Educação para a santidade.
O primado da graça.
Ao longo da sua vida e, de modo particular, entre 1970
e 1975, ano da sua morte, levou a cabo uma amplíssima catequese sobre os
sacramentos. Doía-lhe a “moda”, difundida naquela época, de retardar o baptismo
das crianças com o pretexto de uma escolha mais consciente por parte dos baptizados.
É oportuno recordar aqui a doutrina sobre os efeitos do baptismo, que “não
somente purifica de todos os pecados, mas que também faz do neófito “uma nova
criação” (2 Cor 5, 17), um filho adoptivo de Deus, que foi
feito “participante da natureza divina” (2 Pe 1,
4), membro de Cristo, co-herdeiro com
Ele e templo do Espírito Santo. A Santíssima Trindade dá ao baptizado a graça
santificante, a graça da justificação que o torna capaz de crer em Deus, de
esperar n’Ele e de o amar através das virtudes teologais; concede-lhe poder
viver e actuar sob a moção do Espírito Santo mediante os dons do Espírito
Santo; permite-lhe crescer no bem através das virtudes morais” [i].
Baseado nesta forte convicção, S. Josemaria lamentava: “Não faltam os que parece que esquecem, e que chegam a desprezar, esta corrente redentora da graça de Cristo (…). Decidem sem o menor escrúpulo retardar o baptismo dos recém-nascidos, privando-os – e cometendo assim um grave atentado contra a justiça e contra a caridade – da graça da fé, do tesouro incalculável da inabitação da Santíssima Trindade na alma, que vem ao mundo manchada pelo pecado original. Pretendem também desvirtuar a natureza própria do Sacramento da Confirmação, no qual a Tradição viu sempre unanimemente um robustecimento da vida espiritual, uma efusão calada e fecunda do Espírito Santo, para que, fortalecida sobrenaturalmente, a alma possa lutar – miles Christi, como soldado de Cristo – nessa batalha interior contra o egoísmo e a concupiscência” [ii].
Com frequência referia-se também à confissão das crianças, animando os pais a levar os seus filhos, sem adiamentos, a esse sacramento.
“Que alegria ir confessar-se! Eu confessei milhares e milhares de crianças. Não se perde o tempo: aproveita-se, aprende-se com aquelas almas nas quais o Espírito Santo está a actuar. Como as mães dais à pequenada o vosso sangue e, depois, o néctar do vosso peito; assim o Espírito Santo, metido na alma dessas criaturas, que talvez não se dêem conta de nada, actua, actua, actua. E o sacerdote colabora com Ele, com o Espírito Santo. Além disso, a graça do sacramento, que é também o Espírito Santo em acção” [iii].
michele dolz, publicado em Romana, n. 32 (2001), 2011.09.12
Nota:
Revisão gráfica por ama.
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