Ao pensar nos lares cristãos, gosto de
imaginá-los luminosos e alegres, como foi o da Sagrada Família. A mensagem de
Natal ressoa com toda a força: Glória a Deus no mais alto dos Céus e paz na
terra aos homens de boa vontade. Que a Paz de Cristo triunfe nos vossos
corações, escreve o Apóstolo. Paz por nos sabermos amados pelo nosso Pai, Deus,
incorporados em Cristo, protegidos pela Virgem Santa Maria, amparados por S.
José. Esta é a grande luz que ilumina as nossas vidas e que, perante as
dificuldades e misérias pessoais, nos impele a seguir animosamente para diante.
Cada lar cristão deveria ser um remanso de serenidade, em que se notassem, por cima
das pequenas contrariedades diárias, um carinho e uma tranquilidade, profundos
e sinceros, fruto de uma fé real e vivida.
Para o cristão o matrimónio não é uma
simples instituição social e menos ainda um remédio para as fraquezas humanas:
é uma autêntica vocação sobrenatural. Sacramento grande em Cristo e na Igreja,
como diz S. Paulo, é, ao mesmo tempo e inseparavelmente, contrato que um homem
e uma mulher fazem para sempre, pois, quer queiramos quer não, o matrimónio
instituído por Jesus Cristo é indissolúvel, sinal sagrado que santifica, acção
de Jesus, que invade a alma dos que se casam e os convida a segui-Lo,
transformando toda a vida matrimonial num caminhar divino pela Terra. (Cristo
que passa, nn. 22–23)
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