências. Queira Deus, com a ajuda de sua graça, que quanto antes os vícios que arrastam tantas crianças abandonadas sejam extintos, sendo substituídos pela virtude, de modo que o ócio vão e a triste inércia deem lugar ao honrado e alegre trabalho, e que a fome e a nudez de muitos obtenha o necessário socorro da divina caridade de Cristo, que especialmente nos nossos tempos deve reviver, crescer e flamejar nos seus sequazes. Tudo isso não só é de grande vantagem para a religião católica, mas também para a sociedade civil; já que, como todos sabem, os cárceres e as casas de recuperação não estariam tão repletos de criminosos, se os métodos e as medidas preventivas fossem aplicados oportunamente e em maior escala no que se refere à juventude; e se a infância crescesse sadia, íntegra e operosa por toda parte, mais facilmente haveria cidadãos credenciados com as maiores qualidades morais e físicas. Em uma palavra, de probidade e de firmeza.

8. Eis o quanto, veneráveis irmãos, queríamos escrever-vos sobre esse grave assunto com a presente encíclica, com a qual vos damos ao mesmo tempo o encargo de participar dessas nossas exortações e disposições ao rebanho a vós confiado; e nutrimos fé que todos correspondam de boa vontade, com o contributo de sua generosidade e de sua obra a este nosso apelo.

9. Nessa esperança concedemos a cada um de vós, veneráveis irmãos, aos fiéis confiados aos vossos cuidados, e de modo particular àqueles que nesse sentido conquistaram ou conquistarão benemerência, a bênção apostólica, penhor da divina graça e testemunho da nossa particular benevolência.

Dado em Roma, junto a São Pedro, no dia 6 de Janeiro, Epifania de nosso Senhor Jesus Cristo, do ano de 1946, VII do nosso pontificado.


PIO PP. XII

(Nota: Revisão da tradução portuguesa por ama)



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